Registro: ACÓRDÃO

Documentos relacionados
ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmo. Desembargadores COSTA NETTO (Presidente) e ALEXANDRE LAZZARINI.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores SILVIA ROCHA (Presidente) e PEREIRA CALÇAS. São Paulo, 5 de dezembro de 2012.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº , da Comarca de Botucatu, em que é apelante REINALDO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores NEWTON NEVES (Presidente), ALMEIDA TOLEDO E PEDRO MENIN.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GILBERTO LEME (Presidente) e ARTUR MARQUES. São Paulo, 14 de agosto de 2017.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores MIGUEL BRANDI (Presidente sem voto), RÔMOLO RUSSO E LUIZ ANTONIO COSTA.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores OCTAVIO MACHADO DE BARROS (Presidente) e HENRIQUE HARRIS JÚNIOR.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ANTONIO CELSO AGUILAR CORTEZ (Presidente) e TORRES DE CARVALHO.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GILBERTO LEME (Presidente), MORAIS PUCCI E CLAUDIO HAMILTON.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Registro: ACÓRDÃO

Universidade de Brasília Faculdade de Direito. Teoria Geral do Processo II Professor Vallisney Oliveira

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores MAGALHÃES COELHO (Presidente) e COIMBRA SCHMIDT.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores RUY ALBERTO LEME CAVALHEIRO (Presidente) e TORRES DE CARVALHO.

Nº (Nº CNJ: ) COMARCA DE PORTO ALEGRE APELANTE/APELADO APELANTE/APELADO APELADO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores DIMAS RUBENS FONSECA (Presidente) e CESAR LUIZ DE ALMEIDA.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores CLAUDIO GODOY (Presidente), ALCIDES LEOPOLDO E SILVA JÚNIOR E AUGUSTO REZENDE.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ANDRADE NETO (Presidente) e MARIA LÚCIA PIZZOTTI.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores MARIA LAURA TAVARES (Presidente sem voto), NOGUEIRA DIEFENTHALER E MARCELO BERTHE.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO 31ª Câmara de Direito Privado ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DÉCIMA OITAVA CÂMARA CÍVEL

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ANDRADE NETO (Presidente) e MARIA LÚCIA PIZZOTTI.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação n , da Comarca de Jundiaí, em que é apelante GABRIEL SILVA RODRIGUES sendo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

- Sentença mantida. - Recurso improvido.

DÉCIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGRAVO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores JOSÉ JOAQUIM DOS SANTOS (Presidente) e VITO GUGLIELMI.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores JOSÉ JOAQUIM DOS SANTOS (Presidente) e NEVES AMORIM.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmo. Desembargadores SÁ DUARTE (Presidente sem voto), SÁ MOREIRA DE OLIVEIRA E EROS PICELI.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores NEVES AMORIM (Presidente) e JOSÉ JOAQUIM DOS SANTOS.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores FELIPE FERREIRA (Presidente sem voto), RENATO SARTORELLI E VIANNA COTRIM.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores BERETTA DA SILVEIRA (Presidente), EGIDIO GIACOIA E VIVIANI NICOLAU.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

SEXTA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO Nº 55278/ CLASSE CNJ COMARCA DE PONTES E LACERDA

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO. 33ª Câmara de Direito Privado TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Apelação nº

DIREITO DAS COISAS DO DIREITO DE PASSAGEM E DA PASSAGEM DE CABOS E TUBULAÇÕES

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 10ª Câmara de Direito Privado

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GILBERTO DOS SANTOS (Presidente), WALTER FONSECA E GIL COELHO.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

SEGUNDA CÂMARA CÍVEL RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 8785/2004 CLASSE II COMARCA DE SINOP APELANTE: BRASIL TELECOM S. A.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores MOREIRA DE CARVALHO (Presidente) e OSWALDO LUIZ PALU.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ERBETTA FILHO (Presidente) e RAUL DE FELICE. São Paulo, 9 de fevereiro de 2017.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ANA LIARTE (Presidente sem voto), OSVALDO MAGALHÃES E PAULO BARCELLOS GATTI.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores MENDES GOMES (Presidente) e CLÓVIS CASTELO.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 5ª CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores LUIS CARLOS DE BARROS (Presidente sem voto), ÁLVARO TORRES JÚNIOR E CORREIA LIMA.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO AMAZONAS Gabinete da Desa. Maria das Graças Pessôa Figueiredo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores EUTÁLIO PORTO (Presidente), VERA ANGRISANI E ROBERTO MARTINS DE SOUZA.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº

Transcrição:

ACÓRDÃO Registro: 2014.0000082973 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 0000374-52.2012.8.26.0048, da Comarca de Atibaia, em que é apelante DARCY GOUVEIA GOMES, é apelado AUTOPISTA FERNAO DIAS S/A. ACORDAM, em 3ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ANTONIO CARLOS MALHEIROS (Presidente) e CAMARGO PEREIRA. São Paulo, 11 de fevereiro de 2014. Marrey Uint RELATOR Assinatura Eletrônica

2 Voto nº 22.531 Apelação Cível nº 0000374-52.2012.8.26.0048 Comarca: ATIBAIA Apelante(s): DARCY GOUVEIA GOMES Apelado(s): AUTOPISTA FERNÃO DIAS S/A Obrigação de fazer Águas pluviais vindas de rodovia Drenagem é feita utilizando o leito natural do rio Perícia judicial constatando a inexistência de prejuízos ao imóvel do Autor Sentença de improcedência mantida Recurso não provido. Cuida-se de ação de obrigação de fazer proposta por Darcy Gouveia Gomes, em face de Concessionária Auto Pista Fernão Dias objetivando a canalização de águas pluviais que escorrem da rodovia. Alega que seu imóvel fica abaixo da pista e deve permitir a passagem das águas pluviais, mas de forma a não causar prejuízos ao seu imóvel. Requer a canalização das águas. A sentença de fls. 218, prolatada pelo Juiz Rafael Pavan de Moraes Filgueira, julgou improcedente a ação, arcando o Autor com as custas, despesas processuais e honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da causa. Apela o vencido (fls. 224/228) afirmando que ainda que o perito não tenha verificado

