Saúde do Frango de Corte



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Transcrição:

Saúde do Frango de Corte Programa de Biosseguridade O Programa de Biosseguridade é composto por um conjunto de medidas e procedimentos de cuidados com a saúde do plantel aplicados em todas as etapas da criação, em interação com os diversos setores que compõem o sistema produtivo. Tem como objetivos, diminuir o risco de infecções, aumentar o controle de higidez nos plantéis, minimizar a contaminação do ecossistema e resguardar a saúde do consumidor final do produto. A adoção dos procedimentos para a implantação do programa requer um elevado grau de concientização de todas as pessoas envolvidas no processo de produção, uma vez que pequenos detalhes são importantes para o sucesso no controle da saúde do plantel. Dentre os principais fatores a considerar, destacam-se: A ocorrência de uma enfermidade compromete o desempenho do lote e, em determinadas situações, inviabiliza a comercialização dos produtos avícolas tanto em âmbito nacional como internacional. No Brasil contamos com o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), coordenado pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) que estabelece os procedimentos de produção e comercialização dos produtos avícolas. O programa de biosseguridade de uma granja deve ser orientado pelo médico veterinário responsável pelo plantél, com base no PNSA e em concordância com os órgãos oficiais regionais. Esses cuidados são necessários para atender aos programas de controle e erradicação de enfermidades como micoplasmose, salmonelose e a doença de Newcastle que estão sendo executados e, atualmente encontram-se em diferentes estágios de implantação nos Estados. Aquisição dos pintos Os pintos devem ser adquiridos de incubatórios registrados no MAPA, livres das principais doenças, especialmente micoplasmose (Mycoplasma gallisepticum e Mycoplasma synoviae), aspergilose e salmonelose (Salmonella pullorum, Salmonella gallinarum, Salmonella enteritidis e Salmonella typhimurium). Os pintos devem ser provenientes de matrizes vacinadas contra doenças como: doença de Gumboro, bronquite infecciosa das galinhas, doença de Newcastle, encefalomielite, coriza infecciosa e varíola aviária, capazes de transmitir imunidade à progênie. Todos os pintos devem ser vacinados ainda no incubatório, contra a doença de Marek.

O transporte dos pintos do incubatório, (onde são mantidos em ambiente controlado) até o local do alojamento deve ser realizado em veículos adequados, com conforto e buscando o bem-estar dos mesmos. Manter no aviário apenas pintos com características saudáveis como olhos brilhantes, umbigo bem cicatrizado, tamanho e cor uniformes, canelas lustrosas sem deformidades, com plumagem seca, macia e sem sujidades aderidas á cloaca. Preferencialmente fazer a criação das aves separadas por sexo. Após o alojamento dos pintos queimar imediatamente as caixas usadas no transporte. Localização da granja A granja deve estar instalada em local tranqüilo, circunscrita por cercas de segurança para evitar o livre acesso. Deve estar rodeada por árvores não frutíferas as quais servem de barreira de proteção às dependências do aviário. Na Instrução Normativa n.º 04 do MAPA, estão citadas as distâncias mínimas a serem respeitadas para a localização das granjas produtoras de frangos de corte (denominadas de estabelecimentos avícolas de controle eventual). A recomendação da distância mínima entre granjas é de 2.000 metros. A distância recomendada entre um aviário e outro é de no mínimo 100 metros e entre o aviário e um abatedouro, de 5.000 metros. A critério do médico veterinário oficial, responsável pela produção, essas distâncias mínimas podem ser alteradas em função da topografia e da existência de barreiras naturais, tais como reflorestamentos e matas naturais nas proximidades da granja. Na construção do aviário deve ser observado que as superfícies interiores dos galpões permitam limpeza e desinfecção adequadas e que as aberturas como calhas e lanternins sejam providas de telas para evitar o acesso de outros animais como pássaros, animais silvestres e roedores. Instalar a portaria junto à cerca que contorna a granja, em uma posição que permita controlar a circulação de pessoas e veículos, assim como o embarque dos animais. Utilizar a portaria como único local de acesso de pessoas à granja. Junto à portaria deve ser instalado o escritório para controlar todos os dados gerados na granja que servirá para dar suporte administrativo. Nesse local deve existir pelo menos um banheiro para a higiene e troca de roupas da(s) pessoa(s) que entrar(em) na granja. Acesso e fluxo do trânsito na granja A granja deve ser conduzida como uma empresa cujo lucro é medido pela eficiência de produção. Portanto, devem ser reduzidos ao máximo os perigos de contágio para as aves, estabelecendo-se critérios de acesso aos aviários e designando-se diferentes áreas dentro da granja segundo os riscos de contaminação.

