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A R T I G O S ARTIGOS A R T I C L E S ARTICLES 11 00_iniciais_ciencias_religiao_1-25.indd 11 12/12/2011 16:49:45

1 USO DA CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER NOS PRIMÓRDIOS DO PRESBITERIANISMO BRASILEIRO Mestre em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Professor auxiliar na Universidade Candido Mendes (UCAM). E-mail: bruno_rosi@hotmail.com 12 CIÊNCIAS DA RELIGIÃO HISTÓRIA E SOCIEDADE v. 9 n. 2 2011 00_iniciais_ciencias_religiao_1-25.indd 12 12/12/2011 16:49:45

RESUMO Embora atualmente confissões de fé sejam questionadas ou preteridas em determinados setores do cristianismo evangélico, durante a Reforma Protestante esses documentos tiveram grande destaque, em especial nas manifestações reformadas do movimento, sendo a Confissão de Fé de Westminster o ápice das confissões de fé reformadas. O objetivo deste artigo é avaliar a importância dessa confissão na implantação do presbiterianismo no Brasil. PALAVRAS-CHAVE História da Igreja; Presbiterianismo; Igreja Presbiteriana do Brasil; Con fissões de fé; Confissão de Fé de Westminster. Heber Carlos de Campos (1997) identifica nos tempos atuais do cristianismo evangélico profundos sinais de anticonfessionalismo. Embora tenham sido uma importante manifestação da Reforma Protestante nos séculos XVI e XVII, confissões de fé e catecismos perderam sua centralidade entre os 1. INTRODUÇÃO USO DA CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER NOS PRIMÓRDIOS..., p. 12-25 13 00_iniciais_ciencias_religiao_1-25.indd 13 12/12/2011 16:49:45

evangélicos em tempos mais recentes, e, mesmo em manifestações mais tradicionais do protestantismo, a esse tipo de documento não é atribuída mais a mesma relevância. Considerando a corrente conjuntura aqui descrita, o objetivo deste artigo é fazer uma breve recapitulação histórica e factual do uso de uma confissão de fé em especial, a Confissão de Fé de Westminster (CFW), nos primeiros anos da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), uma das primeiras manifestações do cristianismo evangélico a instalar-se em território brasileiro. O texto se justifica, portanto, em pelo menos dois pontos: um é a ausência, ou pelo menos pequeno número, de trabalhos que lidem com esse assunto, as confissões de fé, especialmente seu uso entre evangélicos brasileiros. Outro é a mudança de conjuntura relacionada ao uso desse tipo de documento, o que mereceria análises específicas também. Por que confissões de fé foram um produto relevante e central da Reforma Protestante nos séculos XVI e XVII, mas atualmente encontram-se em desuso? Por que as igrejas evangélicas brasileiras, em especial, parecem fazer um uso diferenciado desse tipo de documento, quando comparadas com suas congêneres europeias ou norteamericanas? Essas são algumas perguntas que julgo dignas de maior atenção. O texto aqui apresentado é decorrente de pesquisas anteriores por mim realizadas em nível de mestrado para elaboração de minha dissertação, abordando aspectos mais amplos da implantação do presbiterianismo no Brasil. O uso de credos e confissões de fé constitui-se em um desdobramento específico dessa pesquisa mais ampla. Quanto à organização, o texto divide-se em três seções principais, além desta introdução e da conclusão. Na primeira seção, aspectos gerais relacionados às confissões de fé são apresentados, tais como definições e suas origens históricas. Na seção seguinte, é feita uma breve recapitulação histórica da formulação da Confissão de Fé de Westminster e de seus catecismos, assim como de sua adoção na Inglaterra, na Escócia, nos Estados Unidos e, finalmente, no Brasil. Por fim, chega-se ao objeto principal deste texto, o uso da Confissão de Fé de Westminster nos primórdios do presbiterianismo brasileiro. 14 CIÊNCIAS DA RELIGIÃO HISTÓRIA E SOCIEDADE v. 9 n. 2 2011 00_iniciais_ciencias_religiao_1-25.indd 14 12/12/2011 16:49:45

