Aspetos gerais da evolução e situação do mercado

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Transcrição:

1 Aspetos gerais da evolução e situação do mercado Negócio na rede internacional Tráfego de comunicação de voz Tráfego de dados / IP Serviço de aluguer de circuitos Rede Internacional Portugal na Rede dos Serviços Internacionais

2 Tráfego telefónico De regime de correspondência para mercado grossista / Hubbing, o qual representa hoje cerca de 70% do tráfego total. Concorrência total (players e tecnologias) - Margens e receitas líquidas de tráfego pequenas. Gestão de SLAs e encaminhamentos complexos (multiplicidade de preços e redes). Muitos carriers abandonam ou reduzem a atividade. Correspondência Relação matricial n² Mercado Grossista Hubbing

3 Tráfego telefónico Tráfego telefónico alavancado pelo serviço celular, liberalização do mercado, globalização/mobilidade internacional (x10). Utilização da rede, de 90 % no final do século e menos de 1% nos dias de hoje. Tráfego comutado por cct >>> + VoIP/gateway >>> + Web apps (OTTs > 50%). Receitas são mantidas, mas as receitas líquidas descem, dadas as pequenas margens. Source: TeleGeography

4 Tráfego telefónico Concentração de tráfego Wholesale em poucos players (Telecom Itália, KPN, BICS, DT, Telefónica, Tata) - Carrier s Carrier. 10 operadores concentram 60% do tráfego. comutado

5 Tráfego de dados / IP Representa 99% de largura de banda internacional usada. Big get bigger Sete operadores (ISPs e major carriers) dominam o mercado backbone IP (Level 3, Cogent, Tiscali/GTT, Tata, TeliaSonera, NTT, TI Sparkle ). No entanto, alguns dos principais Content e Cloud Providers, OTTs estão a construir as suas próprias redes privadas, via investimentos diretos em sistemas submarinos, apresentando-se nalgumas rotas como os maiores detentores de capacidade. Por efeito disso, é posto em causa o negócio de alugueres dos carriers aos ISPs.

6 Tráfego de dados / IP Modelo de relação no negócio A Internet difere substancialmente da rede telefónica, em termos de tecnologia, arquitetura e estrutura de mercado. Modelo Internet Camadas (Tiers) Relação hierárquica

7 Tráfego de dados / IP Tendência para a comoditização do IP. Redução de cerca de 90% dos preços do trânsito IP e circuitos de acesso em 10 anos. Sentimento de que a trajetória começa a ser insustentável. Grande disparidade de preços, consoante a geografia e volumes agregados. Median GigE IP Transit Prices in Major Global Cities, Q2 2005-Q2 2012 Em 2016, o preço de trânsito IP em Londres aproxima-se de 1 USD / Mbps

8 Tráfego de dados/ IP Utilização largura banda Internet: redes privadas (mirroring & caching) >>> capacidade backbone IP. Pressão sobre as receitas das capacidades alugadas pelos carriers aos ISPs e CPs.

9 Rede Mundial de Sistemas Submarinos Óticos Rede intercontinental: Satélite e Cabos Submarinos no passado, atualmente apenas cabos submarinos óticos. Cerca de 300 sistemas submarinos com mais de 1 milhão de quilómetros. Em 20 anos a capacidade intercontinental foi multiplicada por um fator da ordem do milhar. 80% de toda a largura de banda intercontinental, termina nos EUA e Canadá. Too big too fail: Tecnologia ótica coerente e Software-Defined Networking (SDN), resulta em malhas de rede inteligentes e autónomas, com ajuste dinâmico da largura de banda.

10 Rede Mundial de Sistemas Submarinos Óticos Total Largura de banda Inter-regional 2015 144 Tbps (equipada) 31 Tb 60 Tb

11 Rede Mundial de Sistemas Submarinos Óticos Capacidade equipada 1998 - ~100 Gbps 2007 11 Tbps 2009 20 Tbps 2011 42 Tbps 2013 79 Tbps 2015 144 Tbps Que corresponde, em média, 15 a 20% da capacidade potencial total existente (~1.700 Tbps) Fonte: Telegeography Investment in New Submarine Fiber Optic Projects, 1987-2014 Source: SUBMARINE TELECOMS INDUSTRY REPORT

12 Rede Mundial de Sistemas Submarinos Óticos Instalação / Propriedade capacidade mudou significativamente em 20 anos. O último sistema submarino em consórcio (TAT-14) transatlântico instalado foi em 2002. Source: STF Analytics

13 Portugal na Rede dos Serviços Internacionais Portugal é um dos principais hubs de cabos submarinos intercontinentais, sendo o segundo na frente atlântica europeia depois da Inglaterra, com ligação direta a todos os continentes, situação única a nível mundial. Capacidade de interligação de tráfegos internacionais em Portugal, com soluções de rede confiáveis e rotas com baixas latências para os principais hubs / IXPs mundiais, questão importante para a computação em nuvem.

14 Portugal na Rede dos Serviços Internacionais Marcadores a negro são IXPs

15 Portugal na Rede dos Serviços Internacionais IXPs tinham, por primeiro objetivo, a melhoria da conectividade Internet, sendo os fundadores entidades não lucrativas, como NRENs, entidades gestoras de domínios cctlds, etc. O conceito evoluiu para um quadro de exploração comercial. Nos EUA, hoje, todos IXPs são comerciais e na Europa cerca de 50% são de base comercial. Em Portugal apenas existe um IXP - GigaPix gerido pela FCCN. (em termos de tráfego, na Europa é o 59º e no mundo é o 113º - Fonte: Packet Clearing House PCH). Não obstante as condições privilegiadas de amarração de cabos submarinos, o país não tem sido usado como hub de tráfego.

16 Portugal na Rede dos Serviços Internacionais Estações de Cabos Submarinos (ECS) a poucos quilómetros de Lisboa, o que não acontece em Inglaterra, França ou Espanha, em que os PoPs (Point of Presence) e IXPs (Internet Exchange Point) naqueles países distam cerca de 300 a 400 km das Estações de Cabos de Submarinos. Esta situação geográfica invejável, permite custos baixos da extensão terrestre (backhaul) e um maior nível de resiliência da rede.

17 Portugal na Rede dos Serviços Internacionais Ranking by size of some of IXPs (excluding those in North America) Madrid 5 IXP; Amsterdam 3 IXP; Lisbon 1 IXP Fonte Wikipedia

18 Portugal na Rede dos Serviços Internacionais Portugal tem condições para ser importante hub IXP no tráfego Europa-África-Oriente-Am. Sul Políticas públicas claras e promoção na atração de investimentos privados são requeridas - nº de IXPs

19 MUITO OBRIGADO PELA VOSSA ATENÇÃO