OSX BRASIL S.A. EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL CNPJ/MF: 09.112.685/0001-32 Companhia Aberta BM&FBOVESPA: OSXB3 À COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS CVM Rua Sete de Setembro, n. 111, 2º andar Centro Rio de Janeiro, RJ Sra. NILZA MARIA SILVA DE OLIVEIRA Gerente de Acompanhamento de Empresas 1 Ref. Ofício n.º 381/2015/CVM/SEP/GEA-1 ( Ofício ) Prezados Senhores, OSX Brasil S.A. Em Recuperação Judicial, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 09.112.685/0001-32, com sede na Rua do Passeio 56, 10º andar, Cidade e Estado do Rio de Janeiro ("OSX" ou Companhia ), neste ato representada por seu Diretor Presidente, Financeiro e de Relações com Investidores, vem, respeitosamente, em atendimento ao Ofício anexo, o qual solicita esclarecimentos sobre matéria veiculada em 23.09.2015 na mídia Blog Fausto Macedo, sob o título Novo delator envolve empresa de Eike em esquema de propinas na Petrobrás ( Notícia ), esclarecer o que segue: Quanto à veracidade das afirmações veiculadas na Notícia, a OSX informa que, nos termos do Comunicado ao Mercado divulgado na data de ontem, às 22h02min, a Administração da OSX decidiu apurar, dentro de suas possibilidades, a veracidade dos relatos, não havendo, nesse momento, qualquer confirmação quanto à exatidão ou não dos mesmos, motivo pelo qual manifestou-se via Comunicado ao Mercado, sem prejuízo de eventuais futuras divulgações no decorrer da referida apuração. Adicionalmente, em cumprimento parágrafo único do art. 4º da Instrução CVM nº 358/02, inquirido o acionista controlador da Companhia, o mesmo, por meio de seus procuradores, encaminharam nota à Companhia, cujo teor transcrevemos integralmente abaixo: A propósito de matéria veiculada hoje em seu Blog sob o título novo delator envolve empresa de Eike em esquema de propinas na Petrobrás, na condição de advogados de Eike Batista prestamos os seguintes esclarecimentos: a) a convite da Mendes Júnior, a OSX, estaleiro naval do grupo EBX, passou a integrar, minoritariamente, um consórcio, operado pela própria Mendes Júnior com 51% de participação, que se transformou na chamada Integra Offshore Ltda. ( Integra ). Tal consórcio foi formado porque a Mendes Júnior, que à época já mantinha negociações com a Petrobras, de quem recebeu convite,
necessitava de um estaleiro para participar de um projeto naval. A OSX, por sua vez, possuía um estaleiro em construção, que era capaz de abrigar o empreendimento; b) O próprio acordo de formação da Integra faz distinção entre os sócios, salientando que a Mendes Júnior Trading se qualifica como sociedade convidada pois fora ela quem recebeu convite para participar do RFP 0030402.11.8 lançado pela Tupi B.V., consórcio formado por Petrobras, BG Group e Petrogal Brasil, e Guara B.V., para execução dos serviços no âmbito do contrato em questão. Ainda nas palavras de Sergio Cunha Mendes, vice-presidente da Mendes Junior a época, reproduzidas no Estado de Minas de 18 de agosto de 2012: Em sintonia com as perspectivas de ampliar sua participação nos projetos da Petrobras, a Mendes Júnior está em fase de negociação da área em que construirá estaleiro próprio. Esta é uma das condições que a Petrobras exige para fabricação das plataformas. Estamos estudando a localização estratégica e as negociações estão em fase final, garantiu Sérgio. Nesse contexto a OSX serviria como um passo inicial para o projeto da Mendes Júnior de participar do programa de exploração da Petrobras. É o nosso primeiro contrato na área para atuação no programa do pré-sal. Em termos de estratégia para a empresa, é fundamental diante do potencial que vislumbramos para os próximos 20 anos. Queremos entrar forte no programa de exploração, afirmou Sergio mesma ocasião. c) Assim, em agosto de 2012, a Mendes Júnior e a OSX assinaram com Tupi B.V. contrato para construção do topside e integração de plataformas para a exploração do pré-sal da Bacia de Santos. O projeto abrangia a execução de um dos pacotes de Módulos e da Integração de duas unidades dos FPSOs Replicantes: P-67 e P-70. d) Pelas regras de governança do consórcio Integra, cabia exclusivamente à Mendes Júnior, enquanto majoritária e dotada da expertise de engenharia necessária ao projeto, sua gestão, incluindo a contratação de prestadores de serviços, equipamentos, acompanhamento de contratos e controles dos pagamentos realizados, bem como todo o relacionamento com a Petrobras. Quaisquer pagamentos efetuados pelos sócios da Integra no âmbito do consórcio eram definidos e determinados pela Mendes Júnior.
