O Mondego a caminho do. Portugal Helena Terêncio - Câmara Municipal de Coimbra

Documentos relacionados
Ocupação antrópica e problemas de ordenamento - Bacias Hidrográficas

Plano de Gestão das Bacias Hidrográficas dos rios Vouga, Mondego e Lis

Protocolo entre. o Instituto da Água, I.P. (INAG, I.P.), a Administração da Região Hidrográfica do Tejo, I.P. (ARH do Tejo, I.P.),

Devolvendo o rio Mondego aos peixes, o projeto da Passagem para peixes de Coimbra

Situação hidromorfológica dotejo. Helder Careto, GEOTA com base num texto de António Carmona Rodrigues, FCT-UNL

Devolvendo o rio Mondego aos peixes, o projeto da Passagem para peixes de Coimbra. Ana TELHADO Carlos BATISTA Felisbina QUADRADO José PROENÇA

Workshop Sobre Segurança de Barragens 2014 LEGISLAÇÃO SOBRE BARRAGENS EM MOÇAMBIQUE. Direcção Nacional de Águas

Ponte de Lima, 4 de dezembro

Plano de Gestão das Bacias Hidrográficas dos rios Vouga, Mondego e Lis Integrados na Região Hidrográfica 4

SESSÃO DE DEBATE NAVEGABILIDADE DO RIO TEJO LNEC, 25 de Novembro de António Carmona Rodrigues DHV, S.A. FCT - UNL

Aula 7 Desenho Topográfico

ESTUDO DAS INUNDAÇÕES DO RIO MONDEGO A JUSANTE DA CONFLUÊNCIA DO RIO CEIRA

RECONSTRUÇÃO DA CASCATA DO MOUCHÃO PARQUE EM PERNES

Tema 2 Organização da estrutura institucional da entidade nacional da água António Gonçalves Henriques

CARACTERIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE ESCOAMENTO DO RIO MONDEGO QUE DERAM ORIGEM ÀS INUNDAÇÕES EM COIMBRA EM JANEIRO DE

ARH CENTRO - ADMINISTRAÇÃO DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO CENTRO, I.P. Desassoreamento da Albufeira do Açude Ponte de Coimbra

*Nome/Denominação social *Identificação fiscal nº, *residência/sede em, *Província ; *Município, *Comuna ; *Telefone ; *Telemóvel ; *Fax ; * ;

Reabilitamos Rios da Nascente à Foz

Sessão de Apresentação dos Investimentos Financiados pelo PO SEUR na área dos Resíduos Urbanos

SISTEMA DE VIGILÂNCIA E ALERTA DE RECURSOS HÍDRICOS - SVARH

A Produção Hidroeléctrica em Portugal

METODOLOGIA E MEDIDAS PROPOSTAS PARA A REGIÃO CENTRO

RESULTADOS DO PO SEUR

2.º CICLO DOS PLANOS DE GESTÃO DE REGIÃO HIDROGRÁFICA Apresentação da Proposta de Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste

O Aproveitamento de Fins Múltiplos do Baixo Mondego

Quadro A Informação a constar num pedido de parecer prévio

Região Hidrográfica 4 - Vouga, Mondego e Lis

PROGRAMA OPERACIONAL SUSTENTABILIDADE E EFICIÊNCIA NO USO DE RECURSOS RESUMO PARA OS CIDADÃOS

Obras Fluviais e Aproveitamentos Hidráulicos River Engineering

Drenagem Passagem Hidráulicas em Estrutura tubular de aço corrugado na rede Brisa

Previsão ou Gestão de cheias? Um caso de estudo numa cidade de média dimensão Coimbra

HIDRÁULICA E RECURSOS HÍDRICOS

Livro Interactivo 3D Permite Fazer Anotações e Imprimir. Dúvidas Mais Comuns GEO 11. Flipping Book.

