Ofício Colégio Registral - Convenção da Apostila Belo Horizonte, 23/09/2016 Srs. Usuários dos Serviços Notariais e de Registro de Minas Gerais REF: CONVENÇÃO DA APOSTILA E RESOLUÇÃO Nº 228/CNJ O Colégio Registral de Minas Gerais, por sua Presidente, tendo em vista a RESOLUÇÃO Nº 228/CNJ, vem informar o seguinte: 2- No dia 14 de agosto de 2016 entrou em vigor a Convenção da Apostila da Haia. O Conselho Nacional de Justiça CNJ expediu a Resolução nº 228/CNJ, determinando que passará a ser atribuição dos serviços extrajudiciais a legalização de documentos brasileiros para que tenham validade no exterior: Art. 1º A legalização de documentos produzidos em território nacional e destinados a produzir efeitos em países partes da Convenção sobre a Eliminação da Exigência de Legalização de Documentos Públicos Estrangeiros (Convenção da Apostila) será realizada, a partir de 14 de agosto de 2016, exclusivamente por meio da aposição de apostila, emitida nos termos desta Resolução. Parágrafo único. Para os fins desta Resolução, entende-se como legalização, ou chancela consular, a formalidade pela qual se atesta a autenticidade da assinatura, da função ou do cargo exercido pelo signatário do documento e, quando cabível, a autenticidade do selo ou do carimbo nele aposto. Art. 2º As apostilas emitidas por países partes da Convenção da Apostila, inclusive as emitidas em data anterior à vigência da referida Convenção no Brasil, serão aceitas em todo o território nacional a partir de 14 de agosto de 2016, em substituição à legalização diplomática ou consular. (sem grifos no original) 3- Nos termos do at. 6º da mencionada Resolução nº 228/CNJ os titulares dos cartórios extrajudiciais deverão apostilar os documentos, no limite das suas atribuições, não tendo sido especificado qual seria tal limite, já tendo sido solicitado esclarecimento para evitar tratamento não uniforme no território nacional: Art. 6º São autoridades competentes para a aposição de apostila em documentos públicos produzidos no território nacional: I as Corregedorias Gerais de Justiça e os Juízes Diretores do foro nas demais unidades judiciárias, comarcas ou subseções, quanto a documentos de interesse do Poder Judiciário; e II os titulares dos cartórios extrajudiciais, no limite das suas atribuições. (SEM GRIFOS NO ORIGINAL)
4- Tendo em vista que a Resolução nº 228/CNJ define legalização, no seu art. 1º, parágrafo único, como: a formalidade pela qual se atesta a autenticidade da assinatura, da função ou do cargo exercido pelo signatário do documento e, quando cabível, a autenticidade do selo ou do carimbo nele aposto, o Colégio Registral está interpretando que os SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO deverão proceder da seguinte forma ao apostilar documentos: supondo que se trate de legalização de um diploma expedido pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Ouro Preto- MG, deverá ser reconhecida a firma do Diretor da Faculdade, que assinou o diploma, em um cartório de Notas onde ele tenha cartão de assinatura. Supondo que ele somente tenha cartão de assinatura em Ouro Preto, será reconhecida firma lá. Em seguida, já que os cartórios de Ouro Preto ainda não estão em condições de proceder à legalização, deverá o interessado procurar um cartório de Belo Horizonte (ou de outra capital de Estado da Federação), onde será feita a apostila ou legalização, que consistirá no reconhecimento do sinal público do tabelião que reconheceu a assinatura do Diretor da Faculdade, por meio de acesso à CNSIP, da CENSEC. 5- Obviamente, se o Cartório de Ouro Preto já tiver condições de apostilar o documento, após analisar a firma do Diretor da Faculdade, o próprio titular do cartório apostilará diretamente o documento, sem necessidade de remetê-lo a outro Cartório. 6 - Sobre documentos cujo original consta de meio eletrônico (como certidões expedidas diretamente da internet, CPF extraído do site da Receita Federal, etc), o Enunciado nº 2, do XXI Congresso Notarial Brasileiro, realizado em Belo Horizonte, no dia dia 09 de setembro de 2016, estabelece: O Apostilamento dos documentos natos eletrônicos requer a certificação mediante acesso à internet. 