Avaliação dos processos de embarque do aeroporto de São José dos Campos



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Transcrição:

Avaliação dos processos de embarque do aeroporto de São José dos Campos Resumo Aroldo Borges Diniz Neto FATEC SJC feh_lipee@hotmail.com Felipe Loreto Diniz FTAEC SJC feh_lipee@hotmail.com Luiz Antonio Tozi FATEC SJC luizantoniotozi@gmail.com Valter João de Sousa FATEC SJC jsvalter2002@yahoo.com.br Área: Transportes e Movimentação de Cargas Este trabalho tem como objetivo uma avaliação dos processos de embarque do aeroporto de São José dos Campos (SJK), para isso foi calculada a fila de processamento, o tempo de check in e o número de passageiros em uma determinada hora pico. desta forma, o trabalho mostrou que a infraestrutura do aeroporto de São José dos Campos não comporta a crescente demanda dos últimos anos, tendo em vista que a capacidade do aeroporto (90mil passageiros por ano) foi superada em junho de 2011 e, segundo a Infraero, a previsão é que este ano o número de passageiros seja o dobro da capacidade suportada. Para isso foi calculada a área de alguns componentes do terminal de passageiros utilizando o método da IATA. Dessa forma o trabalho mostrou que os balcões de check in são suficientes para suprir a demanda atual. O salão de desembarque se mostrou insuficiente para comportar a demanda atual, o que demonstra a necessidade de investimento com o objetivo de suprir essa carência. Palavras-Chave Aeroporto, SJK, Infraestrutura, capacidade. Abstract This work aims at an evaluation of procedures for boarding the airport in São José dos Campos (SJK), was calculated for this processing queue, the time of check in and the number of passengers in a certain peak hours. The study showed that the infrastructure of the airport in São José dos Campos does not support the increasing demand in recent years, given that the airport's capacity (90mil passengers per year) was exceeded in June 2011 and, according to Infraero, the forecast is, that this year the number of passengers will double the capacity supported. For this we calculated the area of some components of the passenger terminal using the method of IATA. This way the study shows that the check-in counters is sufficient to the current demand. The arrivals hall is insufficient to accommodate the current demand, which demonstrates the need for an investment in order to meet this need. Keywords: Airport; SJK; infrastructure; capacity Introdução O território brasileiro conta com mais de 8.000.000 km² sendo o quinto país em extensão territorial. A grande extensão do território brasileiro favorece o modal aéreo, pois o mesmo apresenta facilidade para percorrer grandes distâncias em um curto período de tempo. Porém, isso não é o que acontece, o Brasil é apenas o nono na lista dos principais países em movimentação de passageiros segundo o Airport Council International (ACI - World Airport Traffic Report 2007). O transporte aéreo no Brasil apresenta uma série de problemas, como na a sua abrangência, tendo em vista que várias cidades não são atendidas com um transporte aéreo regular, na qualidade dos serviços prestados, e principalmente em sua pontualidade e na sua segurança (DEMANT, 2011).

