PRÁTICA EMPRESARIAL DENTRO DE UMA UNIVERSIDADE PARA O CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS. Nádia Kassouf Pizzinatto



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Transcrição:

PRÁTICA EMPRESARIAL DENTRO DE UMA UNIVERSIDADE PARA O CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS AUTORA Nádia Kassouf Pizzinatto INSTITUIÇÃO UNIMEP Universidade Metodista de Piracicaba INTRODUÇÃO Neste trabalho analisamos, num primeiro momento, as opções que os responsáveis por um Curso de Administração podem utilizar para integrar a teoria à prática para os discentes análise de casos, pesquisa, estágio curricular e extra-curricular. Em seguida, apresentamos uma experiência em uma das opções, o Estágio Curricular, na Universidade Metodista de Piracicaba. Por fim, em nossas conclusões procuramos interligar a situação das várias opções à prática empresarial: casos, pesquisas, estágio curricular e extra-curricular, na Universidade Metodista de Piracicaba, tanto sua situação atual como expectativas para o futuro. 1 ALTERNATIVAS À PRÁTICA EMPRESARIAL PARA ALUNOS DE ADMINISTRAÇÃO Existem diversas formas de se contactar o aluno do Curso de Administração de Empresas com a prática empresarial. Entre elas, podemos destacar como alternativas: a. análise de cas os empresariais; b. pesquisa de um ramo específico da economia, dentre tantos entre aqueles em que as empresas podem estar inseridas; c. desenvolvimento de atividades programadas para estágio curricular; d. desenvolvimento de estágio extra-curricular. A primeira delas, não por ordem de importância, mas pela facilidade de uso, é representada pelos casos empresariais. Esses casos, ou cases, como são chamados freqüentemente, na maior parte das vezes são compilados em livros organizados a partir de assessorias prestadas pelos autores a empresas, ou a partir de pesquisas realizadas por eles junto ao mercado de trabalho. Ou, nas palavras de Maximiniano: um caso é na verdade, um testemunho de um problema de negócio, que foi vivenciado por um profissional e que exigiu a sua análise e decisão, juntamente com fatos, opiniões e preconceitos circundantes, dos quais as decisões dependiam. (1) A análise desses casos pode ser de grande utilidade na medida em que faz o aluno colocar-se na posição de consultor, para tomar decisões e sentir a dificuldade de levantar alternativas em relação a um problema, pesar os prós e os contras de cada uma, e optar pela que melhor relação custo-benefício apresente. Mas podem, os casos, ser desastrosos se o professor se coloca na posição de dono-da-verdade, tendo uma posição única e final como solução para o caso.

