UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE PESQUISA

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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PIBIC CNPq e PIBIC UFPA RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO Período: ago/2016 a jul/2017 (x) PARCIAL ( ) FINAL IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO Título do Projeto de Pesquisa (ao qual está vinculado o Plano de Trabalho): Revisão taxonômica da subfamília Edessinae (Heteroptera, Pentatomidae) Nome do Orientador: José Antônio Marin Fernandes Titulação do Orientador: Doutor Unidade: ICB Laboratório: Zoologia de Invertebrados Título do Plano de Trabalho:

Descrição de cinco espécies novas do subgênero Hypoxys de Edessa (Hemiptera, Pentatomidae, Edessinae) Nome da Bolsista: Maria Thayane da Silva Mendonça Matrícula UEPA: 20132170012 Tipo de Bolsa: (X) CNPq ( ) PIBIC/UFPA

1. INTRODUÇÃO A subfamília Edessinae é atualmente composta por nove gêneros: Ascra Say, 1837 (14 espécies), Edessa Fabricius, 1803 (cerca de 280 espécies), Grammedessa Correia e Fernandes 2016 (12 espécies); Olbia Stål, 1862 (3 espécies), Pantochlora Stål, 1870 (1 espécie), Brachystethus Laporte, 1832 (10 espécies), Paraedessa Silva & Fernandes, 2013 (9 espécies) Doesburgedessa Fernandes, 2010 (5 espécies) e Peromatus Amyot & Serville, 1843 (7 espécies). As espécies da subfamília distribuemse desde o sul dos Estados Unidos até a Argentina, não ocorrendo no Chile e sul da Argentina. A maior diversidade de espécies é encontrada na região Amazônica (mais da metade das espécies), seguida do México. A subfamília é caracterizada pela presença de um processo do metasterno que está acima do nível de uma carena do mesosterno e se projeta anteriormente sobre este quando a carena está ausente. Este processo do metasterno se bifurca no ápice ou não; posteriormente esse processo apresenta uma escavação onde se encaixa um tubérculo do primeiro segmento abdominal visível. Outras características que podem auxiliar na identificação de uma grande parte das espécies são a coloração dorsal verde e mais escura que a ventral, cabeça triangular e curta, e superfície ventral do corpo com faixas transversais escuras nas regiões intersegmentares. O ápice do processo metasternal não bifurcado é característico de Pantochlora e Doesburgedessa, mas no último o processo é livre e não fundido ao mesosterno como no primeiro. Olbia é caracterizado por um par de dentes localizados sobre a margem posterior do pronoto, um de cada lado dos ângulos ântero-laterais do escutelo. O gênero Brachystethus é caracterizado pelo processo do metasterno truncado e sulcado em vez de bífido. Paraedessa possui características na genitália masculina e feminina que as separa dos outros Edessinae, tais como: pigóforo (macho) apresentando o proctiger com expansões laterais e pouco setoso; gonocoxitos 8 (fêmea) extremamente reduzidos e gonapófises 8 amplas e esclerotizadas. Peromatus é caracterizado pela presença de apenas quatro artículos antenais. Os dois últimos gêneros registrados são Ascra que foi elevado a gênero e é caracterizado pelo pronoto abaulado, ângulos umerais e do sétimo segmento abdominal não projetados. Grammedessa, recentemente publicado, é caracterizado por faixas negras pontuadas na cabeça e o recorte do pigóforo profundo, atingindo a metade da altura do pigóforo. Todas as outras espécies que não se encaixam nesses gêneros são

consideradas como pertencentes ao gênero Edessa, transformando esse gênero em um depósito de espécies. Desde a descrição de Edessa por Fabricius (1803), vários autores acrescentaram espécies nesse gênero, mas apenas dois se dedicaram a estrutura do gênero. Dallas (1851) considerou três gêneros de Amyot & Serville (1843)- Dorypleura, Hypoxys e Pigoda como subgêneros de Edessa. Stål (1872) seguiu a proposta de Dallas, mas ampliou o conceito de Edessa considerando o gênero Aceratodes Amyot & Serville (1843), e um subgênero Ascra Say (1832) (subgênero de Pentatoma) como sinônimos; ele também se dedicou à organização das espécies em grupos e relacionou 68 espécies nesses subgêneros e mais 48 sem indicar a qual subgêneros pertenciam. Esta proposta de classificação não foi seguida por outros autores que continuaram descrevendo espécies sem indicar a qual subgêneros pertenciam. Como consequência os dois catálogos de Pentatomidae, Lethierry & Severin (1893) e Kirkaldy (1909), apresentaram os subgêneros e as espécies conhecidas sem relacioná-los. O estudo deste grupo praticamente acabou na primeira década do século XX. A retomada nos estudos de Edessa ocorreu no fim dos anos 90 com a descrição de 20 espécies (Fernandes & Doesburg, 2000 a, b, c; Fernandes et al., 2001, Perez-Gelabert & Thomas 2005 e Ely e Silva et al., 2006, Campos & Fernandes, 2011). Fernandes (2010) descreveu um novo gênero contendo quatro espécies novas e outra transferida de Edessa. Silva & Fernandes (2013) propuseram um gênero novo para quatro espécies transferidas de Edessa e cinco espécies novas. Mais recentemente outro grupo de espécies foi descrito adicionando cinco novas espécies a Edessa (Santos et al 2014). Dando continuidade a revisão de táxons o subgênero Ascra foi elevado a gênero (Santos et al 2015) e o gênero Grammedessa foi descrito (Correia & Fernandes 2016). 2. JUSTIFICATIVA A subfamília Edesinae e principalmente Edessa vem sofrendo, desde o final do século passado, com problemas taxonômicos e de nomenclatura que impediram e continuam impedindo um estudo revisional mais amplo. Outros problemas que agravam esta situação são o grande número de espécies crípticas, a grande variação morfológica entre as espécies (tamanho, cor, forma do corpo, etc.), o número de táxons novos para ciência (mais de 300) e o número de espécies descritas (cerca de 280 spp.). Com o conhecimento acumulado até o momento é possível afirmar que uma revisão de todo

