TÍTULO: ANÁLISE DE POTENCIALIDADE TOXICOLÓGICA EM TINTURA DE CABELO POR WDXRF INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

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Transcrição:

TÍTULO: ANÁLISE DE POTENCIALIDADE TOXICOLÓGICA EM TINTURA DE CABELO POR WDXRF CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: FARMÁCIA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS AUTOR(ES): DANIELA BONTEMPI PARTAR, THALYTA DE MELO MARTÃO ORIENTADOR(ES): REGINALDO RIBEIRO DE AQUINO

1. RESUMO Teores de minerais foram analisados em diversas tinturas para cabelo, por Fluorescência de raios-x por Dispersão de Comprimento de Onda (WDXRF). No estudo, as cerca de 200 mg de amostras sobre uma pastilha de H 3 BO 3 foram acondicionadas em porta amostra específico e mensuradas no espectrômetro WDXRF modelo RIX 3000-Rigaku-CO (15~50kV e 50mA) em vácuo. A quantização foi feita pelo método dos parâmetros fundamentais e calibração multivariada utilizada para corrigir efeitos de matriz. A conformidade e aceitabilidade avaliadas pelo índice Z-score e HORRAT. Os limites de quantificação estão entre 2 e 60 μg gˉ¹ considerados suficientes para este tipo de ensaio. Observou-se que em todas as amostras possuem em sua composição Si, Na e S em diferentes teores. Algumas amostras apresentaram quantidade elevada de cloro. Não foram determinados elementos potencialmente tóxicos como Cd, As, Hg e Pb neste ensaio. Para as amostras 1, 6 e 10 foi determinada a presença de Ni. 2. INTRODUÇÃO Os primeiros relatos de tintura para cabelo datam do antigo Egito, onde eram utilizados componentes de origem vegetal como a camomila (Matricaria recutita) e henna (Lawsonia inermis) e alguns compostos metálicos. Ao início do século XX, com o advento dos compostos orgânicos foi elaborada a primeira tintura sintética para cabelos (VIGARELLO, 2006; VITA, 2008). No Brasil, a vaidade de homens e mulheres já faz parte do cotidiano, independente das faixas etárias da população. Nesse contexto, nota-se que o uso de tintura para cabelos é muito comum e de fácil acesso comercial, podendo ser adquirido em drogarias ou supermercados para auto aplicação ou mesmo em salões de cabeleireiros, feito neste caso, por profissionais. Devido a essa alta procura e uso desses produtos deve ser feita uma rigorosa fiscalização para que os mesmos sejam seguros e não tragam problemas a saúde

tanto dos consumidores quanto dos profissionais. O uso industrial de substâncias químicas está sujeito a normas de órgãos reguladores para que sejam feitas essas fiscalizações, onde no Brasil são de competência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). No processo de formulação da tintura de cabelo alguns produtos podem conter em suas composições componentes potencialmente tóxicos agregados que durante a aplicação podem migrar para o organismo por contato direto com a pele, inalação, ou outros resultando em uma contaminação tanto do paciente quanto do profissional, sendo possível destacar elementos inorgânicos como Cu, Pb, Ag, Ni, Cr, As, Hg, Cd, B, entre outros que constituem significativa toxicidade para o organismo humano (PASCALICCHIO, 2002; BATISTA, 2013). 3. OBJETIVOS Esse trabalho tem como objetivo analisar amostras de tintura de cabelo, através da técnica analítica de Fluorescência de Raios-X por Dispersão de Comprimento de Onda (WDXRF) para compostos inorgânicos, visando avaliar a quantidade desses elementos. 4. MATERIAIS E METODOLOGIA As amostras foram adquiridas no comércio local da cidade de São Paulo/SP, totalizando um conjunto de 14 amostras. No processo de análise, alíquotas de cada amostra foi depositada por meio de uma espátula (cerca de 200 mg) sobre uma pastilha de H 3 BO 3 (PA), recobertas por um filme fino de polipropileno (thin film for XRF, 5µ SPEX) e secas em temperatura ambiente (25±2 o C) por 120 h. Após a secagem, foram suportadas em um porta amostra específico (X-Cell - SPEX). O equipamento utilizado foi um WDXRF, modelo

