METODOLOGIA DOS ESTUDOS PARA A

Documentos relacionados
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DO ACESSO ÀS INFRAESTRUTURAS DO SETOR DO GÁS NATURAL

PROPOSTA DE MANUAL DE PROCEDIMENTOS DO ACESSO ÀS INFRAESTRUTURAS DO SETOR DO GÁS NATURAL

MECANISMO DE ATRIBUIÇÃO DA CAPACIDADE NO TERMINAL DE GNL ENTIDADE REGULADORA DOS SERVIÇOS ENERGÉTICOS FEVEREIRO 2008

Artigo 28.º Informação sobre novos projetos de investimento e relatórios de execução do orçamento

REGULAMENTO DE RELAÇÕES COMERCIAIS DO SECTOR DO GÁS NATURAL

MECANISMO DE ATRIBUIÇÃO DA CAPACIDADE DA RNTGN

REGULAMENTO DE RELAÇÕES COMERCIAIS DO SECTOR DO GÁS NATURAL. Fevereiro 2010

Aprova o Manual de Procedimentos de Acesso às Infraestruturas

ENTIDADE REGULADORA DOS SERVIÇOS ENERGÉTICOS. Diretiva n.º 13/2017

MECANISMO DE RESOLUÇÃO DE CONGESTIONAMENTOS NO ARMAZENAMENTO SUBTERRÂNEO DE GÁS NATURAL

REGULAMENTO DO ACESSO ÀS REDES,

PROPOSTA DE ALTERAÇÃO DO N.º 3 DO ARTIGO 9.º DO DESPACHO RELATIVA À DETERMINAÇÃO DO PREÇO REGULADO DE GNL (PRGNL) DOCUMENTO JUSTIFICATIVO

QUE TARIFAS DE GÁS NATURAL SÃO REGULADAS PELA ERSE NO ANO GÁS ?

REGULAMENTO TARIFÁRIO DO SETOR DO GÁS NATURAL

REGULAMENTO DA QUALIDADE DE SERVIÇO DO SECTOR DO GÁS NATURAL

REGULAMENTO TARIFÁRIO DO SECTOR DO GÁS NATURAL

ENTIDADE REGULADORA DOS SERVIÇOS ENERGÉTICOS. Despacho n.º 4878/2010

Índice. Capítulo I Disposições e princípios gerais Artigo 1.º Objeto Artigo 2.º Âmbito Artigo 3.º Siglas e definições...

REVISÃO TRIMESTRAL DOS PREÇOS DE ENERGIA DAS TARIFAS DE GÁS NATURAL NO 2.º TRIMESTRE DE 2010

NOTAS RELATIVAS AO FUNCIONAMENTO OPERACIONAL DO SNGN NO ÂMBITO DO ENQUADRAMENTO REGULAMENTAR DA ERSE

CARACTERIZAÇÃO DA PROCURA DE GÁS NATURAL NO ANO GÁS

1204 DIÁRIO DA REPÚBLICA I SÉRIE-A N. o de Fevereiro de 2006

Comunicado de Imprensa Tarifas e preços para o gás natural e outros serviços regulados para o ano gás

REVISÃO TRIMESTRAL DOS PREÇOS DE ENERGIA DAS TARIFAS DE GÁS NATURAL NO 1.º TRIMESTRE DE 2010

REGULAMENTO DE OPERAÇÃO INFRA-ESTRUTURAS DAS. Junho de 2007 ENTIDADE REGULADORA DOS SERVIÇOS ENERGÉTICOS

CONDIÇÕES GERAIS. (Anexo II do Despacho nº /2007, de 9 de Outubro de 2007)

