Lei Complementar n.º 37/2016 De 27 de junho de 2016. Institui a Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) e a Declaração Eletrônica de Serviços das Instituições Financeiras (DES-IF), nos termos que especifica. O PREFEITO MUNICIPAL DE VALE DO SOL, no uso de suas atribuições legais, faz saber, em cumprimento à Lei Orgânica Municipal, que a Câmara Municipal de Vereadores aprovou e eu sanciono e promulgo a seguinte. Art. 1º Ficam instituídas, no âmbito do município de Vale do Sol, a Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) e a Declaração Eletrônica de Serviços das Instituições Financeiras (DES-IF). Art. 2º A Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) deverá ser emitida por ocasião da prestação de serviços pelos contribuintes do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza ISSQN, constituindo-se em documento gerado e armazenado eletronicamente em sistema próprio do Município, com o objetivo de registrar as operações relativas à prestação de serviços. Art. 3º Todas as pessoas jurídicas, de direito privado e de direito público, ainda que imunes ou isentas do ISS, inclusive os órgãos da Administração direta ou indireta da União, do Estado e do Município, estabelecidos ou sediados no Município, prestadores, tomadores ou intermediários de serviços, responsáveis pela retenção na fonte e pelo recolhimento do ISS, seja na qualidade de responsável ou contribuinte, ficam obrigados a declarar, mensalmente, por meio de aplicativo disponível no endereço eletrônico do município de Vale do Sol, os serviços prestados e os serviços tomados de terceiros, com retenção na fonte, quando o ISS for devido ao município de Vale do Sol, na forma estabelecida em regulamento. 1º O Poder Executivo, por meio de decreto executivo regulamentador, definirá, ainda: I - a competência a partir da qual a empresa estará obrigada a apresentar a declaração eletrônica de serviços; II - as situações de dispensa de apresentação da declaração; III - o calendário de apresentação da declaração mensal de serviços; IV - o prazo e a forma como deverão ser declaradas e transmitidas as informações. 2º Além das informações a que se refere o presente artigo, poderão ser exigidas outras do interesse da administração fazendária municipal.
3º As declarações não apresentadas, ou mesmo apresentadas após o prazo previsto em regulamento ou com informações incorretas, ficarão sujeitas a aplicação de penalidades formais decorrentes destes fatos conforme previsto no Código Tributário Municipal - Lei municipal nº 255/1998, em especial quanto ao disposto no art. 92 do referido diploma. 4º Os prestadores de serviços, bem como os tomadores ou intermediários de serviços, responsáveis ou não pelo recolhimento do ISS, ficam dispensados de efetuarem a escrituração eletrônica prevista neste artigo das NFS-e emitidas ou recebidas, autorizadas pelo município de Vale do Sol. 5º A apresentação da Declaração Mensal Eletrônica de Serviços substitui a escrituração do Livro de Registro Especial do ISS. 6º As pessoas jurídicas de direito privado e de direito público, inclusive os órgãos da Administração direta ou indireta da União, do Estado e do Município, sediadas em outros municípios também ficam obrigadas as disposições deste artigo quando prestarem ou tomarem serviços cujo recolhimento do ISS deverá ser realizado em favor do município de Vale do Sol. Art. 4º As instituições financeiras integrantes do Sistema Financeiro Nacional, a que refere a Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, obrigadas a informar ao Banco Central do Brasil o plano de contas definido nas Normas Básicas de Plano de Contas - COSIF, instituídas por aquele Banco, e aquelas a elas equiparadas na forma do parágrafo único do art. 17 da referida Lei, deverão apresentar a Declaração Eletrônica Mensal de Serviços em modelo próprio, devendo escriturar, conforme dispuser o regulamento, informações sobre suas atividades e receitas, inclusive as contidas em seus balancetes analíticos mensais dos estabelecimentos prestadores de serviços no Município e do balancete consolidado da instituição financeira. 1º Havendo mudança de modelo de plano de contas, a declaração apresentada sofrerá as devidas adaptações. 2º As informações serão prestadas no maior detalhamento que os registros permitirem e delas deverão constar à conta interna de registro na contabilidade da instituição, sua correlação com a conta correspondente incluída nas Normas Básicas de Plano de Contas - COSIF, instituído pelo Banco Central do Brasil, ou aquele que vier a substituí-lo, e, em se tratando de receita de serviço sobre o qual incide o ISS, sua correlação com o item da tabela de serviços do imposto, o valor do movimento da conta, a base de cálculo do imposto e o valor do imposto a ser pago. 3º Será entregue uma Declaração para cada estabelecimento com inscrição própria. Art. 5º O Poder Executivo poderá definir modelos próprios e ajustados de declaração para contribuintes cujas características de seus estabelecimentos e serviços prestados justifiquem diferenciação e exigência de informações adicionais.