O PO SEUR na Região Norte. Principais Resultados Contratualizados

Elementos lineares / paisagem a integrar na área útil da parcela

3 de Julho de Reunião Comissão de Albufeiras

ÁREAS DE ESPECIALIZAÇÃO:

Seminário Barragens no espaço da CPLP

Guimarães 29 de novembro de Ecovias e Sítios Património Mundial, um destino Comum

Morfologia Fluvial. Josué Souza de Gois

AVISO CONVITE PARA APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURAS PROGRAMA OPERACIONAL SUSTENTABILIDADE E EFICIÊNCIA NO USO DE RECURSOS (PO SEUR)

REQUALIFICAÇÃO E VALORIZAÇÃO DA BACIA DO ALVIELA

MODELAÇÃO DA INUNDAÇÃO FLUVIAL DO BAIXO MONDEGO

O Projeto Calha do Tietê

Comissão Ministerial de Coordenação do Programa Operacional Temático Valorização do Território

Desassoreamento da Albufeira do Açude-Ponte de Coimbra (Projecto de Execução)

Exemplo 3. Operação de uma albufeira. IST: Gestão Integrada de Bacias Hidrográficas Rodrigo Proença de Oliveira,

BREVE NOTA SOBRE AS CHEIAS NO TEJO E O SEU SISTEMA DE VIGILÂNCIA E ALERTA

A. Betâmio de Almeida. Sérgio Lopes

Nuno Lacasta Vagos, 15 de julho LITORAL XXI Governança e Programa de Ação

ENERGIA HIDROELÉCTRICA. António Gonçalves Henriques 1

OUTORGA. Obtenção da Outorga De Direito de Uso de Recursos, Órgão Responsável pela emissão D.A.E.E. Decreto Nº de 31/10/96

POSEUR APRESENTAÇÃO DO AVISO

Bacias Hidrográficas: - Erosão fluvial - Cheias - Exploração de inertes

Proteção do Solo e Combate à Desertificação: oportunidade para as regiões transfronteiriças. A visão das Instituições

As Intervenções de Defesa Costeira na Mitigação do Problema da Erosão

Hidrologia e Recursos Hídricos 2010 / 2011

ANEXO II. Qualificações para exercício de funções de direção de obra ou de direção de fiscalização de obra

Políticas de operação de

FINANCIAMENTO DA MITIGAÇÃO E DA ADAPTAÇÃO

Plan de Desarrollo de la Energía Hidroeléctrica

- Procedeu-se à construção de um açude de terra para fechar o rio Sorraia de forma a se conseguir aproveitar toda a água disponível no mesmo.

o estado dos recursos hídricos em Portugal: desafios e contributos para a solução

APROVEITAMENTO HIDROAGRÍCOLA DO BAIXO MONDEGO Actualidade e desafios futuros

DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO. de

2º AVISO CONVITE PARA APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURAS PROGRAMA OPERACIONAL SUSTENTABILIDADE E EFICIÊNCIA NO USO DE RECURSOS (PO SEUR)

PLANO DE OPERAÇÃO DE RESERVATÓRIOS PARA ATENDIMENTO AOS REQUERIMENTOS DA VAZÃO AMBIENTAL

ALEGAÇÕES AO PROJETO DE PLANO DE GESTÃO DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO TEJO

HIDROLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS. Fenómenos extremos. -Cheias em rios - CHEIAS EM RIOS

ANEXOS A.1. FICHAS DE INVESTIMENTO A.2. ANTECEDENTES PETI /20 A.3. DIAGNÓSTICOS SETORIAIS A.4. SÍNTESE DO PROCESSO DE AUSCULTAÇÃO PÚBLICA

Plano de Gestão das Bacias Hidrográficas dos rios Vouga, Mondego e Lis

Eixo Prioritário IV Valorização e Qualificação Ambiental e Territorial

António PINHEIRO CEHIDRO, Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa AQUALOGUS Engenharia e Ambiente, Lda.

Denominação Bacia hidrográfica Sub-bacia. III CARACTERIZAÇÃO DA UTILIZAÇÃO Finalidade.

Perfil de Água Balnear do Açude do Pinto

WORKSHOP PROWATERMAN, Évora e Faro, 29 e 30 de Novembro de 2012

LEVANTAMENTO TOPO-HIDROGRÁFICO NO RIO GUADIANA, NA SECÇÃO DE VAZÃO DA ESTAÇÃO HIDROMÉTRICA DE MONTE DA VINHA

A Hidroeletricidade em Portugal Tramitação Processual do Licenciamento de Aproveitamentos Hidroelétricos

Plano de Gestão das Bacias Hidrográficas dos rios Vouga, Mondego e Lis

ASSOREAMENTO E FORMAÇÃO DE BANCOS DE AREIA NO LEITO DO RIO PARNAÍBA, NA ZONA URBANA DE TERESINA-PIAUÍ

EIXO PRIORITÁRIO VI INVESTIMENTOS ESTRUTURANTES DO EMPREENDIMENTO DE FINS MÚLTIPLOS DE ALQUEVA

em destaque Redes de Monitorização Hidrometeorológicas ENQUADRAMENTO Manuela Saramago

