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37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 Os colegas baseiam-se nas seguintes dispositivos: Código de Ética Médica resolução CFM Nº 1246/88; resolução Nº 1488/98 artigo 12 e suas exceções; Pareceres CFM Nº 41/2010 e Nº 18/2006; resolução CREMESP Nº 76/96 e 126/2005. Diante do exposto, solicitamos o esclarecimento de tais dúvidas através de parecer que especifique em quais situações está o médico perito impedido, o que não só resolverá os conflitos éticos possíveis como também minimizará os prejuízos aos segurados. II. LEGISLAÇÃO Resolução CFM nº 1931/09 - Código de Ética Médica Princípio Fundamental VIII - O médico não pode, em nenhuma circunstância ou sob nenhum pretexto, renunciar à sua liberdade profissional, nem permitir quaisquer restrições ou imposições que possam prejudicar a eficiência e a correção de seu trabalho. É vedado ao médico Art. 93. Ser perito ou auditor do próprio paciente, de pessoa de sua família ou de qualquer outra com a qual tenha relações capazes de influir em seu trabalho ou de empresa em que atue ou tenha atuado. Art. 98. Deixar de atuar com absoluta isenção quando designado para servir como perito ou como auditor, bem como ultrapassar os limites de suas atribuições e de sua competência. Resolução CFM n. 1810/2006 Art. 1º O artigo 12 da Resolução CFM nº 1.488 de 11 de fevereiro de 1998, passa a vigorar com a seguinte redação: O médico de empresa, o médico responsável por qualquer programa de controle de saúde ocupacional de empresa e o médico participante do serviço especializado em Segurança e Medicina do Trabalho não podem atuar como peritos judiciais,

75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 securitários, previdenciários ou assistentes técnicos, nos casos que envolvam a firma contratante e/ou seus assistidos (atuais ou passados). Por ordem judicial - Proc. 2007.34.00.032067-4 - este artigo não se aplica aos médicos integrantes dos quadros da COPEL, FUNASA (Proc. 2009.34.00.003451-8), TRANSPETRO (Proc. 2009.34.00.037277-2) e CODESA (Proc. 2010.50.01.0010250-5) Instrução Normativa INSS/PRES Nº 53, de 22 de março de 2011 - DOU DE 23/03/2011 Art. 15. A análise para a caracterização e enquadramento do exercício de atribuições com efetiva exposição a agentes nocivos prejudiciais à saúde ou à integridade física será de responsabilidade de perito médico que integre o quadro funcional do INSS, mediante a adoção dos seguintes procedimentos: I - análise do formulário e laudo técnico; II - inspeção, a seu critério, de ambientes de trabalho com vistas à rerratificação das informações contidas nas demonstrações ambientais; III - emissão de parecer médico-pericial conclusivo, descrevendo o enquadramento por agente nocivo, indicando a codificação contida na legislação específica e o correspondente período de atividade. 1º O perito médico do INSS competente para realizar análise dos processos de aposentadoria especial não poderá realizar a análise para caracterização e o enquadramento do exercício de atribuições com efetiva exposição a agentes nocivos prejudiciais à saúde ou à integridade física, prevista no art. 13 e no caput deste artigo, quando for o próprio interessado e nos demais casos previstos no item XII do Capítulo I e art. 93 do Código de Ética Médica aprovado pela Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1.931, de 17 de setembro de 2009. 2º O campo "justificativas técnicas" do Anexo II, deverá conter parecer médico do Serviço/Seção de Saúde do Trabalhador

