i N º 3 1 / 1 6 G A S Ó L E O P R O F I S S I O N A L : O N O V O R E G I M E D E " R E E M B O L S O P A R C I A L " ENQUADRAMENTO TAX & BUSINESS Para execução da Lei n.º 24/2016, de 22 de Agosto, que alterou o Código dos Impostos Especiais de Consumo (CIEC), foi, agora, publicada a Portaria n.º246- A/2016, de 8 de Setembro de 2016, que regulamenta a introdução do "Regime de reembolso parcial de impostos sobre os combustíveis para as empresas de transportes de mercadorias", abreviadamente designado por "Reembolso Parcial", mas, conhecido do grande público como Gasóleo Profissional. A VERTENTE TEMPORAL A presente Informação destina-se a ser distribuída entre Clientes e Colegas e a informação nela contida é prestada de forma geral e abstracta. Não deve servir de base para qualquer tomada de decisão sem assistência profissional qualificada e dirigida ao caso concreto. O conteúdo desta Informação não pode ser reproduzido, no seu todo ou em parte, sem a expressa autorização do editor. Caso deseje obter esclarecimentos adicionais sobre este assunto contacte. *** Esta Informação é enviada nos termos dos artigos 22.º e 23.º do Decreto-Lei n.º 7/2004, de 7 de Janeiro, relativa ao envio de correio electrónico não solicitado. Caso pretenda ser removido da nossa base de dados e evitar futuras comunicações semelhantes, por favor envie um email com Remover para o endereço email newsletter@rffadvogados.com. O Reembolso Parcial apenas irá vigorar, em pleno, a partir de 1 de Janeiro de 2017. Entretanto, em 15 de Setembro de 2016, iniciou-se um período experimental, durante o qual são permitidas vendas de 01 Best Lawyers - "Tax Lawyer of the Year" 2014 Legal 500 Band 1 Tax Portuguese Law Firm 2013 International Tax Review "Best European Newcomer" (shortlisted) 2013 Chambers & Partners Band 1 RFF Leading Individual 2013 Who s Who Legal RFF Corporate Tax Adviser of the Year 2013 IBFD Tax Correspondents Portugal, Angola and Mozambique
combustível, com direito a Reembolso Parcial, realizadas em Postos de Abastecimento localizados em oito concelhos raianos, próximos das quatro principais fronteiras terrestres de Portugal. A VERTENTE GEOGRÁFICA Supõe-se que, a partir de 1 de Janeiro de 2017, todos os Postos de Abastecimento do Continente possam vender combustível rodoviário (fundamentalmente gasóleo) com direito a Reembolso Parcial, desde que possuam autorização da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), e que depende do cumprimento de requisitos técnicos relativos a sistemas de informação, registo e transmissão de dados. Contudo, a partir de 15 de Setembro de 2016, os Postos de Abastecimento situados nos concelhos de Bragança e de Macedo de Cavaleiros (zona da fronteira de Quintanilha), de Almeida e da Guarda (zona da fronteira de Vilar Formoso), de Elvas e Estremoz (zona da fronteira do Caia), e Serpa e Beja (zona da fronteira de Vila Verde de Ficalho), poderão vender combustível rodoviário, com direito a Reembolso Parcial, em termos experimentais. AS VIATURAS COM DIREITO AO BENEFÍCIO Apenas as viaturas afectas ao transporte público de mercadorias (classe D do IUC), com um peso total em carga igual ou superior a 35 toneladas podem beneficiar do Reembolso Parcial. O PLAFOND ANUAL POR VIATURA O benefício fiscal não pode ultrapassar os 30.000 litros anuais (ano civil) de combustível abastecido. O MONTANTE UNITÁRIO DO REEMBOLSO No caso do gasóleo rodoviário, tendo presente, por um lado, a taxa de tributação mínima comunitária (sem IVA) fixada na Directiva 2003/96/CE ( 330,00 por 1000 litros) e, por outro, o nível de tributação, sem IVA, em vigor em Portugal ( 455,92 por 1000 litros), o reembolso parcial será de 125,92 por 1000 litros. 02