gênero é impossível. Portanto, decidimos revisar os edessíneos propondo e estudando pequenos grupos de espécies, incluindo aqui os subgêneros. A importância do estudo deste gênero reside no fato de ser um táxon megadiverso e restrito à região Neotropical. O número de espécies de Edessa só pode ser comparado ao de grupos holometábolos, existindo poucos gêneros de insetos hemimetábolos com tamanha riqueza. As espécies-alvo deste estudo fazem parte de Hypoxys, atualmente subgênero de Edessa, caracterizado por apresentar o ângulo umeral pouco projetado e rombo, pouco maior que a largura de um olho. A presença de uma faixa preta transversal na margem posterior do pronoto. As fêmeas apresentam a projeção posterior do sétimo segmento abdominal curto, não ultrapassando o ápice dos laterotergitos 8. Os machos possuem pequenas projeções arredondadas no final do bordo dorsal. Este táxon possui 17 espécies conhecidas e dezenas de espécies novas que serão descritas nos próximos meses para finalizar a revisão. Este trabalho está diretamente relacionado com esta etapa final do estudo, sendo que o aluno será responsável por descrever cinco espécies, mas entrará em contato e fará comparações das suas espécies com dezenas de outras para levantar características diagnósticas. O aluno também entrará em contato com o método cladístico, pois as espécies novas não fizeram parte da análise apresentada na tese. Assim, este projeto tem como resultados previstos a descrição de cinco espécies novas para ciência, o envio para publicação de um artigo sobre as espécies novas de Hypoxys incluindo o aluno como coautor, a apresentação de um resumo em congresso nacional. Ao longo de todo o tempo da bolsa o aluno vai destinar parte do tempo para aprofundar seus conhecimentos sobre a morfologia de insetos, especialmente Pentatomidae, para entender e identificar as estruturas com valor sistemático. O bolsista auxiliará também os alunos de pós-graduação em seus trabalhos, onde aprofundará seus conhecimentos na taxonomia e morfologia do grupo. Este projeto já apresentou resultados como a defesa de cinco dissertações de mestrado defendidas no PPG Zoologia, convênio UFPA/MPEG, com a revisão dos subgêneros Ascra, Aceratodes, Pygoda e Dorypleura de Edessa, e a proposição de dois grupos novos de espécies para Edessa. A publicação dos artigos sobre Doesburgedessa, Paraedessa, Ascra e Grammedessa (Fernandes 2010, Silva & Fernandes 2013, Santos et al 2015, Correia & Fernandes 2016) e os grupos metallica, caldaria e pudibunda de Edessa na revista Zootaxa. Recentemente uma dissertação descrevendo um gênero novo

e uma tese de revisão de Hypoxys Amyot & Serville foram finalizadas dentro deste projeto, estando os resultados em preparação. 3. OBJETIVOS 3.1. Objetivo geral Aprofundar o conhecimento sobre a diversidade, sistemática e morfologia de edessíneos através do estudo de espécies do subgênero Hypoxys de Edessa. 3.2. Objetivo específico 1. Descrever cinco espécies novas de Hypoxys. 2. Treinar o aluno na observação de caracteres morfológicos de edessíneos. 3. Treinar o aluno no uso da linguagem científica. 4. Treinar o aluno na escrita de textos científicos para apresentação dos resultados obtidos. 4. MATERIAL E MÉTODOS Para realização dos estudos foi utilizado material já presente na coleção do laboratório de Invertebrados do ICB pertencente a diversas coleções brasileiras e estrangeiras. O material adicional será solicitado à medida que os táxons vão sendo estudados. A fim de executar as descrições utilizamos 14 exemplares provenientes de instituições nacionais e estrangeiras, e coleções particulares. Segue a lista abaixo: DAR Coleção particular D. A. Rider David A. Rider s Collection, North Dakota State University, Fargo, North Dakota, USA JEE- Joe Eger Collection, Tampa, Estados Unidos da América. MHNLS- Museo de Historia Natural La Salle, Bogotá, Colômbia. MNHSI- National Museum of Natural History, Washington D. C., Estados Unidos da América. MZUSP- Museu de Zoologia da USP, São Paulo, Brasil. As descrições foram feitas utilizando-se características gerais externas do corpo, com ênfase especial na genitália externa de ambos os sexos. As partes do corpo (cabeça, tórax, abdome e genitália de macho e fêmea) são descritas seguindo um roteiro tradicional no estudo de Pentatomidae. Isto se faz necessário para possibilitar a comparação entre as diferentes espécies, realçando as diferenças entre os táxons e

