EFEITO DE SILICEA NA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA DE SOLUÇÕES DO SOLO

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Transcrição:

IV Fórum Regional de Agroecologia Semeando oportunidades, colhendo um futuro 9 a 11 de junho de 2011 EFEITO DE SILICEA NA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA DE SOLUÇÕES DO SOLO ADALGISA DE JESUS PEREIRA 1, DANIELA BOANARES DE SOUZA 2, IVO MATEUS RODRIGUES 3 FERNANDA MARIA COUTINHO DE ANDRADE 4, VICENTE WAGNER DIAS CASALI 5 1 Agroecóloga, UFV adalgisaagroecologia@ymail.com 2 Bióloga, UFV daniboanares@yahoo.com.br 3 Graduando em Agronomia, UFV ivo.rodrigues@ufv.br 4 Agrônoma, UFV fernandamcandrade@hotmail.com 5 Professor Titular, UFV vwcasali@ufv.br RESUMO: A condutividade elétrica é indicativa do teor de íons na solução do solo. A experimentação dos preparados homeopáticos é fundamental, a fim de gerar a patogenesia que servirá de orientação futura na escolha da homeopatia a cada caso de desequilíbrio. Este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito da Silicea 6CH em soluções do solo, expostas ou não à luz. Foram conduzidos três experimentos no Laboratório de Homeopatia, na Universidade Federal de Viçosa. Em cada experimento foi adotado o delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos (solução do solo com Silicea 6CH na luz, solução do solo com água destilada na luz, solução do solo com Silicea 6CH no escuro e solução do solo com água destilada no escuro) e 5 repetições, totalizando 20 parcelas. Os experimentos diferenciaram quanto à argila utilizada no preparo da solução do solo. Os pesos adotados foram escolhidos com base em ensaios preliminares. As soluções de solo foram preparadas em água desmineralizada. No tratamento escuro os frascos foram cobertos com papel alumínio. Nas soluções do solo foram aplicadas 5 gotas dos tratamentos. Foi avaliada a condutividade elétrica (CE), imediatamente após a aplicação dos tratamentos e a cada 24 horas. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias interpretadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. A Silicea causa alterações na condutividade elétrica das soluções do solo. As respostas à homeopatia e à luz dependem da condição inicial do experimentador. PALAVRAS-CHAVE: homeopatia, patogenesia, água. ABSTRACT ABSTRAT: The electrical conductivity is indicative of ions content in soil solution. Experiences of homeopathic preparations are essential to generate the pathogenesy and to guide the choices of homeopathy. This study aimed to evaluate the effect of Silicea 6CH in soil solution exposed or not to light. Three experiments were conducted in Homeopathy Laboratory, at Universidade Federal de Viçosa. The design was completely randomized with four treatments (soil solution with Silicea 6CH in the light; soil solution with distilled water in light; soil solution with Silicea 6CH in the dark and soil solutions with distilled water in darkness) and 5 replications, totaling 20 plots. The experiments differed in terms of clay used in the preparation of the soil solution. The weights were chosen based on preliminary tests. The soil solutions were prepared in demineralized water. In the dark treatment the jars were 81

