CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS DENISE PINHEIRO DE SOUZA REIS JOICIMÁ ALMEIDA DOS SANTOS

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Transcrição:

CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS DENISE PINHEIRO DE SOUZA REIS JOICIMÁ ALMEIDA DOS SANTOS PERCEPÇÃO DE MULHERES ACERCA DO EXAME PREVENTIVO DO CÂNCER DE COLO UTERINO: REVISÃO SISTEMATICA DE LITERATURA Porto Velho Ro 2016

1 DENISE PINHEIRO DE SOUZA REIS JOICIMÁ ALMEIDA DOS SANTOS PERCEPÇÃO DE MULHERES ACERCA DO EXAME PREVENTIVO DO CÂNCER DE COLO UTERINO: REVISÃO SISTEMATICA DE LITERATURA Artigo apresentado no curso de Graduação em enfermagem, no Centro Universitário São Lucas, como requisito parcial de avaliação para obtenção de título de bacharel em enfermagem. Orientador: Prof. Ma. Edilene Macedo Cordeiro Porto Velho Ro 2016

2 DENISE PINHEIRO DE SOUZA REIS JOICIMÁ ALMEIDA DOS SANTOS PERCEPÇÃO DE MULHERES ACERCA DO EXAME PREVENTIVO DO CÂNCER DE COLO UTERINO: REVISÃO SISTEMATICA DE LITERATURA Artigo apresentado no curso de Graduação em enfermagem, no Centro Universitário São Lucas, como requisito parcial de avaliação para obtenção de título de bacharel em enfermagem. Orientador: Prof. Ma. Edilene Macedo Cordeiro Data: / / Resultado: BANCA EXAMINADORA Titulação e Nome Titulação e Nome Titulação e Nome Nome da Instituição Nome da Instituição Nome da Instituição

3 PERCEPÇÃO DE MULHERES ACERCA DO EXAME PREVENTIVO DO CÂNCER DE COLO UTERINO: REVISÃO SISTEMATICA DE LITERATURA 1 CORDEIRO, Edilene Macedo² REIS, Denise Pinheiro de Souza³ SANTOS, Joicimá Almeida dos 4 RESUMO: Justificativa e Objetivo: O câncer de colo uterino é uma doença que apresenta elevado grau de morbidade e letalidade, apesar de possuir detecção precoce através da realização de exame preventivo, o que possibilita a cura. O objetivo do estudo é descrever e analisar o conhecimento de usuárias do sistema único de saúde acerca do exame preventivo do câncer de colo uterino (papanicolau). Serão abordadas questões relacionadas à finalidade e periodicidade, bem como os principais motivos da não adesão. Método: Trata-se de um estudo de revisão sistemática de literatura, utilizando as bases de dados Scielo e Lilacs e literatura específica, relativas ao período de 2009 a 2016. As consultas foram realizadas com as palavras-chave: conhecimento, saúde da mulher e teste Papanicolau, presentes nos Descritores de Ciência da Saúde (DeCS). Resultados: A maioria dos estudos demonstra que as mulheres compreendem a finalidade e a importância do exame de forma satisfatória, buscando-o mais pelo aspecto preventivo. Quanto à periodicidade ainda encontrase mulheres que não seguem a realização do exame preconizada pelo Ministério da Saúde. O não comparecimento para o exame foi devido, principalmente, às crenças e atitudes e à organização do serviço. Os sentimentos referidos pelas mulheres foram vergonha desconforto, e o fato de ser realizado pelo sexo masculino. Conclusão: O exame papanicolau é uma forma simples e eficaz de prevenção desta doença. Espera-se com este estudo contribuir de modo informativo no que se refere à prevenção do câncer cérvico-uterino (CCU). Sugerem-se como contribuição medidas educativas, orientação e informação, através da equipe de profissionais de saúde e principalmente do enfermeiro, uma vez que muitas mulheres relatam a ausência da comunicação profissional-paciente. Salienta-se que o modo de aprimorar o rastreamento do CCU deve estar focado na educação em saúde como medida profilática, mediante o conhecimento do enfermeiro com o intuito de detectar os principais obstáculos para a adesão ao exame, diminuindo fatores contribuintes para a sua não realização. Palavras-Chave: Conhecimento. Saúde da mulher. Teste de Papanicolau. ABSTRACT: Background and Objective: Cervical cancer is a disease with high degree of morbidity and mortality, but has early detection by performing screening test which allows healing the purpose of the study and describe and analyze the knowledge of system users single health about the Pap test, issues related to the purpose, frequency and the main reasons for non-adherence. Method: This is a bibliographic 1 review using the databases Scielo and Lilacs and specific literature, for the period 2009 to 2016. The consultations were held with the keywords: Knowledge, women's health. Pap test present in Descriptors of Health Sciences (DeCS). Results: Most women studies understand the purpose and importance examination satisfactorily, seeking the most by the preventive aspect. As the frequency still is women who do not follow the examination recommended by the Ministry of Health, did not 1 Artigo apresentado no curso de graduação em enfermagem da Faculdade São Lucas 2016, como Pré-requisito para conclusão do curso, sob orientação da professora Mestre Edilene Macedo Cordeiro. 2 Docente do curso de graduação em enfermagem da Faculdade São Lucas, 2016, Mestre em Ensino em Ciências da Saúde pela Fundação Universidade Federal de Rondônia (2015). E-mail de contato: edilene@saolucas.edu.br 3 Acadêmica do Curso de Enfermagem da Faculdade São Lucas 2016. E-mail de contato: deny_reis2@hotmail.com 4 Acadêmica do Curso de Enfermagem da Faculdade São Lucas 2016. E-mail de contato: joicealmeida55@gmail.com