REVISÃO TRIMESTRAL DOS PREÇOS DE ENERGIA DAS TARIFAS DE GÁS NATURAL NO 4.º TRIMESTRE DE 2009

PPDA DA REN ATLÂNTICO ANÁLISE DO RELATÓRIO DE EXECUÇÃO DO ANO GÁS

REGULAMENTO DE RELAÇÕES COMERCIAIS DO SETOR DO GÁS NATURAL. Abril 2016

RELATÓRIO DA QUALIDADE DE SERVIÇO

CONSULTA PÚBLICA N.º 67 PROJETO PILOTO PARA PARTICIPAÇÃO DO CONSUMO NO MERCADO DE RESERVA DE REGULAÇÃO

ENTIDADE REGULADORA DOS SERVIÇOS ENERGÉTICOS DESPACHO N.º 04/2007

12610-(62) Diário da República, 2.ª série N.º de abril de 2013

ENTIDADE REGULADORA DOS SERVIÇOS ENERGÉTICOS. Diretiva n.º 14/2014

PARA A OBTENÇÃO DE DISPENSA OU REDUÇÃO DA COIMA

Audição Pública sobre a proposta de regulamentação do sector do gás natural. Aspectos chave dos comentários da Endesa Portugal

FICHA TÉCNICA. Título: Regulamento de Relações Comerciais do setor do gás natural. Edição: Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (abril 2019)

Capítulo I Princípios e disposições gerais

5284 Diário da República, 1. a série N. o de Julho de 2006 MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS MINISTÉRIO DA ECONOMIA E DA INOVAÇÃO

Legislação Consolidada. Diploma

Legislação Consolidada. Diploma

REGULAMENTO DE OPERAÇÃO DAS INFRAESTRUTURAS

REVISÃO DO REGULAMENTO TARIFÁRIO DO SECTOR DO GÁS NATURAL

PROPOSTA DE REGULAMENTO DE RELAÇÕES COMERCIAIS DO SECTOR DO GÁS NATURAL

12610-(90) Diário da República, 2.ª série N.º de abril de 2013

ÍNDICE. 1 Enquadramento Indicadores de Qualidade de Serviço... 3

ÍNDICE. 1 Enquadramento Indicadores de Qualidade de Serviço... 3

Código de Conduta Operador da Rede Nacional de Transporte de Gás Natural. Edição: 1 Data:

REGULAMENTO DO ACESSO ÀS REDES,

Regulamento n.º 416/2016. Aprovação do Regulamento de Relações Comerciais do setor do gás natural

REGULAMENTO DE OPERAÇÃO DAS INFRAESTRUTURAS

ENERGIA O MERCADO DAS INFRA-ESTRUTURAS PDIRT. e Investimento da Rede de Transporte. Redes Energéticas Nacionais, SGPS

DRE. Diploma. Assim: Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Legislação Consolidada

MECANISMO DE ATRIBUIÇÃO DA CAPACIDADE NO ARMAZENAMENTO

Capítulo I. Artigo 3.º Siglas e definições

PARTE E. Diário da República, 2.ª série N.º de Julho de (37) ENTIDADE REGULADORA DOS SERVIÇOS ENERGÉTICOS

14590 Diário da República, 2.ª série N.º 89 9 de maio de 2016

CARACTERIZAÇÃO DA PROCURA DE GÁS NATURAL NO ANO GÁS

ÍNDICE. 1 Enquadramento Indicadores de Qualidade de Serviço... 3

ANÁLISE DOS INVESTIMENTOS DO SETOR DO GÁS NATURAL

REGULAMENTO DE QUALIDADE DE SERVIÇO

MEDIÇÃO E FATURAÇÃO DE ENERGIA. Lisboa, 27 de setembro de 2016

Proposta de alteração do. Regulamento do Acesso às Redes e às Interligações

CARACTERIZAÇÃO DA PROCURA DE GÁS NATURAL NO ANO GÁS

TARIFAS E PREÇOS DE GÁS NATURAL PARA O ANO GÁS DE E PARÂMETROS PARA O PERÍODO DE REGULAÇÃO A

Proposta de tarifas de gás natural de julho de 2018 a junho de 2019

RELATÓRIO DA QUALIDADE DE SERVIÇO

Revisão do Manual de Procedimentos de Acesso às Infraestruturas do SNGN. Documento de comentários

28460 Diário da República, 2.ª série N.º de Junho de 2008

RELATÓRIO DA QUALIDADE DE SERVIÇO

ANÁLISE DOS INVESTIMENTOS DO SECTOR DO GÁS NATURAL

13754 Diário da República, 2.ª série N.º de abril de 2016

VERSÃO PÚBLICA. DECISÃO DA AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA Processo AC I 32/2006 REN / Activos Regulados de Gás Natural I INTRODUÇÃO

