Jornalismo e Ética JOBIM, Danton. Espírito do Jornalismo.
Robert Salmon Diretor de France Soir A preocupação da imprensa americana com a objetividade faz uma homenagem à imprensa mundial. Os fatos são apresentados com uma precisão surpreendente e não apresentam alguma posição partidária, como acontece na maior parte dos países. O leitor acredita no seu jornal. Ele acredita nas informações, ele acredita na publicidade. E é isso que faz com que a imprensa americana seja a mais próspera, fez o melhor do mundo.
Jornalismo e compromisso público O que se pode pedir do jornalista é que não use de má fé com seu público, induzindo-o a erro em matéria de fato, seja pela falsificação das notícias, seja pela sua omissão.
Credibilidade Entretanto, nos países latinos, a objetividade não alcançou, jamais alcançará, provavelmente, o grau a que atingiu nos jornais americanos.
Walter Lippmann nota que o leitor espera que a imprensa, reproduzindo embora os padrões morais da comunidade, viva no mesmo plano em que supõe vivam a escola, a igreja e as profissões desinteressadas.
Subsistência do jornal De qualquer maneira, porém, o jornal depende do anunciante para viver. O ideal seria que contasse somente com o leitor, mas contra semelhante utopia espero que estejam vacinados os que conhecem as experiências feitas até agora. Walter Lippmann
Subsistência do jornal Robert de Jouvenel Estais dispostos a pagar, doravante, dois sous por exemplar, a fim de permitir que o vosso jornal continue a viver? 20 mil leitores responderam entusiasticamente: Dois, três, cinco sous se quiserdes! O proprietário era ingênuo, acreditou, e menos de um ano depois o jornal não tirava seis mil exemplares. A fidelidade do chamado constante leitor é muito precária.
A influência do anunciante JOBIM: o caso é muito raro, pelo que depreendo do testemunho de críticos honestos do jornalismo americano, como Walter Lippmann, e pelo que sei de experiência própria quanto à imprensa brasileira. Mas não há dúvida que resta sempre a um grande consórcio, com um pesado programa de publicidade, a possibilidade de influir através da gerência da folha, nas atitudes desta capazes de afetar seus interesses.
Sensacionalismo Por outro lado, tendo de forçar a alta da circulação, subproduto que troca pelo anúncio, o jornal passou a cortejar as massas, renunciando até certo ponto a seu papel de orientação.
E o jornalista? O jornalista é um homem e basta que seja um homem honrado e sensato, segundo os padrões morais de seu tempo, para que cumpra sua missão.
É possível uma imprensa livre?
O leitor, em suma, conhece as fraquezas e deficiências do jornal num regime de imprensa livre, mas não deseja substituí-lo pelo jornal controlado.
A regra segundo a qual se deve estabelecer nitidamente uma linha de separação entre a notícia e o comentário - entre o fato e a sua interpretação - já representa um grande esforço por informar honestamente o público, fornecendo-lhes os meios para que forme os seus próprios juízos independentes dos pontos de vista do jornal.
Linha Editorial Que jornais explicitam a linha editorial? Qual a diferença entre o jornalismo americano e o jornalismo brasileiro?
Linha Editorial Estados Unidos é o único país onde os jornalistas não se envergonham de confessar que sua atividade não é desinteressada, mas faz parte de um negócio, um business.
Linha Editorial e subsistência A época das subvenções de origem política está longe, no passado. Ninguém seria suficientemente rico, naquele país (EUA) de milionários, para sustentar amante tão cara como uma grande folha de informação.
Linha Editoral e Subsistência Também os americanos conheceram a imprensa de idéias, o jornal de opinião ou de doutrina. Mas já ultrapassaram essa fase, como acontece com a França, e até certo o Brasil, a Argentina ou o México. A indústria jornalística é cara demais para ser posta à disposição dos livre-atiradores.
Linha Editorial O jornal, o quotidiano tem de ser mais de informação que debate. Seu centro de gravidade deve ser a notícia e não o comentário.
O que significa jornal de opinião?
Jornais semanários opinativos!
Linha Editorial Mas essa objetividade, estabelecida como um dever do jornal para com o leitor, cria outro problema de natureza moral. Todas as notícias podem e devem ser publicadas, mesmo as que ofendam os costumes e o decoro público, mesmo as que influam perigosamente pelo contágio na conduta social do leitor?
Valores morais Em verdade, não há fato imoral em si mesmo. Imoral pode ser o modo de relatálo e apresentá-lo ao público.
Valores morais O que é socialmente perigoso é fazer todo um jornal à base de dramas policiais, como se a comunidade estivesse convertida num covil de ladrões e assassinos, o que é tão falso como a angélica imagem que dela ofereciam os jornais sem roubos e assissínios.
Valores morais Imaginemos um jornalista que, empreendendo uma campanha contra a corrupção no seu município, decide-se a publicar um documento falso. Se sabia que era falso, a objeção é evidente por si mesma. Se o tinha por duvidoso, muito embora fortes motivos o induzissem a crer na sua veracidade, provou a sua leviandade. Poderá, entretanto, defender-se alegando que, embora falso o documento, foi útil a uma bela causa?
Colunismo social Apuração
Na América Latina ninguém funda um jornal para negócio, para fazer dinheiro. O jornal é fundado geralmente para fins políticos: Correio do Estado Diários Associados (Diário da Serra) O Estado MS Folha do Povo