Casal Chanberlain George Whitehill Chamberlain nasceu a 13 de agosto de 1839 em Waterford, na Pensilvânia. Estudou nos colégios Delaware e Union e veio para o Brasil buscando melhoras de saúde (visão). Em 21/07/1862 chega ao RJ com carta de recomendação para Blackford, cunhado de Simonton, que achava-se nos EUA. Esteve por cerca de um ano e meio nas províncias de São Paulo (Rio Claro) e Rio Grande do Sul, lecionando inglês e evangelizando. Em 05/64 voltou ao Rio de Janeiro para auxiliar o Rev. Simonton,em resposta a um apelo deste. Faz companhia a este no luto por Helen, no final de junho.
Sínodo da IPB. Em 01/1886 foi nomeado missionário coadjutor, por carta. sendo ordenado em 8 de julho do mesmo ano, na segunda reunião do Presbitério do Rio de Janeiro. No mês seguinte, foi para os Estados Unidos a fim de estudar teologia no Seminário de Princeton. Nesse período, angariou a maior parte dos recursos para a construção do templo da igreja do Rio de Janeiro e contraiu matrimônio com Mary Ann Annesley. Em setembro de 1868 está de volta, demorando-se por um ano na igreja do Rio. Em outubro de 1869 assumiu o pastorado da igreja de São Paulo, organizada quatro anos antes, onde permaneceria até 1887.
Em 1870, o casal Chamberlain iniciou em sua residência a Escola Americana. No ano seguinte, a escola passou a ocupar as instalações da igreja, na R. Nova de São José, nº 1 (Rua Líbero Badaró), sob a direção da missionária Mary P. Dascomb. Em 1875, a escola transferiu-se para Rua de São João, esquina com Rua do Ipiranga. Em 1885 Horace M. Lane para assumir direção da escola e no início do ano seguinte foi inaugurado o internato para meninos em uma propriedade adquirida pelo casal Chamberlain e depois doada à instituição. Vitimado pelo câncer em 1896, foi aos Estados Unidos em busca de tratamento, mas já era tarde. Faleceu em Salvador no dia 31 de julho de 1902.
Na sua lápide consta: "Cercado dos seus patrícios adotivos, nas plagas baianas, espera ressurreição. Morreu em Salvador em 31/07/1902 A escola continuava crescendo. De imediato a Senhora Chamberlain, utilizando a própria residência como sala de aula, recebeu três crianças para a escola que se iniciava, uma menina e dois meninos. Desde o ponto de partida, fez valer o princípio que permanece até os dias de hoje, 133 anos passados, de não fazer distinção de sexo, credo ou etnia, acolhendo crianças que a escola da época não acolhia.
Chamberlain, foram o futuro escritor Júlio César Ribeiro e as jovens Palmira Rodrigues e Adelaide Molina, bem como as educadoras Mary Parker Dascomb e Harriet Greenman. Mais tarde, ainda na década de 1870, ali também lecionaram os futuros pastores Antonio Pedro de Cerqueira Leite, Antonio Bandeira Trajano, Eduardo Carlos Pereira, Zacarias de Miranda e João Ribeiro de Carvalho Braga, bem como as professoras Alexandrina Teixeira da Silva Braga, Elmira Kuhl, Phoebe R. Thomas e Mary Lenington, todos ligados à Igreja Presbiteriana. Vários desses mestres escreveram importantes obras didáticas, como a Gramática da Língua Portuguesa de Júlio Ribeiro, a Aritmética de Antonio Trajano e a Gramática Expositiva de Eduardo C. Pereira. Merece destaque especial a pessoa do Rev. John Beatty Howell (1847-1924), que esteve em São Paulo de 1874 a 1884, auxiliando o Rev. Chamberlain na igreja e na Escola Americana, da qual foi diretor. Com o crescimento da Escola Americana e a perspectiva da criação de cursos superiores, Chamberlain buscou alguém que pudesse assumir a direção da escola em tempo integral.
Horace Manley Lane (1837-1912), que passou a dirigir a entidade no segundo semestre de 1885, ao mesmo tempo em que se filiou à Igreja Presbiteriana de São Paulo. A partir de 1891, Lane tornou-se o presidente do complexo Escola Americana/Colégio Protestante, cargo que exerceu com grande competência por mais de vinte anos, até a sua morte em 1912. Rev. Modesto P. de Barros Carvalhosa (1846-1917), que por muitos anos foi um dos dirigentes e professores da Escola Americana e do Mackenzie, para o qual escreveu a obra didática Compêndio de Escrituração Mercantil. Outros personagens destacados dos primeiros tempos do Mackenzie foram o latinista Francisco Rodrigues dos Santos Saraiva, a educadora Marcia P. Brown, o professor Remígio de Cerqueira Leite, o Rev. Robert Lenington, o Rev. Donald Campbell MacLaren, o segundo presidente do Colégio Protestante, e especialmente o Rev. William Alfred Waddell (1862-1939), o talentoso pastor e engenheiro que, tendo chegado ao Brasil em 1890, supervisionou a construção do primeiro edifício do Mackenzie e presidiu por duas vezes a instituição (1914-1927, 1933).
