MEMÓRIAS EM FESTA: UMA CARTOGRAFIA DAS CONGADAS EM ATIBAIA

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Transcrição:

MEMÓRIAS EM FESTA: UMA CARTOGRAFIA DAS CONGADAS EM ATIBAIA Memories in Feast: a cartography of Congadas in Atibaia Resumo: A presente pesquisa teve início a partir de releitura de imagens fotográficas de Pierre Fatumbi Verger. O objeto de estudo são as congadas, manifestação cultural e religiosa que ocorre em algumas regiões do país. O recorte se dá na cidade de Atibaia, interior de São Paulo. Pretende-se mostrar aspectos relacionados à vestimenta ou fardas usadas pelos participantes desse ritual e de extrema importância para eles. A metodologia da cartografia e a Teoria do Ator Rede são ferramentas para a construção de registro imagético e iconográfico. Palavras-chave: Design Social e Religiosidade, Cultura, Congadas, Visibilidades e invisibilidades Abstract: This research started from re-reading images photographed by Pierre Fatumbi Verger. The object of study are Congadas, a cultural and religious expression that occurs in some regions of the country. The clipping occurs at Atibaia, São Paulo. It is intended to show aspects related to garments or uniforms worn by participants of this ritual, and of utmost importance to them. The methodology of cartography and the Actor Network Theory are tools for building imagery and iconographic record. Keywords: Religiosity and Social Design, Culture, Congadas, Visibilities and invisibilities Introdução A presente pesquisa em Iniciação Científica tem por objetivo investigar questões acerca das Congadas na cidade de Atibaia, interior de São Paulo e produzir resultado com registros imagéticos (fotográficos) e iconográficos a respeito das fardas, vestimenta usada pelos participantes da Congada durante os rituais. Para isto, faz-se necessário reunir saberes interdisciplinares fundamentais para o processo metodológico. Optou-se pela cartografia, como forma descritiva, tal como proposto pela psicóloga Suely Rolnik, no sentido de considerar questões no campo do sensível. Também, a Teoria do Ator Rede proposta pelo sociólogo Bruno Latour, a fim de colocar em cena visibilidades e invisibilidades. Tornam-se necessários levantamentos históricos, culturais e antropológicos, a fim de atingirmos o objetivo geral. Seja o de compreender e proporcionar visibilidade às Congadas de Atibaia com o uso de ferramentas relacionadas ao 1

Design, sobretudo no campo da fotografia, já verificadas como possíveis em relação ao objeto de estudo. Este impulso inicial deu-se a partir de releitura fotográfica com proposta de inspiração em fotógrafo profissional partindo de questões técnicas e / ou conceituais. A opção foi a de imagens fotográficas produzidas pelo antropólogo e fotógrafo Pierre Fatumbi Verger. Verger foi um fotógrafo autodidata que viajou durante 15 anos, documentando culturas, sociedades e civilizações em diversos continentes. O recorte da pesquisa se dá na cidade de Atibaia, por ter observado, ao longo de muitos anos as Congadas na cidade, e ter se encantado com a forma de vestir daquele grupo, que possui singularidades não encontradas em qualquer outra região do brasil. Vestindo a Farda Congadas são manifestações culturais e religiosas de origem africana, que acontecem em louvor a alguns santos como São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. A tradição se inseriu na cultura brasileira com a colonização portuguesa, quando vários africanos foram trazidos para o Brasil como escravos. Em Atibaia, a congada é caracterizada por um grupo de pessoas vestidas com calça branca, tênis branco, e blusa de tecido acetinado enfeitada com fitas coloridas. Além do chapéu, também enfeitado fitas e medalhas de santos, miçangas, dentre outras possibilidades de materiais. Cada um desses grupos é o denominado terno ou batalhão. E, cada terno é representado através de uma cor que se fazem presentes nos blusões da farda, podendo dessa forma diferenciá-los. Hoje em Atibaia existem 4 ternos: o Azul, o Rosa, o Verde e o Vermelho. Segundo a Comissão Paulista de Folclore, filiada à Unesco, Atibaia é a única cidade do Estado a manter grupos tradicionais há mais de 200 anos. São os próprios integrantes de cada grupo que fazem e enfeitam suas vestimentas, e é exatamente isso que torna cada farda particular e única. Segundo Marcio, Capitão de Guia da Congada Vermelha, quando tudo começou os congadeiros não tinham suporte nenhum para comprar os tecidos e os demais acessórios que eram precisos para caracterizar a farda, o jeito era improvisar, então as fitas, por exemplo, eram feitas com jornal, papel crepom ou algum outro material sem ou de baixo custo. Hoje em dia o material utilizado é conseguido através de doações, tanto da prefeitura, quanto dos chamados Festeiros família escolhida a cada ano, com incumbência de financiar parte das festas do Ciclo Natalino, período de maior importância para as Congadas. 2