2. CONFISSÕES DE FÉ: ASPECTOS GERAIS Um credo pode ser definido do ponto de vista cristão reformado como uma elaboração científica daquilo que cremos com base na Escritura Sagrada (CAMPOS, 1997, p. 97-128), ou ainda, uma afirmação concisa daquilo que alguém deve crer a fim de ser um cristão (DEMAREST, 1978, p. 345). Philip Schaff (1990, p. 3) diz que um credo, regra de fé ou símbolo é uma confissão de fé para uso público, ou uma forma de palavras colocadas com autoridade [...] que são consideradas como necessárias para a salvação, ou, ao menos, para o bemestar da igreja cristã. Já Paul Wooley (1973, p. 96) definiu credo como uma série de afirmações conectadas que são cridas como verdadeiras e que são derivadas de fontes de informação tais como os registros dos acontecimentos na história. Basicamente, a definição de Confissão de Fé não difere da definição de credo, senão na forma. Uma confissão contém basicamente os mesmos elementos de um credo, mas de forma bem mais elaborada, com detalhes que um credo não possui, por ser mais conciso. Uma confissão aborda mais assuntos do que um credo, e os apresenta de forma mais sistemática (CAMPOS, 1997). Assim como os credos, Confissões de Fé podem ser de autoria individual ou o resultado do trabalho de diversas pessoas. No segundo caso, pode-se estar falando de alguns indivíduos ou de grandes assembleias de teólogos, o que foi o caso da Confissão de Fé de Westminster. Historicamente, enquanto os credos possuem sua origem nos primeiros séculos da Igreja cristã, especialmente durante as controvérsias dos séculos IV e V 1 confissões de fé possuem uma origem bem mais tardia, datando da Reforma Protestante dos séculos XVI e XVII. As Igrejas Reformadas, da tradição de Zuínglio e, especialmente, de João Calvino, sempre primaram pela elaboração de credos e confissões, sendo característica delas serem confessionais (CAMPOS, 1997; 1 Destacando-se entre os credos o Credo Apostólico, provavelmente do século II, o Credo de Niceia (325), o Credo de Constantinopla (381) e o Credo de Calcedônia (451), entre outros. USO DA CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER NOS PRIMÓRDIOS..., p. 12-25 15 00_iniciais_ciencias_religiao_1-25.indd 15 12/12/2011 16:49:45

COSTA, 2004). Conforme o historiador Alderi Souza de Matos (2006a) escreveu: A Reforma Suíça caracterizou-se pela grande quantidade de declarações doutrinárias que produziu, com objetivos confessionais, apologéticos e didáticos. Num contexto de intensas controvérsias, os reformados entenderam que era necessário expor de modo claro e incisivo as suas convicções, com base nas Escrituras. As confissões reformadas são uma das principais expressões e fontes da teologia desse ramo protestante. As primeiras confissões reformadas foram escritas na Suíça, o berço do movimento. Várias delas foram elaboradas no contexto de debates teológicos que levaram à aceitação do protestantismo em diversas cidades daquela confederação (MATOS, 2006b). Outras foram elaboradas em outros contextos, e mesmo em períodos mais tardios. João Calvino, o grande teólogo reformado e principal referência teológica do presbiterianismo, foi ele mesmo autor de algumas confissões de fé (COSTA, 2004). Em 1536, poucos meses após sua chegada a Genebra, ele compôs um pequeno catecismo para instruir os moradores, especialmente crianças e jovens 2. A partir desse texto, foi elaborada a primeira Confissão de Genebra (1536), que todos os cidadãos deviam subscrever mediante juramento (MATOS, 2006c). Não se sabe exatamente se a Confissão de Genebra foi escrita por Calvino, Guilherme Farel ou ambos, mas certamente observam-se nela os temas centrais do pensamento do reformador francês (MATOS, 2006c). 2 Um catecismo é semelhante a um credo ou a uma confissão, diferindo desses em sua estrutura, organizada em perguntas e respostas, o que lhe confere um caráter mais pedagógico. Geralmente catecismos são destinados ao público mais jovem ou menos instruído, enquanto Confissões de Fé pretendem ser documentos mais elaborados. Embora tecnicamente distintos das confissões de fé, os catecismos também foram documentos através dos quais os reformados declararam e confessaram a sua fé (MATOS, 2006d). 16 CIÊNCIAS DA RELIGIÃO HISTÓRIA E SOCIEDADE v. 9 n. 2 2011 00_iniciais_ciencias_religiao_1-25.indd 16 12/12/2011 16:49:45