covered with aluminum paper. It was applied 5 drops of treatments in soil solution. It was evaluated the electrical conductivity (CE), immediately after applications and every 24 hours. Data were submited to variance analysis (ANOVA) and the Tukey test at 5% probability. The Silicea caused alterations in electrical conductivity of soil solution. Responses to homeopathy and light depend on conditions of initial experimenter. KEY-WORS: homeopathy, pathogenesis, water. INDRODUÇÃO: A solução do solo é o meio pelo qual as raízes das plantas absorvem nutrientes e água. A condutividade elétrica (CE) é indicativa do teor de íons na solução do solo. Muitas atividades antrópicas, como o uso inadequado de fertilizantes e de agrotóxicos, e práticas de manejo, têm aumentado a concentração de íons na solução do solo, resultando em aumento da condutividade elétrica, a qual pode chegar a níveis críticos, comprometendo a germinação, desenvolvimento e produção das plantas (ESSINGTON, 2004). Embora as preparações homeopáticas sejam altamente diluídas, provocam alterações na CE do solo (ANDRADE, 2004) e da água (FIGUEIREDO, 2009). Segundo Lisboa et al. (2005), possivelmente essas alterações da CE sejam devido a mudanças da estrutura da água, já que as soluções homeopáticas são altamente diluídas e, a partir da dinamização 12CH, desprovidas de moléculas. De acordo com Elia et al. (2008), a condutividade elétrica é intrínseca a água, porém depende ou é função da organização e estrutura desta. Segundo LISBOA et al. (2005), possivelmente essas alterações da CE sejam devido a mudanças da estrutura da água, já que as soluções homeopáticas são altamente diluídas e, a partir da dinamização 12CH desprovidas de moléculas. De acordo com ELIA (2008), a condutividade elétrica é intrínseca a água, porém depende ou é função da organização e estrutura da água. A água deve ter condutividade elétrica compatível com a planta e o solo, evitando também a salinização (FIGUEIREDO, 2009). A capacidade de conduzir corrente elétrica esta associada a íons dissolvidos na água, que possuem carga elétrica. Quando estes ocorrem em grande quantidade consequentemente maior será a condutividade elétrica da água (ESTEVES, 1998).De acordo com a ciência da Homeopatia a experimentação dos preparados homeopáticos é fundamental, a fim de gerar a patogenesia das substâncias. A patogenesia servirá de orientação futura na escolha da homeopatia a cada caso de desequilíbrio (ANDRADE, 2004) Segundo orientações do protocolo de experimentação, citado por Lisboa et al. (2005), as preparações homeopáticas devem ser testadas em grupo diversificado de experimentadores, a fim de se obter quadro mais completo de sinais (patogenesia). Com base nos estudos de patogenesia, agricultores de vários pontos do Brasil, e mesmo de outros países, como Inglaterra e Cuba, vêm utilizando homeopatia em várias porções produtivas com resultados positivos no aumento da resistência a permanência de parasitas e doenças, condições físicas impróprias, florescimento, quebra de dormência de sementes e produção de mudas sadias (ARENALES, 1998; ANDRADE, 2000). Este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito da Silicea 6CH na condutividade elétrica em diferentes soluções do solo, expostas ou não à luz. MATERIAL E MÉTODOS: Foram conduzidos três experimentos no Laboratório de Homeopatia II - Solos e Água, do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa, no período de 03 a 06 de maio de 2011. 82

Em cada experimento foi adotado o delineamento experimental inteiramente casualizado, com quatro tratamentos (solução do solo com Silicea 6CH na luz; solução do solo com água destilada na luz, solução do solo com Silicea 6CH no escuro e solução do solo com água destilada no escuro) e cinco repetições, totalizando 20 parcelas experimentais. Os experimentos se diferenciaram quanto à origem e peso da argila utilizada no preparo da solução do solo. As argilas, branca, verde e amarela, foram adquiridas no comércio local. Os pesos adotados foram escolhidos em ensaios preliminares onde o critério foi a estabilidade no valor da condutividade elétrica da solução ao longo dos dias. Foram utilizados 03 beckers no preparo das três soluções de solo (de argila branca, verde e amarela). Cada becker após ser identificado recebeu o volume de 1200 ml de água desmineralizada. No becker de preparo da solução 1 foram adicionadas 6 g de argila branca; no becker de preparo da solução 2 foram adicionadas 60 g de argila verde, e no becker de preparo da solução 3 foram adicionadas 6 g de argila amarela. As soluções foram homogeneizadas e após 24 horas foi retirada a solução sobrenadante, as quais foram denominadas solução 1, 2 e 3. Vinte frascos de vidro de borosilicato com capacidade de 80 ml receberam 40 ml da solução 1. No tratamento escuro os frascos foram cobertos com papel alumínio. Nas soluções do solo foram aplicadas 5 gotas dos tratamentos, em dose única, sob procedimento duplo cego (experimento 1). Foram seguidos os mesmos procedimentos no caso dos experimentos 2 e 3, variando apenas a solução do solo. Assim, no experimento 2 os frascos receberam a solução 2 e no experimento 3 a solução 3. A preparação homeopática Silicea 6CH foi feita em água destilada imediatamente antes da implementação dos tratamentos. Foi avaliada a condutividade elétrica (CE), por meio do condutivímetro, marca Digimed, modelo DM-32. A CE foi medida a cada 24 horas após a aplicação dos tratamentos por três dias consecutivos. As médias foram interpretadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A solução do solo 1, não respondeu aos tratamentos, indicando comportamento pouco reativo do experimentador (Tabelas 1 e 2). Na solução do solo 2 verifica-se que o preparado homeopático Silicea 6CH causou aumento na CE durante todo período experimental, em relação aos demais tratamentos. Imediatamente após a aplicação dos tratamentos (C.E T-1) observa-se resposta diferenciada da solução do solo ao tratamento homeopático quando exposto ou não a luz (Tabelas 3 e 4). Na Tabela 4 podemos observar que a solução de solo respondeu ao tratamento de forma satisfatória, elevando os valores de CE, portanto havendo influência dos tratamentos no comportamento da CE. Na solução do solo 3, apenas 24 horas depois da aplicação dos tratamentos foi verificado sinal da patogenesia (Tabela 5). O preparado homeopático causou redução na CE da solução do solo, embora apenas quando sob luz os dados diferiram dos tratamentos sem a presença da Silicea 6CH (Tabela 6). O teor de sais nas soluções do solo, expressos pela CE, diferem dependendo do tipo de argila, conforme resultados de JOHNSON et al. (2001). As soluções do solo 1 e 3 (Tabelas 2 e 6), com valores de CE próximos, foram menos responsivas aos tratamentos, em relação a solução do solo 2 de maior CE (Tabela 3). A preparação básica de Silicea é obtida da sílica. O elemento silíceo tem relações com a luz e com a retenção de informações de natureza não material, como no caso as informações veiculadas pelos preparados homeopáticos (ENDLER et al., 1998). 83