4 attend the examination was due mainly to the beliefs and attitudes and service organization, the feelings mentioned by were embarrassed discomfort, and be carried out by men. Conclusion: The pap smear is a simple and effective way to prevent this disease. It is hoped that this study will contribute in an informative way with regard to the prevention of cervical-uterine cancer (CUC). It is suggested to contribute educational measures, guidance and information, through the team of health professionals and especially the nurse, since many women report the absence of professional-patient communication. It is emphasized that the way to improve the screening of the CUC should be focused on health education as a prophylactic measure, through the knowledge of the nurse with the aim of detecting the main obstacles to adherence to the examination, reducing factors contributing to its nonachievement. Keywords: Knowledge. Women's health. Pap test. INTRODUÇÃO De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de colo do útero (CCU) é uma doença com alto índice de prevenção, tendo como método efetivo para o seu rastreamento e controle o teste Papanicolau, também conhecido como exame preventivo. Sua realização permite reduzir em até 70% a mortalidade por câncer de colo do útero na população de risco, levando em consideração que esta neoplasia demora muito para se desenvolver e as alterações das células que podem desencadear o câncer são descobertas facilmente no exame preventivo, por isso é importante a sua realização periódica, (INCA, 2016). De acordo com as diretrizes para o rastreamento do CCU, este tipo de câncer é um problema de saúde pública mundial. É o segundo mais comum entre mulheres no mundo, atrás apenas do câncer de mama. Anualmente são registrados cerca de 470 mil casos novos. Quase 80% ocorrem em países em desenvolvimento onde, em algumas regiões, é o câncer mais comum entre as mulheres, (BRASIL, 2012). De acordo com o INCA (2016), no Brasil é o terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás do câncer de mama e colorretal, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer. De acordo com Xavier e Terrengui (2006, p. 53) A detecção precoce tornouse extremamente necessária, uma vez que o CCU tenha uma evolução lenta e seu processo inclui lesões neoplásicas ou pré-neoplásicas, podendo ser observadas no Exame de Papanicolau. O Papanicolau é um método manual realizado por profissionais enfermeiros e médicos que permite a identificação de células sugestivas de pré-invasão até lesões malignas, através de coloração multicrômica de lâminas contendo células cervicais esfoliadas, realizada oportunamente nas consultas de planejamento

5 familiar, pré-natal e ginecológica. Geralmente, realizado em mulheres que frequentam os serviços de saúde, o que não diminui, significativamente, a incidência do câncer do colo uterino, apesar de este tipo de câncer ser uma das poucas afecções malignas, com história natural conhecida, que dispõe de uma política internacional para detecção precoce e erradicação, (JORGE et al., 2011). Oferecido gratuitamente pela rede pública de saúde, consiste na coleta de material citológico do colo uterino, com uma amostra da parte externa (ectocérvice) e outra da parte interna (endocérvice). Objetiva detectar, principalmente, as lesões iniciais para que a terapêutica adequada seja aplicada o mais precoce possível (NASCIMENTO; NERY; SILVA 2012). Trata-se de um exame indolor, de baixo custo e eficaz, (ROCHA et al., 2012, p.620). Complementando o tema, Barros (2013) afirma que é fundamental que os serviços de saúde orientem sobre o que é e qual a importância desse exame, pois sua realização periódica permite reduzir a mortalidade por câncer do colo do útero, Pode, no máximo, causar um pequeno desconforto que diminui se a mulher conseguir relaxar e se o exame for realizado com boa técnica e de forma delicada. A realização periódica desse exame continua sendo a estratégia mais amplamente adotada para o rastreamento do câncer do colo do útero. Atingir alta cobertura da população definida como alvo (mulheres entre 25 e 65 anos que já iniciaram a atividade sexual) é o componente mais importante no âmbito da atenção primária, para que se obtenha significativa redução da incidência e da mortalidade por câncer do colo do útero, (BRASIL, 2006). Nóbrega et al (2014, p.2) afirma que, pelo fato de muitas mulheres não procurarem a unidade básica de saúde para a realização do exame citopatológico, viu-se na literatura e na prática um aumento significativo nas taxas de incidência e mortalidade por câncer de colo de útero. Consideram que a aceitação e a procura para realização desse exame se devem, especialmente, à compreensão por parte da mulher da importância deste ato para a manutenção da sua saúde, portanto torna-se importante aprender a influência do comportamento social frente à prevenção do câncer cervical uterino, (NASCIMENTO; NERY; SILVA, 2012). Este trabalho é de grande relevância, tendo em vista de se tratar de um tema importante para a saúde pública. Os objetivos desse estudo concentraram-se em descrever e analisar o conhecimento de mulheres acerca do exame Papanicolau

