AVALIAÇÃO DAS MUDANÇAS NA COMUNIDADE DE AVES NO ANO DE 2014/15 EM COMPARAÇÃO COM 2003/05.

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Transcrição:

AVALIAÇÃO DAS MUDANÇAS NA COMUNIDADE DE AVES NO ANO DE 2014/15 EM COMPARAÇÃO COM 2003/05. Brunno Tolentino Oliveira Anamaria Achtschin Ferreira INTRODUÇÃO O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro (BORLAUG, 2002) composto por tipos de habitats que englobam fitofisionomias florestais, cerrado sentido restrito e vegetação aberta (RIBEIRO & WALTER, 1998). Este bioma, que é um dos hotspots mundiais de biodiversidade vem sofrendo com a crescente degradação decorrente principalmente do avanço da agropecuária e agricultura. Tais ações estão transformando consideravelmente o perfil deste bioma. O desmatamento e a perda da biodiversidade são os reflexos mais significativos de ações prejudiciais ao Cerrado (CUNHA et al., 2008). Fragmentos são áreas florestais interrompidas por algum tipo de barreira, seja antrópicas ou naturais, capazes de diminuir significativamente, o fluxo de animais, pólen ou sementes (VIANA citado por BENEDETTI & ZANI Filho, 1993). O aumento do uso da terra leva a fragmentação dos habitats naturais em formas e tamanhos diferentes, essa expansão é causada principalmente pelo crescimento da população humana. Alterações desse tipo podem resultar no isolamento de populações e até mesmo a extinção de espécies (WILCOX & MURPHY, 1985). O Cerrado abriga uma rica avifauna composta por aproximadamente 841 espécies (BAGNO & MARINHO-FILHO, 2001), das quais 48 são ameaçadas (IBAMA 2003, IUCN 2006) e 36 são endêmicas (SILVA, 1995). A vegetação da Universidade Estadual de Goiás Campus Anápolis de Ciências Exatas e Tecnológicas - Henrique Santillo é composta basicamente por cerrado sensu stricto, mata de transição e mata ciliar (CARVALHO, 2007). Estudo desenvolvido por Laranjeiras

et al. (2012), em levantamento feito no período de 2003/05, indicou que a composição local da avifauna conta com 128 espécies distribuídas em 40 famílias e 14 ordens. A família com maior número de espécies de aves é Tyrannidae (21 espécies) seguida por Thraupidae (09 espécies) e Trochilidae (07 espécies) (LARANJEIRAS, 2012). No decorrer deste período, é possível que tenha ocorrido modificações na composição da comunidade de aves do local, uma vez que esta composição é um processo dinâmico (GOTELLI, 2007). OBJETIVOS 1.1 Objetivo Geral Este trabalho tem como objetivo geral avaliar mudanças na comunidade de aves no ano de 2014/15 em comparação com 2003/05. 1.2 Objetivos Específicos i. Comparar a comunidade de aves registrada no período de 2014/15 com aquela registrada no período de 2003/04. ii. Avaliar as atividades mais freqüentes observadas na comunidade de aves em cada um dos ambientes amostrados iii. Avaliar os reflexos das variações sazonais sobre a comunidade de aves do campus. METODOLOGIA O estudo está sendo realizado na reserva ecológica do Campus Anápolis de Ciências Exatas e Tecnológicas Henrique Santillo (CCET) da Universidade Estadual de Goiás (UEG), na cidade de Anápolis (GO), que é composto por três diferentes fisionomias: florestas, cerrado sentido restrito e vegetação aberta. O campus da universidade está situado às margens da rodovia BR - 153, centrado nas coordenadas 16 o 20º 34º S, 48 o 52º 51º W e é cercado por fazendas e pelo Distrito Agro-Industrial de Anápolis (DAIA). A elevação varia entre 1040 e 1100 m. A região tem um clima

tropical semi-úmido (NIMER, 1989) com duas estações muito bem definidas, uma estação chuvosa no verão (outubro a março) e uma estação seca no inverno (abril a setembro). As coletas de dados estão sendo conduzidas segundo metodologia descrita em Laranjeiras et al. (2012) para permitir comparações. As observações estão sendo feitas no decorrer de três dias a cada mês, nos períodos de 06h00 a 09h00; 09h00 a 12h00, 12h00 a 15h00 e 15h00 a 18h15. Todos os avistamentos estão sendo registrados em fichas de campo contendo as informações: dia, hora, ponto, condição climática, ambiente, altura estimada, número de indivíduos, sexo (quando houver dimorfismo), atividade, tipo de registro (visualização ou vocalização) e espécie. Para a análise quantitativa das aves está sendo utilizado o método de observação através de visualização e/ou registros sonoros em 18 pontos com raio fixo (Figura 1), com 200 m de intervalo entre eles, distribuídos por diferentes ambientes, segundo a representatividade dos mesmos (campo (pasto); mata mesófila e cerrado sentido restrito. Todas as aves dentro de um raio de 50 m em torno de cada ponto são registradas por um período de 20 minutos. Ninhos também serão contados e inspecionados visualmente, sempre que possível. Espécies registradas no trânsito entre a contagem de pontos são utilizadas na pesquisa qualitativa. Os reconhecimentos vocais e visuais são feitos com a ajuda de binóculos 10 x 25 e um mini-gravador amador usado para gravar vocalizações desconhecidas para posterior identificação. A identificação taxonômica das espécies é realizada de acordo com Ridgely & Tudor (1989 e 1994), Sick (1997), Doente (1997) e Souza (2004).