permitindo o levantamento de caracteres que podem ser usados em análises cladísticas futuras. A terminologia usada para as descrições segue Fernandes (2010). O estudo dos exemplares foi feito utilizando-se estereomicroscópio para observação e descrição das estruturas de importância sistemática. A parte do corpo que fornece mais caracteres diagnósticos na espécie é a genitália, portanto, estas partes serão ilustradas, e não só descritas como as demais. No caso dos edessíneos, a genitália interna é pouco informativa, sendo pouco usada para caracterizar as espécies. A genitália externa dos machos é molhada com líquido de Barber, que amolece partes duras do exoesqueleto e tendões que seguram o pigóforo (9 segmento abdominal). Posteriormente, alfinetes e pinças foram usados para manipular a peça até sua remoção. O pigóforo foi então colado em um triângulo de papel, permitindo assim sua descrição e ilustração; o triângulo é alfinetado junto com o macho. A genitália externa da fêmea é exposta e não precisa ser removida. Os exemplares serão fotografados com auxílio de câmara digital para inclusão no trabalho final e no banco de imagens de tipos que está sendo organizado. Algumas medidas que expressam o tamanho dos exemplares foram realizadas com auxílio de retículo de medição acoplado à ocular do equipamento óptico. Estas medidas são: comprimento total, largura da cabeça, comprimento da cabeça, largura do pronoto, comprimento do pronoto, largura do escutelo, comprimento do escutelo, largura do abdômen e o comprimento dos artículos antenais. Os tipos serão depositados nos seus museus de origem e parte dos parátipos será retida. 5. RESULTADOS O trabalho está sendo realizado dentro do prazo estabelecido. Aqui são apresentadas as descrições das espécies analisadas neste trabalho, as medições, a anotação das etiquetas e os comentários sobre as espécies em questão. Abaixo são apresentados os resultados parciais das descrições das espécies. sp. n. 144 Material examinado. BRASIL. Pará: 1 Utinga, Belém, 10.X.1962, J. Bechyné col. (MZSP). Medidas (n=1): Comprimento total 17,3; comprimento da cabeça 2,3; largura da cabeça 3,6; largura do pronoto 11,1; largura do abdome 9,9; comprimento dos artículos

antenais. I- 1,0; II- 2,3; III- 1,6; IV- 0; V- 0; comprimento do escutelo 8,1; largura do escutelo 6,1; comprimento do pronoto 3,7. Diagnose: Largura do olho uma vez e meio maior que o comprimento do ângulo umeral. Com uma faixa marrom a preta na região posterior do pronoto. Processo metasternal vermelho. Conexivo amarelo com uma mancha preta e outra marrom na região anterior e posteriormente e manchas pretas nas laterais. Proctiger com dois tufos de pelos. Processos superiores do diafragma alongados, côncavos, pretos, pouco curvados, com a forma de uma elipse. Parâmeros amplos com dois lobos. Cabeça: Superfície dorsal castanha. Superfície ventral amarela, concolor na área das jugas. Na superfície dorsal a juga não é delimitada interna ou externamente por mancha de qualquer cor. Ápice das jugas concolor. Não há faixa alguma que sai da base do olho e vai até a base do labrum. Ápice anterior das búculas concolor. Búculas sem pontuações. Antenas com pelos mais densamente distribuídos no antenômero III. Antenômeros I, III e II crescendo em tamanho. Antenas castanhas, sem manchas de qualquer cor. Tórax: Pronoto amarelo, pontuações pretas, profundas, com uma faixa marrom na região posterior, pontuações marrons a pretas sobre a faixa posterior. Anteriormente no pronoto ocorre uma faixa marrom que se estende dos ângulos até a cabeça. Ângulos umerais pretos, ventralmente o ângulo é amarelo, pontuações apenas na região ventral. Escutelo castanho, sem faixa de qualquer cor anteriormente, densamente pontuado, exceto no ápice que é liso, sem pontuações, pontuações anteriores maiores e pretas, pontuações posteriores menores e marrons, ápice concolor e agudo. Cório marrom. Superfície ventral amarela, com pontuações e com faixas transversais marrons entre e no meio dos segmentos, sem manchas circulares de qualquer cor na mesopleura e metapleura. Processo metasternal castanho com o ápice anterior de cada lobo da bifurcação agudo. Propleura castanha. Pernas castanhas, sem manchas de qualquer cor. Abdome: Superfície dorsal marrom, sem faixas transversais entre os segmentos ou longitudinal central de qualquer cor. Superfície ventral castanha, com faixas transversais marrons entre os segmentos e na região das cicatrizes, sem faixa longitudinal central de qualquer cor. Conexivo amarelo, com pontuações, uma concavidade anterior e outra posterior por segmento e uma mancha preta e outra marrom em cada uma das regiões, manchas pretas nas laterais. Tricobótrios um na linha dos espiráculos e outro externo a essa linha e não envoltos por mancha de qualquer cor.

