Direito Penal Dano e Apropriação Indébita
Dano Art. 163 do CP: Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia. Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. - Infração penal de menor potencial ofensivo.
Dano Objetividade Jurídica: Inviolabilidade do patrimônio. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa física (crime comum), salvo o próprio dono do bem danificado. Admite-se o concurso de agentes.
Dano - Aquele que destrói ou danifica coisa própria, que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção: Crime de exercício arbitrário das próprias razões (art. 346 do CP);
Dano - Quem destrói, total ou parcialmente, coisa própria, com o intuito de obter indenização ou valor de seguro: incide em tipo específico de estelionato (fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro - art. 171, 2º, V, do CP).
Dano Sujeito Passivo: Qualquer pessoa, podendo, inclusive, envolver uma pessoa jurídica. Possível, ainda, que existam dois sujeitos passivos, quais sejam, o possuidor direto da coisa destruída, inutilizada ou deteriorada e o possuidor indireto, o proprietário.
Dano Tipo Objetivo: - Destruir: eliminar o objeto material (ex: demolir a casa do vizinho); - Inutilizar: retirar-lhe a respectiva finalidade ou função (ex: fundir o motor de um automóvel); - Deteriorar: diminuir parte do valor, qualidade ou utilidade de alguma coisa (ex: arrancar as pernas de uma escultura).
Dano - O simples fato de fazer desaparecer, sem danificar a coisa, não constitui crime de dano (ex: soltar cachorro da vizinha); - Pichação ou grafite em edifício ou monumento urbano (art. 65 da Lei n. 9.605/98).
Dano Objeto Material: Coisa alheia móvel ou imóvel. Excluídas: - res nullius (coisa nunca pertencente a ninguém); - res derelicta (coisa abandonada) / ausente a condição de alheia.
Dano Obs: res desperdicta (coisa perdida), no entanto, pode constituir objeto material do crime de dano, tendo em vista que possui um dono (alheia).
Dano Tipo Subjetivo: Dolo. Não existe crime de dano culposo. Elemento subjetivo especial do tipo (?) (divergência doutrinária).
Dano Consumação: Com a efetiva destruição, inutilização ou deterioração da coisa alheia. - Tratando-se de crime que deixa vestígios, indispensável o exame pericial (art. 158 do CPP). Tentativa: Admissível (delito plurissubsistente).
Dano Qualificado (Art.163, único, CP) Se o crime é cometido: I com violência à pessoa ou grave ameaça; II com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave; III contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista;
Dano Qualificado (Art.163, único, CP) IV por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima: Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
Apropriação Indébita Art. 168 do CP: Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção. Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Apropriação Indébita Objetividade Jurídica: Inviolabilidade do patrimônio. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa física que tenha a posse ou a detenção lícita da coisa móvel alheia, estando ciente de que não pode inverter o título de sua relação em domínio. Admite concurso de agentes. Crime Comum (majoritário) / Crime Próprio (Rogério Greco).
Apropriação Indébita - Caso o agente do crime de apropriação indébita seja funcionário público e a coisa móvel esteja sob a sua posse em razão do vínculo funcional, por força do princípio da especialidade, o crime será de peculato (art. 312 do CP).
Apropriação Indébita Sujeito Passivo: É a pessoa física ou jurídica, titular do direito patrimonial diretamente atingido pela empreitada delitiva, sendo que não se restringe ao proprietário da coisa móvel, abarcando, também, o caso do usufrutuário e do credor pignoratício.
Apropriação Indébita - Se a vítima for pessoa idosa e o objeto material recair sobre bens, proventos, pensão ou outro rendimento: art. 102 da Lei n. 10.741/2003 (Estatuto do Idoso); - Caso o sujeito passivo seja pessoa portadora de deficiência: art. 89 da Lei n. 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
Tipo Objetivo: Apropriação Indébita - Apropriar-se: tomar como própria coisa de outrem, tomar para si algo de terceiro, apoderar-se, fazer sua coisa alheia.
Apropriação Indébita I) apropriação indébita propriamente dita: conduta comissiva por meio da qual o sujeito realiza ato demonstrativo que inverteu o título da posse (ou detenção) em propriedade (ex: venda ou doação) II) negativa de restituição: o sujeito manifesta claramente ao ofendido que não devolverá o objeto material
Apropriação Indébita Requisitos. Apropriação Indébita: a) entrega da coisa pela vítima ao sujeito ativo de forma livre, voluntária e consciente; b) posse ou detenção pelo sujeito ativo sem vigilância do proprietário da coisa;
Apropriação Indébita Requisitos. Apropriação Indébita: c) boa-fé do sujeito ativo no momento em que recebeu a coisa para exercício de posse ou detenção; d) inversão do ânimo do sujeito ativo em relação à coisa sob seu poder.
Apropriação Indébita Tipo Subjetivo: Dolo, isto é, vontade livre e consciente de apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou detenção de forma lícita (ou legítima); não há crime culposo de apropriação indébita.
Apropriação Indébita Consumação: Com a inversão do título da posse ou detenção em propriedade, isto é, quando o agente passa a agir como se dono fosse da coisa alheia móvel. Crime material. Tentativa: Admissível (delito plurissubsistente).
Apropriação Indébita Majorada Art. 168, 1, do CP: A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa: I em depósito necessário; II na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; III em razão de ofício, emprego ou profissão.
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