Acções de Valorização e Qualificação Ambiental

SCUT DO GRANDE PORTO

ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE

PCH PANDEIROS: UMA COMPLEXA INTERFACE COM A GESTÃO AMBIENTAL REGIONAL

SI2E SISTEMA DE INCENTIVOS AO EMPREENDEDORISMO E AO EMPREGO - ALENTEJO CENTRAL - Sessão de Divulgação SI2E CIMAC, 23 de Maio de 2017

PRINCIPAIS MAGNITUDES

Gestão de Recursos Naturais e Competitividade: do conhecimento à geração do compromisso

2.º CICLO DOS PLANOS DE GESTÃO DE REGIÃO HIDROGRÁFICA. QUESTÕES SIGNIFICATIVAS DA ÁGUA (QSiGA) Conclusão do processo de Participação Pública

ORDEM DE TRABALHOS. Ponto 1. Período de Antes da Ordem do Dia / Informações. . Apreciação de Propostas de Alteração - 15.ª/15.ª -

IMPACTOS AMBIENTAIS AOS -CANALIZAÇÕES E RETIFICAÇÕES-

MINISTÉRIO DO AMBIENTE, ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E ENERGIA Diário da República, 1.ª série N.º de março de 2014

SESSÃO DE DEBATE PLANOS DE ORDENAMENTO DA ORLA COSTEIRA

Área Metropolitana do. Porto Programa Territorial de Desenvolvimento

LOCALIZAÇÃO DO NOVO TERMINAL DE CONTENTORES NO BARREIRO

Projeto de Ampliação do Aproveitamento Hidroelétrico da Calheta

Transcrição:

O Mondego a caminho do Helena Terêncio - Câmara Municipal de Coimbra 8-05-2017 Portugal 2020

Coimbra e o rio Mondego Coimbra

Coimbra e o rio Mondego Alguns dados sobre Coimbra: Área: 319,41 km 2 População residente (2001): 143.396 hab Extensão do rio Mondego no Município: 24 km

Antecedentes históricos Durante séculos Coimbra e a região do Baixo Mondego foram repetidamente inundados. Os prejuízos eram elevados e traduziam-se na perda de vidas humanas, destruição dos campos agrícolas e de vias de comunicação. Simultaneamente, a erosão da parte superior da bacia hidrográfica e o consequente transporte de sedimentos, originou o assoreamento progressivo do leito do rio e da planície aluvionar. Havia que procurar soluções para minorar os prejuízos das inundações!

Antecedentes históricos No final do século XVIII, P. e Estevão Cabral projetou e fez construir um novo leito, o chamado Rio Novo, quase em linha reta desde o Choupal até à Figueira da Foz.

Antecedentes históricos Em 1962, a Direção Geral dos Serviços Hidráulicos apresentou o Plano Geral do Aproveitamento Hidráulico da Bacia do Rio Mondego. Este plano preconizava a regularização das cheias no Baixo- Mondego através da construção de albufeiras de fins múltiplos: barragens da Aguieira-Raiva e Açude-ponte, no Mondego e Fronhas, no Alva. A 1ª fase deste plano iniciou-se em 1974 e terminou em 1986. O aproveitamento integrado dos recursos hídricos da bacia previa: Produção energética; Regularização fluvial; Correção torrencial; Controle e defesa conta cheias; Abastecimento de água a populações e indústria; Reorganização da rede viária regional; Valorização das componentes ambientais, piscícolas, recreativas e de apoio ao turismo; Desenvolvimento agrícola através da rega. Aguieira Raiva Açude ponte (em construção) Fronhas

Apesar destes investimentos, continuou a haver cheias, assoreamento da albufeira e prejuízos Entre 1985 (início da exploração da albufeira do Açude Ponte) e o final do ano hidrológico de 2007/08, o leito da albufeira terá acumulado cerca de 1,26 hm 3 de sedimentos. 2001 2009 2016

Para mitigar esta situação, a CCDRC e o INAG decidiram, em 2008, que a albufeira deveria ser desassoreada até atingir o leito que existia em 1985. Foi elaborado um projeto que previa a dragagem de 1,07 hm 3 de material inerte, ao longo de 7200 metros de comprimento (desde o paramento de montante do açude até 1600 m a montante da ponte ferroviária da Portela). Ponte ferroviária da Portela Ponte Rainha Santa Açude Ponte Ponte Santa Clara

