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Transcrição:

FORMAÇÃO DO SOLO Oliveira, Francisco Sérgio Silva de. O48f Formação do solo / Francisco Sérgio Silva de Oliveira. Varginha, 2015. 38 slides; il. Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader Modo de Acesso: World Wide Web 1. Solos - Formação. 2. Solos Estudo e ensino. I. Título. II. Fundação de Ensino e Pesquisa- FEPESMIG Elaborado por: Isadora Ferreira CRB-06 31/06 CDD: 631.4 AC: 115833

Dokuchaev consolidou a concepção de que as propriedades do solo são resultado dos fatores de formação do solo que nele atuaram e ainda atuam.

FATORES DE FORMAÇÃO DO SOLO Material de Origem O material de origem de um solo pode ser uma rocha ou um sedimento inconsolidado, aluvial (depósito de rio), ou coluvial (depósito de material no sopé das elevações).

Tempo O início da formação de um solo ocorre quando uma rocha sã começa a ser alterada, ou um evento de sedimentação se encerra, e a partir daí começam a ocorrer os processos de formação do solo.

O uso do termo tempo/idade em pedologia normalmente está relacionado à maturidade, ao grau de desenvolvimento de um solo, e não ao tempo cronológico. Solo é jovem: significa que a pedogênese foi pouco intensa formando um solo pouco espesso podendo apresentar minerais ainda passíveis de intemperização

Solo Velho Trata-se de um solo espesso, quimicamente pobre, com minerais profundamente intemperizados e acúmulo de óxidos.

Horizontes do Solo

Clima (precipitação e temperatura) É o fator que, isoladamente, mais contribui para o intemperismo. Mais do que qualquer outro fator, determina o tipo e a velocidade do intemperismo em uma dada região. Os dois parâmetros climáticos mais importantes são a precipitação e a temperatura

Precipitação A água está envolvida diretamente no processo, seja como solvente, seja indiretamente, favorecendo a instalação de seres vivos que irão acelerar o intemperismo. Uma vez processadas as reações, a circulação de água exerce importante papel na remoção de partículas sólidas (erosão) e produtos solúveis (lixiviação) do intemperismo.

Erosão

Lixiviação

Temperatura Desempenha um papel duplo, condicionando a ação da água: acelera as reações químicas, aumentando a evaporação, diminuindo a quantidade de água disponível para a lixiviação dos produtos solúveis. O elevação da temperatura em 10 C, aumenta de duas a três vezes a velocidade das reações químicas.

Organismos Compreende os vegetais, animais, bactérias, fungos, liquens, os quais têm influencias dinâmicas nos processos de formação do solo. Estes organismos exercem ações físicas e químicas sobre o material de origem e continuam a atuar no perfil do solo.

Ações conservadoras e transformadoras. conservadoras são por exemplo, a interceptação da chuva pela parte aérea dos vegetais, o sombreamento da superfície (diminuindo a amplitude térmica), assim como a retenção de solo pelas raízes das plantas

Transformadoras se destacam a ação dos organismos no intemperismo físico e químico das rochas, a mobilização de sólidos (minerais e orgânicos) por animais, e a reciclagem de nutrientes e incorporação de matéria orgânica pelos vegetais.

Topografia (relevo) A topografia regula a velocidade do escoamento superficial das águas pluviais (o que também depende da cobertura vegetal) e, portanto, controla a quantidade de água que se infiltra nos perfis, de cuja eficiência depende o fluxo vertical de solutos e colóides, assim como o fluxo lateral de partículas sólidas pela erosão.

Dessa forma o intemperismo se acentua quanto mais a água se infiltrar pelo perfil do solo, levando os produtos mais solúveis do intemperismo. Por outro lado, se as partículas sólidas da superfície do solo forem arrastadas pelo escorrimento lateral (erosão), o equilíbrio pedogênese/erosão se deslocará no sentido de manter o solo com menor espessura, ou seja, mais próximo do material de origem.