3. A CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER A Assembleia de Westminster (1643-1648) pode ser considerada o ponto culminante da elaboração confessional reformada. Os documentos teológicos que dela resultaram, a Confissão de Fé, o Catecismo Maior e o Breve Catecismo, foram não apenas uma das principais contribuições teológicas dos puritanos, os calvinistas ingleses, como também se tornaram os padrões doutrinários mais aceitos pelos reformados e presbiterianos ao redor do mundo. A Assembleia de Westminster e seus documentos teológicos foram também o ponto culminante de quase um século de controvérsias entre puritanos e anglicanos de tendências mais romanistas dentro da Igreja da Inglaterra. Na década de 1640, os puritanos ganharam o controle do Parlamento inglês e entraram em guerra contra o rei Carlos I, naquilo que se tornou a Revolução Puritana ou Guerra Civil Inglesa (1639-1660) (STONE, 2000). Em 12 de junho de 1643, esse Parlamento calvinista promulgou o ato convocando a assembleia que escreveria a confissão na abadia de mesmo nome. Embora tenham sido auxiliados de maneira decisiva pelos presbiterianos escoceses, Oliver Cromwell e seu exército, partidários do congregacionalismo, expulsaram os presbiterianos do Parlamento inglês em 1648 3. Com o falecimento de Cromwell em 1658 e a restauração da monarquia dois anos depois, o episcopado foi restaurado na Igreja da Inglaterra, sendo aprovadas rígidas leis que impunham submissão ao governo e ao culto da Igreja nacional. Os presbiterianos foram duramente perseguidos, sendo expulsos de suas igrejas e residências. Seguiu-se um longo período de perseguições, e assim, somente em 1876, pôde ser organizada uma Igreja Presbiteriana da Inglaterra. Enquanto isso, na Escócia, os padrões doutrinários de Westminster foram prontamente aceitos e adotados pela As- 3 Posteriormente, os congregacionais produziram sua própria confissão de fé a partir da CFW, a chamada Declaração de Savoy, de 1658. Essa é basicamente uma repetição da CFW com pequenas adaptações referentes às doutrinas congregacionais a respeito do governo da Igreja (presbiteriano no caso da CFW e independente ou congregacional no caso da Declaração de Savoy). USO DA CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER NOS PRIMÓRDIOS..., p. 12-25 17 00_iniciais_ciencias_religiao_1-25.indd 17 12/12/2011 16:49:45