RIX 3000, produzido pela Rigaku, Co.. Os parâmetros de operação do espectrômetro foram: tubo de raios X de Ródio, 50 kv x 50 ma; colimador de 20 mm; detector de cintilação (NaI/T) para os elementos pesados (Z > 20) e proporcional de fluxo (mistura P-10) para os elementos leves (Z 10). A quantificação dos elementos foi realizada por meio do método dos Parâmetros Fundamentais (PF), considerando como balanço o elemento carbono. Nesse método são utilizados algoritmos matemáticos que permitem corrigir os efeitos espectrais (absorção/intensificação) a partir da medida da intensidade da linha de emissão do elemento e dos valores tabelados dos principais parâmetros fundamentais, como distribuição espectral primária (fonte), coeficiente de absorção (fotoelétrico e de massa), rendimento de fluorescência e outros. Nele se assume que a amostra é homogênea, apresenta espessura infinita e tem uma superfície razoavelmente plana (LACHANCE, 1995; SCAPIN, 2003). No método PF é possível analisar amostras sem a utilização de material de referência certificado, entretanto, a confiabilidade aumenta se os diversos parâmetros que fazem parte da expressão matemática forem obtidos a partir de padrões adequados. O cálculo envolve duas etapas fundamentais: calibração e previsão. Na etapa de calibração, a equação de PF é utilizada para prever a intensidade das linhas características do padrão de calibração. Os cálculos são realizados especificamente para o espectrômetro em que as medidas estão sendo realizadas, uma vez que, a equação de FP considera aspectos de geometria, fonte e condições instrumentais. As intensidades teoricamente calculadas são relacionadas com as intensidades medidas e esta última, corrigida para cada linha característica. Esta correção é obtida por meio da inclinação da curva, intensidades líquidas (experimentais) versus intensidades calculadas, que corresponde ao fator proporcional utilizado na correção (NAGATA, 2001). Na etapa da previsão é necessário estimar primeiramente uma composição aproximada da amostra. Normalmente, é considerada a intensidade relativa das linhas de emissão detectadas para cada elemento presente na matriz, assumindo

que o total emitido corresponde a uma composição de 100% (ou outro total se os constituintes menores forem ignorados) (CRISS & BIRKS, 1969; NAGATA, 2001). A partir desta equação, um software calcula quais as intensidades deveriam ser observadas para a suposta composição, compara-as com os valores medidos, ajusta a composição assumida e calcula o novo conjunto de intensidades esperadas. Este processo de interação é repetido automaticamente até que a composição suposta forneça uma intensidade de raios-x correspondente ao valor medido para um nível de significância de 0,05. A composição que atender esta relação é o resultado da análise (BERTIN, 1970; NAGATA, 2001; SCAPIN, 2008). A avaliação metodológica aplicada seguiu orientações normativas sobre validação de métodos analíticos INMETRO-DOQ-CGCRE-8 (INMETRO, 2010). 5. RESULTADOS Os valores determinado para os elementos estão expostos na Tabela.1. Tabela 1 Resultados em µg relativos a uma área de 1 cm² de tintura. Amostra S Cl Na Fe Ni Ca Si P K Al 1 8,945 31,764 2,178 0,607 0,605 0,163 0,096 0,015 - - 2 0,572-0,176 0,760 - - 0,061 - - - 3 1,335 0,126 1,335 0,755 - - 0,095 0,828 0,851 0,176 4 7,492 33,469 2,596 0,662 - - 13,794-0,414 0,060 5 19,852 0,517 2,596 0,689 - - 0,040-2,818-6 21,913 0,517 1,918 0,689 0,628-0,055 0,019 2,223-7 5,108-1,177 - - - 0,047 - - 0,169 8 6,052-1,918 0,667 - - 0,065 0,962-0,101 9 19,852 4,325 2,308 - - - 0,862 0,099 2,919 0,553 10 20,500 4,430 2,300 1,701 0,607 0,168 0,863 0,103 2,959 0,552 Valores em relação à ± 3σ aceitabilidade.