PROCESSOS GERAIS DE FORMAÇÃO DO SOLO São processos que produzem as modificações que ocorrem no solo devido à atuação dos fatores de formação do solo. Consistem de adição, remoção ou perda, transformação e translocação.

Adição Compreende qualquer contribuição externa ao perfil do solo. Adição de matéria orgânica, poeiras e cinzas; materiais depositados tanto por enchentes como por movimentos de massa nas encostas, gases que entram por difusão nos poros do solo (CO2, O2, N2), adubos, corretivos, agrotóxicos, adição de solutos pela chuva, etc.

Remoção ou perda Perdas de gases, líquidos ou sólidos sofridas por uma determinada porção de solo, podendo ser em superfície ou em profundidade. -exportação de nutrientes pelas colheitas; - perdas de compostos voláteis por queimadas; - lixiviação de solutos pelo lençol freático; - perdas laterais de soluções com íons reduzidos (Fe, Mn), etc.

Translocação É caracterizada pelo movimento de materiais de um ponto para o outro dentro do perfil do solo. - o movimento de argilas e/ou solutos de um horizonte para o outro; - espaços deixados por raízes decompostas, cupins, minhocas, formigas, etc., - atividade agrícola,

Transformação São processos que consistem na transformação física, química ou biológica dos constituintes do solo, Transformações Físicos - quebras de minerais e rochas; - umedecimento e secagem do solo com quebra de agregados, - compressão provocada pelo crescimento de raízes, etc.

Transformações químicas consistem dos processos de intemperismo químico já conhecidos, assim como a neoformação de minerais da fração argila do solo.

PROCESSOS ESPECÍFICOS DE FORMAÇÃO DO SOLO Latossolização Nesse processo, os fatores ativos de formação do solo (clima e organismos) apresentam uma ação intensa por um longo tempo, em uma condição de relevo que propicia a remoção de sais solúveis e a transformação acentuada de minerais, em busca de uma condição de equilíbrio,

Esta estrutura permite que os latossolos apresentem uma alta permeabilidade e arejamento, semelhante a solos arenosos, mesmo que contenham elevados teores de argila. Os latossolos ocupam extensos chapadões planos onde a água em abundância se infiltrou profundamente, causando intensa lixiviação e acentuado intemperismo.

O material intemperizado foi intensamente revolvido pelos organismos vivos (formigas, cupins, raízes mortas etc) e transportados a grandes distancias na paisagem por ação dos agentes erosivos (vento, chuvas, cursos d água etc.). Esses agentes promovem mistura de substratos de diferentes origens.

Salinização (ou halomorfismo) É o processo específico de formação de solos que apresentam acumulação de sais no perfil. É comum nesses solos o processo de adição de sais pelo lençol freático ou pela erosão das elevações circundantes.

Os solos formados por esse processo tem suas características diferenciadas conforme a assembléia de cátions (principalmente Ca+2, Mg+2, Na+, H+) que satura as cargas de suas argilas e são reconhecidos pelos atributos: - caráter sódico: saturação das cargas por Na > 15%. - caráter solódico: saturação das cargas por Na > 6% e < 15%. São solos encontrados no Nordeste brasileiro e no Pantanal Matogrossense.

Hidromorfismo Neste processo específico de formação de solos, alguns horizontes do solo estão sujeitos à submersão contínua ou durante a maior parte do tempo. Os processos gerais de formação do solo que mais se destacam são a transformação de minerais passíveis de redução, e a adição de matéria orgânica, que se acumula devido à menor taxa de decomposição.

A menor quantidade de oxigênio do solo, causada pelo excesso de água, permite a proliferação de organismos anaeróbicos que, neste ambiente de baixo potencial de oxiredução, reduzem o Fe3+ dissolvido na solução do solo, usando-o como receptor de elétrons no processo de oxidação dos compostos de carbono. Assim, as argilas oxídicas ferruginosas vão sendo consumidas e o solo vai perdendo as cores vivas (vermelha e amarela) dessas argilas.