A área limpa: é a área de acesso aos aviários, através da qual são feitos transportes de ração, aves e equipamentos. A área suja: compreende a região externa da granja e acesso de saída dos aviários, pela qual se procede retirada de camas e demais fômites. Para evitar disseminação dos resíduos durante o transporte da carga recomenda-se recobri-la com lonas. O fluxo de acesso aos aviários deve ser percorrido respeitando-se os limites entre área limpa e suja. Para tanto, considerar a idade das aves (visitar primeiro as mais jovens) e o estado sanitário dos lotes (proibir visitas a um aviário com problemas). Havendo suspeita de enfermidade em um lote, somente o funcionário e o veterinário responsável pela granja poderão ter acesso a ele. Cuidados com a ração e a água É necessário conhecer a procedência e a qualidade tanto nutricional quanto microbiológica dos ingredientes das rações. Uma alimentação pobre causará deficiências que consequentemente serão refletidas no desempenho, podendo interferir na capacidade imunológica dos frangos. A qualidade microbiológica tanto da ração quanto da água deve ser monitorada pois se contaminados, esses são importantes veículos para a introdução de agentes patogênicos no plantél. A ração deve ser livre de agentes patogênicos, especialmente salmonelas. O armazenamento das rações deve ser feito em local limpo arejado, abrigado da umidade (evitando o mofo) e sobre plataformas para facilitar a limpeza do local. A peletização contribui para reduzir a contaminação das rações. A água da granja deve ser captada numa caixa d água central para posterior distribuição, precisa ser abundante, limpa, fresca e isenta de patógenos. Deve ser monitorada para verificação das condições químicas, físicas e microbiológicas. O tratamento da água de beber deve ser realizado quando a presença de coliformes fecais for detectada ou quando a presença de coliformes totais estiver acima de 3/100ml. A cloração é feita pela adição de 3 (três) ppm de Cloro (hipoclorito de sódio) na água de bebida. É importante ressaltar que a água usada para vacinações das aves, não pode ser clorada. Qualidade de ingredientes Qualidade de ingredientes Entre vários pontos criticos da formulação e fabricação de rações está a qualidade dos ingredientes. Um dos itens mais importantes na qualidade dos ingredientes esta relacionado com a presença ou não de micotoxinas na ração. As micotoxinas mais comuns são a aflatoxina, fumonisina, zerealenona, vomitoxina e ocratoxina. As aves são mais sensíveis às duas primeiras toxinas. Os elementos básicos para formação da toxina são o substrato (ex. milho), umidade,

oxigênio, tempo e temperatura. O problema será mais ou menos severo, na dependência da presença dos fatores citados, durante as fases de pré-colheita e(ou) armazenagem dos cereais e grãos. O milho por ser o cereal de maior percentual de uso precisa de atenção especial, visto que são comuns os casos de presença de aflatoxina no milho. As aves de maior idade são mais resistentes que as jovens, mas os sintomas em frangos de corte podem estar relacionados com má conversão dos alimentos, pesos corporais mais baixos, menor proteção imunológica o que resulta em maior mortalidade, menor pigmentação (palidez) nas aves abatidas e maior presença de hemorragias subcutâneas e intramusculares, bem como, aumento de fraturas ósseas. Consegue-se prevenir a micotoxicose nos animais pela utilização de cereais de qualidade, cuja umidade do grãos não seja superior a 14%, pois níveis mais altos estimulam a presença de fungos. Deve-se inspecionar o silo para possíveis entradas de umidade e repara-las, caso existam. Os silos de armazenagem devem ser limpos e não conter poeira de partidas anteriores. É necessário um programa de controle de insetos e roedores que danificam os grãos e abrem porta de entrada para os fungos se multiplicarem. Recomenda-se que o milho não seja dobrado e mantido na lavoura conforme é tradição de certas regiões de minifúndio. Milhos com esse procedimento de armazenagem são de qualidade inferior àquele devidamente colhido, seco e armazenado em silos. Em caso da existência de grãos contaminados com micotoxinas essa não deverá ser maior do que 20 ppb para a aflatoxina, 500 ppb para a zerealenona ou vomitoxina e 5 ppm para a fumonisina. Apoio técnico especializado é recomendado nessas ocasiões visando fortificar e incluir antifúngicos na ração. Recomendações de manejo sanitário Recomendações: - as aves devem ser criadas no sistema todos dentro, todos fora ou seja, alojar em um mesmo aviário, aves de igual procedência e idade, do alojamento ao abate; - avaliar previamente o risco de contaminação para todo e qualquer objeto que precise ser introduzido na granja. Só faze-lo após rigorosa desinfecção - na porta de entrada do aviário deve ser colocado um recipiente com solução desinfetante para que as pessoa desinfetem os calçados (pedilúvios) antes de entrarem e, ao saírem do aviário. Onde houver trânsito de veículos, utilizar o rodolúvio; - observar diariamente a limpeza dos bebedouros bem como do aviário e suas imediações, fazendo o controle de Moscas Os cuidados com o controle de moscas devem ser constantes, pois a produção excessiva desses insetos pode causar, além de prejuízos para o próprio avicultor, pela transmissão de doenças, baixa produção dos operários pelo contínuo incômodo, também, prejuízo e incômodo aos vizinhos, ocasionando reclamações e demandas.

