MANUAL DOS ELEITOS LOCAIS

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Transcrição:

VICE-PRESIDÊNCIA DO GOVERNO REGIONAL DIRECÇÃO REGIONAL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E LOCAL MANUAL DOS ELEITOS LOCAIS ANO DE 2006 1ª. Edição Telef. 291 233 011 Fax. 291 233 858 E-mail: drapl.vp@gov-madeira.pt www.gov-madeira.pt/vp/drapl

ÍNDICE INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------------------------- 3 LEI N.º 29/87, DE 30 DE JUNHO ------------------------------------------------------------------ 5 LEI N.º 11/96, DE 18 DE ABRIL ------------------------------------------------------------------- 26 LEI N.º 52-A/2005, DE 10 DE OUTUBRO ------------------------------------------------------- 32 LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO ---------------------------------------------------------- 42 LEI N.º 27/96, DE 01 DE AGOSTO ---------------------------------------------------------------- 119 DECRETO LEGISLATIVO REGIONAL N.º 6/98/M, DE 27 DE ABRIL ---------------- 128 LEI ORGÂNICA 1/2001, DE 14 DE AGOSTO ------------------------------------------------- 133 LEI N.º 46/2005, DE 29 DE AGOSTO ------------------------------------------------------------- 222 LEI N.º 47/2005, DE 29 DE AGOSTO ------------------------------------------------------------- 224 LEI N.º 4/85, DE 09 DE ABRIL -------------------------------------------------------------------- 228 2

INTRODUÇÃO De entre os princípios a que os eleitos locais se encontram vinculados no exercício das suas funções destaca-se em particular o relativo ao cumprimento da legalidade, o qual dificilmente poderá ser conseguido se não dispuserem a todo o momento da legislação básica aplicável à administração local. Sabemos que uma grande parte dos eleitos quer para as freguesias quer para os municípios não dispõe deste instrumento de trabalho, motivo pelo qual leva-nos a considerar que só à custa de muito esforço e empenho conseguem evitar que a sua actividade seja pautada à margem do princípio da legalidade. No intuito de superarmos tal lacuna, compilámos na presente colectânea dez diplomas legais e respectivas alterações cujas matérias, essenciais à boa prática administrativa, devem estar sempre disponíveis para consulta. Esses diplomas são: A Lei n.º 29/87, de 30 de Junho, que aprova o Estatuto dos Eleitos Locais e respectivas alterações; A Lei n.º 11/96, de 18 de Abril, que estabelece o regime aplicável ao exercício do mandato dos membros das juntas de freguesia e respectivas alterações; Lei n.º 52-A/2005, de 10 de Outubro, que altera o regime relativo a pensões e subvenções dos titulares de cargos políticos e o regime remuneratório dos titulares de cargos executivos de autarquias locais; A Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, que aprova o quadro de competências e regime jurídico de funcionamento dos órgãos dos municípios e freguesias e respectiva alteração; A Lei n.º 27/96, de 01 de Agosto, que aprova o regime da tutela administrativa; O Decreto Legislativo Regional n.º 6/98/M, de 27 de Abril, que adapta à Região Autónoma da Madeira o disposto na Lei n.º 27/96, de 1 de Agosto, que estabelece o regime da tutela administrativa; A Lei Orgânica n.º 1/2001, de 14 de Agosto, que regula a eleição dos titulares dos órgãos das autarquias locais e respectivas alterações; 3

A Lei n.º 46/2005, de 29 de Agosto, que estabelece limites à renovação sucessiva de mandatos dos órgãos executivos das autarquias locais; A Lei n.º 47/2005, de 29 de Agosto, que estabelece o regime de gestão limitada dos órgãos das autarquias locais e seus titulares; e A Lei n.º 4/85, de 09 de Abril, que regula o estatuto remuneratório dos titulares de cargos políticos e respectivas alterações. Funchal, Direcção Regional da Administração Pública e Local, aos 14 de Março de 2006. O DIRECTOR REGIONAL, (Jorge Paulo Antunes de Oliveira) 4

LEI N.º 29/87, DE 30 DE JUNHO, NA REDACÇÃO DA LEI N.º 52-A/2005, DE 10 DE OUTUBRO ESTATUTO DOS ELEITOS LOCAIS 5

ESTATUTO DOS ELEITOS LOCAIS Artigo 1.º Âmbito 1 - O presente diploma define o Estatuto dos Eleitos Locais. 2 - Consideram-se eleitos locais, para efeitos da presente lei, os membros dos órgãos deliberativos e executivos dos municípios e das freguesias. Anotação: Aplicam-se subsidiariamente aos eleitos para os órgãos das juntas de freguesia, com as necessárias adaptações, as normas desta Lei (Cfr. artigo 11.º da Lei n.º 11/96, de 18 de Abril). locais: Artigo 2.º Regime do desempenho de funções 1- Desempenham as respectivas funções em regime de permanência os seguintes eleitos a) Presidentes das câmaras municipais; b) Vereadores, em número e nas condições previstas na lei; c) Membros das juntas de freguesia em regime de tempo inteiro. 2 - A câmara municipal poderá optar pela existência de vereadores em regime de meio tempo, correspondendo dois vereadores em regime de meio tempo a um vereador em regime de permanência. 3 - Os membros de órgãos executivos que não exerçam as respectivas funções em regime de permanência ou de meio tempo serão dispensados das suas actividades profissionais, mediante aviso antecipado à entidade empregadora, para o exercício de actividades no respectivo órgão, nas seguintes condições: a) Nos municípios: os vereadores, até trinta e duas horas mensais cada um; b) Nas freguesias de 20 000 ou mais eleitores: o presidente da junta, até trinta e duas horas mensais, e dois membros, até vinte e quatro horas; 6

