Março Cap. 43 As vidas sucessivas são solidárias Abril Cap. 44 A vida das múltiplas vidas Junho Cap. 45 O mal é criação do homem Julho Cap. 46 Os castigos não são eternos Agosto Cap. 47 Liberdade de pensamento e religião Setembro Cap. 48 O materialista e as provas exper. Outubro Cap. 49 Não se opõe Ciência e Religião Novembro Cap. 50 A infabilidade do Papa Dezembro Cap. 51 Interp. de um fato do dia a dia
ESTUDOS FILOSÓFICOS CRBBM JUNHO 2016
Chegamos ao termo do árduo estudo que empreendemos e que muito bem sabemos quanto está longe de ser obra digna de tão elevado assunto. Cada um dá o que tem, e Max contenta-se com a consciência de sua boa vontade.
Vamos, pois, concluir pela síntese da cosmogonia espírita, como terminamos o estudo da cosmogonia ortodoxa.
Por esta [a cosmogonia ortodoxa] o Universo é a Terra! Um ponto no espaço concentra toda a luz, todo o movimento, toda a vida! Além, o silêncio pavoroso, trevas da morte, deserto infinito! Deus não teve poder nem saber para cultivar a vasta extensão de seus domínios!
Pela cosmogonia espírita, o universo é a extensão ilimitada do espaço infinito. Por toda extensão, movimento, luz e vida. Ela é ocupada por infinito número de sistemas planetários, inferiores à Terra uns, outros superiores, em escala ascendente, até ao que serve de Sólio ao Eterno.
A cosmogonia ortodoxa [...] faz da Terra berço e túmulo da humanidade, e da vida terrena o único tempo de provas para os Espíritos, criados perfectíveis. A cosmogonia espírita [...] dá à humanidade milhões de berços, em mundos semeados pela imensidade, e fá-la percorrer, em sua eterna evolução, [...] toda a infinidade de mundos.
A criação do homem, que limitou-se a um único ser, num único ponto, segundo o ortodoxismo, o Espiritismo define por simples e sublime frase: Deus criou Espíritos de toda a eternidade, e criará para toda a eternidade.
Os Espíritos que o ortodoxismo é obrigado a confessar que nascem com variadíssimas disposições, o que acusa preferências e exclusão no Criador,...... O Espiritismo ensina que são todos criados simples e ignorantes, ou, por outra, tendo inicialmente as mesmas disposições.
O ortodoxismo, partindo da variedade de disposições ou de índoles, com que nascemos na Terra, vai terminar na diversidade absoluta e eterna dos justos e dos réprobos, do céu e do inferno. O Espiritismo, partindo da identidade das condições originais [...] vai terminar na identidade absoluta e eterna do destino de todos: a perfeição e a felicidade
Todos os Espíritos são destinados à gloriosa desmaterialização [...] e todos foram dotados dos meios necessários ao augusto fim: uns, porém, usando bem desses meios, realizam mais prontamente seu destino e mais prontamente gozam a felicidade; outros, usando mal deles, fazem a longa marcha lentamente e sofrendoas consequências de suas faltas.
Os castigos, porém, não são eternos. Nenhum penetra no sombrio reino, em cuja porta se leia a terrífica inscrição dantesca. A pena é suspensa desde que haja arrependimento, e daí a necessidade de uma nova existência corpórea para prova da sinceridade daquele arrependimento, e para expiação das faltas que os produziam.
Ninguém sobe sem ter se levado e purificado da mínima falta cometida; porque aos pés de Deus não chega senão o que pode vestir a túnica alva rogaçante dos Espíritos puros de mácula.
Em verdade vos digo que vós que me seguistes, quando o filho do homem, ao tempo da regeneração, estiver assentado no trono da sua glória, também estareis assentados em doze tronos a julgar as doze tribos de Israel." (Mt.19:28) Aquelas palavras proclamaram previamente a falsidade do dogma humano, ímpio e monstruoso, da eternidade das penas para o Espírito culpado; desse inferno eterno que, segundo a Igreja romana, tragou para toda a eternidade a Judas Iscariote, que essa mesma Igreja considera o maior dos réprobos, condenado eternamente ao inferno eterno que ela instituiu. (QE, Tomo III, item 240)
Vimos, em nome do Cristo, nosso Mestre, dizer: Sejam quais forem as faltas e os crimes cometidos, havendo arrependimento, não haverá, para o Espírito culpado, sacrifício, isto é, penas eternas; haverá, ao contrário, misericórdia, o que quer dizer perdão, subordinado este apenas, conforme à bondade e à justiça infinitas de Deus e com o duplo fim de aperfeiçoamento moral e progresso, às duas únicas condições seguintes: expiar o culpado, na erraticidade, após a morte, os crimes e faltas praticados, mediante sofrimentos ou torturas morais apropriados e porporcionados aos mesmos crimes e faltas; expiar, reparar e progredir, por meio da reencarnação e de novas provações. (QE, Tomo II, item 122)
Empregamos a palavra eternidade, tendo em vista a vossa locução penas eternas. Dizemos eternidades: não percebeis que é figurado o sentido desse termo? A única eternidade existente, que se possa citar, é Deus. (QE, Tomo II, item 139)
ESTUDOS FILOSÓFICOS CRBBM JULHO 2016