Figura 1 Localização dos pontos de coleta, seguindo a mesma terminologia que Laranjeiras et al (2012). CSS = cerrado sentido restrito; MB mata mesófila e de galeria do Córrego Barreiro; UM mata mesófila e de galeria do Córrego do Urubu; CA campo. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram efetuadas cinco coletas (de março a julho de 2015), representando 60 horas de coletas de dados. Foram registradas até o momento 54 espécies de aves distribuídas em 14 ordens e 26 famílias (Tabela 1). Até o momento não foram observados ninhos no local. Os ambientes que apresentaram maior riqueza foram o campo e a mata mesófila associada à mata de galeria do Córrego Barreiro, com 27 espécies, seguidos pelo cerrado sentido restrito e campo, com 20 espécies e a mata mesófila associada à mata de galeria do Córrego do Urubu, com 6 espécies. Este resultado obtido ainda é considerado baixo em comparação com os resultados

encontrados por Laranjeiras et al. (2012) que registrou 128 espécies de aves distribuídas em 14 ordens e 40 famílias. Contudo, este valor representa cerca de 42% do valor observado por Laranjeiras et al. (2012) o que é bastante representativo, uma vez que o esforço amostral até o momento representa cerca de 1/3 daquele desenvolvido pelos autores em 2012. Podemos observar que há um elevado percentual (65%) de espécies com um (singletone) ou dois registros (dobletones) (n = 35). Espécies raras podem indicar determinadas demandas de gestão em um determinado local, se o esforço amostral tiver sido adequado, mas podem também indicar que há espécies a serem ainda descobertas em uma comunidade. Utilizando o estimador de Chao1 (Chao1 = Sobs + (a 2 /2b); a = singletone; b = dobletone) (FERRAZ, et al, 2009), por exemplo, indica que teremos ainda um acréscimo de 51 espécies (32 2 /2(10) = 1024/20 = 51 espécies), ou seja, uma comunidade com uma estimativa de 105 espécies. Este valor estimado é inferior ao observado por Laranjeiras et al (2012) (128 espécies), porém é necessário termos esforços amostrais semelhantes, uma vez que temos como objetivo avaliar quali-quantitativamente esta comunidade.

Tabela 1 Espécies registradas no Campus Anápolis de Ciências Exatas e Tecnológicas Henrique Santillo ao longo dos meses de março a julho de 2015. CSS = cerrado sentido restrito; MB mata mesófila e de galeria do Córrego Barreiro; UM mata mesófila e de galeria do Córrego do Urubu; CA campo. NOME DO TÁXON Tinamiformes Tinamidae Número de registros Crypturellus parvirostris 4 Ambiente CSS1 / CSS2 / MB CSS2 / CSS1 / MB Rhynchotus rufescens 3 Pelecaniformes Ardeidae Syrigma sibilatrix 1 CSS1 Threskiornithidae Mesembrinibis cayennensis 1 CA Cathartiformes Cathartidae Coragyps atratus 2 CSS2 / CA Accipitriformes Accipitridae Elanus leucurus 1 CSS2 Heterospizias meridionalis 2 CA / MB Charadriiformes Charadriidae Vanellus chilensis 1 CA Columbiformes Columbidae Columbina talpacoti 2 CA Patagioenas picazuro 4 Leptotila rufaxilla 1 CA Cuculiformes Cuculidae Piaya cayana 1 MB Guira guira 2 CSS2 Apodiformes Trochilidae Chlorostilbon lucidus 1 MB Coraciiformes Momotidae Momotus momota 1 MB Piciformes Ramphastidae CSS1 / CSS2 / CA