c) Nas freguesias com mais de 5 000 e até 20 000 eleitores: o presidente da junta, até trinta e duas horas mensais, e dois membros, até dezasseis horas; d) Nas restantes freguesias: o presidente da junta, até trinta e duas horas, e um membro, até dezasseis horas. 4 - Os membros dos órgãos deliberativos e consultivos são dispensados das suas funções profissionais, mediante aviso antecipado à entidade empregadora, quando o exija a sua participação em actos relacionados com as suas funções de eleitos, designadamente em reuniões dos órgãos e comissões a que pertencem ou em actos oficiais a que devem comparecer. 5 - As entidades empregadoras dos eleitos locais referidos nos números 2, 3 e 4 do presente artigo têm direito à compensação dos encargos resultantes das dispensas. 6 - Todas as entidades públicas e privadas estão sujeitas ao dever geral de cooperação para com os eleitos locais no exercício das suas funções. Anotações: 1.ª - A redacção das alíneas b), c) e d) do n.º 3 deste artigo foi conferida pelo artigo 9.º da Lei n.º 11/96, de 18 de Abril que passamos a citar: Artigo 9.º Dispensa do exercício parcial da actividade profissional Os membros das juntas de freguesia que não exerçam o mandato em regime de permanência têm direito à dispensa do desempenho das suas actividades profissionais para o exercício das suas funções autárquicas, ficando obrigados a avisar a entidade patronal com vinte e quatro horas de antecedência, nas seguintes condições: a) Nas freguesias com 20 000 ou mais eleitores o presidente da junta, até trinta e seis horas mensais, e dois membros, até vinte e sete horas; b) Nas freguesias com mais de 5000 e até 20 000 eleitores o presidente da junta, até trinta e seis horas mensais, e dois membros, até dezoito horas; c) Nas restantes freguesias o presidente da junta, até trinta e seis horas mensais, e um membro, até dezoito horas. 2.ª - As compensações pelo tempo despendido em serviço do órgão autárquico são pagas pelo executivo municipal ou da freguesia consoante os casos, devendo a entidade patronal manter o pagamento integral das remunerações ao trabalhador sem qualquer interrupção ou dedução. 3.ª - Os vereadores que não se encontrem em regime de permanência e que exerçam actividades por conta própria, não têm direito a receber quaisquer importâncias em substituição de remunerações não auferidas nas suas 7

actividades profissionais, porquanto não existe preceito legal que preveja essa compensação a quem seja trabalhador independente. 4.ª - A alínea c) do n.º 1 deste artigo foi aditada pela Lei nº 86/2001, de 10 de Agosto. Artigo 3.º Exclusividade e incompatibilidades 1 - Os presidentes e vereadores de câmaras municipais, mesmo em regime de permanência, podem exercer outras actividades, devendo comunicá-las, quando de exercício continuado, quanto à sua natureza e identificação, ao Tribunal Constitucional e à assembleia municipal, na primeira reunião desta a seguir ao início do mandato ou previamente à entrada em funções nas actividades não autárquicas. 2 - O disposto no número anterior não revoga os regimes de incompatibilidades e impedimentos previstos noutras leis para o exercício de cargos ou actividades profissionais. 3 - Não perdem o mandato os funcionários da administração central, regional e local que, durante o exercício de permanência, forem colocados, por motivos de admissão ou promoção, nas situações de inelegibilidade previstas na alínea h) do n.º 1 do artigo 6.º e nas alíneas a) e b) do n.º 1 do art.º 7.º da Lei Orgânica n.º 1/2001, 14 de Agosto. Anotações: 1.ª - A redacção deste artigo foi conferida pela Lei n.º 52-A/2005, de 10 de Outubro. 2.ª - O disposto neste normativo não revoga os regimes de incompatibilidades e impedimentos previstos noutras leis para o exercício de cargos ou actividades profissionais. O mesmo é dizer que no caso de existir qualquer preceito legal que proíba o exercício do cargo de origem em regime de acumulação com outras actividades o eleito local tem obrigação de observar e de acatar essa norma sob pena de procedimento disciplinar. 3.ª - Os presidentes de câmara e vereadores em regime de permanência estão obrigados ao cumprimento do disposto no artigo 10.º da Lei n.º 64/93, segundo o qual devem depositar no Tribunal Constitucional, nos 60 dias posteriores à data da tomada de posse, declaração de inexistência de incompatibilidades ou impedimentos, donde conste a enumeração de todos os cargos, funções e actividades profissionais por si exercidas, bem como de quaisquer participações iniciais detidas. A não apresentação da declaração supra referida em caso de incumprimento culposo, faz incorrer o eleito em perda de mandato. 8

Artigo 4.º Deveres No exercício das suas funções, os eleitos locais estão vinculados ao cumprimento dos seguintes princípios: a) Em matéria de legalidade e direitos dos cidadãos: i) Observar escrupulosamente as normas legais e regulamentares aplicáveis aos actos por si praticados ou pelos órgãos a que pertencem; ii) Cumprir e fazer cumprir as normas constitucionais e legais relativas à defesa dos interesses e direitos dos cidadãos no âmbito das suas competências; iii) Actuar com justiça e imparcialidade; b) Em matéria de prossecução do interesse público: i) Salvaguardar e defender os interesses públicos do Estado e da respectiva autarquia; ii) Respeitar o fim público dos poderes em que se encontram investidos; iii) Não patrocinar interesses particulares, próprios ou de terceiros, de qualquer natureza, quer no exercício das suas funções, quer invocando a qualidade de membro de órgão autárquico; iv) Não intervir em processo administrativo, acto ou contrato de direito público ou privado, nem participar na apresentação, discussão ou votação de assuntos em que tenha interesse ou intervenção, por si ou como representante ou gestor de negócios de outra pessoa, ou em que tenha interesse ou intervenção em idênticas qualidades do seu cônjuge, parente ou afim em linha recta ou até ao 2.º grau da linha colateral, bem como qualquer pessoa com quem viva em economia comum; v) Não celebrar com a autarquia qualquer contrato, salvo de adesão; vi) Não usar, para fins de interesse próprio ou de terceiros, informações a que tenham acesso no exercício das suas funções; c) Em matéria de funcionamento dos órgãos de que sejam titulares: i) Participar nas reuniões ordinárias e extraordinárias dos órgãos autárquicos; ii) Participar em todos os organismos onde estão em representação do município ou da freguesia. 9

Anotações: 1.ª - Artigo republicado pela Lei n.º 52-A/2005, de 10/10, anexo II. 2.ª - É o dever da imparcialidade que decorre do direito de abstenção de apreciar e decidir matéria que o eleito tenha interesse directo ou indirecto. Esta alínea considera-se derrogada pelo artigo 4º do Código do Procedimento Administrativo. 3.ª - Contratos de adesão são aqueles contratos em que uma das partes formula unilateralmente as cláusulas negociais e a outra parte aceita essas condições, mediante a adesão ao modelo ou impresso que lhe é apresentado ou rejeita-as não sendo possível modificá-las. É por exemplo o contrato de seguro, fornecimento de gás, água, electricidade, etc. Artigo 5.º Direitos 1 - Os eleitos locais têm direito: a) A uma remuneração ou compensação mensal e a despesas de representação; b) A dois subsídios extraordinários anuais; c) A senhas de presença; d) A ajudas de custo e subsídio de transporte; e) À segurança social; f) A férias; g) A livre circulação em lugares públicos de acesso condicionado, quando em exercício das respectivas funções; h) A passaporte especial, quando em representação da autarquia; i) A cartão especial de identificação; j) A viatura municipal, quando em serviço da autarquia; l) A protecção em caso de acidente; m) A solicitar o auxílio de quaisquer autoridades, sempre que o exijam os interesses da respectiva autarquia local; n) À protecção conferida pela lei penal aos titulares de cargos públicos; o) A apoio nos processos judiciais que tenham como causa o exercício das respectivas funções; p) A uso e porte de arma de defesa; 10