Art. 6º Qualquer que seja o meio de armazenamento ou transmissão da escrituração eletrônica e da transferência de dados via internet, serão observados todos os requisitos de segurança, autenticidade e inviolabilidade necessários ao sigilo fiscal e à consistência dos dados informados e transmitidos. Art. 7º A Declaração Eletrônica de Serviços das Instituições Financeiras (DES-IF), ora instituída, será realizada a partir de programas de acompanhamento e verificação, por sistema eletrônico, da arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS), com finalidade de realizar a sua fiscalização e/ou arrecadação. 1º Ficam obrigadas a apresentar a Declaração Eletrônica de Serviços das Instituições Financeiras (DES-IF), as Instituições Financeiras e equiparadas autorizadas a funcionar pelo Banco Central (BACEN) e demais entidades obrigadas a utilizar o Plano de Contas das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (COSIF), em relação aos fatos geradores ocorridos. 2º A Declaração Eletrônica de Serviços das Instituições Financeiras (DES-IF) é um documento fiscal exclusivamente digital para registro das operações, apuração e a emissão do documento de arrecadação do Imposto Sobre Serviços (ISS), das instituições financeiras e demais entidades citadas no caput deste artigo. 3º A DES-IF a ser entregue ao Fisco Municipal, no formato de arquivo eletrônico, deverá observar os padrões de layout, estrutura de dados, formato e demais especificidades do Modelo Conceitual definido pela Associação Brasileira da Secretarias Fazendárias (ABRASF), sempre na última versão, de acordo com normatização fixada via decreto. 4º A transmissão da DES-IF, sua validação e certificação digital, serão feitas por meio de portal disponibilizado aos contribuintes no site oficial do Município. 5º É de responsabilidade das instituições financeiras e demais entidades citadas no presente artigo, o cumprimento da obrigação acessória, documentando e registrando as suas operações dentro das regras contábeis legalmente aceitas e determinações exaradas pelo Banco Central do Brasil (BACEN), que consiste em: a) Geração das informações, conforme periodicidade estabelecida; b) Entrega ao Fisco, segundo forma e periodicidade estabelecida. 6º A falta de transmissão da Declaração de Informações Eletrônica de Serviços das Instituições Financeiras (DES-IF), de que trata o presente, nos prazos estabelecidos, ou das correções ou complementações exigidas, sujeitará o infrator às penalidades cabíveis. 7º O recolhimento do Imposto Sobre Serviços (ISS) devido deverá ser efetuado por meio do documento de arrecadação do imposto, gerado através do sistema da Declaração Eletrônica de Serviços das Instituições Financeiras (DES-IF) ou equivalente, até o dia 30 do mês subsequente à ocorrência do fato gerador, ou no primeiro dia útil, quando este recair em sábado, domingo ou feriado.
8º O pagamento do ISS após o prazo definido no caput deste artigo, implicará nos acréscimos legais sobre o imposto devido. Art. 8º Constitui-se em infração, punível nos termos do art. 92, I, da Lei 255/1998, não entregar, no local, na forma ou no prazo previsto pela legislação tributária a declaração mensal eletrônica de serviços, por declaração. Art. 9º Constitui-se em infração, punível nos termos do art. 92, V, da Lei 255/1998, não aderir a Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) estando obrigado a sua emissão, por mês de atraso, após o término do prazo para adesão. Art. 10. O cronograma de implementação da NFS-e será disciplinado pela Secretaria Municipal de Fazenda, que poderá adotar a colaboração do comitê na elaboração do todo ou em parte e nas demais orientações técnicas emitidas. Art. 11. A partir da data de início da obrigatoriedade de utilização da NFS-e por contribuintes estabelecidos no cronograma de implementação, só poderão ser emitidas as NFS-e. 1º No caso de eventual impedimento da emissão da NFS-e, o prestador de serviço emitirá Recibo Provisório de Serviços (RPS) na forma prevista em regulamento. 2º A não-substituição do RPS, ou a sua conversão para NFS-e fora do prazo, equipara-se a não emissão de nota fiscal de prestação de serviços, sujeitando-se às penalidades previstas em Lei. 3º As Notas Fiscais de Serviços convencionais, anteriormente autorizadas aos contribuintes obrigados ou optantes pela NFS-e, e ainda não utilizadas serão consideradas documentos inidôneos, ficando o contribuinte sujeito à penalidade prevista, independentemente do pagamento do imposto, caso venha a utilizá-las. Art. 12. A emissão de NFS-e constitui confissão de dívida do Imposto sobre Serviços ISS incidente na operação, quando devido, conforme previsto na legislação vigente, ficando a falta de recolhimento do imposto sujeita à cobrança administrativa ou judicial. 1º A falta de recolhimento do ISS, incidente na operação identificada por meio de NFS-e, sujeita o infrator à multa estabelecida na legislação municipal, lançada por Notificação de Lançamento ou Auto de Infração. 2º Em caso de irregularidade ou omissão na emissão da NFS-e, o contribuinte está sujeito às penalidades previstas no art. 92 do Código Tributário Municipal (Lei nº 255/98)
Art. 13. Será dado tratamento diferenciado para o Microempreendedor Individual (MEI) e para as empresas enquadradas na Lei Complementar Federal nº 123/2006, nos termos da legislação aplicável. Art. 14. O Poder Executivo promoverá campanhas de educação fiscal com o objetivo de informar, esclarecer e orientar a população sobre: I - o direito e o dever de exigir que o prestador de serviços cumpra suas obrigações tributárias e emita documento fiscal válido a cada prestação; II - os meios disponíveis para verificar se o prestador de serviços está adimplente com suas obrigações tributárias perante o Município; III - a verificação da geração do crédito relativo a determinada prestação de serviços e do seu saldo de créditos. Art. 15. O chefe do Poder Executivo Municipal regulamentará a presente Lei, por decreto executivo, no prazo de 90 (noventa) dias, contados de sua publicação. Parágrafo único. O chefe do Poder Executivo poderá, através de decreto regulamentador, prorrogar o início do prazo de obrigatoriedade da Nota Fiscal Eletrônica de Serviços (NFS-e) por até 90 dias, caso necessário para atender à ampla divulgação dos termos da presente Lei. Art. 16. Aplica-se à presente Lei, no que for compatível, o disposto na Lei Municipal nº 255/98 e respectivas alterações. Art. 17. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir de sua regulamentação. GABINETE DO PREFEITO, 27 de junho de 2016. CLÉCIO HALMENSCHLAGER Prefeito Municipal