PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO

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METODOLOGÍA DE TRABAJO PROPUESTA

Transcrição:

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO Cleide Maria de Oliveira Por um Deus que seja noite, abismo e deserto: Considerações sobre a linguagem apofática Tese de Doutorado Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Letras da PUC-Rio como requisito parcial para a obtenção do grau de Doutor em Letras. Orientador: Eliana Lúcia Madureira Yunes Garcia Rio de Janeiro Março de 2010

Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização do autor, do orientador e da universidade. Cleide Maria de Oliveira Graduada em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Mestre em Estudos de Literatura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC- RJ). Atualmente é professora de Literatura Brasileira do Deptº de Letras Vernáculas da UFRJ. Ficha Catalográfica Oliveira, Cleide Maria de Por um Deus que seja noite, abismo e deserto: considerações sobre a linguagem apofática / Cleide Maria de Oliveira; orientadora: Eliana Lúcia Madureira Yunes Garcia. 2010. 206 f. ; 30 cm Tese (Doutorado) Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Letras, 2010. Inclui bibliografia 1. Letras Teses. 2. Bataille, Georges. 3. Linguagem poética. 4. Mística apofática. 5. Teologia negativa. 6. Eckhart, Meister. 7. San Juan de la Cruz. 8. Angelus Silesius. I. Yunes, Eliana. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Letras. III. Título. CDD: 800

À minha filha Rebeca. Pequeno sol a iluminar as noites escuras.

Agradecimentos A elaboração da tese foi um exercício que, embora muitas vezes tenha parecido extremamente solitário, não pôde prescindir do apoio, estímulo, colaboração e troca intelectual de diversas pessoas. Agradeço inicialmente à minha orientadora, Eliana Yunes, que se empenhou verdadeiramente para que eu tivesse as condições de possibilidade para o desenvolvimento da tese. Sem sua presença e preciosas intervenções esse percurso não teria sido possível. À minha irmã, Rosemeire, cujo apoio no cuidado de minha filha Rebeca, ainda um bebê, foi essencial em todas as etapas de desenvolvimento desse trabalho. Á minha irmã Vilma, por mesmo distante zelar por mim. Ao amigo Josias, pela leitura atenta e os comentários preciosos. Á Adriana, Guire e Letícia, mães do Catete, lindas amigas que a vida me deu e sem as quais não poderia garantir minha sanidade mental nesses últimos dois anos. Á PUC e ao Departamento de Letras, por terem acolhido essa pesquisa. Aos funcionários e colaboradores da PUC, pela gentileza, pela competência. Ao PROLIC, que financiou essa pesquisa. A meu marido Roberto, pelo cotidiano, pelo afeto, pela alegria que sua presença me dá.

Resumo Oliveira, Cleide Maria de; Garcia, Eliana Lúcia Madureira Yunes. Por um Deus que seja noite, abismo e deserto: reflexões sobre a linguagem apofática. Rio de Janeiro, 2010, 206 p.tese de Doutorado. Departamento de Letras Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. A tese se constitui tendo como premissa fundadora a afirmação de Georges Bataille de que mística e poesia são experiências (de) limite, eróticas, no sentido em que pressupõem a destruição da relação sujeito-objeto na qual se alicerça a linguagem produtiva. A tese defende que mística e poesia se aproximam enquanto tentativas de dizer o real a partir de uma desconfiança em relação ao discurso da razão, e tem como objetivo principal investigar possíveis aproximações entre as linguagens mística e poética enquanto palavras que se sustentam como uma terceira margem da linguagem. Se há no discurso a pretensão de que possa não apenas dizer essencialmente o real, como também esgotá-lo, mística e poesia desconfiam dessa pretensão do discurso, e demandam da linguagem uma conduta soberana que a põe no âmbito do sagrado. Entenda-se aqui sagrado como os próprios limites da linguagem quando em colisão. Para cumprir tal objetivo a tese se concentrou na análise e discussão de discursos poéticos e místicos, com ênfase na chamada mística apofática ou negativa, tomando fio condutor as metáforas noite, abismo e deserto, freqüentes na mística apofática. Buscou-se perceber as convergências entre mística e poesia na articulação de um certo modo de pensar marcado pela negatividade, pensamento que é caracterizado pela tradição mística como não-saber. A tese chega á conclusão que mística e poesia são linguagens que se empenham no próprio fracasso pois, ainda que regidas pelos princípios da discursividade (do mundo do trabalho, dirá Bataille), se aproximam na exata medida em que intentam inserir dentro da descontinuidade do discurso o máximo de continuidade (de sacralidade) que nossa linguagem possa suportar. Palavras-chave Georges Bataille; Linguagem poética; Mística apofática; Teologia Negativa; Meister Eckhart; San Juan de la Cruz; Angelus Silesius.