Macho: Bordo dorsal não apresenta nenhuma sinuosidade próximo à base do proctiger, com um pequeno recorte e sem projeção alguma em cada lateral.. Processos superiores do diafragma expostos, alongados, pretos, próximos ao ângulo do pigóforo. Cada processo superior côncavo em vista posterior, com os ápices das duas projeções lateral arredondados. Ângulos póstero-laterais não projetados posteriormente. Parâmeros bastante desenvolvidos projetam-se póstero-lateralmente, acompanhando a parede lateral do pigóforo em vista posterior, margeados por uma faixa preta ápice com dois lobos, um dirigido dorsalmente e outro dirigido póstero-lateralmente. Bordo ventral com pequenas expansões laterais que terminam em um ápice arredondado, além de apresentar-se com um U aberto na região central, os ápices do U se expandem posteriormente e formam uma projeção com ápice arredondado. Fêmea: Não conhecida. Distribuição: BRASIL: Pará. sp. n. 149 Material examinado. PERU. Loreto: 1 Exploronapo Campo n R. Sucusari nr. R. Napo. 12-19-III-1988. J. E. Eger Coll. (JEE). Medidas (n=1): Comprimento total 15,6; comprimento da cabeça 2,2; largura da cabeça 3,2; largura do pronoto 9,6; largura do abdome 8,8; comprimento dos artículos antenais. I- 0,9; II- 2,0; III- 1,4; IV- 4,7; V- 5,1; comprimento do escutelo 7,7; largura do escutelo 5,6; comprimento do pronoto 3,1. Diagnose: Largura do olho duas vezes maior que o comprimento do ângulo umeral. Com uma faixa marrom a preta na região posterior do pronoto. Faixa amarela na região anterior do escutelo. Escutelo com a região anterior apresentando pontuações pretas e profundas. Conexivo amarelo a verde com uma mancha preta na região anterior e outra na região posterior em cada segmento. Proctiger com um único tufo de pelos. Processos superiores do diafragma pretos, alongados, côncavos, com a região proximal apresentando dois lobos, um voltado dorsalmente e outro ventralmente, com o ápice intumescido; região distal com ápice arredondado e intumescido. Parâmeros amplos e com dois lobos bastante desenvolvidos. Cabeça: Superfície dorsal verde. Superfície ventral amarela, verde na área das jugas. Na superfície dorsal a juga não é delimitada interna ou externamente por mancha de qualquer cor. Ápice das jugas concolor. Não há faixa alguma que sai da base do olho e vai até a base do labrum. Ápice anterior das búculas concolor. Búculas sem pontuações. Antenas com pelos mais densamente distribuídos nos antenômeros IV e V.

Antenômeros I, III, II, IV e V crescendo em tamanho. Antenas castanhas, sem manchas de qualquer cor. Tórax: Pronoto verde, pontuações marrons a pretas, pouco profundas, com uma faixa preta na região posterior, pontuações pretas sobre a faixa posterior. Anteriormente no pronoto ocorre uma faixa preta que se estende dos ângulos até a cabeça. Ângulos umerais pretos, ventralmente o ângulo é amarelo, pontuações apenas na região ventral. Escutelo verde-oliva, com uma faixa clara anteriormente, densamente pontuado, exceto no ápice que é liso, sem pontuações, pontuações anteriores maiores e pretas, pontuações posteriores menores e marrons, ápice concolor e agudo. Cório marrom. Superfície ventral amarela, com pontuações e com faixas transversais marrons a verdes entre e no meio dos segmentos, sem manchas circulares de qualquer cor na mesopleura e metapleura. Processo metasternal amarelo com o ápice anterior de cada lobo da bifurcação agudo. Propleura amarela. Pernas castanhas, sem manchas de qualquer cor. Abdome: Superfície dorsal marrom, sem faixas transversais entre os segmentos ou longitudinal central de qualquer cor. Superfície ventral amarela a castanha, com faixas transversais marrons entre os segmentos e na região das cicatrizes, sem faixa longitudinal central de qualquer cor. Conexivo amarelo, com pontuações concolores, uma concavidade anterior e outra posterior por segmento e uma mancha preta em cada uma das regiões. Tricobótrios um na linha dos espiráculos e outro externo a essa linha e não envoltos por mancha de qualquer cor. Macho: Bordo dorsal não apresenta nenhuma sinuosidade próximo à base do proctiger, com uma projeção póstero-lateral com ápice arredondado em cada lateral. Processos superiores do diafragma expostos, alongados, pretos, próximos ao ângulo do pigóforo. Cada processo superior côncavo em vista posterior, amplo, com a região medial bilobada, com uma expansão dirigida lateralmente e outra para a região medial, esta com dois lobos, um lobo dirigido posteriormente e o outro ventralmente e com ápices arredondados. Ângulos póstero-laterais não projetados posteriormente. Parâmeros bastante desenvolvidos projetam-se póstero-dorsalmente, planos, acompanhando quase toda a extensão do proctiger em vista posterior, margeados por uma faixa preta, ápice com dois lobos, um dirigido dorsalmente e outro póstero-lateralmente. Bordo ventral com pequenas expansões laterais que terminam em um ápice arredondado, além de apresentar-se com um U na região central, os ápices do U se expandem posteriormente e formam uma projeção com ápice arredondado. Fêmea: Não conhecida.