Figura 1 - Foto tirada pela autora - Congada Azul - Revelando São Paulo: Entre Serras e Águas, Atibaia,. Além do blusão, outro acessório indispensável para o congadeiro é o chapéu. O chapéu é de palha comum, porém forrado com tecido e também enfeitado de acordo com a originalidade de cada um. Podem conter fitas, miçangas, espelhos, botões, medalhinhas de santo, fuxicos, terços, e o que mais a imaginação mandar e a tradição permitir. 3

Figura 2 - Foto tirada pela autora - Congada Rosa - Revelando São Paulo: Entre Serras e Águas, Atibaia,. Em uma conversa com uma integrante da Congada Azul de Atibaia, Amanda do Rosário Oliveira, 28 anos, ela descreveu um pouco do seu sentimento em relação à farda: Sobre a importância da farda, se você perguntar pra cada congadeiro cada resposta será diferente, cada um se sente de um modo... Para mim, quando coloco a farda eu deixo de ser eu e passo a representar meu grupo, como seguir as ordens do chefe respeitar o lugar que estamos, as pessoas. Não que a gente não respeite, é que quando você veste a farda você é responsável pelo nome do seu grupo, então você tem que zelar por ele. Nós mesmos fazemos nossas fardas, enfeitamos os chapéus cada um dos integrantes cuida do seu uniforme... As bandeiras, os bastões e as espadas - que pertenceram a Dom Pedro II na Segunda Guerra mundial, presentes apenas na congada Verde e Rosa - também são utilizados na representação da farda. Na bandeira vem estampado o santo de devoção de cada batalhão, e também são personalizadas com pinturas, pedrarias, botões, etc. de acordo com o sentido, particular ou não, que aquele batalhão deseja transmitir. 4

Figura 3 - Foto tirada pela autora Congada Verde - Revelando São Paulo: Entre Serras e Águas, Atibaia,. Conclusão No presente projeto de pesquisa apresentou-se breves definições a respeito das Congadas, e as particularidades que dizem respeito à sua vestimenta. O objetivo geral é trazer visibilidade ao sentimento dos participantes em relação à festa e aos aspectos relacionados à ela, dando enfoque principal à farda, item indispensável e de enorme significado para eles. Isso se deu através coleta de dados imagéticos e relatos de memória oral. Este processo está sendo desenvolvido em conjunto com as pessoas que fazem parte das Congadas, a fim de seguir o proposto como metodologia por Rolnik e Latour. Levando-se em conta a importância da imagem verificada nas festas, e o fato de que as fantasias são fundamentais, foi bastante aprofundado o registro fotográfico. A luz de Henri Cartier-Bresson, entende-se que a integração entre fotografia e Design possa ser uma das formas de sintetizar um momento ou descrever um sentimento sem a necessidade de explicar com palavras. 5

Referências COSTA, Élsie Monteiro da. Balanceia meu batalhão: universo poético-musical dos congadeiros de Atibaia. Atibaia, SP: Ed. do autor, 2005. LATOUR, Bruno. Reagregando o Social: uma introdução à Teoria do Ator-Rede. Salvador/Bauru: Edufba/Edusc, 2012. ROLNIK, Suely. Cartografia Sentimental: Transformações contemporâneas do desejo. São Paulo, SP: Ed. Estação Liberdade, 1989. VOGEL, Lilian. As Festas de Fé da Região Entre Serras. Atibaia, SP: Ed. do autor, 2007. 6