7- Ressalte-se que, se o documento tiver que ser traduzido, deverá ser apresentado documento original bem como a tradução. O documento original deverá ser apostilado para somente após ser apostilada a tradução, mediante conferência da assinatura do tradutor público, se assim for solicitado. 8 - Conforme notícia publicada no site do CNJ em 20/09/2016, a Corregedoria Nacional de Justiça vai dar início à interiorização do apostilamento, que é a autenticação de documentos emitidos no Brasil que devem ser reconhecidos no exterior: O Corregedor Nacional de Justiça, ministro João Otávio de
Noronha, determinou que as Corregedorias dos Tribunais de Justiça Estaduais terão 15 dias para informar quais cartórios de seus Estados, estarão aptos a prestar o serviço dentro dos termos de segurança definidos pela Convenção da Apostila da Haia e pela Resolução 228 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Após esta fase, a Corregedoria promoverá o credenciamento dos cartórios do interior dos Estados informados pelas Corregedorias locais. Papel Moeda O Corregedor solicitou ainda estudo de viabilidade de utilização de outros papéis de segurança para o apostilamento. Hoje a Resolução do CNJ nº 228 determina que apenas o papel moeda produzido pela Casa da Moeda do Brasil pode ser usado. Diante da decisão de iniciar a interiorização do apostilamento, e consequente aumento da demanda, o ministro Corregedor, com base nos resultados dos estudos, poderá levar ao plenário do Conselho proposta de alteração da Resolução 228, autorizando a utilização de outros papéis de segurança. 9- Sobre o custo, nos termos do art. 18 da mesma Resolução, os emolumentos corresponderão, para cada apostila emitida, ao custo de uma Procuração Sem Valor Declarado, segundo os valores vigentes em cada Estado da Federação. Em Minas Gerais, o valor da apostila, em 2016, por documento, é de R$ 23,91 (vinte e três reais e noventa e um centavos), devendo ser feito um requerimento de apostilamento, identificando a assinatura que será apostilada. 10- Em Minas Gerais, atualmente, tendo em vista a regulamentação da CGJ- MG, por meio do AVISO Nº 28, publicado no DJe de 05 de setembro de 2016, somente os cartórios de Notas estão autorizados a apostilar, o que, no entendimento do Colégio Registral, está equivocado, RAZÃO PELA QUAL JÁ FOI FEITO PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO À CGJ/MG, para que os cartórios de todas as especialidades possam apostilar documentos públicos brasileiros, nos termos da determinação do CNJ. 11- Abaixo reproduz-se o mencionado AVISO Nº 28/CGJ/2016, DJe: 5/09/2016: AVISO Nº 28/CGJ/2016 Avisa sobre procedimentos para aposição de apostila em documentos públicos produzidos no território nacional, conforme Resolução do Conselho Nacional de Justiça nº 228, de 22 de junho de 2016.
O CORREGEDOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e XIV do art. 32 do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, aprovado pela Resolução do Tribunal Pleno nº 3, de 26 de julho de 2012, CONSIDERANDO o disposto na Resolução do Conselho Nacional de Justiça nº 228, de 22 de junho de 2016, que regulamenta a aplicação, no âmbito do Poder Judiciário, da Convenção sobre a Eliminação da Exigência de Legalização de Documentos Públicos Estrangeiros, celebrada na Haia, em 5 de outubro de 1961 (Convenção da Apostila) ; CONSIDERANDO, outrossim, que a aposição de apostila tem a finalidade de atestar a autenticidade da assinatura, a função ou cargo exercido pelo signatário do documento e, quando cabível, a autenticidade do selo ou carimbo aposto no documento, consoante o art. 3º da Convenção sobre a Eliminação da Exigência de Legalização de Documentos Públicos Estrangeiros, firmada pela República Federativa do Brasil, em Haia, em 5 de outubro de 1961; CONSIDERANDO que, nos termos do inciso II do art. 6º da Resolução do Conselho