6 e questões relacionadas à finalidade e periodicidade, bem como os principais motivos da não adesão ao exame de forma periódica. 2 MATERIAIS E MÉTODOS O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Este método de pesquisa tem a finalidade de reunir e sintetizar resultados de pesquisas sobre um determinado tema ou questão, de maneira sistemática e ordenada, contribuindo para o aprofundamento do conhecimento do tema investigado, (MENDES, SILVEIRA e GALVÃO, 2008). Foram utilizadas bases de dados Scielo (Scientific Electronic Library Online) e Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), com os seguintes descritores de assunto: Conhecimento; Saúde da Mulher; Papanicolau. Procedeu-se também à busca de informações sobre esse tema em dados disponíveis na biblioteca do INCA (Instituto Nacional do Câncer). Este estudo teve como questão norteadora de estudo: qual o conhecimento das mulheres sobre a finalidade, periodicidade e os principais motivos de não adesão ao exame Papanicolau? Foram encontrados 48 documentos disponíveis; foram pré-selecionados 30 artigos que eram compatíveis com os objetivos; e, após a leitura, 11 foram selecionados. Os critérios de inclusão foram trabalhos que tinham como resultados o conhecimento de mulheres acerca do exame citopatológico, questões relacionadas à finalidade, periodicidade bem como os principais motivos de não adesão. Cabe ressaltar ainda que foram selecionados apenas estudos que continham as devidas informações previamente solicitadas nos últimos 7 anos, nos idiomas português, inglês e espanhol, sendo que prevaleceram artigos na língua portuguesa, com marco temporal compreendido de 2009 a 2016. Este marco temporal justifica-se por trazer informações mais atuais do tema e devido à relevância do assunto e sua necessidade de dados recentes. Foram excluídos os artigos que não possuíssem informações completas para atingir o objetivo deste estudo, e artigos que apenas tratassem de fatores de não adesão ao exame. Os 11 artigos selecionados foram alvos de leitura analítica, para posterior organização e apresentação.

7 Para a coleta de dados foi elaborado e utilizado um instrumento adaptado para as peculiaridades da temática. O instrumento apresenta as seguintes informações: identificação do artigo, autores e ano, população, local, metodologia, finalidade e importância, periodicidade e fatores associados a não realização do exame preventivo do câncer do colo do útero. 3 RESULTADOS A amostra final desta revisão integrativa foi constituída por 11 artigos científicos, selecionados pelos critérios de inclusão previamente estabelecidos. A Tabela 1 representa uma síntese de cada estudo contendo informações sobre o objetivo do estudo como: autor e ano, metodologia, finalidade ou importância, periodicidade e motivos de não adesão ao exame preventivo. Tabela 1. Pesquisa feita com usuárias do SUS de diferentes regiões brasileiras, referente ao conhecimento acerca do exame preventivo, no ano de 2009 a 2015. AUTOR E ANO Oliveira e Almeida, 2009 Dias et al., 2015 Silva e Silva, 2012. POPULAÇÃO, LOCAL E METODOLOGIA 22 participantes atendidas pela unidade móvel de um município do Paraná. Foi utilizada entrevista semiestruturada. 44 mulheres de uma UBS do estado de MG. O instrumento da coleta dos dados foi um roteiro semiestruturado. 206 mulheres, usuárias da UBS na zona oeste, no municipio do Rio de Janeiro. Coleta de dados FINALIDADE IMPORTANCIA Acham importante, porem conhecem o exame de forma superficial e equivocada, buscando-o mais pelo aspecto curativo do que preventivo. Consideravam importante, porém demonstraram pouca clareza quanto ao significado da prevenção. 51% das mulheres têm conhecimento preciso da utilidade do exame PERIDIOCIDADE 6 mulheres em menos de um ano, 9 entre um e dois anos, 5 entre dois e três anos, 3 entre três e quatro anos, e apenas 1 estava coletando o exame pela primeira vez. Realizam anualmente. 56% fizeram poucos exames e somente 44% das mulheres tiveram atitudes adequadas, e as MOTIVOS PARA NÃO REALIZAR Falta de conhecimento e preferir ser atendida por enfermeira. Desconforto, sentimento de vergonha e constrangim ento. Falta de apareciment o de sintomas, O fato de não gostar

