CARTA DE VITÓRIA DA CONQUISTA



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Transcrição:

CARTA DE VITÓRIA DA CONQUISTA Em defesa da isonomia na Educação Federal entre docentes do magistério superior e EBTT, para a simultaneidade da dispensa de controle de frequência por sistema eletrônico de ponto, e da inclusão da categoria de docentes EBTT, no art.6º, 7º, do Decreto nº 1.590/1995. Em prol da cultura administrativa democrática no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA); do respeito aos docentes e técnicos administrativos. Contra a Portaria da Reitoria nº 709/2015. Os docentes e os técnicos administrativos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), campus Vitória da Conquista, reunidos na cidade de Vitória da Conquista, Estado da Bahia, no dia 24 de março de 2015, atentos à relevância da manutenção da isonomia entre os docentes do magistério superior e EBTT, às ações unilaterais da Reitoria na implantação do sistema eletrônico de ponto e à ausência completa de consulta aos docentes e técnicos administrativos, em prejuízo do espírito democrático que deve reger a vida em sociedade e as decisões públicas na esfera administrativa, principalmente em Instituições de caráter educacional: CONSIDERANDO que os Institutos Federais, nos termos da Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, são, simultânea e indissociavelmente,instituições de educação superior, básica e profissional (art. 2º, caput) e que, para efeito da incidência das disposições que regem a regulação, avaliação e supervisão das instituições e dos cursos de educação superior, são equiparados às universidades federais (art. 2º, 1º); CONSIDERANDO que a criação da carreira de Docente EBTT apenas se deu com a Lei nº 11.784, de 22 de setembro de 2008, ou seja, mais de uma década após a criação dos Decretos nº 1.590, de 10 de agosto de 1995, e nº 1.867, de 17 de abril de 1996 o que torna as suas redações normativas desatualizadas, diante da impossibilidade temporal de preverem e regularem aspectos da carreira docente EBTT, até então inexistente; CONSIDERANDO que a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 estabelece o princípio da isonomia (art. 5º, caput) e que, na prática, há equivalência entre as atividades dos docentes do magistério superior e dos docentes EBTT, tanto no ensino, como também na pesquisa e na extensão, bem como a possibilidade de atuarem, de maneira idêntica, em atividades de gestão, direção, assessoramento, chefia, coordenação e assistência no próprio IFBA e de bancas de concurso e de TCC, dissertações e teses, dentro e fora do Instituto, assim como orientações de estágio;

CONSIDERANDO que, pela Lei nº 12.772, de 28 de dezembro de 2012, a Carreira de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico destina-se a profissionais habilitados em atividades acadêmicas próprias do pessoal docente no âmbito da educação básica e da educação profissional e tecnológica (art. 2º, 2º) e que, entre outras dimensões, pela Lei nº 9.394, de 20 de novembro de 1996, a educação profissional e tecnológica abrangerá os cursos de educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação (art. 39, 2º, III), isto é, a educação superior; CONSIDERANDO que, nos termos da Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, os objetivos dos Institutos Federais e dos cursos básicos e tecnológicos insertos nos IFES incluem ministrar, em nível de educação superior, cursos superiores de tecnologia, visando à formação de profissionais para os diversos setores da economia (art. 7º, VI, a); CONSIDERANDO que a categoria de docentes EBTT é predominante nos Institutos Federais, sendo, portanto, inevitável a sua atuação no magistério superior; CONSIDERANDO que, nas universidades e demais instituições federais de ensino superior, nos termos da Lei nº 7.596, de 10 de abril de 1987, o princípio da isonomia é a regra, abrangendo Plano Único de Classificação e Retribuição de Cargos e Empregos para o pessoal docente e para os servidores técnicos e administrativos, o princípio da isonomia salarial e a uniformidade de critérios tanto para ingresso mediante concurso público de provas, ou de provas e títulos, quanto para a promoção e ascensão funcional, com valorização do desempenho e da titulação do servidor (art. 3º), não se justificando, por consequência, sob quaisquer pretextos, critérios administrativos de controle de frequência distintos aos docentes do magistério superior e aos EBTT; CONSIDERANDO que as atividades de pesquisa e de extensão desenvolvidas regularmente pelos docentes EBTT, nos termos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996), são específicas da educação superior (pesquisa: art. 43, III e VII, art. 52, caput, art. 53, III e parágrafo único, caput e IV, art. 54, 2º, art. 70, IV, art. 71, I, art. 77, 2º, art. 78, caput, art. 79, caput e 3º, art. 84, art. 86; extensão: art. 43, VII, art. 44, IV, art. 52, caput, art. 53, III e parágrafo único, IV, art. 77, 2º); CONSIDERANDO que o controle de frequência por meio de sistema eletrônico de ponto é, por princípio e instrumentalmente, incompatível com a natureza do trabalho docente, uma vez que a maior parte de sua carga horária laboral, muitas vezes superior às 40 horas semanais, refere-se a atividades extraclasse e além muros do IFBA, a exemplo dos estudos teóricos e práticos de atualização, da elaboração de aulas e de avaliações, da correção de avaliações, do desenvolvimento de projetos de pesquisa e extensão, das visitas técnicas etc.;