Distribuição: PERU: Loreto. sp. n. 150 Material examinado. VENEZUELA. Distrito Capital: 1 Caracas. (MNHN); 1 Sebucan Ml, 19-V-1956, Col. Garcia E. (MHNLS). Medidas (n=2): Comprimento total 17,2-17,8; comprimento da cabeça 2,1-2,2; largura da cabeça 3,2-3,3; largura do pronoto 9,6-9,9; largura do abdome 8,7-9,0; comprimento dos artículos antenais. I- 0,9; II- 1,7; III- 1,0-1,1; IV- 3,6-4,1; V- 0; comprimento do escutelo 7,8-8,0; largura do escutelo 5,6; comprimento do pronoto 3,4-3,6. Diagnose: Largura do olho duas vezes maior que o comprimento do ângulo umeral. Sem faixa de qualquer cor na região posterior do pronoto. Conexivo verde com uma mancha amarela central em cada segmento. Bordo dorsal do pigóforo apresenta dois pequenos lobos projetados posteriormente próximo à base do proctiger. Proctiger com um único tufo de pelos. Processos superiores do diafragma castanho, plano, achatado, perpendicular à parede do diafragma, logo abaixo do bordo dorsal. Parâmeros amplos com dois lobos bastante desenvolvidos. Gonocoxitos 8 com a margem lateral interna formando um "V", com a margem posterior arredondada. Cabeça: Superfície dorsal verde. Superfície ventral amarela, podendo ser verde na área das jugas. Na superfície dorsal a juga não é delimitada interna ou externamente por mancha de qualquer cor. Ápice das jugas concolor. Não há faixa alguma que sai da base do olho e vai até a base do labrum. Ápice anterior das búculas concolor. Búculas sem pontuações. Antenas com pelos mais densamente distribuídos no antenômero IV. Antenômeros I, III, II e IV crescendo em tamanho. Antenas castanhas, sem manchas de qualquer cor. Tórax: Pronoto amarelo a verde, pontuações concolores, pouco profundas, sem faixa de qualquer cor na região posterior, pontuações marrons sobre a região da faixa posterior. Anteriormente no pronoto ocorre uma faixa amarela que se estende dos ângulos até a cabeça. Ângulos umerais pretos, ventralmente o ângulo é amarelo, pontuações apenas na região ventral. Escutelo verde, sem faixa de qualquer cor anteriormente, densamente pontuado, principalmente na região posterior, exceto no ápice que é liso, sem pontuações, pontuações iguais em tamanho, todas marrons, ápice concolor e agudo. Cório marrom. Superfície ventral amarela, com pontuações e com faixas transversais marrons entre e no meio dos segmentos, sem manchas circulares de qualquer cor na mesopleura e metapleura. Processo metasternal amarelo com o ápice anterior de cada

lobo da bifurcação agudo. Propleura amarela. Pernas castanhas, sem manchas de qualquer cor. Abdome: Superfície dorsal marrom, sem faixas transversais de qualquer cor entre os segmentos, com uma faixa longitudinal central verde. Superfície ventral amarela a castanha, com faixas transversais marrons entre os segmentos e na região das cicatrizes, sem faixa longitudinal central de qualquer cor. Conexivo verde, sem pontuações, com uma concavidade anterior e outra posterior por segmento e com uma mancha amarela central em cada segmento. Tricobótrios um na linha dos espiráculos e outro externo a essa linha e não envoltos por mancha de qualquer cor. Macho: Bordo dorsal apresenta dois pequenos lobos projetados posteriormente, com ápice preto e arredondado, próximo à base do proctiger, sem recorte ou projeção algum em cada lateral. Processos superiores do diafragma expostos, intumescidos, pretos, próximos ao ângulo do pigóforo. Cada processo superior projetado posteriormente e com ápice arredondado. Ângulos póstero-laterais não projetados posteriormente. Parâmeros bastante desenvolvidos projetam-se póstero-dorsalmente, acompanhando quase toda a extensão do proctiger em vista posterior, margeados por uma faixa marrom a preta, ápice com dois lobos, um dirigido dorsalmente e outro póstero-lateralmente. Bordo ventral com pequenas expansões laterais que terminam em um ápice arredondado, além de apresentar-se com um V aberto na região central, os ápices do V se expandem posteriormente e formam uma projeção com ápice arredondado. Fêmea: Gonocoxitos 8 com a margem posterior arredondada. Gonocoxito 9 arredondado e voltado anteriormente. Laterotergito 9 ultrapassando a margem que une os laterotergitos 8. Estes e a margem posterior flanqueados por uma coloração preta. Distribuição: VENEZUELA: Distrito Capital. Near sp. n. 11 Material examinado. GUIANA FRANCESA. 1 30.V.1981, G. Tavakilian leg. Cnique Boularger Collection O.R.S.T.O.N. (DAR); 1 Bolw 1 Mars 1982, G. Tavakilian Coll. Piege lumineux (MNHN); 1 Moutague Cortue, 16.8.1981, G. Tavakilian Coll. (MNHN); St Laurent Du Maroni: 1 Paul Isnard Citron, 8-18-III- 1986, G. Tavakilian (DAR); BOLÍVIA. La Paz: 1 Edessa sp. comp. Rice. Gunga,, (USP) Medidas (n=5): Comprimento total 12,0-12,8; comprimento da cabeça 1,2-1,7; largura da cabeça 2,3-2,5; largura do pronoto 8,1-8,5; largura do abdome 7,0-7,2; comprimento dos artículos antenais. I- 0,4-0,5; II- 1,0-1,6; III- 0,6-1,1; IV- 1,6-2,8; V- 0;