Objetivo do projeto: Permitir a utilização lúdica, em geral, da albufeira; Permitir a navegabilidade; Reduzir os níveis de cheia. Custo da obra: 0,00 A comercialização dos inertes deveria gerar recursos financeiros que ultrapassassem os custos da sua extração; Aplicação dos valores excedentários em medidas de minimização das erosões ocorridas a jusante do açude. DIA emitida em 15-10-2010

Para além do assoreamento, outro problema se levanta no rio Mondego: a estabilidade das suas margens, com destaque para o troço entre a Ponte de Santa Clara e o Açude Ponte, na margem direita. Os muros apresentam diversas deteriorações, designadamente, fissuração e fendilhação, assentamentos e rotações. As escadas e as rampas apresentam um conjunto de deteriorações semelhantes.

Acordos de parceria entre a APA e a CMC Considerando que o Desassoreamento da Albufeira do Açude Ponte de Coimbra e a Estabilização da Margem Direita do Mondego, entre a Ponte de Santa Clara e o Açude Ponte de Coimbra fazem parte dos objetivos partilhados entre a Administração e o Município de Coimbra para a proteção e valorização do troço do rio Mondego e sua envolvente na cidade de Coimbra, foram assinados 2 Acordos de Parceria entre a APA e a CMC, em 4 de julho de 2016.

Acordos de parceria entre a APA e a CMC Principais obrigações da CMC: Comparticipar com o valor de 15% dos custos totais da empreitada, correspondente à contrapartida nacional; Candidatar esta ação ao PO SEUR, nos termos do aviso POSEUR-10-2016-49 (financiamento dos restantes 85%); Preparar o processo administrativo e proceder à adjudicação das obras; Assumir as demais ações processuais que lhe passam a competir como dona da obra. Principais obrigações da APA: Emitir, com caráter prioritário, pareceres para as ações que se tornem necessárias no âmbito da intervenção; Proceder à prorrogação da DIA (projeto de desassoreamento da albufeira); Prestar apoio técnico.

Candidatura PO SEUR 02 1810 FC 000 380 Duas componentes: UNIÃO EUROPEIA Fundo de Coesão 1. Desassoreamento da albufeira; 2. Estabilização da margem direita do rio Mondego entre a Ponte de Santa Clara e o Açude Ponte de Coimbra. Submetida em: 19-08-2016 Aprovada em: 26-10-2016 Custo total do investimento: 14.183.073,00 Custo total elegível: 14.026,527,32 Investimento não elegível: 156.545,68 Taxa de cofinanciamento: 85% Desassoreamento da albufeira: 5.232.405,00 (36,9%) Data do fim da operação: 31-12-2018 Apoio financeiro da UE / Fundo de Coesão: 11.922.548,22 Comparticipação CMC: (2.104.979,10 (15%)+ 156,545,68 ) = 2.261.524,78 Estabilização da margem direita: 8.950.668,00 (63,1%)

Componente 1 - Desassoreamento da Albufeira Volume de sedimentos a dragar: 700.000 m 3 ; Troço da albufeira a intervencionar: entre o paramento montante do açude e o perfil 140 do projeto inicial, numa extensão de 3 500 metros ; Deposição dos dragados: nas zonas erodidas entre as quedas 1 e 6, a jusante do Açude Ponte, numa extensão de 5 800 metros, acompanhada por reforço das proteções junto às quedas, com enrocamento.

Componente 1 - Desassoreamento da Albufeira Ponto de situação: Obra adjudicada em 20-03-2017; Empresa: Mota-Engil, Engenharia e Construção, S.A. Valor: 3.802.961,88 (+ IVA) Prazo de execução: 730 dias Serviços de fiscalização e coordenação de segurança em obra e gestão da qualidade e ambiente: Empresa: Engisphera Engenharia, L.da Valor: 200.550,00 (+ IVA)

Componente 2- Estabilização da margem direita Intervenção num troço com 1124 metros de extensão

Componente 2- Estabilização da margem direita Estabilizar, reabilitar e adaptar as estruturas de contenção; Recuperar guardas e proteções; Criar novas estruturas de contenção e de fundação do novo passeio; Criar rampas, escadas e taludes; Promover uma maior aproximação ao rio através de uma via pedonal próxima da cota do rio; Infraestruturar e integrar paisagisticamente o passeio marginal;

Componente 2- Estabilização da margem direita Ponto de situação: Abertura das propostas em 24-04-2017 (em análise); Preço base: 7.891.149,00 (+ IVA) Prazo de execução: 540 dias

Obrigado