q) Ao exercício de todos os direitos previstos na legislação sobre protecção à maternidade e à paternidade; r) A subsídio de refeição, a abonar nos termos e quantitativos fixados para a Administração Pública. 2 - Os direitos referidos nas alíneas a), b), e), f), p), q) e r) do número anterior apenas são concedidos aos eleitos locais em regime de permanência. 3 - O direito referido na alínea h) do n.º 1 é exclusivo dos presidentes das câmaras municipais e dos seus substitutos legais. Anotações: 1.ª - A redacção deste artigo foi conferida pela Lei n.º 52-A/2005, de 10 de Outubro. 2.ª - Os direitos que têm a ver com a remuneração ou compensação mensal, subsídios extraordinários, segurança social, férias, uso e porte de arma de defesa, protecção à maternidade e paternidade e subsídio de refeição, apenas são concedidos aos eleitos locais em regime de permanência. 3.ª - O direito a passaporte especial é exclusivo dos presidentes das câmaras municipais e dos seus substitutos legais. 4.ª - A compensação mensal referida na alínea a) é destinada aos membros das juntas de freguesia que não exerçam funções a tempo inteiro ou a meio tempo. 5.ª - A redacção da alínea a) do nº 1 do artigo 5º é a que foi conferida pela Lei nº 50/99, de 24 de Junho. A alínea q) deste mesmo número foi aditada pela Lei nº 127/97, de 11 de Dezembro. 6.ª - A alínea r) do n.º 1 foi introduzida pela Lei n.º 22/2004, de 17 de Junho. 7.ª - A redacção do n.º 2 foi conferida pela Lei n.º 22/2004, de 17 de Junho e posteriormente foi alterada pela Lei n.º 52-A/2005, de 10/10. Artigo 6.º Remunerações dos eleitos locais em regime de permanência 1 - Os eleitos locais em regime de permanência têm direito a remuneração mensal, bem como a dois subsídios extraordinários, de montante igual àquela, em Junho e Novembro. 2 - O valor base das remunerações dos presidentes das câmaras municipais é fixado por referência ao vencimento base atribuído ao Presidente da República, de acordo com os índices seguintes, arredondado para a unidade de euro imediatamente superior: a) Municípios de Lisboa e Porto 55%; b) Municípios com 40 000 ou mais eleitores 50%; 11

c) Municípios com mais de 10 000 e menos de 40 000 eleitores 45%; d) Restantes municípios 40%. 3 - As remunerações e subsídios extraordinários dos vereadores em regime de permanência correspondem a 80% do montante do valor base da remuneração a que tenham direito os presidentes dos respectivos órgãos. 4 - Os eleitos locais em regime de permanência nas câmaras municipais têm direito às despesas de representação correspondentes a 30% das respectivas remunerações no caso do presidente e 20% para os vereadores, as quais serão pagas 12 vezes por ano. Anotações: 1.ª - O n.º 2 deste artigo foi alterado pela Lei n.º 52-A/2005, de 10/10. 2.ª - O n.º 4 deste artigo foi aditado pela Lei nº 50/99, de 24 de Junho. 3.ª - Sendo o valor base das remunerações dos presidentes das câmaras municipais fixado por referência ao vencimento base atribuído ao Presidente da República, e tendo em atenção que o vencimento deste para o ano de 2006 é de 7.155,44 euros, estes eleitos passarão a ter direito, no ano de 2006, às seguintes remunerações mensais no caso de exercerem o cargo em regime de exclusividade: Municípios Remunerações Despesas de Representação De Lisboa e Porto 3.935,49 1.180,65 Com 40 000 ou mais eleitores 3.577,72 1.073,32 De 10 000 a 40 000 eleitores 3.219,95 965,98 Restantes Municípios 2.862,18 858,65 4.ª - Conforme estabelece o n.º 3 do supra referido artigo, as remunerações e subsídios extraordinários dos vereadores em regime de permanência correspondem a 80% do valor base da remuneração a que têm direito os presidentes dos respectivos órgãos. Deste modo, os vereadores a tempo inteiro, têm direito aos seguintes abonos mensais no ano corrente: Municípios Remunerações Despesas de Representação De Lisboa e Porto 3.148,39 629,68 Com 40 000 ou mais eleitores 2.862,18 572,44 De 10 000 a 40 000 eleitores 2.575,96 515,19 Restantes Municípios 2.289,74 457,95 12

5ª - Os vereadores que desempenham o cargo a meio tempo não têm direito a abono para despesas de representação. 6.ª - Os subsídios extraordinários a auferir pelos eleitos locais em regime de permanência quer os que iniciam quer os que terminam o respectivo mandato nos meses de Junho ou Novembro são atribuídos proporcionalmente ao tempo em que os mesmos exerceram funções, excluindo apenas os períodos de exercício de funções inferiores a 15 dias (Cfr. IT n.º 244/DRAPL, de 21/10/2005). 7.ª - Igual entendimento se deverá adoptar a qualquer circunstância em que ocorra mudança de titular de órgão autárquico durante o mesmo ano. Artigo 7.º Regime de remunerações dos eleitos locais em regime de permanência 1- As remunerações fixadas no artigo anterior são atribuídas do seguinte modo: a) Aqueles que exerçam exclusivamente funções autárquicas, ou em acumulação com o desempenho não remunerado de funções privadas, recebem a totalidade das remunerações previstas no artigo anterior; b) Aqueles que exerçam funções remuneradas de natureza privada percebem 50% do valor de base da remuneração, sem prejuízo da totalidade das regalias sociais a que tenham direito; c) Aqueles que, nos termos da lei, exerçam funções em entidades do sector público empresarial participadas pelo respectivo município não podem acrescer à sua remuneração de autarca, a título daquelas funções, e seja qual for a natureza das prestações, um montante superior a um terço do valor de base da remuneração fixada no artigo anterior; d) Aqueles que, nos termos da lei, exerçam outras actividades em entidades públicas ou em entidades do sector público empresarial não participadas pelo respectivo município apenas podem perceber as remunerações previstas no artigo anterior. 2 - Para os efeitos do número anterior, não se considera acumulação o desempenho de actividades de que resulte a percepção de rendimentos provenientes de direitos de autor. 3 - Para determinação do montante da remuneração, sempre que ocorra a opção legalmente prevista, são considerados os vencimentos, diuturnidades, subsídios, prémios, emolumentos, gratificações e outros abonos, desde que sejam permanentes, de quantitativo certo e atribuídos genericamente aos trabalhadores da categoria optante. 13