O PRAZO E A TITULARIDADE DO REEMBOLSO AS INSTALAÇÕES DE CONSUMO PRÓPRIO O Reembolso Parcial é feito pela por transferência bancária, para a conta da empresa de transporte profissional de mercadorias, num prazo máximo de três meses após a data da comunicação do Está previsto que o benefício fiscal também abranja os abastecimentos a viaturas feitos nas instalações da própria empresa de transportes de mercadorias, sendo a comunicação dos dados de cada abastecimento feita pela própria empresa de transportes. OS REQUISITOS TÉCNICOS A CUMPRIR PELOS POSTOS ABASTECEDORES Para que os seus clientes possam receber o Reembolso Parcial a que têm direito, os Postos Abastecedores têm de: criar uma Aplicação Informática que contemple os 14 items previstos no artigo 11.º; credenciar junto da AT tal aplicação; possuir condições técnicas, reconhecidas pela AT, para a transmissão electrónica de dados; e possuir um sistema de controlo interno que assegure a veracidade dos dados transmitidos. Entretanto, o Reembolso Parcial dos abastecimentos a partir de reservatórios das próprias empresas de transportes de mercadorias não se aplica no período experimental que decorrerá de 15 de Setembro a 31 de Dezembro de 2016. O MARCADOR PRÓPRIO PARA GASÓLEO COM REEMBOLSO PARCIAL Aparentemente, só para os abastecimentos em instalações das próprias empresas de transporte está prevista a possibilidade da existência de um marcador próprio para o combustível que, assim, por exemplo, se distinguirá do normal gasóleo rodoviário. O abastecimento de viaturas a partir de tanques existentes nas instalações das próprias empresas transportadoras de 03
mercadorias só vigorará a partir de 1 de Janeiro de 2017. O ACESSO AO REEMBOLSO PARCIAL PELAS VIATURAS MATRICULADAS NOUTROS ESTADOS STADOS- MEMBROS As empresas de transporte profissional de mercadorias, sediadas ou com estabelecimento estável localizado noutro Estado Membro da União Europeia, que pretendam ter acesso ao Reembolso Parcial devem registar os dados das respectivas viaturas no Portal das Finanças, ou fornecerem tais dados ao Posto Abastecedor em cada As referidas empresas devem também: ou inscrever-se no Registo Nacional das Pessoas Colectivas para obtenção de um NIF português da "gama 98"; ou registar-se no Portal das Finanças através do número EORI atribuído pelo seu Estado Membro, caso em que a AT, oficiosamente, atribuirá à empresa um NIF português da "gama 78"; ou formalizar um pedido de reembolso, nos moldes utilizados para o reembolso do IVA, caso em que a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), oficiosamente, atribuirá à empresa um NIF português da "gama 78". Em qualquer dos casos, os Postos Abastecedores têm de comunicar à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), atempadamente, todos os dados relativos aos abastecimentos feitos. C OS CARTÕES ARTÕES-FROTA ROTA O acesso ao Gasóleo Profissional, pelo menos durante o período experimental, será feito, exclusivamente, através dos "cartões-frota". As empresas que exploram Postos de Abastecimento em que são aceites "cartões-frota", se quiserem aderir ao Gasóleo Profissional, devem comunicar à via e-mail, a identificação dos postos localizados nos conselhos abrangidos e onde sejam aceites cartões-frota e, bem 04
assim, a identificação dos cartões-frota aceites nos postos identificados; Mais: os Postos Abastecedores, em conjugação com as respectivas empresas responsáveis pelos "cartõesfrota", devem criar uma aplicação informática que permita registar os dados previstos no Ofício-Circulado n.º 35.060, de 13 de Setembro de 2016, dados estes que transmitirão, electronicamente, à até ao dia 15 do mês seguinte ao do CONCLUSÕES Em síntese, poder-se-á concluir que, apesar das incertezas que estes processos sempre acarretam, a via escolhida para a concretização do benefício fiscal para o consumo de combustíveis rodoviários, por veículos de mercadorias, parece revelar virtualidades que poderão permitir a captação, por Portugal, de alguns abastecimentos de combustível das viaturas de transporte internacional de mercadorias que, até agora, eram feitos em Espanha. Com efeito, como é sabido, tais abastecimentos são localizados em países - de expedição, de passagem, ou de destino - cuja fiscalidade indirecta permite o menor preço de custo pelo que, a partir de agora, os abastecimentos de combustível feitos, em Portugal, a veículos de transporte internacional de mercadorias poderão ter readquirido a competitividade que há muito tinham perdido. Se tal se concretizar, as empresas petrolíferas, as empresas de transporte profissional de mercadorias e, de forma geral, a economia nacional, ficarão a ganhar. Lisboa, 15 de Setembro de 2016 Rogério M. Fernandes Ferreira Manuel Teixeira Fernandes Sérgio Brigas Afonso Rita Robalo de Almeida 05