Pessoas com tais posturas, ou seja, que se dizem absolutamente convencidas de que seu ponto de vista é o único certo, são perigosas. Essa, posição de Rollo May, que ainda completa essa convicção é a essência, não só do dogmatismo mas do seu parente mais destruidor, o fanatismo. (2) É preciso, portanto, levar o aluno a enxergar as várias alternativas possíveis de solução do caso, e também o fato de que cada decisão pode levar a resultados diferentes conforme a época e o cenário mercadológico em que a decisão é implementada. Para que se evidencie que não existe uma solução única ou ótima para um caso, o Prof. Marcos Cobra sugere também, que a discussão em grupo deva ser priorizada em relação a análise individual. (3) A segunda alternativa para se integrar o discente com a realidade empresarial, é atrvés de sua participação em pesquisas de um setor da economia. Mas abrangente que um caso específico, a pesquisa possibilita ao estudante a conscientização dos métodos de tomada de decisão, de trabalho, de investimento, de um setor inteiro. A pesquisa pode contribuir para fazer evoluir a teoria em uma dada área de saber, o que já não acontece com o caso: de um ponto de vista estritamente científico, e inaceitável que casos isolados sirvam para a construção de teorias, o que significa que o caso deve prestar-se a ilustrar conceito que tenham sido ou virão a ser expostos. (4) Entretanto, a pesquisa mostra-se menos viável que o caso, se considerarmos a realidade dos Cursos de Administração oferecidos pelas Faculdades e Universidades particulares, em que o aluno é obrigado a trabalhar durante o dia para pagar os estudos, (desenvolvidos), normalmente, à noite. Exigir desse discente que, além das leituras e exercícios (realizados) como exigência das disciplinas de seu curso ainda encontre horário disponível para a pesquisa de campo, é esperar um espírito estóico por parte deles. A terceira alternativa para a pratica dos alunos de Administração é representada pela Estágio extracurricular compreende o trabalho desenvolvido pelos alunos em empresas ou organizações, sem a interferência da unidade escolar a que estão vinculados. Nesse caso, normalmente a Instituição de Ensino termina por desempenhar apenas o papel de intermediária na divulgação das oportunidades de estágio, afixando cartazes em sala de aula, a pedido das organizações. Via de regra, o estudante acaba por transforma-se, apenas, em mão-de-obra barata, na medida em que não há exigência de recolhimento de imposto sobre o pagamento dos estagiários, a não ser o seguro contra acidentes pessoais, previsto pela legislação brasileira na Lei 6494, de 07.12.77, art. 4º. No estágio extracurricular, o aluno desempenha atividades corriqueiras ou repetitivas: datilografia, somas, arquivo, preenchimento de formulários, e coisas do gênero. Não acompanha, na maior parte dos casos, todo o processo decisório, desde a definição do problema, a análise situacional, a definição de objetos, estratégias, táticas, sistema de controle... Se o fizesse, sim, teria uma experiência concreta e completa. O Estágio extracurricular não consta do elenco de disciplina do currículo nem conta como carga horária do estágio exigido por lei, se não estiver dentro de sua programação. Já o Estágio Curricular consta do currículo de um curso, dentro do elenco de disciplina ou atividades oferecidas. Sua programação é planejada, organizada e controlada pela Instituição de ensino e pressupõe-se a integração com a empresa, ou organizações em que o discente realiza seu estágio. No Brasil, o Decreto n.º 87.497, de 18.08.82 regulamentou a Lei 6.494. de 07.12.77, que dispões sobre o estágio curricular de estudantes de estabelecimentos de ensino superior e de segundo grau regular e supletivo. Em seu artigo 2º o Decreto especifica: Considera-se estágio curricular, para os efeitos deste Decreto, as atividades de aprendizagem social, profissional e cultural, proporcionadas ao estudante pela participação em situações reais de vida e trabalho de seu meio, sendo realizadas na comunidade em geral ou junto a pessoas jurídicas de direito público ou privado, sob a responsabilidade e coordenação da Instituição de ensino.

O Decreto prevê que a responsabilidade e coordenação da Instituição de ensino abrange desde a inserção do estágio curricular na programação didático-pedagógica, até as definições relativas a carga horária, duração e jornada do estágio curricular. Além disso, o Decreto define o prazo mínimo de Estágios (um semestre letivo), prevê a exigência de um instrumento jurídico entre as Instituições de Ensino e as Organizações Empresariais, além do surgimento de novos integrantes ao sistema: os agentes de Integração, que teriam funções de prospecção de oportunidades de estágio, cadastramento de estudantes, captação de recursos a serem utilizados opcionalmente por empresas e instituições de ensino como apoio na alocação dos estagiários. No Brasil, o CIEE Centro de Integração Empresa-Escola vem procurando, desde 24.03.64 desenvolver o papel de agente de integração Universidade-Empresa. A instituição se auto-define como de âmbito nacional, de direito privado, sem intuito lucrativo, apolítica, de fins filantrópicos e de utilidade pública, cujas ações de caráter educativo, cultural e técnicocientífico se desenvolvem em apoio as instituições educacionais e empresariais, particulares e públicas. (5) 1 - UMA EXPERIÊNCIA EM ESTÁGIO CURRICULAR Apresentamos, a seguir, a experiência vivenciada por nossa Instituição, a Universidade Metodista de Piracicaba UNIMEP, na implantação do Estágio Curricular de seu Curso de Administração. 1.1 A Experiência da UNIMEP Na UNIMEP Universidade Metodista de Piracicaba, antes da regulamentação do sistema operacional de Estágios, em 1980, a comprovação de realização consiste meramente da entrega de uma Declaração de uma empresa, comprovando haver o aluno cumprido, pelo menos um semestre de estágio na organização. Em 1980, foi aprovado novo sistema de operacionalização do Estágio Curricular: O Conselho de Coordenação do Ensino Pesquisa e Extensão aprovou plano de Estágio Supervisionado, com avanços consideráveis em relação à situação anterior. Primeiramente, possibilitava ao aluno optar por áreas específicas da Administração, para aprofundar seus conhecimentos: Organização e Métodos, Recursos Humanos, Marketing, Finanças, Administração da Produção e Materiais. Garantia ao aluno um professor orientador, designado pela Universidade e fixava o estágio em 120 horas de trabalho acadêmico e 120 hora de trabalho na empresa, previstas para serem desenvolvidas em um ano de atividades. O projeto aprovado era ambicioso em termos de qualidade acadêmica: previa um professor Coordenador do Estágio, para não só dirigir o trabalho dos professores orientadores, como também para avaliar o Relatório do Estágio a ser entregue pelos discentes quanto aos aspectos metodológicos, e ainda acompanhar o trabalho dos discentes nas organizações. Como experiência inicial, a Universidade contratou apenas um professor, em regime de dedicação integral, que teria por função coordenar todas as atividades dos estagiários. Tal experiência pouco durou, na medida em que se constatou que o princípio da polivalência no ensino superior, impede a especialização e o aprofundamento por área. Em seguida, restringiu-se o papel da Coordenação aos seus aspectos de planejamento, direção, coordenação e controle acadêmicos, diminuindo-se as horas -aula devidas pelo Coordenador do Curso, para que assumisse, cumulativamente, também a Coordenação do Estágio. Dessa forma, ignorou-se o acompanhamento externo, impossível de ser desempenhado com tal disponibilidade horária.