Com a escolha do Brasil como sede da Copa do mundo de 2014 e das Olímpiadas de 2016 os meios de transporte estão em evidencia pelos problemas que apresentam má conservação das estradas, apagão aéreo, o constante congestionamentos, incompatibilidade das aeronaves com os aeroportos do país, entre outros. A cidade de São José dos Campos apresenta uma situação peculiar está localizada entre duas das principais cidades do país São Paulo e Rio de Janeiro. São José dos campos possui um aeroporto que é caracterizado predominantemente por viagens de negócios nos dias úteis sendo uma importante ligação entre as cidades. Com o crescimento da demanda ao longo dos anos no aeroporto, surgiu a necessidade da avaliação do terminal de passageiros do aeroporto com a finalidade de verificar se o mesmo suporta essa elevação da demanda que vem ocorrendo nos últimos anos. O trabalho apresenta inicialmente os métodos de dimensionamento consagrados pela literatura. Em seguida foram realizadas visitas técnicas com a finalidade de verificar a situação do aeroporto de São José dos Campos e para coleta de dados, foram também entrevistas com os administradores do aeroporto para coleta de dados. Em seguida foi realizada a aplicação do método proposto para a avaliação da capacidade do terminal de passageiros. Esse trabalho tem enfoque nos processos de check in e do salão de embarque que segundo DEMANT (2011) são alguns dos fatores que geram atrasos nos vôos devido a falta de capacidade do aeroporto de processar rapidamente as bagagens dos passageiros no seu embarque e no seu desembarque. Temos como exemplo o ocorrido do dia 10 de dezembro de 2011 onde o vôo 3583 da TAM, que vinha de Brasília com destino a São Paulo aeroporto de Guarulhos, devido a problemas na pista de pouso seu viu obrigado a redirecionar seu plano de pouso para o aeroporto do Galeão no Rio de Janeiro, para depois retornar para o aeroporto de Guarulhos, pois o aeroporto de Cumbica estava lotado e o aeroporto de São José dos Campos não possuía a infraestrutura necessária para comportar um vôo desse porte. Infraestrutura Aeroportuaria Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC, 2011), um aeródromo é definido como uma aérea destinada para uso no todo ou em parte, para pouso, decolagem e movimentação de aeronaves; que inclui quaisquer edificações, instalações e equipamentos de apoio e de controle das operações aéreas, se existirem isso inclui os aeroportos, também definidos pela ANAC, aeroporto significa um aeródromo público dotado de edificações, instalações e equipamentos para apoio às operações de aeronaves e de processamento de pessoas e/ou cargas. De acordo com o Código Brasileiro de aeronáutica, instituído pela Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986, e modificado pela Lei nº 9.614, de 5 de março de 1998, no seu artigo 25, define a infraestrutura como: um conjunto de órgãos ações ou estruturas terrestres de apoio à navegação aérea, para promover-lhe a segurança, regularidade e eficiência, compreendendo: 1) o sistema aeroportuário; 2) sistema de proteção ao vôo, 3) o sistema de segurança de vôo, 4) o sistema de Registro Aeronáutico Brasileiro, 5) o sistema de investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos, 6) o sistema de facilitação, segurança e coordenação do transporte aéreo, 7) o sistema de formação e adestramento de pessoal destinado à navegação aérea e à infraestrutura aeronáutica, 8) o sistema de indústria aeronáutico, 9) o sistema de serviços auxiliares e, 10) o sistema de coordenação da infraestrutura aeronáutica Este trabalho tem enfoque apenas no sistema aeroportuário, que é expresso no artigo 26 do mesmo código como: O sistema aeroportuário é constituído pelo conjunto de

aeródromos brasileiros, com todas as pistas de pouso, pistas de táxi, pátio de estacionamento de aeronave, terminal de carga aérea, terminal de passageiros e as respectivas facilidades O Brasil, segundo a ANAC, possuía 3500 aeródromos sendo desses 742 públicos. Os aeródromos públicos são administrados por diferentes órgãos (figura 1) como: Infraero, Comar, Estados, Municípios, Aeroclubes, Empresas, e Exército. Figura 1 Distribuição dos Aeroportos públicos Fonte: ANAC Agencia Nacional de Aviação Civil A figura 2 apresenta os aeroportos públicos no Brasil, a Figura 3 apresenta os aeroportos que possuem rotas regulares. Figura 2 Distribuição dos Aeroportos Fonte: ANAC Agencia Nacional de Aviação Civil

Os aeroportos estão concentrados nas áreas do país onde são apresentadas a maior concentração de população. A região sul/sudeste que apresentam a maior densidade demográfica apresenta o maior número de aeroportos, já a região norte que é a que apresenta a menor densidade populacional é a região onde apresenta a menor concentração de aeroportos. Figura 3 Trafego Regular Fonte: ANAC Agencia Nacional de Aviação Civil O número de aeroportos com trafego regular é muito menor que os numero de aeroporto. Para se estabelecer um rota regular como vamos ver mais a frente é necessário que diversos fatores sejam atendidos, densidade populacional, custo infraestrutura entre outros muitos fatores que influenciam criação das rotas e a vinda das empresas aéreas para o aeroporto. Aviação Regional Com a introdução de aeronaves modernas e com um porte maior (turbo hélice e jatos) as empresas aéreas tiveram que mudar as suas linhas para as cidades de maior expressão em que o mercado viabilizasse a utilização das mesmas. As cidades do interior que não possuíam capacidade e em sua maioria possuíam um aeroporto que não comportava esses tipos de aeronaves, pois as pistas não eram pavimentadas sendo na época atendidas por aeronaves de pequeno porte deixaram de receber esse serviço, atento a isso a aviação Regional surgiu por meio do decreto de n.º 76.590 de 11 de novembro de 1975, e modificado pelo do decreto de n.º 98.996 de 2 de março de 1990.