sembleia Geral da Igreja Presbiteriana Escocesa, em 27 de agosto de 1647. Com isso, a CFW substituiu na Igreja escocesa os antigos documentos formulados durante a vida de John Knox. A atitude dos presbiterianos escoceses, além de refletir os méritos intrínsecos da CFW, fazia parte de uma política de promoção da unidade entre os presbiterianos das Ilhas Britânicas. Por meio da imigração e de esforços missionários, esses padrões foram levados para países como Irlanda do Norte, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul e, mais tarde, Brasil. Assim, embora tenha sido utilizada pela Igreja da Inglaterra somente durante um breve período, a CFW tornou-se o principal padrão doutrinário de presbiterianos e reformados de maneira geral ao redor do mundo. Foi a última das grandes confissões e certamente a que veio a apresentar as definições mais precisas da doutrina reformada (CAMPOS, 1997). Em 1729, o Sínodo da Filadélfia o primeiro sínodo presbiteriano na América do Norte, em seu Adopting Act, tornou a CFW e seus catecismos padrões doutrinários da Igreja Presbiteriana norte-americana. Conforme já foi escrito a respeito desse assunto: Este Ato de Adoção convocava também os presbitérios a providenciarem para que nenhum candidato ao ministério fosse admitido sem subscrever todos os artigos essenciais e necessários da Confissão ou dos Catecismos. Providenciava também para que, caso qualquer ministro do Sínodo não pudesse aceitar algum artigo julgado necessário e essencial pelo presbitério, este presbitério o declarasse impossibilitado de continuar como membro daquele corpo (SINGER, 1990, p. 333-334). Embora os teólogos da Assembleia de Westminster tenham excluído da confissão tudo aquilo que identificavam com o erastianismo, sua visão a respeito das relações entre Igreja e Estado possuía aspectos não aceitos pelos pais do presbiterianismo norte-americano. Dessa maneira, em seu Adopting Act, o Sínodo da Filadélfia escolheu não adotar determinadas cláusulas da confissão concernentes a esse assunto presentes nos capítulos 20 e 23 desta. O objetivo do Sínodo era retirar da confissão qualquer princípio doutrinário afirmando que o 18 CIÊNCIAS DA RELIGIÃO HISTÓRIA E SOCIEDADE v. 9 n. 2 2011 00_iniciais_ciencias_religiao_1-25.indd 18 12/12/2011 16:49:45

governo civil poderia exercer controle sobre os sínodos da Igreja com respeito ao exercício de sua autoridade ministerial, ou que o governo civil possuía poder para perseguir pessoas por motivo de religião. Em 1787, quando se preparava para a organização da Assembleia Geral da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, o Sínodo fez uma revisão na confissão, modificando cláusulas nos capítulos 20, 23 e 31 concernentes às relações entre Igreja e Governo Civil. Com essas alterações, a CFW e seus catecismos foram adotados como padrão doutrinário pela Presbyterian Church United in the United States of America (Pcusa), a Igreja do Norte. Em 1861, os mesmos padrões doutrinários com as mesmas modificações foram adotados pela Presbyterian Church in the United States (Pcus), a Igreja do Sul, e dessa maneira utilizados pelos missionários de ambas as igrejas no Brasil. 4. O USO DA CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER NOS PRIMÓRDIOS DO PRESBITERIANISMO BRASILEIRO Conforme foi visto até aqui, o uso de confissões de fé foi uma característica de grande importância para as Igrejas reformadas dos séculos XVI e XVII, assim como para suas Igrejas filhas nos Estados Unidos durante os séculos XVIII e XIX. Nesse momento será avaliado o uso da CFW e seus catecismos especificamente pelos missionários norte-americanos nos primórdios da Igreja Presbiteriana no Brasil. Pouco após sua chegada, os missionários da Pcusa formaram no Brasil um concílio, o Presbitério do Rio de Janeiro, ligado ao Sínodo de Baltimore, do tipo Velha Escola 4. Com a organização do presbitério nacional, subordinado ao Sínodo norte-americano, vinha automaticamente a aceitação dos padrões doutrinários daquele concílio: a CFW e seus catecismos. Observação semelhante a essa pode ser feita a respeito dos 4 Para uma discussão detalhada em português do cisma entre Nova Escola e Velha Escola, ocorrido no presbiterianismo norte-americano no século XIX, ver obra de Boanerges Ribeiro (1981). USO DA CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER NOS PRIMÓRDIOS..., p. 12-25 19 00_iniciais_ciencias_religiao_1-25.indd 19 12/12/2011 16:49:45