8 Fernand e et al., 2009 Souza; Silva e Pinto, 2010 Matão et al., 2011 Rocha et al., 2012 realizada por meio de um questionário. 267 mulheres residentes no município de São José do Mipibu, RN. Utilizou-se questionário com perguntas précodificadas e abertas. 28 mulheres na cidade de São João do oriente MG. utilizado questionário contendo questões abertas e fechadas. 24 mulheres na unidade básica de saúde da família da cidade de Goiânia/GO. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista aberta. 122 mulheres em um município do estado do Rio Grande do Sul. Aplicado um questionário com questões abertas e fechadas. papanicolau. 96,2% consideraram necessária a realização do exame, 66,9% como forma de se prevenir do CCU e 33,1% de se prevenir de câncer, de forma geral. 82,1% por prevenção, reconhecendo a importância da realização do mesmo, 3,6% por apresentar algum sintoma, 3,6% por ter comportamento de risco e 10,7% nunca fizeram o exame. Vêem o exame como muito importante, pois a partir dele se detectam e previnem muitas doenças; referem-se ao exame como forma de cuidar do seu corpo. 70% relatam que o realizam para diagnosticar o câncer de colo de útero, e que é um método extremamente importante para um diagnóstico razões relatadas à procura estão relacionadas ao planejamento familiar e bolsa família. 85% realizam o procedimento alguma vez ao longo da vida, 15% nunca fizeram e 64,4% realizaram pelo menos uma vez, a cada três anos. 71,4% fizeram a menos de 1 ano, 14,2% a 1 ano, 3,6% mais de 2 anos que não realiza o exame e 10,8% nunca fizeram o exame. Entre a maioria, a periodicidade na realização do exame é anual; entretanto, há referência a intervalos que se estendem de 6 meses até 3 anos. A maioria realiza o exame anualmente e tem o conhecimento de que, se apresentarem alguma alteração devem retornar ao serviço de saúde. de fazer o exame e não ter com quem deixar os filhos. Falta de solicitação do exame pelo médico e vergonha. Vergonha, desconforto físico e medo. Desconforto e sentimento de vergonha. Dificuldades relacionadas à falta de agendament o do preventivo e pouca oferta de fichas e horário das

9 Ressel et al., 2013 Barros, 2013 Vilar, 2011 Souza et al., 2012 15 mulheres assistidas em uma UBS do interior do Rio Grande do Sul. Utilizado roteiro para entrevista semiestruturada. 33 participantes no Centro de Saúde da localidade de Ceilândia DF. A técnica utilizada foi entrevista semiestruturada. 28 questionários, nas sete microáreas pertencentes à ESF Jardim Vista Alegre, na cidade de Vicentina MS. 100 mulheres na cidade de Mirandópolis, São Paulo, Brasil. Utilizou-se um questionário precoce, prevenir problemas ginecológicos, doenças e infecções. Reconhecem a importância do exame, porém não relacionam o exame com alguma patologia específica, não demonstrando conhecer o real motivo de sua realização. Reconhecem a importância de sua realização e sua finalidade. Todas acham muito importante para a prevenção do câncer do colo do útero. 100% consideraram importante; 79% acreditam ser para detecção do CCU; 17% 6% nunca haviam realizado o exame. Entendimentos referentes à necessidade de realização periódica. Entre a maioria, a periodicidade da realização do exame é anual, entretanto, há referência a intervalos que se estendem de 1 a 10 anos. 08 realizam anualmente, 10 em média de dois a quatro anos, 07 mais de quatro anos que não o fazem e 03 afirmam nunca terem feito. 42% em frequência anual. 7% a cada 6 meses; 22% cada 2 ou 3 anos; 8 % quando tem algum consultas. Vergonha, nervosismo, ansiedade, medo de dor e constrangim ento por realizar exame com profissional do sexo masculino. Atendimento por homens, tempo de espera para o atendimento, demora em receber o resultado e constrangim ento. Vergonha, não achar necessário, medo, (pois sentiram muita dor na primeira coleta), não praticarem relações sexuais, relataram que não sentem nada. Falta de tempo e vergonha.