4 - Os presidentes de câmaras municipais e os vereadores em regime de permanência que não optem pelo exclusivo exercício das suas funções terão de assegurar a resolução dos assuntos da sua competência no decurso do período de expediente público. Anotações: 1.ª - A redacção das alíneas a), b), c) e d) do n.º 1 deste artigo foi conferida pela Lei n.º 52-A/2005, de 10/10. 2.ª - A redacção do n.º 2 deste artigo foi conferida pela Lei n.º 22/2004, de 17 de Junho. 3.ª - Nos termos do artigo 2.º da Lei n.º 22/2004, de 17 de Junho, as alterações ao artigo 7.º reportam os seus efeitos a 1 de Outubro de 2003. Artigo 8.º Remunerações dos eleitos locais em regime de meio tempo Os eleitos locais em regime de meio tempo têm direito a metade das remunerações e subsídios fixados para os respectivos cargos em regime de tempo inteiro, sendo-lhes aplicável o limite constante da alínea c) do n.º 1 do artigo anterior. Anotações: 1.ª - A redacção deste artigo foi conferida pela Lei n.º 52-A/2005, de 10/10. 2.ª No caso de acumulação de funções autárquicas em regime de meio tempo com outras funções, o autarca apenas poderá auferir um terço da remuneração correspondente às funções de eleito local, conforme Informação Técnica n.º 271/DRAPL, de 25/11/2005. Artigo 9.º Abono aos titulares das juntas de freguesia (Revogado pelo art.º 13.º da Lei n.º 11/96, de 19/04) Artigo 10.º Senhas de presença 1 - Os eleitos locais que não se encontrem em regime de permanência ou de meio tempo têm direito a uma senha de presença por cada reunião ordinária ou extraordinária do respectivo órgão e das comissões a que compareçam e participem. 14

2 - O quantitativo de cada senha de presença a que se refere o número anterior é fixado em 3%, 2,5% e 2% do valor base da remuneração do presidente da câmara municipal, respectivamente, para o presidente, secretários, restantes membros da assembleia municipal e vereadores. Anotação: A redacção deste artigo foi conferida pela Lei n.º 86/2001, de 10 de Agosto. Artigo 11.º Ajudas de custo 1 - Os membros das câmaras municipais e das assembleias municipais têm direito a ajudas de custo a abonar nos termos e no quantitativo fixado para a letra A da escala geral do funcionalismo público quando se desloquem, por motivo de serviço, para fora da área do município. 2 - Os vereadores em regime de não permanência e os membros da assembleia municipal têm direito a ajudas de custo quando se desloquem do seu domicílio para assistir às reuniões ordinárias e extraordinárias e das comissões dos respectivos órgãos. Anotações: 1ª. - A atribuição de ajudas de custo é sempre feita de acordo com o tempo estritamente necessário ao desempenho da missão e de acordo com a percentagem fixada no Decreto-Lei n.º 106/98, de 24 de Abril, devendo o eleito para o efeito fazer chegar aos serviços de contabilidade da câmara municipal o respectivo boletim itinerário devidamente assinado. 2.ª - Com a entrada em vigor do novo sistema retributivo aprovado pelo Decreto-Lei nº 353-A/89, de 16 de Outubro, a tabela de letras que vigorava há mais de 50 anos foi substituída por escalas indiciárias, passando a corresponder à letra A o índice 405. 3.ª - Em reunião de coordenação jurídica foi há muito sustentado o entendimento de que as senhas de presença, ajudas de custo e subsídio de transporte são de conceder aos membros das assembleias municipais quando da tomada de posse. 4.ª - O disposto neste artigo passou a aplicar-se também aos eleitos para órgãos das juntas de freguesia, por força do disposto no artigo 11.º da Lei n.º 11/96, de 18 de Abril. 15

Artigo 12.º Subsídio de transporte 1 - Os membros das câmaras municipais e das assembleias municipais têm direito ao subsídio de transporte, nos termos e segundo a tabela em vigor para a função pública, quando se desloquem por motivo de serviço e não utilizem viaturas municipais. 2 - Os vereadores em regime de não permanência e os membros da assembleia municipal têm direito a subsídio de transporte quando se desloquem do seu domicílio para assistirem às reuniões ordinárias e extraordinárias e das comissões dos respectivos órgãos. Anotações: 1.ª - Os membros das juntas de freguesia em regime de não permanência também têm direito a subsídio de transporte. IT nº 24/ DSJ, de 17 de Março de 2003, homologada por despacho de 26-03-03, do SEAL. 2.ª - O artigo 12º da Lei n.º 29/87, de 30 de Junho, adopta dois conceitos distintos de domicílio:. no n.º 1, o de domicílio necessário, previsto no n.º 1 do artigo 1.º do Decreto-Lei nº 106/98, de 24 de Abril; - no n.º 2, o de domicílio voluntário previsto no artigo 82.º do Código Civil (Parecer apreciado em Reunião de Coordenação Jurídica de 26-11-2002, homologado por despacho de 19 de Março de 2003 do SEAL). 3.ª - Nos termos do n.º 9.º da Portaria n.º 229/2006, de 10 de Março, o quantitativo do subsídio de transporte a abonar a quem utilize automóvel próprio passou a ser de 0,37 por quilómetro. O pagamento deste abono fica condicionado à apresentação do respectivo boletim itinerário. 4.ª - O disposto neste artigo passou a aplicar-se também aos eleitos para órgãos das juntas de freguesia por força do disposto no artigo 11.º da Lei n.º 11/96, de 18 de Abril. Artigo 13.º Segurança social Aos eleitos locais em regime de permanência é aplicável o regime geral de segurança social. Anotações: 1ª - A redacção deste art.º foi conferida pela Lei n.º 52-A/2005, de 10/10. 2ª - Nos termos do n.º 2 do art.º 7.º da Lei n.º 52-A/2005, os eleitos locais em regime de tempo inteiro que estejam inscritos na CGA à data da entrada em vigor da Lei n.º 52-A/2005 ou que nela sejam inscritos por força de outras disposições legais que não as referidas nesta Lei mantêm essa inscrição e o regime correspondente. 16

Artigo 13.º-A Exercício do direito de opção (Revogado pelo art.º 6.º, n.º 3 da Lei n.º 52-A/2005, de 10/10) Artigo 14.º Férias Os eleitos locais em regime de permanência ou de meio tempo têm direito a 30 dias de férias anuais. Anotações: 1.ª - O direito a férias é adquirido a partir da data da posse. 2.ª - A atribuição dos subsídios extraordinários de férias e de Natal aos eleitos locais em regime de permanência depende apenas do facto de exercerem funções nos meses de Junho e Novembro, conforme entendimento sustentado em reunião de coordenação jurídica realizada em 17 e 18-10-94. 3.ª - Vide anotações ao artigo 6.º (6.ª e 7.ª). Artigo 15.º Livre trânsito Os eleitos locais têm direito à livre circulação em lugares públicos de acesso condicionado na área da sua autarquia, quando necessária ao efectivo exercício das respectivas funções autárquicas ou por causa delas, mediante a apresentação do cartão de identificação a que se refere o artigo seguinte. Anotação: Este direito apenas deverá ser exercido pelo eleito no caso de se tornar necessário ao efectivo exercício das respectivas funções autárquicas não sendo deste modo suficiente apresentar o cartão de identificação. Artigo 16.º Cartão especial de identificação 1 - Os eleitos locais têm direito a cartão especial de identificação, de modelo a aprovar por diploma do Ministério do Plano e da Administração do Território no prazo de 60 dias a contar da publicação da presente lei. 17

