Endereçamento IP. Redes de Computadores. Charles Tim Batista Garrocho. Instituto Federal de São Paulo IFSP Campus Campos do Jordão

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Transcrição:

Endereçamento IP Redes de Computadores Charles Tim Batista Garrocho Instituto Federal de São Paulo IFSP Campus Campos do Jordão garrocho.ifspcjo.edu.br/rdc charles.garrocho@ifsp.edu.br Técnico em Informática Prof. Charles Garrocho (IFSP) Redes de Computadores Técnico em Informática 1 / 16

Introdução a Endereço IP Para que uma rede funcione, é necessário que os terminais dessa rede tenham uma forma de se identificar de forma única. Da mesma forma, a interligação de várias redes só pode existir se as redes estiverem, também, identificadas no seu conjunto. Essa forma de identificação utilizada nas redes de computadores atuais é o chamado Endereço IP. Atualmente, existem duas versões de endereço IP: a versão 4 (IPv4) e a versão 6 (IPv6). A diferença entre elas é a quantidade de bits que compõe um endereço e, por conseguinte, a quantidade de redes e computadores possíveis de endereçar. Prof. Charles Garrocho (IFSP) Redes de Computadores Técnico em Informática 2 / 16

Endereço IP(v4) O endereço IP (v4) é um número de 32 bits com 4 conjuntos de 8 bits (4x8=32). A estes conjuntos de 4 bits dá-se o nome de octeto. Um exemplo de um endereço IP é: 192.168.1.10 Podemos dizer que um endereço IP tem duas partes: a identificação da REDE a identificação do HOST dentro dessa rede (host é um terminal) Prof. Charles Garrocho (IFSP) Redes de Computadores Técnico em Informática 3 / 16

Endereço IP(v4) Um número de 8 bits permite ter até 256 (0 a 255) combinações diferentes. Isto é, se o endereço tem 4 conjuntos de 8 bits, teoricamente podemos ter 4x256 números para representar redes/hosts. Como já foi dito, o endereço IP é dividido em duas partes. A primeira identifica a rede à qual um equipamento está ligado e a segunda identifica esse equipamento dentro dessa rede. Assim, os primeiros octectos servem sempre para identificar a rede e os últimos octetos para identificar as máquinas (hosts). Como temos apenas 4 octectos, se fosse reservado apenas o primeiro octecto, teríamos um grande número de hosts (256x256x256) mas um pequeno número de redes (256). Mesmo que reservássemos dois octectos para as redes, os endereços possíveis seriam insuficientes. Prof. Charles Garrocho (IFSP) Redes de Computadores Técnico em Informática 4 / 16

Classes de Endereços Assim, foram definidas classes de endereços, de modo a permitir uma maior gama de endereços. Foram definidas 5 classes: A,B,C,D,E. Vamos concentrar-nos nas primeiras três classes: Classe A: apenas o primeiro octecto identifica a rede e os últimos três octectos identificam os hosts; isto quer dizer que poderíamos ter, no máximo, 254 (o 0 e o 255 não contam) redes e 256x256x254 Classe B: os dois primeiros octectos identificam a rede e os outros dois identificam os hosts; neste caso, podemos ter mais redes, mas menos hosts em cada rede Classe C: os três primeiros octectos identificam as redes possíveis e apenas o último octecto identifica os hosts; aqui, podemos ter muito menos hosts em cada rede (254), mas muitas redes Prof. Charles Garrocho (IFSP) Redes de Computadores Técnico em Informática 5 / 16

Classes de Endereços É fácil de ver que os endereços de classe C são mais adequados a redes com poucos computadores (como as redes locais, por exemplo) e que os endereços de classe A para redes com muitos computadores. O que diferencia uma classe de endereços de outra é o valor do primeiro octecto. Assim, em relação ao primeiro octecto: A - entre 1 e 126 B - entre 128 e 191 C - entre 192 e 224 Ilustração das Classes: Prof. Charles Garrocho (IFSP) Redes de Computadores Técnico em Informática 6 / 16

Classes Especiais Existem classes especiais na Internet que não são consideradas públicas, não são consideradas como endereçáveis, são reservadas: Prof. Charles Garrocho (IFSP) Redes de Computadores Técnico em Informática 7 / 16

Endereços de Rede Privada Dos mais de 4 biliões de endereços disponíveis, três faixas de endereços são reservadas para redes privadas (uma para cada classe). Os endereços que estão dentro destas faixas não podem ser encaminhados ( roteados ) para fora da rede privada ou seja, não podem comunicar diretamente com redes públicas (ex: a Internet). Estes blocos de endereços são os que devem ser utilizados, por exemplo, nas redes domésticas (ou em empresas, escolas, etc...). Classe Inicio Fim A 10.0.0.0 10.255.255.255 B 172.16.0.0 172.31.255.255 C 192.168.0.0 192.168.255.255 Prof. Charles Garrocho (IFSP) Redes de Computadores Técnico em Informática 8 / 16