comprimento do escutelo 4,8-6,1; largura do escutelo 4,4-4,5; comprimento do pronoto 2,7-3,0. Diagnose: Largura do olho igual ao comprimento do ângulo umeral. Com uma faixa marrom a preta na região posterior do pronoto. Ápice do escutelo marrom. Conexivo amarelo, sem manchas de qualquer cor. Proctiger com dois tufos de pelos. Processos superiores do diafragma alongados, escuros, côncavos, pouco curvados, fusionados na parede do diafragma, como um triangulo. Parâmeros amplos com dois lobos bastante desenvolvidos, sendo o lobo voltado póstero-lateralmente apresentando uma ligeira curvatura. Gonocoxitos 8 com a margem lateral interna formando um pequeno "V", margem posterior da placa apresenta uma pequena projeção dentiforme na posição distal. Cabeça: Superfície dorsal amarela. Superfície ventral amarela, concolor na área das jugas. Na superfície dorsal a juga não é delimitada interna ou externamente por mancha de qualquer cor. Ápice das jugas concolor. Não há faixa alguma que sai da base do olho e vai até a base do labrum. Ápice anterior das búculas concolor. Búculas sem pontuações. Antenas com pelos mais densamente distribuídos no antenômero IV. Antenômeros I, III, II e IV crescendo em tamanho. Antenas castanhas, sem manchas de qualquer cor. Tórax: Pronoto amarelo, pontuações concolores a marrons, pouco profundas, com uma faixa marrom na região posterior, pontuações marrons a pretas sobre a faixa posterior. Anteriormente no pronoto não ocorre faixa de qualquer cor que se estende dos ângulos até a cabeça. Ângulos umerais pretos, ventralmente o ângulo é amarelo, pontuações apenas na região ventral. Escutelo amarelo, sem faixa de qualquer cor anteriormente, densamente pontuado, exceto no ápice que é liso, sem pontuações, pontuações anteriores maiores concolores a marrons, pontuações posteriores menores e marrons, ápice concolor e agudo. Cório marrom. Superfície ventral amarela, com pontuações e com faixas transversais marrons entre e no meio dos segmentos, sem manchas circulares de qualquer cor na mesopleura e metapleura. Processo metasternal amarelo com o ápice anterior de cada lobo da bifurcação arredondado. Propleura amarela. Pernas amarelas, sem manchas de qualquer cor. Abdome: Superfície dorsal marrom metálico, sem faixas transversais de qualquer cor entre os segmentos, com uma faixa longitudinal central amarela. Superfície ventral amarela, com faixas transversais marrons a vermelhas entre os segmentos e na região das cicatrizes, sem faixa longitudinal central de qualquer cor. Conexivo amarelo, com

pontuações concolores, com uma concavidade anterior e outra posterior por segmento, sem manchas de qualquer cor. Tricobótrios na linha dos espiráculos e não envoltos por mancha de qualquer cor. Macho: Bordo dorsal não apresenta nenhuma sinuosidade próximo à base do proctiger, sem recorte ou projeção algum em cada lateral. Processos superiores do diafragma expostos, alongados, pretos, próximos ao proctiger. Cada processo superior côncavo em vista posterior e triangular. Ângulos póstero-laterais não projetados posteriormente. Parâmeros bastante desenvolvidos projetam-se póstero-dorsalmente, planos, acompanhando quase toda a extensão do proctiger em vista posterior, margeados por uma faixa preta, ápice com dois lobos, um dirigido dorsalmente e outro pósterolateralmente. Bordo ventral com pequenas expansões laterais que terminam em um ápice agudo, além de apresentar-se com um V aberto na região central, os ápices do V se expandem posteriormente e formam uma pequena projeção arredondada. Fêmea: Gonocoxitos 8 com a margem posterior reta com uma pequena sinuosidade central. Laterotergito 9 ultrapassando a margem que une os laterotergitos 8. Todas as placas margeadas por uma coloração marrom, exceto os laterotergitos 8 que o são por uma coloração preta. Distribuição: GUIANA FRANCESA: St Laurent Du Maroni; BOLÍVIA: La Paz. Near sp. n. 277 Material examinado. GUIANA FRANCESA. Cayenne: 1 1984, G. Tavakilian Rec., Route de Kaw, pk 35, Couterier (MNHN); 1 2.2.1984, G. Tavakilian Rec., Route de Kaw, pk 40, Piège lumineux, Couterier (MNHN); 1 22.7.1984, G. Tavakilian Rec., Route de Kaw, pk 42, Piège lumineux, Edessa sp det. L. H. Rolston, 86, Couterier (MNHN); 1 41 km SE Roura on Kaw Rd., 5-7-VI-2005, J. E. Eger & M. T. Messenger, Coll., N04º32.214 W052º07.420, 272m, MV Light. Edessa sp., FG44 det. J. E. Eger, 2005 (JEE); 1 Hwy D6 to Kaw, 33.5 km SE of Roura, I-1986, G. Tavakilian. (DAR). Medidas (n=5): Comprimento total 18,3-21,1; comprimento da cabeça 2,2-2,8; largura da cabeça 3,8-4,3; largura do pronoto 11,1-12,7; largura do abdome 10,2-11,6; comprimento dos artículos antenais. I- 0,5-1,1; II- 1,6-2,6; III- 1,1-1,8; IV- 4,3-5,5; V-0; comprimento do escutelo 7,5-10,6; largura do escutelo 6,0-7,2; comprimento do pronoto 3,7-5,0. Diagnose: Antenas de coloração escura. Largura do olho duas vezes maior que o comprimento do ângulo umeral. Búculas margeadas externamente por uma banda de