Põe fim, em 1988, o último aperfeiçoamento no sistema deu ao Estágio o perfil previsto no Projeto original, com a contratação de um professor em regime de dedicação em tempo parcial para a supervisão das atividades do Estágio, e de professores orientadores, por área, conforme já explicitado. Em resumo, a sistematização de operacionalização o Estágio Supervisionado, na UNIMEP, desenvolveu-se na seqüência que apresentamos a seguir: Primeiramente, se da a opção, pelo aluno estagiário, da área na qual pretende desenvolver o estágio; essa opção se dá após participação dos professores orientadores, que explanam aos alunos sobre as várias opções de estudos que podem ser desenvolvidos em suas áreas. Normalmente, levam Relatórios de alunos de turmas anteriores, a título de exemplo. Em seguida, realizam-se, durante o ano, encontros semanais de orientação: professor-aluno. Nesses encontros, primeiramente, o aluno, após definir a empresa e o setor empresarial em que fará seu estudo, é orientado a elaborar um diagnóstico da situação, embasado em literatura específica sobre o tema e o setor, e chega à definição de um problema ou tema de estudo a desenvolver. Recebe orientação para buscar, na bibliografia, formas alternativas de conduzir o estudo e apresentar propostas de soluções. Termina o primeiro semestre, no chamado Estágio I, apresentando um Projeto de Trabalho. Nesse projeto, devem constar, normalmente: a. apresentação da empresa, do ramo de atividade, do setor empresarial escolhido para desenvolvimento do estágio; b. definição do tema do estudo ou do problema a ser analisado; c. levantamento bibliográfico a respeito do assunto; d. determinação de Estratégias alternativas de ação (ou caso dos problemas) ou de condução do estudo (no caso de temas abrangentes); e. cronograma de trabalho; f. orçamento, conforme o caso; g. anexos: gráficos, dados estatísticos, levantados na delimitação do campo de estudo. No segundo semestre, denominado Estágio II, o aluno implementa as estratégias propostas, coleta dados, analisa resultados, e o Relatório Final, que será avaliado conjuntamente pelo professor Orientador, (no tocante ao conteúdo) e pelo professor Coordenador de Estágios ( no tocante aos aspectos de metodologias) análise de citações, correção na linguagem, coordenação na redação, análise do processo de coleta de dados, etc. CONCLUSÕES Em nossa Universidade, todas as alternativas apresentadas como opção à integração do aluno com a prática empresarial pesquisa de campo, estudo de casos, estágio curricular e extracurricular são, em maior ou menor escala, utilizados na formação do futuro profissional. Os casos empresariais, por exemplo, são utilizados não só por professores das disciplinas ditas profissionalizantes (Administração da Produção, de Marketing, de Recursos Humanos, etc...., como também das Introdutórias: Introdução à Administração, por exemplo...). As fontes para os casos tem sido livros já compilados a respeito.