presbitérios ligados à Pcus, organizados após o presbitério do Rio de Janeiro. Essa foi a situação até o Sínodo de 1888 (COSTA, 2004; RIBEIRO, 1981). Formalmente, portanto, a CFW e seus catecismos foram os padrões doutrinários do presbiterianismo brasileiro desde os seus primeiros anos. Vamos procurar avaliar aqui até que ponto essa era apenas uma formalidade e até que ponto os missionários utilizavam os padrões doutrinários de Westminster cotidianamente. Para isso, serão avaliados diferentes aspectos das atividades eclesiásticas da nascente denominação: ordenação de oficiais, evangelização (incluindo catequese de crianças), educação e formação de pastores. Em seu momento de emancipação das igrejas mães dos Estados Unidos, os padrões doutrinários recebidos foram confirmados na Igreja brasileira. Em primeiro lugar, vejamos o uso dos padrões doutrinários de Westminster na ordenação de pastores e outros oficiais brasileiros. A respeito desse assunto, Costa (2004) observa que ao ser ordenado pelo recém-criado Presbitério do Rio de Janeiro no dia 17 de dezembro de 1865, o ex-padre José Manuel da Conceição fez os exames usuais para tal ocasião, entre os quais declarar sua aceitação da CFW como padrão doutrinário. De maneira semelhante, em 1870 o Presbitério do Rio de Janeiro decidiu que Modesto Perestrelo Barros de Carvalhosa, Miguel Gonçalves Torres e Antônio Bandeira Trajano deveriam se preparar para a ordenação ao ministério estudando os capítulos 1 a 14 da Confissão de Fé de Westminster (MATOS, 2004a). O Presbitério recomendou também que os candidatos utilizassem em seus estudos os livros Commentary on the Confession of Faith e Outlines of Theology, ambos de Archibald Alexander Hodge (SIMONTON, 1867). Conforme a nova Igreja consolidava sua permanência no Brasil, adotou-se o procedimento de pastores, presbíteros e diáconos, ao serem ordenados, responderem afirmativamente à pergunta: Recebeis e adotais sinceramente a Confissão de Fé e Catecismos desta Igreja, como fiel exposição do sistema doutrinário ensinado nas Santas Escrituras? (COSTA, 2004, p. 69-70). Em segundo lugar, as evidências apontam para o fato de que os padrões doutrinários de Westminster desempenhavam um importante papel na evangelização dos brasileiros. Ainda na primeira década de trabalhos no Brasil, os missionários 20 CIÊNCIAS DA RELIGIÃO HISTÓRIA E SOCIEDADE v. 9 n. 2 2011 00_iniciais_ciencias_religiao_1-25.indd 20 12/12/2011 16:49:45