10 semiestruturado. Fonte: Própria da pesquisa. Detecção DST s; 4% apresentaram desconhecer a finalidade. sintoma. 4 DISCUSSÃO Prevenir, de acordo com o estudo de Dias et al (2015), é atuar antecipadamente, impedindo determinados agravos, como o adoecimento, a invalidez, a cronicidade de uma doença ou a morte. Portanto, é imprescindível que as mulheres tenham conhecimento sobre a prevenção do câncer de colo uterino, e principalmente, o realizem. Podemos perceber de acordo com os achados dos estudos selecionados, que existe conhecimento das mulheres quanto à importância de se realizar o exame, sendo que a maioria sabe que é para a detecção precoce do câncer (tabela 1). Quanto a algumas opiniões equivocadas, Fernandes et al (2009) ressalta que a falta de conhecimento pode levar as mulheres a entenderem o exame como um tratamento curativo e não um instrumento de prevenção, sendo propensas a não realizar o exame na ausência de sintomas. O exame Papanicolau como meio de prevenção para o CCU é de grande significância para os serviços de saúde e para a saúde feminina. Sabemos que a não adesão a este exame limita tanto o acesso ao rastreamento do câncer de colo de útero quanto ao seu tratamento. O levantamento da percepção e das atitudes das mulheres frente ao exame tem bastante relevância, pois constituem fatores imprescindíveis para avaliar as estratégias que estão sendo adotadas para a prevenção do câncer de colo do útero no Brasil, (AMORIM e BARROS, 2006). De acordo com Valente (2009), o conhecimento quanto à finalidade do exame influencia as mulheres a se submeterem, resultando em uma maior e mais consciente procura, enquanto que a desinformação sobre a doença e o exame prejudica a mulher na procura dos cuidados preventivos. A desinformação pode gerar despreocupação e consequente desinteresse pela prevenção, não só do câncer de colo uterino, como também de outras doenças ginecológicas. Enfatizamos aqui algumas respostas incorretas apontadas por autores, que afirmaram que o exame tem a finalidade de impedir o desenvolvimento do câncer do

11 colo do útero, conforme tabela 1. Valente et al. (2009, p.1196) diz que esta informação distorcida é passível de levar estas mulheres a se despreocuparem com a continuidade do acompanhamento por crerem estar protegidas. É importante lembrar que muitas doenças, além do câncer do colo do útero, como o HPV (Papiloma vírus humano) e Infecção Sexualmente Transmissível (IST), também podem ser diagnosticadas, não necessariamente pelo citopatológico, mas porque o exame permite observar, por exemplo, a presença de verrugas e lesões no aparelho reprodutor da mulher (ROCHA et al., 2012). Portanto, não se pode negligenciar o conhecimento das respondentes quando não falam sobre a finalidade específica do exame de Papanicolau, pois o conhecimento delas evidencia que sabem que algumas alterações na mucosa vaginal podem ser indicativas, também, de DST s, além do câncer uterino. Apesar do serviço de saúde divulgar e oferecer gratuitamente o exame preventivo, ainda existe mulheres que não possuem um conhecimento e/ou hábito adequado acerca da prevenção do câncer de colo uterino e não realizam periodicamente o exame preventivo. Importante frisar que, de acordo Instituto Nacional do Câncer (INCA), o exame deve ser repetido a cada três anos, após dois exames normais consecutivos realizados no intervalo de um ano. A repetição de um ano após o primeiro teste objetiva reduzir a possibilidade de resultados falso-negativos nessa primeira rodada de rastreamento. Já a periodicidade de três anos se deve à recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e as diretrizes da maioria dos países. Em discrepância a essa realidade, há mulheres que nunca realizaram o exame, e outras que procuram o serviço de saúde após o surgimento de sinais e sintomas. De acordo com Brischiliari et al (2012), o fator que merece atenção especial é a procura às unidades de saúde nos estágios avançados da doença, o que muitas vezes está associado às classes baixas, que podem desconhecer a importância do exame preventivo como método profilático. De acordo com os achados do presente estudo, podemos observar que são inúmeros os fatores de não adesão ao exame preventivo, porém observou-se que o fator predominante referido pelas usuárias foi o sentimento de vergonha (Tabela 1). Quanto à análise dos motivos pela não adesão ao exame, percebeu-se que são inúmeros os motivos que levam as mulheres a não aderir a essa prática. Sentimentos negativos podem diminuir a adesão correta à realização do exame,