coloração escura. Faixa verde que vai da base do olho até a base do labrum. Com uma faixa de coloração marrom a preta na região posterior do pronoto. Metapleuras com duas manchas circulares pretas laterais. Pernas castanhas com os tarsos apresentando manchas verde-escuras a pretas. Conexivo amarelo com uma mancha verde na região anterior e outra na região posterior em cada segmento. Regiões das cicatrizes com uma mancha circular preta. Proctiger sem tufo de pelos. Processos superiores do diafragma alongados, pretos, côncavos, pouco curvados, com dois lobos na região proximal, seguido de uma constrição e um único lobo, de ápice arredondado, na região distal. Parâmeros amplos e com dois lobos bastante desenvolvidos. Bordo ventral com duas projeções laterais digitiformes. Gonocoxitos 8 com a margem lateral interna formando um "V" aberto, com a margem posterior projetando-se a partir da junção das margens laterais internas para a lateral até formar um processo como um espinho dirigido posteriormente. Cabeça: Superfície dorsal amarela a verde. Superfície ventral amarela, verde na área das jugas. Na superfície dorsal a juga não é delimitada internamente por mancha de qualquer cor, externamente a juga é delimitada por uma mancha preta. Ápice das jugas preto. Há uma faixa verde que sai da base do olho e vai até a base do labrum. Ápice anterior das búculas concolor. Búculas sem pontuações. Antenas com pelos mais densamente distribuídos no antenômero IV. Antenômeros I, III, II e IV crescendo em tamanho. Antenas de coloração preta a verde-escuro, sem manchas de qualquer cor. Tórax: Pronoto amarelo, pontuações marrons a pretas, pouco profundas, com uma faixa marrom a preta na região posterior, pontuações pretas sobre a faixa posterior. Anteriormente no pronoto ocorre uma faixa verde a preta que se estende dos ângulos até a cabeça. Ângulos umerais pretos, ventralmente o ângulo é amarelo, pontuações apenas na região ventral. Escutelo amarelo a verde, sem faixa de qualquer cor anteriormente, densamente pontuado, exceto no ápice que é liso, sem pontuações, pontuações anteriores maiores e pretas, pontuações posteriores menores e marrons, ápice concolor e agudo. Cório marrom. Superfície ventral amarela, com pontuações e com faixas transversais verde-olivas entre e no meio dos segmentos, sem manchas circulares de qualquer cor na mesopleura e metapleura. Processo metasternal amarelo com o ápice anterior de cada lobo da bifurcação arredondado. Propleura amarela. Pernas castanhas com os tarsos apresentando manchas verde-escuras a pretas. Abdome: Superfície dorsal marrom, sem faixas transversais de qualquer cor entre os segmentos, com uma faixa longitudinal central amarela a verde metálica. Superfície

ventral amarela, com faixas transversais marrons entre os segmentos e na região das cicatrizes, sem faixa longitudinal central de qualquer cor. Região lateral das cicatrizes com uma mancha preta circular. Conexivo verde, sem pontuações, plano, com uma mancha amarela central em cada segmento. Tricobótrios um na linha dos espiráculos e outro externo a essa linha e não envoltos por mancha de qualquer cor. Macho: Bordo dorsal não apresenta nenhuma sinuosidade próximo à base do proctiger, com um pequeno recorte e sem projeção alguma em cada lateral. Processos superiores do diafragma expostos, alongados, pretos, próximos ao ângulo do pigóforo. Cada processo superior côncavo em vista posterior, com a região medial bilobada e a região mais lateral ampla. Ângulos póstero-laterais não projetados posteriormente. Parâmeros bastante desenvolvidos projetam-se póstero-dorsalmente, acompanhando quase toda a extensão do proctiger em vista posterior, margeados por uma faixa preta, ápice com dois lobos, um dirigido dorsalmente e outro póstero-lateralmente. Bordo ventral com pequenas expansões laterais que terminam em um ápice arredondado, além de apresentar-se com um U aberto na região central, os ápices do U se expandem posteriormente e formam uma projeção com ápice agudo. Fêmea: Gonocoxitos 8 com a margem posterior reta, elevando-se lateralmente até formar uma projeção dentiforme dirigida posteriormente. Gonocoxito 9 arredondado e voltado anteriormente. Laterotergito 9 ultrapassando a margem que une os laterotergitos 8. Estes e a margem posterior flanqueados por uma coloração preta. Near sp277 ainda apresenta semelhança de parâmeros com as espécies que apresentam parâmeros amplos com dois lobos no ápice, como ocorre em sp 149, sp 150, sp 166 sp 167 e sp 277. Distribuição: GUIANA FRANCESA: Cayenne. 6. ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS NOS PRÓXIMOS MESES Para os próximos meses as descrições serão revisadas e os comentários serão feitos. Serão tiradas fotografias dos exemplares e será feito o mapa de distribuição e localização das espécies para constar no trabalho final. O trabalho aqui apresentado é uma parte do que já foi feito e sua conclusão depende de detalhes que já estão sendo trabalhados pelo novo bolsista que vai assumir daqui para frente a bolsa PIBIC. Como boa parte do trabalho já foi feita possivelmente o número de espécies-alvo será ampliado para dar oportunidade ao Eduardo de trabalhar nos objetivos do projeto.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMYOT, C. J. B. & SERVILLE, A. 1843. Histoire naturelle des insects. Hémiptères. Cuvrage accompagné de planches. Paris. Librairie encyclopédique de Roret, lxxvi, 1 675, 12 pls. CAMPOS, L. D. & FERNADES, J. A. M.. 2011. A new group of species of Edessa Fabricius, 1803 (Hemiptera: Heteroptera: Pentatomidae). Zootaxa 3019: 63 68. CORREIA, A. O. & FERNANDES, J. A. M.. 2016. Grammedessa, a new genus of Edessinae (Hemiptera: Heteroptera: Pentatomidae). Zootaxa 4107 (4): 541 565. DALLAS, W.S. 1851. List of the specimens of hemipterous insects in the collection of the British Museum. London, Part 1. 390 p. 15 pls. ELY E SILVA, E. J; FERNANDES, J. A. M. & GRAZIA, J. 2006. Caracterização do grupo Edessa rufomarginata e descrição de sete novas espécies (Heteroptera, Pentatomidae, Edessinae). Inheringia, Série Zoológica 96(3): 345-362. FABRICIUS, J. C. 1803. Systema rhyngotorum secundum ordines, genera, species, adjectis, synonymis, locis, observationibus, descriptionibus: i x, 1 314 Brunsvigae. FERNANDES, J. A. M. & van DOESBURG, P. H. 2000a. The E. dolichocera-group of Edessa Fabricius, 1903 (Heteroptera: Pentatomidae: Edessinae) Zool. Med. Leiden 73: 305 315. FERNANDES, J. A. M. & van DOESBURG, P. H. 2000b. The E. beckeri-group of Edessa Fabricius, 1903 (Heteroptera: Pentatomidae: Edessinae) Zool. Med. Leiden 74: 143 150. FERNANDES, J. A. M. & van DOESBURG, P. H. 2000c. The E. cervus-group of Edessa Fabricius, 1903 (Heteroptera: Pentatomidae: Edessinae) Zool. Med. Leiden 74: 151 165. FERNANDES, J. A. M., van DOESBURG, P. H. & GREVE, C. 2001. The E. collarisgroup of Edessa Fabricius, 1903 (Heteroptera: Pentatomidae: Edessinae) Zool. Med. Leiden 75: 239 250. FERNANDES, J.A.M. 2010. A new genus and species of Edessinae from Amazon Region (Hemiptera: Heteroptera: Pentatomidae). Zootaxa 2662: 53 65. KIRKALDY, G. W. 1909. Catalogue of the Hemiptera (Heteroptera) with biological and anatomical references, lists of foodplants and parasites, etc. Vol. I: Cimicidae. i-xl, 1 392 Published by Felix L. Dames. Berlin.