E 1871, foi fundada a Escola Americana, embrião do Colégio Presbiteriano Mackenzie, funcionando em um local mais espaçoso, acolhendo 44 alunos. Em 1876, foi criado o Curso Superior de Filosofia, funcionando junto à Escola Americana com a finalidade principal de preparar professores. Poucos anos depois, em 1879, foi comprada a área, no bairro de Higienópolis, onde funcionam, nos dias de hoje, tanto o Colégio quanto a Universidade. Em 1886, começou a funcionar o Curso Comercial, embrião da atual Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis. Em 1892, morreu o benfeitor, John Theron Mackenzie, que legou sua herança para a construção de uma Escola de Engenharia no Brasil. Em 1896, foi instalada a Escola de Engenharia do Mackenzie, que nos dias de hoje abriga Cursos de Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Engenharia de Produção e Engenharia de Materiais, esta com as modalidades de Química e Metalurgia, concretizando o desejo do benfeitor e, pouco antes, em 1893 havia sido reconhecido o Mackenzie College.
Em 1927, graduaram-se as primeiras mulheres pelo Mackenzie College. Foram três no Curso de Química Industrial. Quase imediatamente após, em 1929, graduou-se a primeira Engenharia Arquiteta. Em 1940, por exigência do Estado Novo, o Mackenzie College passou a ser denominado Instituto Mackenzie. Eram suas unidades a Escola Americana, o Colégio Mackenzie, a Escola Técnica e a Escola de Engenharia. Desta época, foram se consolidando, em 1946, a Faculdade de Arquitetura, que foi a primeira do Brasil, hoje Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e, no mesmo ano, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras que, mais tarde, se desmembraria nas, hoje, Faculdade de Filosofia, Letras e Educação e Faculdade de Ciências Biológicas, Exatas e Experimentais. Em 1950, instalou-se a Faculdade de Ciências Econômicas, atualmente uma das maiores unidades da Universidade Presbiteriana Mackenzie e, em 1953, a Faculdade de Direito. Anos mais tarde, em 1970, instalaramse as Faculdades de Comunicação e Artes e de Tecnologia, esta última tendo atualmente a denominação de Faculdade de Computação e Informática.
Mais recentemente, em 1988, instalou-se a Faculdade de Psicologia, em 2000, instalou-se a Faculdade de Teologia e no campus de Tamboré, adquirido em 1981 e onde apenas funcionava o colégio Presbiteriano de Tamboré, instalou-se a Faculdade de Educação Física. Destaca-se que, em 1952, a Universidade Mackenzie foi reconhecida pelo Decreto nº 30.511, assinado por Getúlio Vargas, Presidente da República, e Ernesto Simões da Silva Filho, Ministro da Educação. Era constituída por: Escola de Engenharia; Faculdade de Arquitetura; Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras; e Faculdade de Ciências Econômicas. Tinha 1.155 alunos. Destaca-se, também, que, em 1965, a Universidade Mackenzie teve a primeira gestão de uma mulher como reitora de universidade no Brasil, com a Doutora Esther de Figueiredo Ferraz ocupando o cargo, tendo sido ela que foi, também, a primeira mulher a ocupar, no Brasil, o cargo de Ministro de Estado. Em 1997, a Universidade Mackenzie passou a ser denominada de Universidade Presbiteriana Mackenzie. Nesse mesmo ano, foi criado o Fundo Mackpesquisa para atender às necessidades de incentivo à pesquisa na instituição e foram reorganizados os cursos de pós-graduação. Em 1998, a Universidade Presbiteriana Mackenzie retomou assento no Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB).
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Em setembro de 1888 foi organizado o Sínodo da Igreja Presbiteriana do Brasil, que se tornou assim autônoma, desligando-se das igrejas-mães norte-americanas. O Sínodo compunha-se de três presbitérios (Rio de Janeiro, Campinas-Oeste de Minas e Pernambuco) e tinha vinte missionários, doze pastores nacionais e cerca de sessenta igrejas. O primeiro moderador foi o veterano Rev. Blackford. O Sínodo criou o Seminário Presbiteriano, elegeu seus dois primeiros professores e dividiu o Presbitério de Campinas e Oeste de Minas em dois: São Paulo e Minas.
Nesse período, a denominação expandiu-se grandemente, com muitos novos missionários, pastores brasileiros e igrejas locais. O seminário começou a funcionar em Nova Friburgo, no final de 1892, e no início de 1895 transferiu-se para São Paulo, tendo à frente o Rev. John Rockwell Smith. Por causa da febre amarela, o Colégio Internacional foi transferido de Campinas para Lavras, e mais tarde veio a chamar-se Instituto Gammon, numa homenagem ao seu grande líder, o Rev. Samuel R. Gammon (1865-1928).
Infelizmente, os progressos desse período foram em parte ofuscados por uma grave crise que se abateu sobre a vida da igreja. Inicialmente, surgiu uma diferença de prioridades entre o Sínodo e a Junta de Missões de Nova York. O Sínodo queria apoio para a obra evangelística e para instalar o Seminário, ao passo que a Junta preferia dar ênfase à obra educacional, principalmente por meio do Mackenzie College. Paralelamente, surgiram desentendimentos entre o pastor da Igreja Presbiteriana de São Paulo, Rev. Eduardo Carlos Pereira, e os líderes do Mackenzie, Horace M. Lane e William A. Waddell.
http://images.library.yale.edu/divinitycontent/dayrep/egreja%20presbyteriana%20no%20brasil.%20%20synodo%201894.pdf
Fontes: Da Escola Americana a Organização do http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cr/article/download/461/297 (artigo que trata das tentativas de secularização do Mackenzie)