12 entretanto eles não são os únicos fatores responsáveis por isso. A dificuldade de acesso aos serviços de saúde como, por exemplo, não ter com quem deixar os filhos ou trabalhar em horários comerciais também contribui para que algumas mulheres não realizem o exame, conforme foi evidenciado (tabela 1). No tocante a vergonha, que foi o fator de não adesão mais descrito pelos autores, observou-se uma barreira ativa para realização do exame, podendo causar até mesmo descontinuidade da assistência. Muitas mulheres se sentem envergonhadas por terem que expor sua genitália e o corpo durante o procedimento, caracterizando-se como algo intenso para mulher, pois a coloca em situação de vulnerabilidade, na qual é exposta ao toque, manipulação e julgamento do seu corpo por outra pessoa. Este fator faz com que a mulher se sinta dividida, utilizando a vergonha como forma de se proteger da exposição ao exame, porém em contrapartida, ela reconhece a inevitabilidade de realizá-lo (THUM et al., 2008). Quanto a afirmativa de falta de tempo citada em alguns estudos, Diógenes et al., (2011) afirma que está relacionada com a sobrecarga do cotidiano das mulheres, sejam elas cuidadoras, donas de casa, comerciantes, dentre outras atividades, pois a rotina atribulada suprime as necessidades de saúde, que ficam para segundo plano. Consequentemente o exame deixa de ser realizado periodicamente, ocorrendo muitas vezes de forma oportunista, ou com o surgimento de sinais e sintomas característicos do CCU ou outras comorbidades, trazendo prejuízos para ela mesma. Nesse contexto, é preciso lembrar as estratégias de atenção à saúde da mulher, principalmente dentro das equipes de saúde da família, devido ao contato direto e o estabelecimento de vínculo com as mesmas (elo entre ESF e as mulheres). O estudo de Mattos (2011) aponta o enfermeiro como um dos principais responsáveis pela ESF. Essa equipe deve planejar ações voltadas à promoção da saúde e o acolhimento, principalmente para adesão ao exame preventivo. Sabe-se que o exame trata-se de algo que causa constrangimento a mulher, aspectos que precisam ser abordados em ações educativas na ESF, buscando mudanças de hábitos, fortalecimento de vínculos, principalmente no que tange a realização deste exame. O mesmo autor acima citado salienta ainda que: Para adesão dessas mulheres ao exame preventivo é necessário estar junto das mesmas, conhecer seus medos, saber ouvi- las, refletir juntos, buscar a individualidade de cada mulher, suas dificuldades, para que as estratégias

13 não sejam aleatórias, pois o resultado positivo dependerá de como o enfermeiro está lidando com esta situação, (MATTOS, 2011 p. 33). No cenário da prevenção do câncer do colo do útero, a participação do enfermeiro nas equipes da ESF é de muita importância e primordial. Suas atividades são desenvolvidas em múltiplas dimensões, entre elas: realização das consultas de enfermagem e exame de papanicolaou, ações educativas diversas junto à equipe de saúde e comunidade, gerenciamento e contatos para o provimento de recursos materiais e técnicos, controle de qualidade dos exames, comunicação, verificação dos resultados e encaminhamentos para os devidos especialistas quando necessário, (MELO et al., 2012). O acolhimento permite que o usuário fique estimulado a recorrer ao serviço, mais confiante na resolução de seus problemas, naquilo que ele espera do atendimento em saúde, afastando, entre outros, o possível sentimento de vergonha, o que pode ser compreendido como necessidade de repensar a prática de enfermagem para adotar uma postura acolhedora, entendendo cada mulher como reflexo do meio em que ela vive, de sua cultura e de suas vivências, (COSTA; COSTA e VAAGHETTI, 2010). CONSIDERAÇÕES FINAIS O câncer de colo de útero tem sido comum no Brasil, sendo responsável por um número elevado de óbitos dentre a população feminina. O exame Papanicolau é uma forma eficaz de prevenção desse câncer, sendo não somente uma maneira de diagnosticar a doença, mas um elemento determinante ao risco de desenvolver a patologia. Embora acessível no Sistema Único de Saúde (SUS), parece distante da vivência de algumas mulheres, conforme demonstrado neste estudo, em que foram evidenciadas algumas barreiras que interferem nas decisões das mesmas a realizarem o exame, ajudando a compreender melhor o comportamento feminino. Encontraram-se como itens mais predominantes e vivenciados nos achados: o medo de realizá-lo e o constrangimento na realização do exame. Outros obstáculos também foram encontrados para a sua não realização, como: o fato de nunca ter realizado o exame preventivo; a indisponibilidade de horários da mulher; a dificuldade de acesso ao serviço de saúde; desconhecimento do exame e de sua importância (mesmo que pouco encontrados). Esses fatores podem prevalecer na vida de muitas mulheres, sendo necessário que as mesmas adotem uma nova