2 - O cartão especial de identificação será emitido pelo presidente da assembleia municipal para os órgãos deliberativos e pelo presidente da câmara municipal para os órgãos executivos. Anotação: Pela Portaria nº 399/88, de 23 de Junho, do Ministério do Planeamento e da Administração do Território foi aprovado o modelo de cartão especial de identificação para os eleitos locais. Contudo, na Região Autónoma da Madeira esta matéria é regulada pela Portaria n.º 7/80, alterada pela Portaria n.º 27/83, de 15 de Março. Artigo 17.º Seguro de acidentes 1 - Os membros de órgãos autárquicos têm direito a um seguro de acidentes pessoais mediante deliberação do respectivo órgão, que fixará o seu valor. 2 - Para os membros dos órgãos executivos em regime de permanência, o valor do seguro não pode ser inferior a 50 vezes a respectiva remuneração mensal. Anotação: Evidentemente que nesta espécie de seguro só poderão ser considerados os acidentes pessoais quando em serviço da autarquia e devidamente comprovados. Artigo 18.º Contagem de tempo de serviço (Revogado pelo art.º 6.º, n.º 3 da Lei n.º 52-A/2005, de 10/10) Artigo 18.º -A Suspensão da reforma antecipada (Revogado pelo art.º 6.º, n.º 3 da Lei n.º 52-A/2005, de 10/10) Artigo 18.º -B Termos da bonificação do tempo de serviço (Revogado pelo art.º 6.º, n.º 3 da Lei n.º 52-A/2005, de 10/10) 18

Artigo 18.º -C Aumento para efeitos de aposentação (Revogado pelo art.º 6.º, n.º 3 da Lei n.º 52-A/2005, de 10/10) Artigo 18.º-D Bonificação de pensões (Revogado pelo art.º 6.º, n.º 3 da Lei n.º 52-A/2005, de 10/10) Artigo 19.º Subsídio de reintegração (Revogado pelo art.º 6.º, n.º 3 da Lei n.º 52-A/2005, de 10/10) Artigo 20.º Protecção penal Os eleitos locais gozam da protecção conferida aos titulares dos cargos públicos pelo n.º 1 do artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 65/84, de 24 de Fevereiro. Anotação: O n.º 1 do artigo 1.º do Decreto-Lei a que se refere este artigo diz o seguinte: Artigo 1.º - 1 - Quem verbalmente por gestos ou por qualquer outro meio de expressão injuriar ou ultrajar um membro de órgão de soberania, ministro da República ou membro do Governo próprio das regiões autónomas ou do território de Macau ou magistrado em reunião ou ajuntamento públicos, na presença da pessoa injuriada ou ultrajada, encontrando-se esta em exercício de funções e desse modo faltando ao respeito devido à função ou pondo em perigo o prestígio da mesma, será punido com prisão até 2 anos e multa de 50 a 100 dias. Artigo 21.º Apoio em processos judiciais Constituem encargos a suportar pelas autarquias respectivas as despesas provenientes de processos judiciais em que os eleitos locais sejam parte, desde que tais processos tenham tido como causa o exercício das respectivas funções e não se prove dolo ou negligência por parte dos eleitos. 19

Artigo 22.º Garantia dos direitos adquiridos 1 - Os eleitos locais não podem ser prejudicados na respectiva colocação ou emprego permanente por virtude do desempenho dos seus mandatos. 2 - Os funcionários e agentes do Estado, de quaisquer pessoas colectivas de direito público e de empresas públicas ou nacionalizadas que exerçam as funções de presidente de câmara municipal ou de vereador em regime de permanência ou de meio tempo consideram-se em comissão extraordinária de serviço público. 3 - Durante o exercício do respectivo mandato não podem os eleitos locais ser prejudicados no que respeita a promoções, concursos, regalias, gratificações, benefícios sociais ou qualquer outro direito adquirido de carácter não pecuniário. 4 - O tempo de serviço prestado nas condições previstas na presente lei é contado como se tivesse sido prestado à entidade empregadora, salvo, no que respeita a remunerações, aquele que seja prestado por presidente de câmara municipal e vereadores em regime de permanência ou de meio tempo. Anotações: 1.ª - São consideradas prestações pecuniárias recebidas pelos eleitos locais no respectivo lugar de origem e que revestem a natureza de regalias sociais, por exemplo: o subsídio infantil, escolar, de refeição, de estudos, as prestações familiares etc. 2.ª - O subsídio de refeição só é de atribuir aos eleitos locais em regime de permanência (Cfr. alínea r) do n.º 1 e n.º 2 do art.º 5.º do presente Estatuto. Vide ainda 2.ª anotação ao referido artigo). Artigo 23.º Regime fiscal As remunerações, compensações e quaisquer subsídios percebidos pelos eleitos locais no exercício das suas funções estão sujeitas ao regime fiscal aplicável aos titulares dos cargos políticos. Anotações: 1.ª - Nos termos do disposto neste artigo os abonos percebidos pelos eleitos locais no exercício das suas funções estão sujeitos a descontos, designadamente para o IRS e Segurança Social. 20

2.ª - Segundo o n.º 1 do art.º 7.º da Lei n.º 52-A/2005, de 10/10, os eleitos locais em regime de tempo inteiro que tenham sido inscritos na CGA ao abrigo das disposições alteradas e revogadas pela referida Lei mantêm a qualidade de subscritores, continuando os descontos para aposentação e pensão de sobrevivência e, quando devidas, as contribuições das entidades empregadoras a incidir sobre as remunerações dos cargos pelos quais se encontram inscritos. 3.ª Vide 2.ª anotação ao artigo 13.º. Artigo 24.º Encargos 1 - As remunerações, compensações, subsídios e demais encargos previstos na presente lei são suportados pelo orçamento da respectiva autarquia local. 2 - Os encargos derivados da participação dos presidentes das juntas de freguesia nas reuniões das assembleias municipais são suportados pelo orçamento dos municípios respectivos. 3 - A suspensão do exercício dos mandatos dos eleitos locais faz cessar o processamento das remunerações e compensações, salvo quando aquela se fundamente em doença devidamente comprovada ou em licença por maternidade ou paternidade. Anotações: 1.ª - A redacção do n.º 1 deste artigo foi conferida pela Lei n.º 52-A/2005, de 10/10. 2.ª - As compensações referidas no número 1 deste artigo são as compensações a pagar às entidades empregadoras dos eleitos. 3.ª - Cabe ao presidente do órgão deliberativo municipal remeter à câmara municipal os documentos de deslocação, transporte e presença às reuniões e sessões, com vista ao processamento das respectivas despesas pelos serviços de contabilidade municipal. 4.ª - A redacção do n.º 3 deste artigo é a que consta da Lei n.º 127/97, de 1 de Dezembro. Artigo 25.º Comissões administrativas As normas da presente lei aplicam-se aos membros das comissões administrativas nomeadas na sequência de dissolução de órgãos autárquicos. 21