Observa-se que a composição varia consideravelmente entre as diferentes amostras, sendo que, a mais simples em composição foi a amostra 7. Destaca-se a quantidade de 33,469 µg/cm² para a amostra 4. Para uma melhor visualização os elementos determinados por amostra estão contrapostos na fig.1; Fig.1 Comparativo entre os elementos determinados para as amostras. Observa-se que para todas as amostras apresentaram enxofre e silício e sódio em sua composição. Poucas amostras apresentaram cálcio na composição. Não foram determinados elementos potencialmente tóxicos como Cd, As, Hg e Pb neste ensaio. Para as amostras 1, 3 e 10 foi determinada a presença de Ni.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS A técnica de fluorescência de raios x por dispersão de comprimento de onda, WDXRF, mostrou-se eficiente para o estudo desenvolvido conduzindo a resultados satisfatórios para as amostras analisadas. Não foram determinados elementos potencialmente tóxicos como Hg, Pb, Cd e As, nas amostras avaliadas. Destaca-se a presença de Ni a uma proporção de 0,6 µg/cm² para as amostras 1, 6 e 10, que em contato com a pele poderá ocasionar dermatites de contato e em caso de inalação ou ingestão pode ocasionar bronquite ou favorecer o surgimento de câncer. AGRADECIMENTOS As autoras agradecem aos professores envolvidos, bem como a estrutura do Laboratório do CQMA no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares IPEN/CNEN-SP. BIBLIOGRAFIA BATISTA A.D.; TOLINI B.B.; SCAPIN M.A; AQUINO R.R.. Análise da Concentração de Cu, Zn e Cd em maquiagem Para Olhos EDXRF, in: CONGRESSO BRASILEIRO DE TOXICOLOGIA, XVIII, Porto Alegre, 2013, Rio Grande do Sul; BERTIN, E. P. Principles and practice of X-ray spectrometric analysis. Plenum Press, New York, N. Y., cap.01. 1970; CETESB-SP. Níquel e seus compostos. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/userfiles/file/laboratorios/fit/niquel.pdf> CRISS, J. W. e BIRKS, L.S., Calculation Methods for Fluorescent X-Ray Spectromety. Anal. Chem., v.40, p. 1080-1086, 1968;

INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. ORIENTAÇÃO SOBRE VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS, DOQ-CGRE- 008, 3ª Rev., FEV/2010. Disponível em <http://www.inmetro.gov.br/sidoq/arquivos/ CGCRE /DOQ/DOQ-CGCRE-8_03.pdf> LACHANCE, G. R.; FERNAND, C. Quantitative x-ray fluorescence analysis. New York, NY: John Wiley & Sons, 1994. MÜLLER, D. M. Spectrochemical analysis by X-ray fluorescence. Plenum, New York, 1972; NAGATA, N.; BUENO, M. I. M. S. Métodos matemáticos para correção de interferências espectrais e efeitos interelementos na análise quantitativa por fluorescência de raios-x. Quim. Nova, v. 24, No. 4, p. 531-539, 2001; PASCALICCHIO, Aurea. Contaminação por metais pesados: Saúde pública e medicina ortomolecular. São Paulo. Annablume. 2002; ROUSSEAU, R., Detection limit and estimate of uncertainty of analytical XRF results, The Rigaku Journal, vol. 18, n. 2, 2001; SCAPIN, M. A. Aplicação da difração e fluorescência de raios X (WDXRF): ensaios em argilominerais. 2003. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN/CNEN-SP, São Paulo; SCAPIN, M. A. Estudo de Remoção de Elementos Inorgânicos e Degradação de Compostos Orgânicos por Radiação Gama em Óleos Lubrificantes Usados. Tese (Doutorado). Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, São Paulo, 2008; VIGARELLO, Georges. História da beleza. Ediouro Publicações, 2006; VITA, Ana Carlota R. História da Maquiagem, da cosmética e do penteado. Busca da perfeição. São Paulo: Anhembi Morumbi, 2008.