Máscaras de sub-rede (subnet mask) Uma máscara de sub-rede é um número de 32 bits, dividido em 4 octetos, usado para dividir um endereço IP em sub-redes e especificar o número de hosts disponíveis em cada uma dessas sub-redes. Uma sub-rede é uma divisão de uma rede de computadores. A divisão de uma rede grande em menores resulta num tráfego de rede reduzido, administração simplificada e melhor performance de rede. Como vimos antes, para facilitar o endereçamento, os endereços IP são divididos em duas partes (endereço de rede e de host). A máscara de subrede é usada para determinar que parte do IP é o endereço da rede e qual parte é o endereço do host. Prof. Charles Garrocho (IFSP) Redes de Computadores Técnico em Informática 9 / 16

Máscaras de sub-rede (subnet mask) Os 32 bits das máscaras de sub-rede são divididos em duas partes: um bloco de 1s que indica a parte da rede: 11111111 (binário) é representado por 255 (decimal) um outro bloco de 0s que indica a parte dos hosts: 0000000 binário é 0 (decimal) Quando alteramos a parte dos 0s, dependendo da quantidade de 0s que trocamos por 1s, estamos a dizer a quantidade de sub-redes que queremos criar. Ao mesmo tempo, definimos o número de hosts dessas redes (são os bits que sobram). Prof. Charles Garrocho (IFSP) Redes de Computadores Técnico em Informática 10 / 16

Máscaras de sub-rede (subnet mask) Tomemos como exemplo um endereço de classe C (sendo x igual a 0 ou 1) e dois bits movidos para a direita para criar uma sub-rede: endereço classe C: xxxxxxxx.xxxxxxxx.xxxxxxxx.00000000 máscara: 11111111.11111111.11111111.11000000 Ao acrescentarmos dois bits a 1 (um), podemos criar 2 2 = 4 sub-redes. Sobram 6 zeros, logo, com esta máscara, podemos endereçar 2 6 = 64 endereços por subrede. Como temos que subtrair 2 endereços (o endereço de rede, 0, e o de broadcast, 255 ), temos um total de 62 endereços de hosts (64-2 = 62). A máscara a aplicar é 255.255.255.192, porque 256-64 = 192 Prof. Charles Garrocho (IFSP) Redes de Computadores Técnico em Informática 11 / 16

Gateway Gateway geralmente é uma máquina destinada a interligar redes ou mesmo traduzir protocolos. Exemplos de gateway podem ser os routers e as firewalls, já que ambos servem de intermediários entre o utilizador e a rede. Assume-se que o gateway tenha acesso ao exterior (ligação à Internet, por exemplo). Poderá ter também medidas de segurança contra invasões externas. Cabe igualmente ao gateway traduzir e adaptar os pacotes originários da rede local para que estes possam atingir o destinatário, mas também traduzir as respostas e devolvê-las à origem da comunicação. Prof. Charles Garrocho (IFSP) Redes de Computadores Técnico em Informática 12 / 16

Exemplo de Rede Prof. Charles Garrocho (IFSP) Redes de Computadores Técnico em Informática 13 / 16

DHCP DHCP: Dynamic Host Configuration Protocol, é um protocolo (que faz parte do conjunto de protocolos TCP/IP) que oferece configuração dinâmica de terminais, ou seja, fornece automaticamente endereços IP de host e outros parâmetros de configuração para clientes de rede. O DHCP oferece três tipos de atribuição (alocação) de endereços IP: Atribuição manual: Onde existe uma tabela de associação entre o Endereço MAC do cliente e o endereço IP. Atribuição automática: Onde o cliente obtém um endereço de um espaço de endereços possíveis, especificado pelo administrador. Geralmente qualquer endereço MAC é aceite. Atribuição dinâmica: Parecido com atribuição automática, entretanto, a alocação utiliza um mecanismo de aluguel do endereço, caracterizado por um tempo de vida. Prof. Charles Garrocho (IFSP) Redes de Computadores Técnico em Informática 14 / 16

DNS DNS: Domain Name System (Sistema de Nomes de Domínios) é um sistema de gestão de nomes que tem a função de traduzir os endereços escritos por palavras em endereços IP escritos em números. Os servidores DNS, contêm listas de endereços onde os nomes estão relacionados com endereços IP. Funcionam como uma espécie de Páginas Amarelas gigante, com os endereços de todos os servidores existentes (ou, então, estão ligados a outros servidores com outras listas). Por exemplo, ao escrevermos www.google.com no browser, o nosso pedido vai para um servidor DNS, que procura na sua lista o IP correspondente (por exemplo, 64.68.92.29) e o devolve ao nosso browser. A partir daí, o browser automaticamente se liga a esse endereço. Prof. Charles Garrocho (IFSP) Redes de Computadores Técnico em Informática 15 / 16

Exercícios 1 Dada a rede IP 110.0.0.0/8, dividi-la em 256 subredes. 2 Considere o endereço IP de uma máquina com 192.168.100.2 e mascara /28. Qual o endereço IP de rede, endereço de broadcast, e a faixa de endereços que podemos ter para essa sub-rede. Prof. Charles Garrocho (IFSP) Redes de Computadores Técnico em Informática 16 / 16