Artigo 26.º Revogação 1 - São revogadas as Leis n.º s 9/81, de 26 de Junho, salvo o n.º 2 do artigo 3.º, e 7/87, de 28 de Janeiro. 2 - O n.º 2 do artigo 3.º da Lei nº 9/81, de 26 de Junho, fica revogado com a realização das próximas eleições gerais autárquicas. 1989. Anotação: As eleições autárquicas a que se refere o n.º 2 deste artigo são as que se realizaram no dia 17 de Dezembro de Artigo 27.º Disposições finais (Revogado pelo art.º 6.º, n.º 3 da Lei n.º 52-A/2005, de 10/10) Artigo 28.º Entrada em vigor A presente Lei entra em vigor no 1.º dia do mês seguinte ao da sua publicação. 22

ÍNDICE REMISSIVO ARTIGOS ABONOS Dos que exercem o cargo em regime de permanência ----------------------------------- 6.º, n.ºs 1, 2, 3 e 4 Regime da sua atribuição: Aos que exercem exclusivamente funções autárquicas ---------------------------- Aos que exercem funções remuneradas de natureza privada --------------------- Aos vereadores a meio tempo ---------------------------------------------------------- 7.º, n.º 1, alínea a) 7.º, n.º 1, alínea b) 8.º Senhas de presença ---------------------------------------------------------------------------- 10.º, n.ºs 1 e 2 Ajudas de custo -------------------------------------------------------------------------------- 11.º, n.ºs 1 e 2 Despesas de representação dos eleitos em regime de permanência nas câmaras municipais ------------------------------------------------------------------------------------------------ 6.º, n.º 4 CARTÃO ESPECIAL DE IDENTIFICAÇÃO Entidade competente para o emitir ---------------------------------------------------------- 16.º, n.º 2 COMISSÃO ADMINISTRATIVA Aplicação desta Lei aos seus membros ---------------------------------------------------- 25.º DEVER DE COOPERAÇÃO Entidades sujeitas a este dever --------------------------------------------------------------- 2.º, n.º 6 DIREITOS Dos eleitos locais ------------------------------------------------------------------------------ 5.º, n.ºs 1, 2 e 3 23

Data em que é adquirido o direito a férias ------------------------------------------------- 14.º DISPENSA DE ACTIVIDADES PROFISSIONAIS Dos membros de órgãos executivos: Nos municípios --------------------------------------------------------------------------- Nas freguesias ---------------------------------------------------------------------------- 2.º, n.º 3, alínea a) 2.º,n.º 3, al b), c) e d) Dos membros dos órgãos deliberativos e consultivos ----------------------------------- 2.º, n.º 4 ENCARGOS Entidades que os devem suportar ----------------------------------------------------------- 24.º, n.ºs 1, 2 e 3 INCOMPATIBILIDADES Caracterização --------------------------------------------------------------------------------- 3.º, n.ºs 1, 2 e 3 LIVRE TRÂNSITO Livre circulação em lugares públicos de acesso condicionado ------------------------- 15.º PRESIDENTES DE CÂMARAS MUNICIPAIS E VEREADORES EM REGIME DE PERMANÊNCIA Período para a resolução dos assuntos da sua competência quando não optem pelo exercício exclusivo das suas funções ---------------------------------------------------------------- 7.º, n.º 4 PROCESSOS JUDICIAIS Entidade que suporta os encargos nos processos que tenham como causa o exercício das respectivas funções --------------------------------------------------------------------- 21.º PROTECÇÃO PENAL 24

Qual é a que é concedida aos eleitos locais ------------------------------------------------ 20.º REGALIAS SOCIAIS Quais os eleitos que a ela têm direito ------------------------------------------------------- 22.º, n.ºs 1 a 4 REGIME DO DESEMPENHO DE FUNÇÕES Presidentes de câmaras ----------------------------------------------------------------------- Vereadores em número e nas condições previstas na lei -------------------------------- Membros das juntas de freguesia a tempo inteiro ---------------------------------------- 2.º, n.º 1, alínea a) 2.º, n.º 1, alínea b) 2.º, n.º 1, alínea c) REGIME FISCAL Qual o aplicável às remunerações dos eleitos --------------------------------------------- 23.º REVOGAÇÃO Normativos legais revogados ---------------------------------------------------------------- 26.º, n.ºs 1 e 2 SEGURANÇA SOCIAL Qual o regime aplicável aos eleitos locais em regime de permanência --------------- 13.º SEGURO DE ACIDENTES Dos membros dos órgãos autárquicos ------------------------------------------------------ 17.º, n.ºs 1 e 2 VEREADORES Em regime de meio tempo ------------------------------------------------------------------- 2.º, n.º 2 25

LEI N.º 11/96 DE 18 DE ABRIL, ALTERADA PELAS LEIS N.º S 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, 87/2001, DE 10 DE AGOSTO E 36/2004, DE 13 DE AGOSTO REGIME APLICÁVEL AO EXERCÍCIO DO MANDATO DOS MEMBROS DAS JUNTAS DE FREGUESIA 26