Por analogia foi adotada a preparação homeopática Silicea nesta experimentação a partir da hipótese que a luz possa interferir na ação da Silicea sobre os sistemas dinâmicos, como no caso as soluções do solo, obtidas com diferentes colorações de argila, bem como possa interferir na retenção do estímulo homeopático. De acordo com os dados os efeitos da Silicea e da luz foram pouco expressivos, sendo sugerida a experimentação de outras dinamizações da homeopatia a fim de realizar estudo mais completo, bem como ajustes no modelo experimental. O princípio da similitude e da experimentação (patogenesia) conduz à hipótese da alta diluição que causa maior ou menor C.E, poderá diminuir ou aumentar valores desta variável quando em desequilíbrio. Assim, os experimentos de patogenesia visam gerar informações úteis à prática de manejo com homeopatia no meio rural. Os resultados confirmam a importância da diversidade de experimentadores dos preparados homeopáticos, bem como sugerem que fatores ambientais, como a luz, possam interferir nas respostas dos sistemas vivos a homeopatia. Tabela 1 - Resumo da análise de variância da condutividade elétrica imediatamente após a aplicação dos tratamentos (C.E T-1), 24 horas (C.E T-2), 48 horas (C.E T-3) e 72 horas (C.E T-4) após a aplicação dos tratamentos na solução do solo 1 (argila branca). FV GL Quadrado Médio C.E T-1 C.E T-2 C.E T-3 C.E T-4 Tratamento 3 5,918 ns 1,428 ns 0,472 ns 3,813 ns Resíduo 16 3,465 0,999 0,566 1,981 CV (%) 2,77 1,51 1,12 2,07 ns - não significativo ao nível de 5% pelo teste Tukey Tabela 2 - Valores médios da condutividade elétrica (µs/cm) imediatamente após a aplicação dos tratamentos (C.E T-1), 24 horas (C.E T-2), 48 horas (C.E T-3) e 72 horas (C.E T-4) após a aplicação dos tratamentos na solução do solo 1 (argila branca). Tratamentos C.E T-1 C.E T-2 C.E T-3 C.E T-4 1- Luz + água destilada 68,2A 66,65A 66,72A 67,84A 2- Escuro + água destilada 66,6A 66,20A 67,12A 68,00A 3- Luz + Silicea 65,85A 65,49A 66,43A 66,67A 4- Escuro + Silicea 67,81A 66,60A 67,00A 68,78A As médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey Tabela 3 - Resumo da análise de variância da condutividade elétrica imediatamente após a aplicação dos tratamentos (C.E T-1), 24 horas (C.E T-2), 48 horas (C.E T-3) e 72 horas (C.E T-4) após a aplicação dos tratamentos na solução do solo 2 (argila verde). FV GL Quadrado Médio C.E T-1 C.E T-2 C.E T-3 C.E T-4 Tratamento 3 638,2** 1472,2** 764,9** 1000,1** Resíduo 16 6,33 14,32 29,9 7,95 84