As moscas são insetos que se reproduzem rapidamente fazendo seis a oito posturas, de 100 a 120 ovos, durante seu curto período de vida (de 25 a 45 dias). Após a postura, os ovos eclodem em menos de 24 horas e o desenvolvimento até o adulto ocorre em 8 a 12 dias. Para nutrição das larvas, no caso da mosca doméstica, é necessário cerca de um grama de esterco. Existe um grande potencial de criação de moscas em uma cama de aviário exposta no ambiente sem os cuidados devidos. Se for permitido o nascimento de uma grande quantidade de moscas, após a tomada de medidas de controle mecânico, a população de adultos só será eliminada após o tempo de vida desses insetos, de 20 a 45 dias, ou com uso de produtos químicos. Medidas de controle mecânico: A criação de moscas pode ser evitada pela compostagem de cama e dos cascões de esterco úmido, além das carcaças. Amontoar a cama retirada do aviário e os cascões, até 1,50m de altura, mantendo o material coberto com lona plástica ou isolados com camada de palhada seca ou terra, durante 30 a 45 dias (quando estiver muito seca deve-se umedecer). Nesse período ocorrerá a fermentação com elevação da temperatura e destruição das larvas e os resíduos estarão prontos para serem usados como adubo. Medidas de controle biológico: Em avicultura de corte as próprias aves fazem o controle biológico das moscas dentro do galpão. O problema de criação de moscas ocorre quando a cama/cascões é retirada e amontoada sem os cuidados devidos. Nesse caso os predadores naturais (tesourinhas, ácaros) ajudam a destruir parte das larvas que se criam após o umedecimento dos resíduos pela chuva. Medidas de controle químico: No controle químico, o uso de produtos adulticidas (que matam moscas adultas) deve se limitar a aplicações nos locais onde a presença de moscas é totalmente indesejável, pois o efeito desse método de controle é temporário. Os adulticidas não devem ser aplicados sobre a cama ou os cascões por causarem a morte de predadores, desequilibrando ainda mais esse sistema. As aves mortas podem ser um foco de produção de moscas varejeiras. Para evitar esse problema, as carcaças também devem ser trabalhadas em compostagem ou

em fossas; o adubo obtido pela compostagem das carcaças só deve ser utilizado em áreas de reflorestamento e de jardinagem. O uso de fossa depende da profundidade do solo da propriedade e de licença do órgão de meio ambiente. Na fossa não se usam desinfetantes por prejudicarem o processo de decomposição por destruição das bactérias e fungos que atuam sobre as carcaças e, enquanto estiverem ativos os desinfetantes, o processo de decomposição ficará parado retardando a reutilização e em conseqüência novas fossas terão que ser abertas. O controle dos maus odores pode ser feito com o uso de tampa de zinco galvanizado com canaleta de isolamento, contendo óleo queimado. Cascudinhos e Roedores Para reduzir a população de cascudinhos pela compostagem da cama dentro do galpão, entre os lotes, é necessário abrir espaço para os círculos de proteção e amontoar o restante da cama em pilhas ou em leiras de até 1,50m de altura no período da manutenção do círculo. Espalhar a cama compostada na véspera da retirada do círculo. Usar inseticida somente se a população de cascudinhos crescer a ponto de se visualizar os insetos na cama entre os comedouros (e não só debaixo deles) o que indica alta infestação. Aplicar o produto indicado pelo técnico, no intervalo entre lotes, como parte das ações de limpeza e desinfeção do galpão, aplicando o mesmo tão logo tenham sido retiradas as aves e suspensos os comedouros, evitando a dispersão dos insetos para outros galpões, tratando-se as áreas junto às paredes, colunas, depósito de ração, etc. Os roedores devem ser controlados por meio de limpeza dos arredores dos galpões com a retirada de entulhos, manutenção da vegetação rasteira e pela organização constante do ambiente, em especial da área de manutenção da ração, além do uso de raticidas com acompanhamento técnico. - incinerar ou enterrar as aves mortas em fossas sépticas ou utilizar compostagem; - a cama nos círculos de proteção ou na área correspondente ao pinteiro deve ser nova. No restante do aviário, caso a cama seja reutilizada, faze-lo após enleiramento e repouso por pelo menos 7 dias, desde que o lote anterior não tenha sofrido doenças infecciosas.; - comunicar às autoridades sanitárias qualquer evento de alta mortalidade aguda no plantel, especialmente quando este não puder ser relacionado diretamente a falhas de manejo; - transportar os frangos somente com o respectivo Guia de Trânsito Animal (GTA) a ser preenchido por um médico veterinário credenciado; - manter uma ficha com informações sobre a data de alojamento, o número de aves alojadas, a especificação das vacinas realizadas, medicamentos administrados e a mortalidade diária do lote.