REGIME APLICÁVEL AO EXERCÍCIO DO MANDATO DOS MEMBROS DAS JUNTAS DE FREGUESIA Artigo 1.º Regime de tempo inteiro e meio tempo (Revogado pelo n.º 2 do art.º 100.º da Lei n.º 169/99, 18/09) Artigo 2.º Deliberação sobre o regime de tempo inteiro e meio tempo (Revogado pelo n.º 2 do art.º 100.º da Lei n.º 169/99, 18/09) Artigo 3.º Limites (Revogado pelo n.º 2 do art.º 100.º da Lei n.º 169/99, 18/09) Artigo 4.º Distribuição de funções (Revogado pelo n.º 2 do art.º 100.º da Lei n.º 169/99, 18/09) Artigo 5.º Remuneração 1 - O valor base da remuneração do presidente da junta de freguesia em regime de permanência é fixado por referência ao vencimento base atribuído ao Presidente da República, de acordo com os escalões seguintes: a) Freguesias com mais de 20 000 eleitores - 25%; b) Freguesias com mais de 10 000 e menos de 20000 eleitores - 22%; c) Freguesias com mais de 5 000 e menos de 10000 eleitores - 19%; d) Freguesias com menos de 5 000 eleitores - 16%. 27

artigo. 7.º. 2 - Nos casos previstos no artigo 4.º, mantém-se o valor da remuneração do n.º 1 do presente 3 - A remuneração prevista no n.º 1 deste artigo não acumula com o abono previsto no artigo Artigo 5.º -A Despesas de representação dos membros das juntas de freguesia em regime de permanência Os membros das juntas de freguesia em regime de permanência têm direito a despesas de representação correspondentes a 30% das respectivas remunerações base, no caso do presidente, e a 20%, no caso dos vogais, as quais serão pagas 12 vezes por ano. Anotação: Este artigo foi aditado pela Lei n.º 87/2001, de 10/08. Artigo 6.º Periodicidade da remuneração A remuneração prevista no artigo 5.º tem periodicidade mensal, acrescendo-lhe dois subsídios extraordinários de montante igual àquela, em Junho e em Novembro. Artigo 7.º Abonos aos titulares das juntas de freguesia 1 - Os presidentes das juntas de freguesia que não exerçam o mandato em regime de permanência têm direito a uma compensação mensal para encargos, fixada por referência às remunerações atribuídas aos presidentes das câmaras municipais dos municípios com menos de 10 000 eleitores, de acordo com os índices seguintes: a) Freguesias com 20 000 ou mais eleitores - 12%; b) Freguesias com mais de 5 000 e menos de 20 000 eleitores - 10%; c) Restantes freguesias - 9%. 28

2 - Os tesoureiros e secretários das juntas de freguesia que não exerçam o mandato em regime de permanência têm direito a idêntica compensação no montante de 80% da atribuída ao presidente do respectivo órgão. 3 - A compensação mensal para encargos tem a natureza de ajuda de custo para todos os efeitos legais. Anotações: 1.ª - A redacção do n.º 3 deste artigo foi conferida pela Lei n.º 36/2004, de 13/08. 2.ª As compensações mensais para encargos a atribuir em 2006 aos eleitos das juntas de freguesia que exerçam o mandato em regime de não permanência são as seguintes: Freguesias Compensação Mensal Presidente Secretário e Tesoureiro Com 20.000 ou mais eleitores 343,46 274,77 Com 5.000 ou mais e menos de 20 000 eleitores 286,22 228,97 Com menos de 5 000 eleitores 257,60 206,08 Artigo 8.º Senhas de presença 1 - Os vogais das juntas de freguesia que não sejam tesoureiros ou secretários têm direito a uma senha de presença por cada reunião ordinária ou extraordinária correspondente a 7% do abono previsto no n.º 1 do artigo 7.º. 2 - Os membros da assembleia de freguesia têm direito a uma senha de presença por cada reunião ordinária ou extraordinária correspondente a 5% do abono previsto no n.º 1 do artigo 7.º. Artigo 9.º Dispensa do exercício parcial da actividade profissional Os membros das juntas de freguesia que não exerçam o mandato em regime de permanência têm direito à dispensa do desempenho das suas actividades profissionais para o exercício das suas funções autárquicas, ficando obrigados a avisar a entidade patronal com vinte e quatro horas de antecedência, nas seguintes condições: 29

a) Nas freguesias com 20 000 ou mais eleitores - o presidente da junta, até trinta e seis horas mensais, e dois membros, até vinte e sete horas; b) Nas freguesias com mais de 5 000 e até 20 000 eleitores - o presidente da junta, até trinta e seis horas mensais, e dois membros, até dezoito horas; c) Nas restantes freguesias - o presidente da junta, até trinta e seis horas mensais, e um membro, até dezoito horas. Anotação: Em reunião de coordenação jurídica realizada em 24/02/2005 foi entendido que cada vogal tem direito a 18 horas de dispensa das suas actividades profissionais para o exercício das suas funções autárquicas. Artigo 10.º Pagamentos ou encargos 1 - A verba necessária ao pagamento das remunerações e encargos com os membros da junta em regime de tempo inteiro ou de meio tempo será assegurada directamente pelo Orçamento do Estado. 2 - O disposto no número anterior não se aplica aos casos a que se referem os n.os 3 e 4 do artigo 3.º. Anotação: Em reunião de coordenação jurídica realizada a 26 e 27/09/1996 foi entendido que as remunerações e os encargos com a segurança social são pagos pelo Orçamento do Estado sem dedução. Artigo 11.º Legislação aplicável Aplicam-se subsidiariamente aos eleitos para órgãos das juntas de freguesia, com as necessárias adaptações, as normas da Lei n.º 29/87, de 30 de Junho. 30

Artigo 12.º Incompatibilidades Aplica-se aos membros das juntas de freguesia que exerçam o seu mandato em regime de permanência a tempo inteiro o disposto nas normas da Lei n.º 64/93, de 26 de Agosto, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 28/95, de 18 de Agosto. Anotação: Ver artigo 2.º da Lei n.º 12/98, de 24 de Fevereiro. Artigo 13.º Revogação São revogados o artigo 9.º e o n.º 3 do artigo 10.º da Lei n.º 29/87, de 30 de Junho. Artigo 14.º Entrada em vigor O presente diploma produzirá os seus efeitos com a entrada em vigor da Lei do Orçamento do Estado para o presente ano económico. 31

LEI N.º 52-A/2005, 10 DE OUTUBRO ALTERA O REGIME RELATIVO A PENSÕES E SUBVENÇÕES DOS TITULARES DE CARGOS POLÍTICOS E O REGIME REMUNERATÓRIO DOS TITULARES DE CARGOS EXECUTIVOS DE AUTARQUIAS LOCAIS 32

ALTERAÇÃO AO REGIME RELATIVO A PENSÕES E SUBVENÇÕES DOS TITULARES DE CARGOS POLÍTICOS E AO REGIME REMUNERATÓRIO DOS TITULARES DE CARGOS EXECUTIVOS DE AUTARQUIAS LOCAIS Artigo 1.º Alteração à Lei n.º 4/85, de 9 de Abril Os artigos 1.º, 17.º, 21.º e 22.º e a epígrafe do capítulo VII da Lei n.º 4/85, de 9 de Abril, alterada pelas Leis n.º s 16/87, de 1 de Junho, 102/88, de 25 de Agosto, 26/95, de 18 de Agosto, e 3/2001, de 23 de Fevereiro, passam a ter a seguinte redacção: «Artigo 1.º [...] 1 -... 2 - São titulares de cargos políticos, para efeitos da presente lei: a)... b)... c)... d) Os Representantes da República nas Regiões Autónomas; e)... 3 -... Artigo 17.º [...] 1 - Os deputados que residam fora dos concelhos de Lisboa, Oeiras, Cascais, Loures, Sintra, Vila Franca de Xira, Almada, Seixal, Barreiro, Amadora e Odivelas têm direito à ajuda de custo fixada para os membros do Governo, abonada por cada dia de presença em reunião plenária, de comissões ou em outras reuniões convocadas pelo Presidente da Assembleia da República e mais dois dias por semana. 33