LETHIERRY, L. & SEVERIN, G. 1893. Catalogue général des Hémiptères. Tome I. Hétéroptères: Pentatomidae. i-x, 1 286. Bruxelles. PEREZ-GELABERT, D. E & DONALD B. THOMAS, D. B. 2005. Stink bugs (Heteroptera: Pentatomidae) of the island of Hispaniola, with seven new species from the Dominican Republic. Boletín Sociedad Entomológica Aragonesa, 1(37): 319 352. SANTOS, B. T. S.; NASCIMENTO, A. T. S. & FERNANDES, J. A. M. (2014). Proposition of a new species group in Edessa Fabricius, 1803 (Hemiptera: Pentatomidae: Edessinae). Zootaxa, 3774 (5), 441-459. http://dx.doi.org/10.11646/zootaxa.3774.5.3 SANTOS, B. T. S.; SILVA, V. J. & FERNANDES, J. A. M. (2015). Revision of Ascra with proposition of the bifida species group and description of two new species (Hemiptera: Pentatomidae: Edessinae). Zootaxa, 4034 (3), 445-470. http://dx.doi.org/10.11646/zootaxa.4034.3.2 SAY, T. New species of North American insects, found by Joseph Barbarino, chiefly in Louisiana. Compl. writings etc. i: 300-309.1832. SILVA, V. J. & J.A.M. FERNANDES. 2012. A new species group in Edessa Fabricius, 1803 (Heteroptera: Pentatomidae: Edessinae. Zootaxa 3313: 12 22. SILVA, V.J.; NUNES, B.M.; FERNANDES, J.A.M. 2013. Paraedessa, a new genus of Edessinae (Hemiptera: Heteroptera: Pentatomidae). Zootaxa, 3716(3): 395-416. STÅL, C. 1872. Enumeratio Hemipterorum. Bidrag till em förteckning öfver alla kittils kånda Hemiptera, jemte systematiska meddelanden. 2. Kongl. Svenska Vetensk. Akad. Handl. N. F. 10 (4): 1 159. 8. PARECER DO ORIENTADOR A Maria encerrou seu ciclo de graduação e está começando o mestrado sob minha orientação no PPG Zoologia da UFPA (em convênio com o Museu Goeldi). A aluna sempre foi dedicada ao seu trabalho e cumpriu as etapas de sua formação de maneira exemplar. A sua dedicação a este grupo complexo de espécies terá continuidade em seu mestrado, onde ela estudará um conjunto de espécies do mesmo gênero. Sua colaboração no estudo deste gênero ao longo dos últimos 3 anos contribuiu com um primeiro artigo revisional que está em fase de finalização e do qual ela será coautora. Assim, o ciclo de graduação e PIBIC vai se encerar com outra publicação já que seu

TCC foi recentemente aceito para publicação na Zootaxa (revista internacional de Zoologia B1 CAPES). Prof Dr José Antônio Marin Fernandes Instituto de Ciências Biológicas-UFPA Orientador