CONSIDERANDO que os Pareceres n o 420/2013/PF-UFMG/PGF/AGU/SBN e nº 6282/2012-AGU reconheceram a equiparação entre docentes do magistério superior e EBTT, inclusive, no que diz respeito a impossibilidade de controle de frequência por meio de sistema eletrônico de ponto; CONSIDERANDO as reiteradas decisões judiciais, em sede de Mandado de Segurança, que reconhecem a impossibilidade de controle de frequência do docente EBTT por meio de sistema eletrônico de ponto, em equivalência ao docente do magistério superior, a exemplo do Agravo de Instrumento nº 11539 SE (97.05.21436-0) e do Mandado de Segurança Coletivo, no Tribunal Regional Federal da Primeira Região, Seção Judiciária do Estado do Piauí (Processo nº 0010648-14.2014.4.01.4000); CONSIDERANDO que a criação da Portaria da Reitoria do IFBA nº 709, de 20 de março de 2015, deu-se de maneira unilateral e antidemocrática, sem discussão e sequer consulta à comunidade acadêmica em geral, em especial aos docentes e técnicos administrativos dos diversos campi, e institucionaliza a precarização da educação pública e da docência EBTT; CONSIDERANDO que já existem outros mecanismos de controle das atividades dos docentes EBTT e dos técnicos administrativos, que, por equiparação ao docente do magistério superior, deveriam restringir-se ao PIT/RIT para os primeiros; tornam-se públicas as conclusões resultantes dos debates realizados, na forma dos seguintes ENUNCIADOS: 1.Os Decretos n o 1.590, de 10 de agosto de 1995, e nº 1.867, de 17 de abril de 1996, foram criados antes da existência da carreira de Docente EBTT (Lei nº 11.784, de 22 de setembro de 2008), de maneira que não são aplicáveis a esta carreira. Havendo lacuna na lei, deve-se, por analogia, estender a impossibilidade de exigência de controle de ponto eletrônico no trabalho dos docentes do magistério superior para os docentes EBTT, uma vez que, além de desenvolverem os ensinos básico e técnico, atuam regularmente no ensino superior. 2. Além de exercerem atividades regulares em cursos do ensino superior do IFBA, as atividades de pesquisa e extensão desenvolvidas pelos docentes EBTT são, nos termos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, tipicamente da Educação Superior, consagrando a necessária equiparação entre as duas categorias docentes, para fins de dispensa de controle de frequência por meio de sistema eletrônico de ponto.

3. A equiparação das mencionadas categorias docentes coaduna-se com o princípio da isonomia, consagrado na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (art. 5º, caput), de modo que a norma institucional deve estabelecer tratamento igualitário aos docentes do magistério superior e EBTT, no que diz respeito ao controle de ponto. 4. O tratamento normativo diferenciado das referidas categorias docentes pode instituir, administrativamente, um equivocado sistema deapartheid profissional, nocivo à produtividade, ao equilíbrio e ao bem-estar das relações humanas, à felicidade no trabalho e à prática educativa no IFBA. 5. A natureza do trabalho docente, independentemente de sua categoria, é incompatível com o controle de frequência, por meio de sistema eletrônico de ponto. 6. O modo como se deu a confecção da Portaria nº 709, de 20 de março de 2015, é uma afronta à cultura democrática no IFBA e, por ter dispensado consulta à comunidade acadêmica em geral, em especial aos docentes e aos técnicos administrativos, representa uma ameaça aos direitos dos servidores, de maneira que é necessária a sua imediata revogação, para que, em tempo hábil, possam se abrir, democraticamente, as discussões para encontrar-se uma solução conjunta para a questão do controle de atividades. 7. A Portaria nº 709, de 20 de março de 2015, apresenta pontos incoerentes, a exemplo do cômputo de curtíssima carga horária semanal (art. 2º, 3º) destinada à elaboração das aulas, elaboração e correção das avaliações, preenchimento de cadernetas etc., que imprime aos docentes EBTT condição desumana e degradante de trabalho (apenas 25% da carga horária total, ou seja, 10 horas). Situação ainda observada no art. 2º, 4º, que exige, em caso de não participação em atividades de pesquisa e extensão, do docente EBTT cumprimento de 100% de sua carga horária (30 horas) em atividades de ensino, com múltiplas disciplinas, ementas diversificadas e semelhante carga horária extraclasse. 8. A Portaria da Reitoria nº 709, de 20 de março de 2015, institucionaliza a precarização da educação pública e da docência EBTT, ao importar/incorporar medidas típicas de instituições particulares de ensino superior, que, historicamente, como comprovam as reiteradas avaliações do MEC, não são eficientes e, em curto e médio prazo, ocasionam avaliações institucionais negativas, fechamento de cursos e descredenciamento. 9. No mesmo sentido, a supracitada Portaria desmotiva o ingresso e, principalmente, a permanência de docentes titulados (Mestres e Doutores) para a carreira EBTT nos Institutos Federais;

10. Reivindica-se, enfim: 2015; 10.1 à Reitoria, que, de ofício, revogue a Portaria nº 709, de 20 de março de 10.2 - às entidades sindicais, em especial ao SINASEFE-BA, rápida atuação no ajuizamento de mandado de segurança coletivo, visando anular Portaria nº 709, de 20 de março de 2015, e, liminarmente, suspender a sua vigência; 10.3 - ao Governo Federal, que promova a imediata alteração do Decreto nº 1.590, de 10 de agosto de 1995, de modo a incluir os docentes EBTT na exceção ao controle de frequência, por sistema eletrônico de ponto, contida no 7º, do seu art. 6º, eliminando, assim, a já descrita anomalia normativa; 10.4 - ao Parlamento Federal, na figura de seus Deputados Federais e Senadores, que atuem junto ao Governo Federal para a consolidação do Enunciado 10.3. Vitória da Conquista/BA, 24 de Março de 2015.