3 situação de prejuízo, deve a Concessionária manter as águas pluviais de sua responsabilidade, longe de sua propriedade. Requer alternativamente a nulidade da decisão, pois houve cerceamento de defesa pela não produção da prova oral requerida. É o relatório. Versando a causa sobre questões apenas de direito (inciso I do artigo 330 do CPC), ou de direito e de fato, mas não havendo mais necessidade de produção de provas (inciso II, segunda parte), ou, na hipótese de revelia (inciso II), o magistrado deve proceder ao julgamento antecipado da lide. Valendo ressaltar que o destinatário da prova é o Juiz, pois a ele compete formar o livre convencimento motivado a fim de dar a prestação jurisdicional. Processo Civil dispõe: Daí que o artigo 130 do Código de "Caberá ao JUIZ, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente protelatórias". Tendo o Juiz concluído que os documentos juntados aos autos, bem como a perícia realizada eram suficientes para o deslinde da causa, as outras eventuais provas requeridas mostraram-se desnecessárias.

4 No mérito, o artigo 333 do Código de Processo Civil determina que incumbe a prova, à parte que fizer as alegações: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quando for fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor; Parágrafo único. É nula a convenção que distribui de maneira diversa o ônus da prova quando: I recair sobre direito indisponível da parte; II tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. A sentença guerreada levou em consideração o laudo do perito judicial, de grande importância como auxiliar da justiça (artigo 139 do CPC), pois se os demais participantes da lide não possuem conhecimento técnico suficiente para aferir determinado direito, o laudo pericial se torna a principal prova que fundamenta a decisão judicial. O perito judicial constatou às fls. 148/176 que a drenagem da rodovia no imóvel do Autor é feita utilizando o leito natural do córrego na faixa de domínio, não adentrando a propriedade (fls. 168), ilustrando a assertiva com fotos comprovando que não houve alteração do curso d'água. O expert constatou que a erosão existente no fundo da propriedade relaciona-se com a exposição do solo por alterações na vegetação natural,

5 não relacionadas com a drenagem (fls. 170). Conclui a perícia que as águas direcionadas para a propriedade do Autor caem diretamente no córrego existente em sua propriedade, não causando prejuízos ao imóvel. Segundo ensinamento de Washington Monteiro de Barros ( Curso de Direito Civil, 3º. vol., Direito das Coisas, 34ª. ed.): "Como lembra Sá Pereira, com esse dispositivo, limita-se o legislador a sancionar uma lei da natureza; como as águas correm naturalmente de cima para baixo, de acordo com a lei da gravidade, o proprietário do prédio inferior é obrigado a recebê-las, quando advindas do prédio superior". "Mas referido ônus só atende, obviamente, com águas que corram por obra da natureza, como as pluviais e as nascentes, por outras palavras, as águas que brotem do solo e as que provenham das chuvas. De modo idêntico, incluem-se também o ônus as águas que derivam do derretimento da neve ou do gelo, bem como as que resultem de infiltrações". "Não se incluem no 'incommodum' do prédio inferior as águas extraídas de poços, cisternas, piscinas e reservatórios, nem as provenientes das fábricas e usinas, nem as elevadas artificialmente, nem as que escorrem dos tetos das casas". "Numa palavra, o proprietário do prédio inferior só é obrigado a suportar as águas que defluam naturalmente, em virtude da inclinação do terreno. Sendo disposição da

6 natureza, ninguém pode proibir o curso delas de cima para baixo". "Todavia, não se deve ser ele coagido a suportar o ônus se existe trabalho humano a modificar o curso das águas". Assim, vê-se que o reclamo do Autor não procede, pois o perito judicial procedeu com a perícia no local por 3 vezes, não constatando qualquer dano causado pelas águas pluviais, como alega. O Autor não conseguiu comprovar os prejuízos alegados, ônus que lhe cabia, nos termos do artigo 333, I, do CPC. No mesmo sentido: DIREITO DE VIZINHANÇA. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. DANOS PROVOCADOS POR ÁGUAS PLUVIAIS ADVINDAS DE IMÓVEL SITUADO TOPOGRAFICAMENTE EM NÍVEL SUPERIOR. OBRIGAÇÃO DO POSSUIDOR DE IMÓVEL INFERIOR DE RECEBER AS ÁGUAS QUE CORREM NATURALMENTE DO IMÓVEL SUPERIOR. ART. 1.288 DO CC/02. NÃO COMPROVAÇÃO DE OBRA QUE TENHA PIORADO A SITUAÇÃO DO REQUERENTE. ÔNUS QUE LHE IMPUNHA. ART. 333, INC. I, DO CPC. Cabe o julgamento da lide quando as questões suscitadas são resolúveis por meio de prova documental produzida nos autos. (...) Recurso desprovido. Apelação n.º 0005265-67.2010.8.26.0281, Comarca de Itatiba, 27ª Câmara de Direito Privado, Relator Gilberto Leme, julgado em 26 de novembro de 2013. Correta, pois, a sentença de improcedência. Em face do exposto, nega-se provimento ao recurso.

7 MARREY UINT Relator