concluíram que havia a necessidade de literatura evangélica em português para evangelização. Em 1869, o Presbitério do Rio de Janeiro, reunido em São Paulo, pediu à Junta de Nova York que publicasse, em português, entre outros livros, a CFW (FERREIRA, 1992). Cerca de sete anos depois, em 1876, a Igreja Presbiteriana publicou em português a Confissão, um dos primeiros livros publicados pelos missionários no Brasil (RIBEIRO, 1981, 1987). Em relação a um setor específico da evangelização, o trabalho com crianças, Simonton faz menção em seus relatórios e em seu diário do uso de outros catecismos que não os de Westminster em seu pastorado. Mas faz menção também do uso do breve catecismo, possivelmente se referindo ao Breve Catecismo de Westminster (COSTA, 2004). Em 6 de setembro de 1865, um domingo, Blackford anota em seu diário: Palestra às 4 sobre Perguntas 16 e 17 do Breve Catecismo (RIBEIRO, 1981, p. 166-167). Nas igrejas que iam sendo organizadas no interior, o Catecismo também se fazia presente nos estudos ministrados pelos missionários (RIBEIRO, 1981). Em terceiro lugar, na área da educação, as pequenas escolas fundadas junto às igrejas utilizavam a Bíblia e o Breve Catecismo no processo de alfabetização. Essa era uma forma de compensar as deficiências do sistema de ensino vigente no Império (RIBEIRO, 1981). Na Escola Americana de São Paulo, um projeto educacional que viria a superar as escolas paroquiais em tamanho e abrangência utilizava-se também o Breve Catecismo no curso (RIBEIRO, 1981). Em quarto lugar, cabe ressaltar que a CFW e seus catecismos desempenharam um importante papel na formação da primeira geração de pastores brasileiros. Alguns desses primeiros pastores estudaram em um seminário primitivo criado por Simonton em 1867, e utilizavam em seus estudos a CFW, assim como livros de A. A. Hodge. Esse seminário formou alguns dos mais notáveis líderes do presbiterianismo brasileiro em sua fase pioneira, mas teve curta duração: suas aulas foram encerradas em 1870. Daí em diante, até que um novo seminário fosse organizado, em Nova Friburgo, em 1892, os candidatos ao ministério tiveram sua formação em regime preceptoral. As Igrejas Presbiterianas dos Estados Unidos davam grande importância à instrução dos seus pastores, e essa atitude transferiu-se para o Brasil, o que tornava o regime precep- USO DA CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER NOS PRIMÓRDIOS..., p. 12-25 21 00_iniciais_ciencias_religiao_1-25.indd 21 12/12/2011 16:49:46

toral preocupante. Os missionários, especialmente Blackford, insistiam na necessidade de criar-se um curso teológico permanente. Para remediar a situação, em sua reunião de 1878 o Presbitério do Rio de Janeiro adotou um plano curricular de estudos, que uniformizaria o preparo individual dos candidatos junto a seus preceptores. O currículo incluía, ao longo de seus seis anos de duração, estudos da CFW e seus catecismos. Dentro da bibliografia utilizada estavam livros de teologia de A. A. Hodge e Charles Hodge, incluindo a CFW comentada por A. A. Hodge. Os Presbitérios de Campinas e Oeste de Minas e de Pernambuco tomaram medidas semelhantes em 1887 e 1888, respectivamente. As fontes referentes ao currículo do Presbitério de Campinas e Oeste de Minas são menos detalhadas e permitem menos conclusões. Sabe-se, porém, que o currículo do Presbitério de Pernambuco incluía Outlines of Theology de Hodge e pede permissão para acrescentar com mais vagar aos autores (RIBEIRO, 1981, p. 257-264; 355-361). Finalmente, observa-se que a CFW confirmou-se na IPB como padrão doutrinário. Durante o ano de 1881 saiu publicado em vários fascículos, na Imprensa Evangélica, o Livro de Ordem da Igreja Presbyteriana no Brazil. No capítulo VII, da Primeira Parte, o livro dizia: A Constituição da Igreja Presbiteriana no Brasil consiste de seus Símbolos Doutrinais compreendidos na Confissão de Fé, nos Catecismos Maior e Breve, juntamente com o Livro de Ordem Eclesiástica, que abrange a Forma de Governo, as Regras de Disciplina, e o Diretório do Culto. No Sínodo de 1888, a CFW e seus catecismos foram confirmados como símbolos de fé da Igreja Presbiteriana do Brasil (RIBEIRO, 1987, p. 202). No Ato Constitutivo dessa Igreja, em seu, art. 1º, 2º, lê-se: Os símbolos da igreja assim constituída serão a Confissão de Fé e os Catecismos da assembléia de Westminster, recebidos atualmente pelas igrejas presbiterianas nos Estados Unidos, e o Livro de Ordem publicado na Imprensa Evangélica de 1881, com as emendas já adotadas pelos presbitérios (COSTA, 2004, p. 70-71). 22 CIÊNCIAS DA RELIGIÃO HISTÓRIA E SOCIEDADE v. 9 n. 2 2011 00_iniciais_ciencias_religiao_1-25.indd 22 12/12/2011 16:49:46