Nacional de Justiça nº 228, de 2016, os cartórios extrajudiciais, no limite das suas atribuições, são autoridades competentes para a aposição de apostila em documentos públicos produzidos no território nacional; CONSIDERANDO as atribuições dos notários, estabelecidas no inciso III do art. 6º e no inciso IV do art. 7º da Lei nº 8.935, de 18 de novembro de 1994, que regulamenta o art. 236 da Constituição Federal, dispondo sobre serviços notariais e de registro. (Lei dos cartórios) ; CONSIDERANDO que os emolumentos corresponderão, para cada apostila emitida, ao custo de Procuração Sem Valor Declarado, segundo os valores vigentes em cada Estado da Federação, consoante determina o art. 18 da Resolução do Conselho Nacional de Justiça nº 228, de 2016; CONSIDERANDO a Lei estadual nº 15.424, de 30 de dezembro de 2004, que dispõe sobre a fixação, a contagem, a cobrança e o pagamento de emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro, o recolhimento da Taxa de Fiscalização Judiciária e a compensação dos atos sujeitos à gratuidade estabelecida em lei federal e dá outras providências ; CONSIDERANDO que, no Estado de Minas Gerais, a procuração sem valor declarado é aquela prevista na alínea f.1 do item 4, da Tabela 1 do Anexo da Lei estadual nº 15.424, de 2004, c/c art. 265 do Provimento nº 260, de 18 de outubro de 2013, que codifica os atos normativos da Corregedoria-Geral de Justiça do Estado de Minas Gerais relativos aos serviços notariais e de registro ; CONSIDERANDO as normas relativas à selagem física e eletrônica dos atos notariais e de registro, especialmente aquelas contidas na alínea l do inciso I do art. 11 da Portaria Conjunta nº 2/2005/TJMG/CGJ/SEF-MG, de 11 de março de 2005, que disciplina a aquisição, confecção, distribuição e utilização do Selo de Fiscalização [físico] de uso obrigatório pelos serviços notariais e de registro do Estado de Minas Gerais, e na alínea l do inciso I do art. 15 da Portaria Conjunta nº 9/2012/TJMG/CGJ/SEF-MG, de 16 de abril de 2012, que institui o Selo de Fiscalização Eletrônico no âmbito dos serviços notariais e de registro do Estado de Minas Gerais ; CONSIDERANDO o que ficou consignado nos autos nº 2016/80134 - COFIR, AVISA aos juízes de direito, servidores, notários e registradores do Estado de Minas Gerais e a quem mais possa interessar que a emissão de apostila é restrita aos tabeliães de notas e oficiais de registro civil das pessoas naturais com atribuição notarial, devendo ser cobrada segundo os valores previstos na alínea f.1 do item 4 (procuração genérica, código fiscal 1437-3) da Tabela 1 do Anexo da Lei estadual nº 15.424, de 30 de dezembro de 2004. AVISA,
outrossim, que, para o preenchimento da Declaração de Apuração e Informação da Taxa de Fiscalização Judiciária - DAP/TFJ, o código fiscal 1437-3 deve ser acompanhado da quantidade de apostilas emitidas e do seguinte código de tributação complementar 45 - Apostila - Convenção de Haia - Art. 18 da Resolução nº 228/CNJ/2016. AVISA, ainda, que deve ser utilizado um selo de fiscalização físico PADRÃO e/ou um selo de fiscalização eletrônico, na forma da alínea l do inciso I do art. 11 da Portaria Conjunta nº 2/2005/TJMG/CGJ/SEF-MG, de 11 de março de 2005, e da alínea l do inciso I do art. 15 da Portaria Conjunta nº 9/2012/TJMG/CGJ/SEF-MG, de 16 de abril de 2012. AVISA, por fim, que o selo de fiscalização físico e/ou a estampa do selo de fiscalização eletrônico devem ser previamente afixados no próprio documento a ser apostilado, antes de sua digitalização, de forma a manter correspondência com a respectiva imagem que constará do Sistema Eletrônico de Informações e Apostilamento - SEI Apostila. Belo Horizonte, 2 de setembro de 2016. Desembargador ANDRÉ LEITE PRAÇA Corregedor-Geral de Justiça 12- O Colégio Registral de Minas Gerais continuará acompanhando as orientações do CNJ e da CGJ-MG, que serão postadas em seu site: http://www.colegioregistralmg.org.br/ Atenciosamente, Letícia Franco Maculan Assumpção Presidente do Colégio Registral de Minas Gerais