Já o estágio extracurricular vem se desenvolvendo às vezes por meio do agente de Integração. CIEE, mas, na maior parte das vezes se faz pela comunicação-direta-empresa/universidade. Nosso estágio curricular não tem tido como exigência a participação do agente CIEE. Muitas vezes as opções à prática no curso de Administração são aplicadas de forma interligada. Dissemos, por exemplo, no início de nossa exposição que a pesquisa pode ser interligada ao Estágio Curricular. Realmente, nossa experiência de setores específicos da economia, sob aspectos de uma área específica da Administração por exemplo, temos o estudo sobre Comportamento do Consumidor do Mercado de Artigos para Festas. Evidentemente, devido principalmente ao fato de nosso aluno trabalhar durante o dia, a pesquisa teve aspecto local, retratando unicamente a cidade em que foi desenvolvida: Piracicaba. Enfrentamos, na implantação do Estágio Supervisionado, nos molde em que previsto no Projeto original, o problema da cultura empresarial, completamente avessa a interferência, - ou tentativa de em suas atividades diárias, além de altamente preocupada com o vazamento de informações e perda de força perante a concorrência. Até agora, quando ocorrem tais situações, os alunos em seus Projetos e Relatórios, alteram o nome da empresa, multiplicam por um único fator todos os dados, (custos, vendas, lucros), que evidentemente não é divulgado nem ao professor orientador, mas que garante a manutenção da proporcionalidade entre as informações. Futuramente, com a atuação externa do Supervisor de Estágio, prevê-se uma melhor aceitação do nosso sistema de Estágios, com a criação de um clima de maior confiança entre Empresa/Universidade. Entretanto, a expectativa, com o papel do novo Supervisor de Estágios é que os Relatórios entregues pelos alunos como exigência do Estágio Curricular possam, no futuro, ser compilados pelos professores de cada área, formando um Banco de Casos que possa ser utilizado por nossos professores. Teriam a vantagem de refletir uma realidade mais atual que a dos livros, e também a situação de nossa economia regional. Em outras palavras, teríamos condições de levar o aluno a raciocinar com base em casos concretos, recentes, e ligados a economia em que estamos mais diretamente inseridos. Este é o nosso sonho. E não só são os sonhos as fontes de mudanças na realidade? CITAÇÕES 1 MAXIMIANO, Antonio César Amary, & SBRAGIA, Roberto, Método do caso no ensino de Administração. In BOOG, Gustavo G. (org.) Manual de Treinamento e desenvolvimento. São Paulo, ABTD/Mc Graw Hill, 1980, pp. 133. 2 MAY, Rollo, A coragem de Criar, in SARMENTO, Paulo Sérgio de Moraes, Marketing Direto Um Novo Caminho. Editora Parma Ltda, São Paulo, 1987. COBRA, Marcos, Marketing, Casos Brasileiros, Editora Atlas, São Paulo, 1984. 3 MAXIMIANO & SBRAGIA, op. Cit., pp. 134. 4 CENTRO DE INTEGRAÇÃO EMPRESA ESCOLA CIEE caderno relativo aos 20 anos de Fundação. Operacionalização do Estágios de Estudantes. BIBLIOGRAFIA 1 MAXIMIANO, Antonio César Amary, & SBRAGIA, Roberto, Método do caso no ensino de Administração. In BOOG, Gustavo G. (org.) Manual de Treinamento e desenvolvimento. São Paulo, ABTD/Mc Graw Hill, 1980. 2 - MORAES, Paulo Sérgio de, Marketing Direito Um novo Caminho, Editora Parma Ltda, São Paulo, 1987.

3 - COBRA, Marcos Marketing Casos Brasileiros, Editora Atlas, São Paulo, 1984. Centro de Integração Empresa-Escola CIEE - caderno relativos aos 20 anos de Fundação 1984. 4 - UNIMEP Centro de Ciências Aplicadas Departamento de Administração: Projeto de implantação do Estágio Supervisionado, 1980.