Resumen Oliveira, Cleide Maria de; Garcia, Eliana Lúcia Madureira Yunes. Por un Dios que sea noche, abismo y desierto: consideraciones sobre el lenguaje apofatica (director/tutor). Rio de Janeiro, 2010, 206 p. Tesis. Departamento de Letras Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. La tesis se constituyó teniendo como basa la afirmación de Georges Bataille de que mística y poesía son experiencias (de) límite, eróticas, en el sentido en que se presuponen la destrucción de la relación sujeto-objeto en la cual se basa la producción del lenguaje. La tesis defiende que mística y poesía se aproximan como intento de decir lo real partir de una desconfianza en relación al discurso de la razón, y tiene como objetivo principal investigar las posibles similitudes entre el lenguaje místico y poético como palabras que se sustentan como un tercer margen del lenguaje. Si hay en el discurso la pretensión de que se pueda no apenar decir esencialmente lo real, como también agotarlo, la mística y la poesía desconfían de esa pretensión del discurso y demandan del lenguaje una conducta soberana que la pone en el ámbito de lo sagrado. Se entiende aquí como sagrado, los propios límites del leguaje, cuando en colisión. Para lograr este objetivo, la tesis se centró en el análisis y discusión del discurso poético y místico, con énfasis en la llamada mística apofatica o negativa, teniendo como fondo las metáforas noche, abismo y desierto, a menudo en la mística apofatica. Se buscó percibir las similitudes entre mística y poesía para expresar una forma de pensar marcada por la negatividad, pensamiento que es caracterizado por la tradición mística como no saber. La tesis llega a la conclusión que la mística y la poesía son lenguajes que se empeñan en el propio fracaso, ya que, a pesar de regirse por los principios del discurso (el mundo del trabajo, dice Bataille) se aproximan en la exacta medida en que intentan insertar en el interior del discurso discontinuo lo máximo de continuidad (de la santidad) que nuestro lenguaje puede soportar. Palabras-clave Georges Bataille; Mística; Poesía; Apofatica; Meister Eckhart; San Juan de la Cruz; Angelus Silesius.

Sumário INTRODUÇÃO 09 2 A LINGUAGEM ÀS MARGENS DO ORDINÁRIO 15 2.1 Da imagem poética 15 2.2 O rio-linguagem 29 2.3 Margens terceiras da fabulação roseana 35 3 QUANDO A LINGUAGEM CALA: A LINGUAGEM COMO EXPERIENCIA ERÓTICA 41 3.1 O escuro da linguagem 41 3.2 Literatura e mística: o caso G.H 56 4 DO DISCURSO MÍSTICO 67 4.1 Questões iniciais 67 4.2 A experiência mística 75 4.3 O que a mística pode nos dizer sobre a realidade? 88 4.4 Um pensamento que incomoda como andar na chuva 99 5 MODOS DE APAGAMENTO DO DISCURSO 115 5.1 O discurso negativo e o não-saber 115 5.2 Ir além de Deus: o imperativo eckhartiano 127 5.2.1 Heranças beguinas em Meister Eckhart 127 5.2.2 Indeterminação divina e supra-existência 132 5.2.3 Desapropriação apropriante, transcendência e deificação 141 5.3 O pathos amoroso no itinerario espiritual de San Juan de la Cruz 150 5.3.1 Cântico spiritual 152 5.3.2 Noche oscura 160 5.4 Voltar a ser o que se é: a necessária aporia da mística de Angelus Silesius 170 5.4.1 Angelus Silesius: um inquieto peregrino 172 5.4.2 O difícil aprendizado do não-saber 172 6 A CINTILÂNCIA DOS ESCUROS 181 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 192 8 ANEXOS 204

Só o obscuro nos cintila. Manoel de Barros