Conclui-se, portanto, que a CFW não era do ponto de vista dos missionários da Pcusa e da Pcus uma ortodoxia morta, e sim um padrão doutrinário válido, utilizado e reproduzido, como pode ser especialmente notado na organização eclesiástica, na evangelização dos brasileiros, em trabalhos educacionais e na formação dos pastores nacionais. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Confissões de Fé foram uma marca central da Reforma Protestante dos séculos XVI e XVII. Em seu caminho até o Brasil, passando pela América do Norte, esses documentos mantiveram um papel central no cristianismo reformado. Conforme foi observado aqui, esse aspecto confessional também marcou as primeiras Igrejas evangélicas do Brasil. Analisando diferentes áreas de atuação desses primeiros grupos, observa-se um uso bastante pluralizado e cotidiano da Confissão de fé de Westminster, e mesmo de outros documentos análogos. Embora atualmente possam ser observados indícios de anticonfessionalismo no meio evangélico brasileiro, essa não seria uma informação verdadeira para os primórdios do protestantismo no Brasil, tomando como base para essa afirmação uma das primeiras denominações evangélicas a se instalar no país, a Igreja Presbiteriana do Brasil. USE OF THE WESTMINSTER CONFESSION OF FAITH IN THE BEGINNINGS OF BRAZILIAN PRESBYTERIANISM ABSTRACT Although currently confessions of faith are challenged or belittled in some sectors of evangelical Christianity, during the Protestant Reformation these documents had highlight, especially in the reformed manifestations of USO DA CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER NOS PRIMÓRDIOS..., p. 12-25 23 00_iniciais_ciencias_religiao_1-25.indd 23 12/12/2011 16:49:46

the movement, the Westminster Confession of Faith being the apex of the Reformed confessions of faith. The aim of this paper is to evaluate the importance of this confession in the deployment of Presbyterianism in Brazil. KEYWORDS Church history; Presbyterianism; Presbyterian Church in Brazil; Confessions of faith; Westminster Confession of Faith. REFERÊNCIAS CAMPOS, H. C. de. A relevância dos credos e confissões. Fides Reformata, São Paulo, v. 2, n. 2, p. 97-128, 1997. COSTA, H. M. P. da. Os símbolos de fé na história. Fides Reformata, São Paulo, v. 9, n. 1, p. 51-75, 2004. DEMAREST, B. A. Christendom s creeds: their relevance in the modern word. Journal of the Evangelical Theological Society, n. 21, p. 345, Dec. 1978. FERREIRA, J. A. História da Igreja Presbiteriana do Brasil. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1992. MATOS, A. S. A pregação dos pioneiros presbiterianos no Brasil: uma análise preliminar. Fides Reformata, São Paulo, v. 9, n. 2, p. 57-74, jul./dez. 2004a.. Os pioneiros presbiterianos do Brasil (1859-1900): missionários, pastores e leigos do século 19. São Paulo: Cultura Cristã, 2004b.. Os 67 artigos de Ulrico Zuínglio (1523). Brasil Presbiteriano, v. 49, n. 617, fev. 2006a. Disponível em: <http://www.ipb.org.br/versao_pdf/bp_fevereiro2006.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2011.. As dez conclusões de Berna (1528). Brasil Presbiteriano, v. 49, n. 618, mar. 2006b. Disponível em: <http://www.ipb.org.br/versao_pdf/bp_marco2006.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2011. 24 CIÊNCIAS DA RELIGIÃO HISTÓRIA E SOCIEDADE v. 9 n. 2 2011 00_iniciais_ciencias_religiao_1-25.indd 24 12/12/2011 16:49:46

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