14 postura para a prevenção e também, que os serviços de saúde visem estratégias para incentivá-las na prática periódica de exames de rotina. Espera-se com este estudo contribuir de modo informativo no que se refere à prevenção do câncer cérvico-uterino. Sugere-se, então, como forma de contribuição, a adoção de medidas educativas, orientação, informação e acolhimento por meio da equipe de profissionais de saúde, destacando-se o profissional enfermeiro, uma vez que muitas mulheres relatam ausência da comunicação profissional-paciente, ou por meio de programas do governo, que busquem através de meios de comunicação informar às mulheres a necessidade da realização do exame, divulgando a importância deste na prevenção do câncer cérvico-uterino, e não somente como meio de diagnóstico para tal patologia. Por fim, salienta-se que o modo de aprimorar o rastreamento do CCU é a educação em saúde, mediante o conhecimento do enfermeiro, que precisa identificar os obstáculos que levam á não adesão ao exame, desenvolvendo uma correta abordagem e acolhimento, diminuindo desta forma, fatores contribuintes para a sua não realização. Para redução desses fatores é preciso também, além do conhecimento, um excelente relacionamento entre o enfermeiro e o público-alvo, visto que é ele o responsável pelo exame e as orientações repassadas a esta clientela. REFERÊNCIAS AMORIN, V. M. S. L.; BARROS, M. B. A. Fatores relacionados a não realização do exame de papanicolaou: um estudode base populacional no município de campinas, São Paulo, brasil. Cad saúde publ. v. 22, n. 11, p. 2329-38, 2006. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0102-311x2006001100007>. Acesso em 15 out. 2016. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Nomenclatura brasileira para laudos cervicais e condutas preconizadas: recomendações para profissionais de saúde. 2. ed. Rio de Janeiro: INCA, 2006. BRISCHILIARI S. C. R. et al. Papanicolau na pós menopausa: fatores associados a sua não realização. Cad Saúde Pública. v. 28, n. 10, p.1976-84. 2012 out. Disponível em:< http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0102-311x2012001000015>. Acesso em 15 out. 2015.

15 COSTA, C. de O. da; COSTA,, C. F. S. da; VAAGHETTI, H. H. Acolhimento no processo de trabalho da enfermagem: estratégia para adesão ao controle do câncer do colo uterino Rev. baiana saúde pública. v. 34, n.3, p. 706-717, 2010. Disponível em: < http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?isisscript=iah/iah.xis&src=google&base=lilacs&lang=p &nextaction=lnk&exprsearch=592264&indexsearch=id>. Acesso em 15 out. 2016. DIAS, E. G. et al. Avaliação do conhecimento em relação à prevenção do câncer do colo uterino entre mulheres de uma unidade de saúde. Rev epidemiol control infect. v.5, n.3, p. 136-140, 2015. Disponível em: <https://online.unisc.br/seer/index.php/epidemiologia/article/view/5646>. Acesso em: 30 out. 2016. DIÓGENES, M, et al. Barreiras a realização periódica do papanicolau: estudo com mulheres de uma cidade do nordeste do brasil. Rev. Aps. v. 14, n. 1, p. 12-18, 2011 jan/mar. Disponivel em: < https://aps.ufjf.emnuvens.com.br/aps/article/view/795>. Acesso em 15 out. 2016. FERNANDES, J. V. Conhecimentos, atitudes e prática do exame de papanicolaou por mulheres, nordeste do brasil. Rev saúde pública. v. 43 n.5, p. 851, 2009. Available from <http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0034-89102009000500015&lng=en&nrm=iso>. Access em 30 Out. 2016. FONSECA et al. Conhecimentos, atitudes e práticas de funcionárias sobre o exame preventivo de câncer do colo de útero. Rev enferm ufpe on line., Recife, v. 10, n. 8 p. 2983-2984, ago., 2016.. Disponível em: www.revista.ufpe.br/revistaenfermagem/index.php/revista/.../15671. Acesso em 20 out. 2016. JORGE, R. J. B. et al. Exame Papanicolaou: sentimentos relatados por profissionais de enfermagem ao se submeterem a esse exame. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n. 5, p. 2443-2451, Mai 2011. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1413-81232011000500013&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 10 Out. 2016 INCA. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. Instituto nacional de câncer. Coordenação geral de ações estratégicas. Divisão de apoio à rede de atenção oncológica. rio de janeiro, 2011. Disponível em <http://www.inca.gov.br>. Acessado em 24 mai. 2012. MATÃO, M. E. L. et al. Percepção de mulheres acerca do exame colpocitológico. Rev. Enferm. Cent. O. Min. v. 1, n. 1, p. 47-58, 2011 jan/mar. Disponível em: < http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?isisscript=iah/iah.xis&src=google&base=bdenf&lang=p &nextaction=lnk&exprsearch=24436&indexsearch=id. Acesso em 16 out. 2016. MATOS, D. O. O papel da enfermagem na busca pela adesão das mulheres ao exame de papanicolaou. Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Medicina. Núcleo de Educação em Saúde Coletiva. Araçuaí, 2011. 39f. Monografia (Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família).