e) A Integra possui sede própria, e seus funcionários são pessoas contratadas pela Mendes Júnior e por ela diretamente geridos. O acordo de sócios deixa bem claro, não só a obrigação de gestão da Mendes Júnior, como em sua cláusula sexta estabelece, no que se refere à Petrobras: caberá à Mendes Júnior indicar um preposto da SPE [Integra] oriundo dos quadros da Mendes Júnior para assumir a responsabilidade pela interação e pelo fluxo de informações entre a SPE e a cliente e/ou a PETROBRAS, ou qualquer uma de suas afiliadas, no âmbito da execução pela SPE do contrato. f) Resta claro que Eike Batista, controlador da OSX Construção Naval S.A. e da OSX Brasil S.A., jamais teve, em qualquer ocasião, ingerência sobre o contrato com a Petrobras no âmbito do consórcio Integra, nem teve qualquer papel ou ingerência a respeito de qualquer de seus fornecedores a qualquer título. Rio de Janeiro, 23 de setembro de 2015. Ary Bergher Raphael Mattos Darwin Corrêa Sendo o que tínhamos para o momento, permanecemos à disposição para eventuais esclarecimentos que se fizerem necessários. Atenciosamente, OSX BRASIL S.A. EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL Eduardo Farina Diretor Presidente, Financeiro e de Relações com Investidores Aviso Legal Este documento contém algumas afirmações e informações relacionadas à Companhia que refletem a atual visão e/ou expectativa da Companhia e de sua administração a respeito do seu plano de negócios. Estas afirmações incluem, entre outras, todas as afirmações que denotam previsão, projeção, indicam ou implicam resultados, performance ou realizações futuras, podendo conter palavras como acreditar, prever, esperar, contemplar, provavelmente resultará ou outras palavras ou expressões de acepção semelhante. Tais afirmações estão sujeitas a uma série de expressivos riscos, incertezas e premissas. Advertimos que diversos fatores importantes podem fazer com que os resultados reais divirjam de maneira relevante dos planos, objetivos, expectativas, estimativas e intenções expressas neste documento. Em nenhuma hipótese a Companhia ou seus conselheiros, diretores, representantes ou empregados serão responsáveis perante quaisquer terceiros (inclusive investidores) por decisões ou atos de investimento ou negócios tomados com base nas informações e afirmações constantes desta apresentação, e tampouco por danos indiretos, lucros cessantes ou afins. A Companhia não tem intenção de fornecer aos eventuais detentores de ações uma revisão das afirmações ou análise das diferenças entre as afirmações e os resultados reais. É recomendado que os investidores analisem detalhadamente o prospecto da OSX, incluindo os fatores de risco identificados no mesmo. Esta apresentação não contém todas as informações necessárias a uma completa avaliação de investimento na Companhia. Cada investidor deve fazer sua própria avaliação, incluindo os riscos associados, pra tomada de decisão de investimento. Contato OSX Eduardo Farina ri@osx.com.br +55 21 3237 5292
Ofício n.º 381/2015/CVM/SEP/GEA-1 Ao Senhor Eduardo Meira Farina Diretor de Relações com Investidores da OSX Brasil S.A. Em Recuperação Judicial Rua do Passeio, 56 CEP: 20021-290 Centro Rio de Janeiro RJ Tel: (21) 3237-5292 Fax: (21) 3237-5306 e-mail: eduardo.farina@osx.com.br c/c: gre@bvmf.com.br Rio de Janeiro, 24 de setembro de 2015. ASSUNTO: Solicitação de Esclarecimentos sobre notícia Senhor Diretor, 1. Reportamo-nos à matéria veiculada em 23.09.2015 na mídia Blog Fausto Macedo, sob o título Novo delator envolve empresa de Eike em esquema de propinas na Petrobrás, cujo trecho segue abaixo transcrito: O ex-gerente-geral da área Internacional da Petrobrás e novo delator da Lava Jato, Eduardo Vaz Costa Musa, afirmou à Força-Tarefa que a empresa OSX, braço do grupo EBX, de Eike Batista, que atua no setor naval, participou do esquema de cartelização e pagamentos de propinas na Petrobrás para disputar licitações na diretoria Internacional da estatal petrolífera. O delator, contudo, disse não ter conhecimento se Eike sabia do esquema. Segundo Musa, em 2012, quando já havia deixado a estatal e trabalhava como diretor de construção naval da OSX, a licitação para as contratações de dois navios-plataforma, P-67 e P-70 foram fraudadas pelo consórcio Integra, formado pela Mendes Jr e pela OSX. O consórcio acabou vencendo a licitação de mais de US$ 900 milhões na época. De acordo com o delator, ocorreram reuniões entre representantes da Mendes Jr e da empresa do grupo EBX, incluindo ele e o CEO da OSX Luiz Eduardo Carneiro, para discutir o acerto de propinas a João Augusto Henriques, apontado como operador de propinas do PMDB na Diretoria Internacional. O delator afirmou que Luiz Eduardo Carneiro
