Direito Penal. Receptação e Imunidades Patrimoniais

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Transcrição:

Direito Penal Receptação e Imunidades Patrimoniais

Receptação Própria Tipo Objetivo Núcleos: adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar. Tipo penal de ação múltipla (ou de conteúdo variado ou tipo misto alternativo). - Adquirir: obter a propriedade (a título gratuito ou oneroso); - Receber: obter a posse (mesmo que transitoriamente);

Receptação Própria Tipo Objetivo - Transportar: transferir a coisa de um lugar para outro; - Conduzir: dirigir veículo; - Ocultar: encobrir, esconder (a posse ou a detenção da coisa).

Receptação Própria Objeto Material: coisa que sabe ser produto de crime. - Coisa : móvel (pacífico) ou imóvel (controvérsia); - Que sabe : indicativo de dolo direto;

Receptação Própria - Ser produto : aquele obtido em decorrência da empreitada criminosa (ex: tênis roubado); não confundir com instrumento (meio para a prática ex: arma do roubo) ou preço (pagamento pelo crime ex: uma jóia pessoal lícita); - De crime : excluído objeto material de contravenção penal;

Receptação Própria Tipo Subjetivo: Dolo Direto e Anterior ou Contemporâneo + Elemento Subjetivo Especial. - Dolo direto: sabe da origem criminosa / consciência e vontade quanto à conduta e o resultado; não admite dolo eventual; se apenas desconfia da origem criminosa, receptação culposa.

Receptação Própria - O dolo deve ser anterior ou, pelo menos, contemporâneo à conduta do agente; não se admite o dolo posterior ou subseqüente (majoritário); - Elemento subjetivo especial = animus lucrandi = em proveito próprio ou alheio.

Receptação Própria Consumação: Com a efetiva aquisição, recebimento, transporte, condução ou ocultação da coisa. Crime material. * nas duas primeiras hipóteses: crime instantâneo / nas demais: crime permanente. Tentativa: Admissível (delito plurissubsistente).

Tipo Objetivo Receptação Imprópria - Núcleo: influir = intermediar; - O intermediário, autor da receptação imprópria, é aquele que, não tendo participado do crime antecedente, porém, ciente da origem criminosa da coisa, influi para que terceiro (de boa-fé) a adquira, receba ou oculte.

Receptação Imprópria Objeto Material: coisa que sabe ser produto de crime. Tipo Subjetivo: Dolo Direto e Anterior ou Contemporâneo + Elemento Subjetivo Especial.

Receptação Imprópria Consumação: Com a mera influência do agente para que terceiro adquira, recebe ou oculte o objeto material. Crime Formal ou de Mera Conduta (controvérsia). Tentativa: Inadmissível (majoritária). Admissível (Pierangeli).

Receptação Qualificada pela Atividade Comercial ou Industrial Art. 180, 1º, do CP: Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer outra forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime. Pena reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

Receptação Qualificada pela Atividade Comercial ou Industrial Sujeito Ativo. Apenas o comerciante ou industrial. Crime próprio. Ex: revendedores de peças de automóveis. - Equipara-se à atividade comercial qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência (art. 180, 2º, do CP / norma penal explicativa).

Receptação Qualificada pela Atividade Comercial ou Industrial Tipo Objetivo: Tipo misto alternativo (verbos / ou ). Tipo Subjetivo: coisa que deve saber ser produto de crime : dolo indireto eventual (majoritário).

Receptação Qualificada (Majorada?) pelo Objeto Material Art. 180, 6º, do CP: Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro.

Receptação Qualificada pelo Objeto Material Natureza Jurídica: Qualificadora ou Causa de Aumento de Pena (controvérsia).

Receptação Culposa Art. 180, 3º, do CP: Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso.

Receptação Culposa Natureza: Tipo Penal Culposo: quebra de um dever objetivo de cuidado / cautela necessária ao meio social. - Não se trata de um tipo aberto (como normalmente ocorre em relação aos crimes culposos), uma vez que há descrição da conduta.

Receptação Culposa Sujeito Ativo: Qualquer pessoa (crime comum). Tipo Objetivo: Núcleos: adquirir e receber; ausente referência expressa à modalidade ocultar e influir.

Receptação Culposa Elemento Subjetivo: A expressão deve presumir-se denota conduta culposa, já que o agente deixa de presumir o que é presumível, não se utilizando da diligência devida para antever que a coisa por ela obtida é de origem criminosa. (Prado)

Receptação Culposa Indícios Criminosos da Coisa: I) pela natureza da coisa (ex: arma de fogo sem qualquer numeração); II) pela desproporção entre o valor e o preço (ex: relógio da marca rolex vendido a R$ 50,00); III) pela condição de quem a oferece (ex: jóia rara comercializada em banca de jornal).

Receptação Culposa Consumação: Mesmos termos da receptação dolosa própria / delito material / com a efetiva aquisição ou recebimento da coisa. - Crime instantâneo (adquirir ou receber). Tentativa: Inadmissível.

Perdão Judicial Art. 180, 5º, primeira parte, do CP: Na hipótese do 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.