16 MELO, M. C. S. C.o de et al. O Enfermeiro na Prevenção do Câncer do Colo do Útero: o Cotidiano da Atenção Primária. Revista Brasileira de Cancerologia. v. 58, n. 3, p.: 389-398, 2012. Acesso em 15 out 2016. NASCIMENTO, L. C.; NERY, I.S.; SILVA, A. O. Conhecimento cotidiano de mulheres sobre a prevenção do câncer de colo do útero. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro. V. 20, n. 4, p. 476-80. 2012 out/dez. NÓBREGA, A. L..Importância da assistência de enfermagem para a realização do exame citopatológico: um olhar bibliográfico. INTESA (Pombal - PB - Brasil) v. 8, n. 2, p. 01-08, Dez., 2014. Disponível em: http://www.gvaa.com.br/revista/index.php/intesa Acesso em 14 out 2016. OIVEIRA, S. L. e ALMEIDA, A. C. H. de. a percepção das mulheres frente ao exame de papanicolaou: da observação ao entendimento..cogitare enferm; v. 14, n. 3, p.518-26, 2009 jul/set. Disponível em: < https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/3248.pdf> Acesso em 20 out. 2016. RESSEL, L. B.. Exame preventivo do câncer de colo uterino: a percepção das mulheres. Av.enferm., v. 31, n. 2 p. 65-73, 2013. Disponível em: http://www.revistas.unal.edu.co/index.php/avenferm/article/view/42766. Acesso em 17 out. 2016. ROCHA, B. de D da et al. Exame de papanicolau: conhecimento de usuárias de uma unidade básica de saúde. Rev enferm ufsm. v.2, n. 3, p. 619-629, 2012 set/dez. Disponível em: <https://periodicos.ufsm.br/reufsm/article/view/6601>. Acesso em: 30 out. 2016. SILVA, M. R. B.da; SILVA, L. G. P. da. O conhecimento, atitudes e prática na prevenção do câncer uterino de uma unidade da zona oeste rio de janeiro. R. Pesq.: cuid. Fundam. Online v.4, n. 3, p. 2483-92, 2012 Jul./set. Disponível em: < http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?isisscript=iah/iah.xis&src=google&base=bdenf&lang=p &nextaction=lnk&exprsearch=22541&indexsearch=id. Acesso em: 14 out. 2016. SILVA, N. et al. exame citológico: conhecimento de um grupo de mulheres acerca dessa prática. V. 16, n. 2 issn 2447-2131 João Pessoa, 2016. SOUZA, D. A.; SILVA, J. de O.; PINTO, N. M. de M. Conhecimento e prática das mulheres em relação ao exame Citológico do colo uterino. Revista enfermagem integrada ipatinga: unileste-mg - v.3 - n.2 - nov./dez. 2010. Disponível em: < www.unilestemg.br/.../04-conhecimento-e-pratica-exame-citologico-colo> Acesso em 17 de out. 2016. SOUZA, G. D. da S. et al. A concepção das mulheres de Mirandópolis-São Paulo acerca do exame de papanicolau. Revista de Enfermagem da UFSM. v. 3, n. 3, p. 470-479, dez. 2013. ISSN 2179-7692. Disponível em: <https://periodicos.ufsm.br/reufsm/article/view/9647>. Acesso em: 15 out. 2016.

17 THUM, M. et al. Câncer de colo uterino: percepção das mulheres sobre prevenção. Cienc cuid saúde. V. 7, n. 4, p. 509-516, 2008. Disponível em: <http:// periodicos.uem.br/ojs/index.php/cienccuidsaude/article/ viewfile/6 659/3917> acesso em 13 out 2016. VALENTE, C. A. et al. Conhecimento de mulheres sobre o exame de papanicolaou. rev esc enferm usp. v. 43, n. 2, p. 1193-8, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0080-62342009000600008&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 15 Out. 2016. XAVIER, S. P.; TERRENGUI, L. C. S. Práticas, sentimentos e conhecimentos de mulheres sobre o Papanicolau. Ver. Enferm. UNISA. v.7, p. 53-6, 2006. Disponível em: < http://univar.edu.br/revista/index.php/interdisciplinar/article/view/291>. Acesso em 15 Out. 2016.