mantinha contato com Eike, mas disse aos investigadores que não poderia confirmar se o dono do grupo EBX tinha conhecimento do esquema na Petrobrás. Em um destes encontros, relata, o diretor de Desenvolvimento de Negócios da Mendes Jr, Luiz Cláudio Machado Ribeiro "trouxe a informação que o consórcio teria que pagar propina para o lobista João Augusto Henrique que, em troca, forneceria informações privilegiadas de dentro da Petrobrás para orientar a formação da proposta técnica", disse aos investigadores da Lava Jato. De acordo com Eduardo Musa, o valor acertado no encontro foi de R$ 5 milhões. O delator não soube explicar como foram feitos os pagamentos por parte da Mendes Jr, mas admitiu que João Henriques tinha relação com o PMDB e influenciava na Diretoria Internacional, tendo atuado para indicar o ex-diretor Jorge Luiz Zelada, que ficou no cargo de 2008 a 2012, e outros executivos da área. Um dos encontros para discutir a propina teria ocorrido na sede da OSX, no Rio de Janeiro, e, segundo o delator, as informações privilegiadas "eram trazidas por Luiz Cláudio (da Mendes Jr), de forma verbal e consistiram em saber: 1) Quem eram os concorrentes mais importantes, que eram Jurong Kepel Fells, Engevix e outro consórcio que o declarante não se lembra o nome; 2) informação sobre estimativa de preços que deveria ser apresentada pelo consórcio; 3) viabilidade do canteiro de obras (tinha que ser um lugar que a Petrobrás aprovasse); 4) estratégia da comissão de licitação, que consistia saber o que eles iriam pedir, como por exemplo as informações complementares que seriam solicitadas pela comissão, possíveis alterações no cronograma, dentre outras coisas". Ainda segundo Musa, o executivo da Mendes Jr se encontrou pessoalmente com João Henriques durante "todo o ano de 2012 para obter as informações privilegiadas. Eduardo Musa disse ainda que depois de deixar a OSX, em maio de 2012, foi informado por Luiz Cláudio que "João Augusto Henriques estaria insatisfeito com o não recebimento de propinas e que ele estaria fazendo cobranças". O delator, contudo, não soube dizer quanto efetivamente foi pago de propina ao lobista do PMDB. 2. A respeito, solicitamos manifestação de V.S.ª acerca da veracidade das afirmações veiculadas na notícia e, se confirmada, esclarecer ainda os motivos pelos quais a Companhia entendeu não se tratar de Fato Relevante nos termos da Instrução CVM nº 358/02. 3. Tal manifestação deverá ocorrer por meio do Sistema Empresa.NET, categoria: Comunicado ao Mercado, tipo: Esclarecimentos sobre Consultas
CVM/BOVESPA, assunto: Notícia Divulgada na Mídia, a qual deverá incluir a transcrição deste ofício. 4. Ressaltamos que, nos termos do art. 3º da Instrução CVM nº 358/02, cumpre ao Diretor de Relações com Investidores divulgar e comunicar à CVM e, se for o caso, à bolsa de valores e entidade do mercado de balcão organizado em que os valores mobiliários de emissão da companhia sejam admitidos à negociação, qualquer ato ou fato relevante ocorrido ou relacionado aos seus negócios, bem como zelar por sua ampla e imediata disseminação, simultaneamente em todos os mercados em que tais valores mobiliários sejam admitidos à negociação. 5. Lembramos ainda da obrigação disposta no parágrafo único do art. 4º da Instrução CVM nº 358/02, de inquirir os administradores e acionistas controladores da Companhia, com o objetivo de averiguar se estes teriam conhecimento de informações que deveriam ser divulgadas ao mercado. 6. Por fim, esclarecemos que a CVM entende que, na hipótese de vazamento da informação ou se os papéis de emissão da companhia oscilarem atipicamente, o fato relevante deve ser imediatamente divulgado, ainda que a informação se refira a operações em negociação (não concluídas), tratativas iniciais, estudos de viabilidade ou até mesmo à mera intenção de realização do negócio (OFÍCIO-CIRCULAR/CVM/SEP/Nº 02/2015). 7. Cientificamos, para os devidos fins de direito, que o não atendimento à solicitação de informações, no prazo de até 1 dia útil sujeitará a Companhia, com fundamento no inciso II, do artigo 9º, da Lei nº 6.385/76, e no artigo 7º, combinado com o artigo 9º, da Instrução CVM nº 452/07, à aplicação de multa cominatória, no valor de R$ 1.000,00 (mil reais). Atenciosamente, NILZA MARIA SILVA DE OLIVEIRA Gerente de Acompanhamento de Empresas 1