Ramphastos toco 3 CSS1 / CSS2 / MB Picidae Picumnus albosquamatus 1 UM Colaptes campestris 3 CSS2 / CA Dryocopus lineatus 1 CSS2 Cariamiformes Cariamidae Cariama cristata 2 CSS2 Falconiformes Falconidae Caracara plancus 1 PROX MG Milvago chimachima 2 CSS1 / CSS2 Herpetotheres cachinnans 1 CA / CSS2 Psittaciformes Psittacidae Diopsittaca nobilis 2 CSS1 / CA Forpus xanthopterygius 1 MB Brotogeris chiriri 1 MB Passeriformes Thamnophilidae Thamnophilus doliatus 1 M.U Furnariidae Furnarius rufus 1 MB Synallaxis frontalis 3 M.U / CA Rhynchocyclidae Tolmomyias flaviventris 1 MB Tyrannidae Camptostoma obsoletum 1 CSS2 Elaenia flavogaster 3 CA / MB Myiarchus ferox 1 CSS2 Myiarchus tyrannulus 1 MB Pitangus sulphuratus 3 CSS2 Megarynchus pitangua 1 CSS2 Myiozetetes cayanensis 1 MB Tyrannus melancholicus 5 CA / CSS2 / MB Colonia colonus 1 MB Pyrocephalus rubinus 1 CA Vireonidae Cyclarhis gujanensis 3 M.U / CA / MB Corvidae Cyanocorax cristatellus 1 CSS1 Hirundinidae Stelgidopteryx ruficollis 1 CA Troglodytidae Troglodytes musculus 1 CA

Pheugopedius genibarbis 3 CA / MB Polioptilidae Polioptila dumicola 1 MB Turdidae Turdus leucomelas 5 M.U / CA / MB Turdus rufiventris 2 MB Thraupidae Saltator maximus 1 MB Lanio penicillatus 1 UM Tangara cayana 1 CA Sicalis flaveola 2 MB / CA Volatinia jacarina 2 CSS1 / CSS2 Sporophila nigricollis 1 CA CONSIDERAÇÕES FINAIS O projeto está em fase inicial de coleta de dados, uma vez que os primeiros seis meses foram dedicados ao treinamento para subsidiar as identificações tanto visuais como por vocalizações das aves. Ainda serão feitas coletas nos próximos 13 meses para que tenhamos o mesmo esforço amostral que Laranjeiras et al. (2012) e, desta forma, procedermos às comparações pertinentes aos objetivos propostos. AGRADECIMENTOS Ao CNPq pelo auxilio financiamento deste trabalho e aos colegas da equipe de trabalho. REFERÊNCIAS BAGNO, M. A.; MARINHO-FILHO, J. A avifauna do Distrito Federal: uso de ambientes abertos e florestais e ameaças. In Cerrado: caracterização e recuperação de matas de galeria. Embrapa Cerrados, Planaltina, 495-528. 2001

CARVALHO, A. R.; MARQUES, A. S. Diversidade e índice sucessional de uma vegetação de cerrado sensu stricto na Universidade Estadual de Goiás-UEG, campus de Anápolis. Rev. Árvore. 32 (1): 81-90. 2008 CUNHA, N. R. S.; J. E.; GOMES M. F. M.; BRAGA, M. J. A Intensidade da Exploração Agropecuária como Indicador da Degradação Ambiental na Região dos Cerrados. RER, 46(2): 291-323. 2008. FERRAZ, A. C. P.; GADELHA, B. Q.; AGUIAR-COELHO, V. M. Análise faunística de Calliphoridae (Diptera) da Reserva Biológica do Tinguá, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro. Ver. Bras. Ent. 53(4):620-628. IBAMA - instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis lista das espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção. Ministério do Meio Ambiente, IBAMA, Disponível em http:/www.biodiversitas.org.br 2003 GOTELLI, N. J. Ecologia. Editora Planta. Londrina. 2007 KLINK, C. A.; MACHADO R. B. A conservação do Cerrado brasileiro. megadiversidade, Brasília, (1): 148-155. 2005 LARANJEIRAS, T.O.; MOURA, N. G.; VIEIRA, L. C. G.; ANGELINI, R.; CARVALHO, A. R. Bird communities in different phytophysiognomies of the Cerrado biome Studies, Neotropical Fauna and Environment. 2-11. 2012 NIMER, E. Clima. In: IBGE. Geografia do Brasil Região Centro-Oeste. IBGE. Rio de Janeiro. (1): 23-34. 1989 RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. Fitofisionomias do Bioma Cerrado. SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P. Cerrado: ambiente e flora. Planaltina. EMBRAPA. 89-166. 1998 SILVA, J. M. C. Birds of the Cerrado region: South America. Steenstrupia. 69-92. 1995 VIANA, V.M.; TABANEZ, A.J.A.; MARTINEZ, J.L.A. Restauração e manejo de fragmentos florestais. Conservação da biodiversidade: São Paulo: Instituto Florestal, 1992. P.400-406