Vacinação Programas de vacinação para frangos de corte não são utilizados com freqüência uma vez que o ciclo de vida de um lote é curto. No entanto, todas as aves devem ser vacinadas contra a doença de Marek no primeiro dia de vida. Cabe ao médico veterinário responsável pelo plantel, determinar quanto a necessidade de vacinar as aves contra outras enfermidades infecciosa que eventualmente estejam acometendo os plantéis circunvizinhos à criação. Para estabelecer o programa de vacinação deve ser considerando o desafio sanitário na região e estar de acordo com o as normas oficiais vigentes. Em frangos de corte, as principais viroses que podem ser controladas através de vacinação são: a doença de Marek, a doença de Gumboro, doença de Newcastle, bronquite infecciosa das aves e varíola aviária. O controle da coccidiose deve ser feito pela vacinação na primeira semana de vida das aves ou pela adição de quimioterápicos na ração durante o período de cria e recria. A vacinação incorreta ou inadequada pode ser tão prejudicial quanto não vacinar. Para que seja realizada com sucesso é necessário planeja-la com antecedência, observar o prazo de validade das vacinas, maneja-las corretamente quanto a via de aplicação, diluição, conservação (conserva-las a 4ºC) e evitar a incidência direta do sol na vacina. Recomenda-se vacinar em horários com temperaturas amenas evitando-se estressar excessivamente as aves. Aves doentes não devem ser vacinadas. Todos os aviários devem ter uma ficha de controle com o histórico do lote em que constem informações sobre as vacinações. Saúde FICHA PARA ACOMPANHAMENTO TÉCNICO DO LOTE 1-Data do alojamento: 2-Nº. de aves:

3-Informações sobre as vacinas administradas Data (Dia/Mês) Via de administração Vacina utilizada N aves vacinadas 4-Medicamento administrados: Data Identificação do aviário Idade das aves Principais sintomas Medicamento administrado (nome comercial e princípio ativo Via de administração Dose administrada Período de administração 5-Mortalidade diária: Semana Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Total 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª Outras Observações:

Higienização É imprescindível proceder a higienização do aviário e equipamentos entre um alojamento e outro. Após a retirada do lote, fazer limpeza completa do aviário adotando os seguintes procedimentos: - retirar todos os utensílios utilizados no aviário; - passar vassoura de fogo sobre a cama para reduzir o número de penas; - remover a cama. A reutilização da cama só poderá ser feita se nenhum problema infeccioso tenha acometido o plantél anteriormente. Nesse caso recomenda-se que após passar vassoura de fogo, a cama seja enleirada e coberta com plástico ou lona por 07 dias, a uma umidade relativa de 37%, para que sofra fermentação. Jamais usa-la nos círculos de proteção ou pinteiros; - lavar com água sob pressão todos os equipamentos do aviário; - lavar paredes, teto, vigas e cortinas, com água sob pressão, (jato em movimentos de cima para baixo), deixar secar antes de fazer a desinfecção; - redistribuir a cama no aviário; - proceder a desinfecção do aviário. Os princípios ativos dos desinfetantes mais utilizados são: amônia quaternária, formol, cloro, iodo, cresol e fenol. É importante fazer rodízio periódico do princípio ativo do desinfetante utilizado; - após a desinfecção, manter o aviário fechado, sem a presença de aves ou outros animais, em vazio sanitário, por pelo menos 10 dias até o alojamento dos frangos; - lavar caixa d'água e tubulações; - aparar a grama e limpar calçadas externas e os arredores do aviário ; - os resíduos de produção, (aves mortas, estercos e embalagens) devem ser descartados adequadamente (trabalhados em compostagem, enterrados em fossas sépticas ou incinerados, de acordo com a contaminação do material a ser descartado). Fonte: Cração de Animais Blogspot