112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 da Gerência-Executiva, de forma clara, objetiva e legível, bem como a fundamentação que justifique a decisão. 3º As disposições constantes no caput não poderão ser realizadas pelo mesmo perito médico que participou da elaboração do LTCAT. III. DO PARECER De acordo com o parecer Nº2319/2011 CRM-PR (TRANSCREVO) sou servidora do INSS (perita médica) e responsável por análises de atividade especial para fins de aposentadoria de segurados do Regime Geral da Previdência Social. Em 22.03.11, a Instrução Normativa nº 53 /PRES/INSS, dispôs sobre procedimentos relativos à concessão de aposentadoria especial dos servidores (Regime Jurídico Único). Necessito de esclarecimento por parte do CRM, pois encontro um conflito ético em relação ao cumprimento de nosso dever e as normas éticas. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é uma autarquia vinculada ao Ministério da Previdência Social e que tem como objetivo reconhecer e conceder direitos aos seus segurados. Na maioria dos casos, este órgão governamental constitui-se na única instituição com competência para avaliar o pleito do segurado e de conceder o benefício, se assim for do entendimento do seu quadro de peritos. Esta condição é válida inclusive para os funcionários do próprio INSS. O Código de Ética Médica (CEM) de fato faz menção à restrição imposta ao médico de exercer a função de perito nas situações em que seja possível vislumbrar indícios de conflito de interesse entre as partes envolvidas. Porém, o CEM nem sempre consegue contemplar de maneira irrestrita as infinitas situações envolvidas nas diversas searas do exercício da Medicina. Diante disto, resta claro que, sem prejuízo de seus benefícios, nos casos em que o periciando possa ser submetido à perícia que necessita e que esta possa ser executada por outro

149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 profissional que não tenha vínculos com o INSS, fato que inclusive garantiria maior transparência aos trabalhos, esta opção deve ser levada em consideração. De qualquer modo, quando isto não for possível, especialmente quando o laudo da perícia seja de competência exclusiva de agente ou de serviço de perícia pertencente ao corpo de empregados do INSS, não resta outra possibilidade na execução desta avaliação técnica especializada que não seja através da participação de um servidor contratado como perito. Nos casos em que haja uma relação de qualquer natureza que possa caracterizar vínculos de proximidade com o funcionário da autarquia em questão, o perito pode e deve declarar-se impedido para exercer suas funções, solicitando a seus superiores hierárquicos que a perícia seja executada por outro profissional habilitado para tanto. Esta conduta vai de encontro às recomendações expressas no Parecer 41/2.010 emitido pelo Conselho Federal de Medicina, onde seu autor, o ilustre Conselheiro Renato de Almeida Fonseca, orienta que o médico, na condição de perito, está investido em função relevante no cumprimento do princípio do interesse público. Suas conclusões são subsídios técnicos para colaborar com decisões de mérito no âmbito administrativo ou judicial. Assim sendo, este agente, o perito, deve declinar de sua competência quando verificar que seu ato pode ser colocado em suspeição, por motivo de impedimento de qualquer ordem. Destarte, a ética postulada pela consulente ficaria condicionada ao ilibado desempenho de sua função como perita, garantindo a lisura e a credibilidade que as perícias médicas requerem, promovendo desta forma, a consolidação de um dos mais importantes princípios que fundamentam o CEM vigente, que reza que o alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional.

185 186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 201 202 203 204 205 206 207 208 209 Concluindo, julgo não ser possível atribuir infração ética nesta singular situação que envolveria os funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social, quando se faz necessária a realização de perícia por um servidor deste órgão junto a um colega de trabalho, desde que sejam respeitadas as normativas emanadas pelas Resoluções do Conselho Federal de Medicina que dispõem sobre o assunto. Baseada nesse parecer entendo que não há impedimento do médico perito previdenciário realizar a perícia naqueles funcionários que foram admitidos na empresa a partir do desligamento do médico do trabalho daquela empresa, uma vez que eles não são seus pacientes. Entretanto, em nenhuma circunstância o médico que exerce a função de perito deve atuar como perito do seu próprio paciente, mesmo que tenha sido atendido de maneira ocasional. Este é o meu parecer, salvo melhor juízo desta Plenária. Dra. Hildenete Monteiro Fortes Conselheira consultora