A infraestrutura de um aeroporto é o meio de maneiro pela qual os passageiros tem acesso ao voo. (DEMANT 2011) aponta como um dos problemas para o congestionamento dos aeroportos o tamanho do terminal de passageiros, pode se dizer que a infraestrutura é uma barreira estrutural, pois ela gera custo ou reduz a atratividade da oferta por parte das empresas entrantes. A infraestrutura brasileira é vista por um conceito estratégico é necessária para que as empresas se desenvolvam, criando um plano de expansão e posicionando a sua estratégia, vista por esse lado (DEMANT 2011) afirma que a melhoria da infraestrutura esta diretamente ligada com o desenvolvimento das empresas de aviação regional. DEMANT (2011) apresenta 3 problemas que influenciam a operação de novas companhias aéreas em um aeroporto: Controle de slots, Alta utilização dos portões de embarque e desembarque, e Controles dos portões de embarque e desembarque No caso da aviação regional no número de slots, espaços para pouso ou decolagem já sem encontra ocupado pelas empresas aéreas já estabelecias. A falta de espaço serve de barreia para as empresas entrantes, a mesma estratégia pode ser usada quando pensamos no controle dos portões de embarque e desembarque. Um problema ainda mais sério é a falta de condições de acomodar aviões de maior porte em suas instalações o que nesse caso inviabiliza a entrada de novas empresas. Pode se afirmar que um investimento em infraestrutura poderia reduzir as barreiras para as empresas aéreas incentivando novos entrantes, atraindo novas empresas e desenvolvendo o setor no país. Pesando em termos de estratégia empresários tendem a reduzir a entrada em mercados onde a infraestrutura se mostra inviável ou mesmo custosa. Aeroporto de São José dos Campos O aeroporto de São José dos Campos é administrado pela Infraero desde 1996. O aeroporto conta com um terminal de passageiros e um terminal de cargas., encontra se na Zona lesta da cidade, fica a 12 km do centro da cidade. O terminal de passageiros possui uma capacidade de 90000/passageiros por ano, e de um terminal de cargas internacionais alfandegado desde 2000. O terminal de passageiros do Aeroporto de São José dos Campos conta atualmente com serviço de táxi, locadora de veículos e telefones públicos, e nele operam as empresas aéreas TRIP e a Azul com destino para o Rio de Janeiro e Belo Horizonte. A população fixa do aeroporto gira em torno de 300 pessoas que trabalham em empresas aéreas, manutenção, de segurança, serviço de taxi, durante todo o horário de funcionamento do aeroporto. Algumas das características do aeroporto de São José dos Campos: Sítio Aeroportuário - Área: 1.740.110,20 m², Pátio das Aeronaves - Área: 16.931 m², Pista - Dimensões(m): 2.676 x 45, Área Terminal de Passageiros - Área (m²): 864, Estacionamento Capacidade: 49 vagas, e Estacionamento de Aeronaves Nº de Posições: 3 posições. Desde 2006 ocorreu um aumento na demanda dos passageiros que passam pelo aeroporto. Tendo em vista que desde 2010 ouve um aumento muito grande em relação ao demais anos. Em 2011 já no mês de junho a capacidade operacional do aeroporto já havia sido ultrapassada, e segundo Infraero a o número de passageiros que irão passar pelo aeroporto será o triplo da sua capacidade operacional. Figura 4 Aumento da demanda desde 2006

Fonte Infraero Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária O terminal de passageiros do aeroporto de São José dos Campos é um terminal modesto, possui aérea de 864 m². O terminal conta atualmente com serviço de táxi, locadora de veículos e telefones públicos, e nele operam a TRIP e a Azul. Figura 5 Planta do TPS do Aeroporto de São José dos Campos Fonte Infraero Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária Apresentação do ferramental metodológico Segundo Alves (2011) por identificação da demanda entende-se o processo de situar a demanda por facilidades do TPS quanto ao volume/fluxo, à distribuição temporal e ao tipo de voo em questão (trânsito conexão, origem e destino, voos internacionais e domésticos, etc.). Esta demanda é fundamental para se determinar a necessidade de instalações.