2 - Os deputados que residam nos concelhos de Lisboa, Oeiras, Cascais, Loures, Sintra, Vila Franca de Xira, Almada, Seixal, Barreiro, Amadora e Odivelas têm direito a um terço da ajuda de custo fixada no número anterior. 3 -... 4 -... CAPÍTULO VII Representantes da República nas Regiões Autónomas Artigo 21.º Remunerações dos Representantes da República nas Regiões Autónomas 1 - Os Representantes da República nas Regiões Autónomas percebem mensalmente um vencimento correspondente a 65% do vencimento do Presidente da República. 2 - Os Representantes da República nas Regiões Autónomas têm direito a um abono mensal para despesas de representação no valor de 40% do respectivo vencimento. Artigo 22.º [...] Os Representantes da República nas Regiões Autónomas têm direito a residência oficial.» Artigo 2.º Alteração à Lei n.º 29/87, de 30 de Junho Os artigos 3.º, 5.º, 6.º, 7.º, 8.º, 13.º e 24.º da Lei n.º 29/87, de 30 de Junho, alterada pelas Leis n.os 97/89, de 15 de Dezembro, 1/91, de 10 de Janeiro, 11/91, de 17 de Maio, 11/96, de 18 de Abril, 127/97, de 11 de Dezembro, 50/99, de 24 de Junho, 86/2001, de 10 de Agosto, e 22/2004, de 17 de Junho, passam a ter a seguinte redacção: «Artigo 3.º Exclusividade e incompatibilidades 34

1 - Os presidentes e vereadores de câmaras municipais, mesmo em regime de permanência, podem exercer outras actividades, devendo comunicá-las, quando de exercício continuado, quanto à sua natureza e identificação, ao Tribunal Constitucional e à assembleia municipal, na primeira reunião desta a seguir ao início do mandato ou previamente à entrada em funções nas actividades não autárquicas. 2 - O disposto no número anterior não revoga os regimes de incompatibilidades e impedimentos previstos noutras leis para o exercício de cargos ou actividades profissionais. 3 - Não perdem o mandato os funcionários da administração central, regional e local que, durante o exercício de permanência, forem colocados, por motivos de admissão ou promoção, nas situações de inelegibilidade previstas na alínea h) do n.º 1 do artigo 6.º e nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 7.º da Lei Orgânica n.º 1/2001, de 14 de Agosto. 1 -... a)... b)... c)... d)... e)... f)... g)... h)... i)... j)... l)... m) [Anterior alínea o).] n) [Anterior alínea p).] o) [Anterior alínea q).] p) [Anterior alínea r).] Artigo 5.º [...] 35

q) [Anterior alínea s).] r) [Anterior alínea t).] 2 - Os direitos referidos nas alíneas a), b), e), f), p), q) e r) do número anterior apenas são concedidos aos eleitos em regime de permanência. 3 -... Artigo 6.º [...] 1 -... 2 - O valor base das remunerações dos presidentes das câmaras municipais é fixado por referência ao vencimento base atribuído ao Presidente da República, de acordo com os índices seguintes, arredondado para a unidade de euro imediatamente superior: a) Municípios de Lisboa e Porto - 55%; b) Municípios com 40 000 ou mais eleitores - 50%; c) Municípios com mais de 10 000 e menos de 40 000 eleitores - 45%; d) Restantes municípios - 40%. 3 -... 4 -... Artigo 7.º [...] 1 -... a) Aqueles que exerçam exclusivamente funções autárquicas, ou em acumulação com o desempenho não remunerado de funções privadas, recebem a totalidade das remunerações previstas no artigo anterior; b) Aqueles que exerçam funções remuneradas de natureza privada percebem 50% do valor de base da remuneração, sem prejuízo da totalidade das regalias sociais a que tenham direito; c) Aqueles que, nos termos da lei, exerçam funções em entidades do sector público empresarial participadas pelo respectivo município não podem acrescer à sua remuneração de 36

autarca, a título daquelas funções, e seja qual for a natureza das prestações, um montante superior a um terço do valor de base da remuneração fixada no artigo anterior; d) Aqueles que, nos termos da lei, exerçam outras actividades em entidades públicas ou em entidades do sector público empresarial não participadas pelo respectivo município apenas podem perceber as remunerações previstas no artigo anterior. 2 -... 3 -... 4 -... Artigo 8.º [...] Os eleitos locais em regime de meio tempo têm direito a metade das remunerações e subsídios fixados para os respectivos cargos em regime de tempo inteiro, sendo-lhes aplicável o limite constante da alínea c) do n.º 1 do artigo anterior. Artigo 13.º [...] Aos eleitos locais em regime de permanência é aplicável o regime geral de segurança social. Artigo 24.º [...] 1 - As remunerações, compensações, subsídios e demais encargos previstos na presente lei são suportados pelo orçamento da respectiva autarquia local. 2 -... 3 -....» Artigo 3.º Alteração à Lei n.º 9/91, de 9 de Abril Os artigos 9.º e 13.º da Lei n.º 9/91, de 9 de Abril, alterada pela Lei n.º 30/96, de 14 de Agosto, passam a ter a seguinte redacção: 37

«Artigo 9.º [...] O Provedor de Justiça tem os direitos, honras, precedência, categoria, remunerações e regalias idênticas às de ministro, incluindo as constantes da Lei n.º 4/85, de 9 de Abril, designadamente nos n.os 1 e 2 do seu artigo 12.º. Artigo 13.º [...] 1 -... 2 -... 3 - O Provedor de Justiça beneficia do regime geral de segurança social.» Artigo 4.º Alteração à Lei n.º 7/93, de 1 de Março O artigo 18.º da Lei n.º 7/93, de 1 de Março, alterada pelas Leis n.os 24/95, de 18 de Agosto, 55/98, de 18 de Agosto, 8/99, de 10 de Fevereiro, 45/99, de 16 de Junho, e 3/2001, de 23 de Fevereiro, passa a ter a seguinte redacção: «Artigo 18.º [...] 1 - Os deputados beneficiam do regime geral de segurança social. 2 -...» Artigo 5.º Alteração ao Decreto-Lei n.º 252/92, de 19 de Novembro O artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 252/92, de 19 de Novembro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 316/95, de 28 de Novembro, 213/2001, de 2 de Agosto, e 264/2002, de 25 de Novembro, passa a ter a seguinte redacção: 38