CV (%) 1,50 2,12 3,05 1,51 ** -significativo ao nível de 1% pelo teste Tukey Tabela 4 - Valores médios da condutividade elétrica (µs/cm) imediatamente após a aplicação dos tratamentos (C.E T-1), 24 horas (C.E T-2), 48 horas (C.E T-3) e 72 horas (C.E T-4) após a aplicação dos tratamentos na solução do solo 2 (argila verde). Tratamentos C.E T-1 C.E T-2 C.E T-3 C.E T-4 1- Luz + água destilada 155,2D 161,54B 167,45B 173,94B 2- Escuro + água destilada 161,0C 164,88B 170,14B 174,71B 3- Luz + Silicea 6CH 172,44B 190,71A 187,04A 196,68A 4-Escuro + Silicea 6CH 180,38A 194,70A 192,52A 200,64A As médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey Tabela 5 - Resumo da análise de variância da condutividade elétrica imediatamente após a aplicação dos tratamentos (C.E T-1), 24 horas (C.E T-2), 48 horas (C.E T-3) e 72 horas (C.E T-4) após a aplicação dos tratamentos na solução do solo 3 (argila amarela). FV GL Quadrado Médio C.E T-1 C.E T-2 C.E T-3 C.E T-4 Tratamento 3 0,667 ns 0,485* 0,136 ns 0,780 ns Resíduo 16 0,333 0,096 0,176 0,509 CV (%) 1,09 0,59 0,79 1,33 ns - não significativo ao nível de 5% pelo teste Tukey *-significativo ao nível de 5% pelo teste Tukey Tabela 6 - Valores médios da condutividade elétrica (µs/cm) imediatamente após a aplicação dos tratamentos (C.E T-1), 24 horas (C.E T-2), 48 horas (C.E T-3) e 72 horas (C.E T-4) após a aplicação dos tratamentos na solução do solo 3 (argila amarela). Tratamentos C.E T-1 C.E T-2 C.E T-3 C.E T-4 1- Luz + água destilada 52,7A 52,9A 53,1A 53,9A 2- Escuro + água destilada 52,9A 52,9A 53,3A 54,0A 3- Luz + Silicea 6CH 52,1A 52,3B 52,9A 53,1A 4- Escuro + Silicea 6CH 52,4A 52,5AB 53,1A 53,5A As médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey Na Tabela 1 são apresentados valores não significativos do comportamento da solução do solo 1 onde esta, não sofreu modificações em função dos tratamentos. No entanto, somente 48 horas depois de implementar os tratamentos, houve influencia do mesmo na solução de solo 3 (Tabela 6), com posterior estabilização da condutividade elétrica. 85

A solução da argila branca não respondeu à Silicea 6CH, gerando valores desconsideráveis e a solução da argila amarela respondeu ao estimulo homeopático somente após 48h, tornando-se estável mesmo em contato com a homeopatia. CONCLUSÕES: As soluções do solo são responsivas ao tratamento homeopático Silicea 6CH. O comportamento varia de acordo com o tipo de argila que compõe a solução do solo, a qual reage de maneiras distintas quando em exposição à luz ou condições de escuro. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, F. M. C. Homeopatia no crescimento e produção de cumarina em chamba (Justicia espectoralis Jacq.). Viçosa, MG: UFV. 2000, p. 286. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia Produção Vegetal). Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2000. ANDRADE, F. M. C. Alterações da vitalidade do solo com o uso de preparações homeopáticas. Tese (Doutorado em Fitotecnia). Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2004. ARENALES, M. C. A homeopatia na agropecuária orgânica. In: Encontro Mineiro sobre Produção Orgânica de Hortaliças, 1, 1998, Viçosa, MG. Anais... Viçosa, MG: UFV, 1998 p. 24-35. ELIA, V.; NAPOLI, E.; NICCOLI, M.; MARCHETTINI, N. New physico-chemical properties of extremely dilute solutions. A conductivity study at 25 ºC in relation to ageing. J. Chem Solution, v. 37, p. 85-96, 2008. ESSINGTON, M.E. Soil and Water Chemistry: an integrative approach. 1ª Edição, CRC Press, 2004. ENDLER P.C.; HECKMANN, C.; LAUPPERT, E.; PONGRATZ, W.; ALEX, J.; DIETERLE, D.; LUCKTISCH, C.; VINATTIERE, C.; SMITH, C.W.; SENEKOWITSCH, F.; MOELLER, H.; SCHULTE, J. The metamorphosis of amphibians and information of thyroxin storage via the bipolar fluid water and on a technical data carrier; transference via an electronic amplifier. In: (ed.).: Fundamental research in high dilution and homoeopathy. Kluwer Academic Publishers, Dordrecht, 1998. ESTEVES, F. A. Fundamentos de Limnologia. Interciência. FINEP, p 248, 1998. 86

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