A avaliação da capacidade de um terminal de passageiros é requisito fundamental para planejadores e operadores de aeroportos. A proposta da avaliação é verificar se os recursos existentes comportam a demanda existente ou ira comportar a demanda projetada, enquanto que o dimensionamento trata de mensurar a necessidade de recurso em função da demanda prevista. Nesse trabalho serão utilizados métodos empíricos e analíticos. Para sua utilização são necessários o cumprimento de 2 etapas: a) Identificar da demanda de usuários por um período de tempo, como exemplo: Momento de Maior Solicitação, passageiros na horapico, etc., b) Utilização de formulas, nível de serviço ou índices de ocupação, como exemplo área por passageiros na hora-pico. As demandas mais utilizadas na literatura são: Volume anual de passageiros estimativa do numero de passageiros processados anualmente pelo terminal; Hora-pico fluxo de movimentação intensa de passageiros, não necessariamente o de maior movimentação; e Momento de maior solicitação período de maior solicitação decorrente da influência acumulado de cada voo que em operação no terminal. Foram estudadas as seguintes metodologias para o dimensionamento do Terminal de passageiros: FAA, INFRAERO, IATA,e ICAA. Para o dimensionamento do terminal de passageiros foram recomendados os seguintes valores Tabela 1: Componente Saguão Check - in Tabela 1 Índices de dimensionamento da FAA Unidade área 1,90 m² Nº de assentos Nº de assentos Largura do balcão Comprimento da Fila Fila Posição Circulação dos atendentes Circulação dos usuários Espaço entre os balcões Fonte: FAA, 1988 15 a 20 % do Nº de passageiros e visitantes na horapico, se não tiver na sala de pré-embarque para os passageiros de todos os voos 60 a 70 % do Nº de passageiros e visitantes na horapico, se não tiver na sala de pré-embarque. 1,50 m²/ posição 4,50 m Máximo: 5 passageiros por Posição 0,9 m/pessoa fila 3m 6 a 9 m Para o direcionamento total do TPS, considerando uma hora-pico, a FAA recomenda uma área de 18 a 24 m² por passageiro ainda a FAA recomenda uma divisão de espaço de 38% como uma área de utilização para as empresas aéreas, 30% para áreas publicas, 15% para usuários e 17% para a concessão e administração do aeroporto. 12m

A IATA apresenta as seguintes formulas para o dimensionamento de alguns componentes do TPS. Para o salão de embarque, na sua área de espera, excluídas suas concessões é apresentada a seguinte formula: Área Requerida (m²) = a*g*h/60 [ b(1+e) + c(1+f) + d] Para os balcões de check in temos a seguinte formula: Número de balcões necessários = a/60[(b*f*d + c*g*e)/( b*f + g*c)] A INFRAERO apresenta as seguintes formulas para o dimensionamento de componentes do TPS: Sala de Embarque: AT = (Nv + Na + Np)*(Pso* Iso + Psm* Ism + Psc* Isc + Ppo* Iso + Ppm* Ipm + Ppc* Ipc) Nível de Serviço Tabela 2 Índices de dimensionamento da INFRAERO Índices de dimensionamento 4 3 2 1 Legenda a*b i a*b i a*b i a*b i Ipo 0.9*1.0 0.9 0.9*1.0 0.9 1.0 *1.0 1.0 1.0*1.0 1.0 Ipm 1.0*1.0 1.0 1.2*1.0 1.2 1.3*1.2 1.6 1.5*1.2 1.8 Ipc 1.6*1.0 1.6 1.8*1.0 1.8 1.8*1.2 2.2 2.2*1.2 2.4 Iso 1.4*1.0 1.4 1.6*1.0 1.6 1.8*1.0 1.8 2.0*1.0 2.0 Ism 1.6*1.0 1.6 1.8*1.0 1.8 2.1*1.0 2.1 2.4*1.0 2.4 IscC 2.0*1.0 2.0 2.2*1.0 2.2 2.5*1.0 2.5 2.8*1.0 2.8 COMPONENTE Fonte: INFRAERO, 1988 Tabela 3 Índices de dimensionamento da ICAA NÍVEL DE SERVIÇO (m² por ocupante) A B C D E F Check in 1.60 1.40 1.20 1.00 0.80 Componente Espera/Circulação 2.70 2.30 1.90 1.50 1.0 Sala de pré embarque 1.40 1.20 1.00 0.80 0.60 Área de restituição de bagagens 1.60 1.40 1.20 1.00 0.80 Pré-inspeção do desembarque Internacional 1.40 1.20 1.00 0.80 0.70 em colapso (valores <E) Nível de Serviço A B C D E F Descrição Nível de serviço excelente Alto nível de serviço Bom nível de serviço Nível de serviço adequado Nível de serviço inaceitável Sistema em caos