Perdão Judicial Aplicação: Somente à receptação culposa (art. 180, 3º, do CP). Poder ou Dever? Dever do magistrado / direito subjetivo do acusado;

Perdão Judicial Requisitos: I) primariedade do sujeito ativo; II) circunstâncias evidenciadoras de baixíssima reprovabilidade (não confundir com insignificância). Natureza: Causa Extintiva da Punibilidade ( não subsistindo qualquer efeito condenatório - Súmula nº 18 do STJ).

Receptação Privilegiada Art. 180, 5º, segunda parte, do CP: Na receptação dolosa aplica-se o disposto no 2º do art. 155.

Receptação Privilegiada Aplicação: Receptação dolosa; nunca culposa. Na modalidade simples própria ou imprópria (art. 180, caput, do CP) (pacífico). Receptação qualificada ou majorada (art. 180, 1º e 6 º, CP) (controvérsia).

Receptação Privilegiada Requisitos: I) primariedade do sujeito ativo; II) coisa de pequeno valor (não confundir com insignificância). Efeitos: Substituição da pena de reclusão por detenção, a redução da pena privativa de liberdade de um a dois terços, e a aplicação exclusiva da pena de multa (art. 155, 2º, do CP).

Imunidades Patrimoniais Imunidades Patrimoniais: Arts. 181-183 do CP Campo de Aplicação das Imunidades (Absoluta e Relativa). a) objetivo: somente em relação a crimes patrimoniais (com as restrições do art. 183); não se estendem a crimes conexos;

Imunidades Patrimoniais b) subjetiva: somente àqueles sujeitos (autor e vítima) que mantém relação descrita nos artigos 181 e 182 (com as restrições do art. 183); não se aplica quanto ao terceiro no pólo ativo (coautor/partícipe) ou no pólo passivo (em caso de dupla subjetividade passiva não se estende aos terceiros vítimas - ex: furto contra ascendente e estranho).

Imunidade Patrimonial Absoluta Art. 181 do CP: É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.

Imunidade Patrimonial Absoluta Nomenclatura: Escusas absolutórias. Natureza: Causas excludentes (e não extintivas) da punibilidade / hipótese de isenção de pena.

Imunidade Patrimonial Absoluta Inciso I - Cônjuge ou convivente (analogia in bonam partem - entendimento majoritário); - Pouco importando o regime de bens; - Independente da separação de fato do casal (diferente, por óbvio, quando há separação jurídica).

Imunidade Patrimonial Absoluta Inciso II - Parentesco em linha reta de qualquer grau; - Não abrange parentesco colateral (ex: irmãos) ou por afinidade (ex: sogra).

Imunidade Patrimonial Relativa Art. 182 Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; II - de irmão; III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

Imunidade Patrimonial Relativa Nomenclatura: Escusas relativas ou imunidades processuais. Efeito: Alteração das condições para o exercício da ação processual penal de iniciativa pública (de pública incondicionada para pública condicionada à representação).

Imunidade Patrimonial Relativa Inciso I - Cônjuge separado judicialmente; - Se divorciados, inexiste imunidade. * Se casados ou separados de fato (imunidade absoluta - art. 181 do CP) / Caso separados judicialmente (imunidade relativa art. 182 do CP) / Se divorciados (sem qualquer tipo de imunidade).

Imunidade Patrimonial Relativa Inciso II - Irmão germano (mesmo pai e mesma mãe) ou unilateral (somente mesmo pai ou mãe) Inciso III - Indispensável a coabitação, ainda que temporária, porém o crime não precisa necessariamente ter ocorrido na residência (sob o mesmo teto).

Exceções às Imunidades Art. 183: Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: I se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; II ao estranho que participa do crime; III se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

Exceções às Imunidades Inciso I - Violência (física) ou moral à pessoa; - A violência contra a coisa não afasta as hipóteses de imunidade (ex: furto qualificado pelo rompimento de obstáculo).

Inciso II Exceções às Imunidades - Inaplicável ao estranho (ou terceiro) coautor ou partícipe (ex: vizinho partícipe do furto entre o casal não goza de imunidade; aliás, responde pelo crime patrimonial qualificado pelo concurso de agentes enquanto o marido goza de imunidade).

Inciso III Exceções às Imunidades - Modificação promovida pelo Estatuto do Idoso; - Veda qualquer espécie de imunidade quando a vítima tem idade igual ou superior a 60 anos; aliás, incidem na espécie as agravantes genéricas do art. 61, II, e e h, do CP.

Exceções às Imunidades Lei Maria da Penha: A Lei n. 11.340/06 vedou o reconhecimento das imunidades patrimoniais às situações de violência doméstica e familiar contra a mulher?

Exceções às Imunidades Não, pois, diferentemente do estabelecido pelo Estatuto do Idoso, inexistiu modificação expressa no Código Penal pela Lei n. 11.340/06 (entendimento majoritário). Sim, pois o art. 7º, inciso IV, da Lei n. 11.340/06 previu expressamente a violência patrimonial como uma das formas de violência doméstica e familiar contra a mulher (Maria Berenice Dias).

Direito Penal Receptação e Imunidades Patrimoniais