Foram realizas cinco visitas técnicas ao aeroporto de São José dos Campos (SJK) onde foram entrevistados os administradores e clientes presentes, inicialmente o aeroporto atendeu a demanda de clientes que fizeram o check- in pela internet ou vieram com certo período de folga para realizar tal serviço. Porém notou-se que á um formação de filas meia hora antes do horário de voo devido ao grande numero de chegada de clientes para utilizar o serviço de check- in foi verificado que em certos períodos de demanda a área do TPS ficou pequena devido a grande movimentação de clientes tanto para compra de passagens como para check in. Foi feita uma analise de tempos de chegada e tempos em fila dos voos vide Tabela 9. Tabela 4 Voos analisados. São José dos Campos - SBSJ 20:10/21:17 Belo Horizonte - SBCF São José dos Campos - SBSJ 20:55/21:55 Curitiba - SBCT Fonte : Aeroporto de São José dos Campos Com isto foram feitas as analise dos tempos, médios de atendimento em fila e analise de chegadas simultâneas de pessoas no TPS do aeroporto de São José dos Campos. Foram observados 2 vôos os 2 partindo de São José dos Campos, com destino a Belo Horizonte e Curitiba respectivamente. Nesses voos foram observados o tempo em fila de cada passageiro individual e os passageiros que entraram junto no balcão de check in. Foram verificados um total de 122 passageiros que passaram pelo salão de embarque do aeroporto sendo divididos entre os vôos 71 passageiros com destino a Belo Horizonte e 51 passageiros com destino a Curitiba em média cada passageiro esperou 3 minutos e 1 segundo até ser atendido. Como para a IATA a hora pico é a hora de maior movimentação de passageiros do dia foi adotada como 71 passageiros devido ao espaçamento entre os vôos e os passageiros. Conclusões Este trabalho teve como objetivo a avaliação do aeroporto de São José dos campos (SJK) através de entrevistas de passageiros, com a administração do aeroporto de São José dos Campos e coletas de dados onde foi possível verificar os tempos de fila espera. Nas visitas técnicas foram analisado 2 voos para a coleta de dados um partindo de São José dos campos com destino a Belo Horizonte e outro com destino a Curitiba. Para isso foram estudas as quatro metodologias para o calculo do nível de serviço do aeroporto sendo 2 empíricas e 2 analítica sendo escolhida a metodologia da IATA devido a sua credibilidade no mundo acadêmico e também pela sua credibilidade profissional por ser o método internacionalmente mais utilizado. Tal metodologia foi aplicada no aeroporto de São José dos Campos (SJK), sendo calculada a áreas necessária para o saguão e o número de balcões necessários para o atendimento da demanda atual do aeroporto. Desta forma o foi avaliada a capacidade de atender demanda na hora pico estabelecida, sendo possível concluir que a metragem do da área de embarque do TPS não atende a necessidade atual. Mesmo possuindo 7 balcões de check in o que seria suficiente para suprir a demanda atual de passageiros no aeroporto, na prática apenas 2 balcões foram utilizados para o

atendimento dos passageiros. Isso somado ao fato dos da demanda dos passageiros se concentrar nos minutos mais próximos da hora de embarque acaba acorrendo a formação de filas na terminal. Devido à falta de infraestrutura o aeroporto de São José dos Campos esta impossibilidade de receber voos de grande porte, pois mesmo que sua pista comporte voos de maior escala, seu TPS não comportaria um número elevado de passageiros não atendendo o nível mínimo de conforto resultando em um colapso no sistema do TPS. REFERÊNCIAS Bettini, H. F. (2007) Um Retrato da Aviação Regional no Brasil. Revista de Literatura dos Transportes, vol. 1, n. 1, pp. 46-65. Demant, M. A. R. (2011) Infraestrutura aeroportuária e o desenvolvimento do tráfego aéreo regional no Brasil. Revista de Literatura dos Transportes, vol. 5, n. 1, pp. 124-160. CASTELO BRANCO, Virgílio de Matos Santos. Infraestrutura aeroportuária para a Copa do Mundo da FIFA em 2014: Estudo para Belo Horizonte. 2009. 64 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos. ANAC Regulamento Brasileiro da Aviação Civil. Disponível em http://www2.anac.gov.br/biblioteca/rbac01emd02.pdf Acesso em: 12/10/2011 BNDS Study of the Air Transport Sector in Brazil. Disponível em http://www.bndes.gov.br/sitebndes/export/sites/default/bndes_pt/galerias/arquivos/empr esa/pesquisa/chamada3/sumario_executivo_ingles.pdf acesso em: 03/07/2011 Medeiros, A. G. M. (2004) - Um método para dimensionamento de terminais de passageiros em aeroportos brasileiros. Tese de Mestrado, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos. IATA Airport Planning, Simulation and Capacity Management. Disponível em http://www.iata.org/sitecollectiondocuments/documents/iataconsultingairport.pdf acesso em: 19/11/2011 Cláudio Jorge Pinto Alves - MÓDULO 7 TERMINAL DE PASSAGEIROS. Disponível em: http://www.ita.br/~claudioj/tps.pdf acesso em 25/11/2011