NOTA INFORMATIVA. Dezembro 2010 ENTIDADE REGULADORA DOS SERVIÇOS ENERGÉTICOS

ANÁLISE DOS INVESTIMENTOS DO SETOR DO GÁS NATURAL

RELATÓRIO DE FUNCIONAMENTO DO SNGN JULHO DE 2008 A DEZEMBRO DE 2009

RELATÓRIO DA QUALIDADE DE SERVIÇO DO SECTOR DO GÁS NATURAL ANO GÁS

ANÁLISE DOS INVESTIMENTOS DO SETOR DO GÁS NATURAL

Comunicado. Tarifas e preços de gás natural de julho de 2016 a junho de 2017

ÍNDICE. 1 Enquadramento Indicadores de Qualidade de Serviço... 3

TARIFAS E PREÇOS DE GÁS NATURAL PARA O ANO GÁS

ANÁLISE DE INVESTIMENTOS DO SNGN

ANÁLISE DOS INVESTIMENTOS DO SETOR DO GÁS NATURAL

ENTIDADE REGULADORA DOS SERVIÇOS ENERGÉTICOS REGULAMENTO N.º 02/2018. Aprovação do Regulamento Tarifário do setor do gás natural

CARACTERIZAÇÃO DA PROCURA

Sistema de avaliação da qualidade dos serviços de águas e resíduos prestados aos utilizadores

A transição energética e o papel crucial do Gás Natural

DOCUMENTO JUSTIFICATIVO DA PROPOSTA DE ALTERAÇÃO DO REGULAMENTO TARIFÁRIO DO SETOR ELÉTRICO

SINTESE DAS CONTRIBUIÇÕES DAS ENTIDADES QUE PARTICIPARAM NA CONSULTA PÚBLICA ÀS PROPOSTAS DE PDIRD-GN 2016

12610-(42) Diário da República, 2.ª série N.º de abril de 2013

Relatório de Conformidade 2013

RELATÓRIO DA QUALIDADE DE SERVIÇO

ANÁLISE DOS INVESTIMENTOS DO SETOR DO GÁS NATURAL

REVISÃO TRIMESTRAL A APLICAR AOS PREÇOS DE ENERGIA DAS TARIFAS DE GÁS NATURAL NO 1.º TRIMESTRE DE 2009

NOTA EXPLICATIVA DA INFORMAÇÃO SOBRE PRODUÇÃO EM REGIME ESPECIAL

Comunicado. Proposta de tarifas de gás natural de julho de 2016 a junho de 2017

Plano de Investimentos da Rede de Transporte de Electricidade e Gás Natural (PDIRT e PDIRGN )

RELATÓRIO ANUAL DE QUALIDADE DE SERVIÇO 2016

Transcrição:

METODOLOGIA DOS ESTUDOS PARA A DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE NA RNTGN FEVEREIRO 28 ENTIDADE REGULADORA DOS SERVIÇOS ENERGÉTICOS

Rua Dom Cristóvão da Gama n.º 1-3.º 14-113 Lisboa Tel.: 21 33 32 Fax: 21 33 32 1 e-mail: erse@erse.pt www.erse.pt

ÍNDICE 1 DISPOSIÇÕES E PRINCÍPIOS GERAIS... 1 1.1 Objectivo e Âmbito... 1 1.2 Enquadramento... 1 1.3 Siglas e Definições... 1 1.4 Considerações gerais... 2 2 METODOLOGIA DOS ESTUDOS... 3 2.1 Critérios para a definição de capacidade... 3 2.1.1 Capacidade técnica máxima... 3 2.1.2 Capacidade máxima efectiva considerando as restrições técnicas... 3 2.1.3 Capacidade disponível para fins comerciais... 4 2.2 Simulação de cenários na RNTGN... 4 2.2.1 Simulações para a determinação da capacidade máxima efectiva considerando as restrições técnicas... 5 2.2.2 Simulações para a determinação da capacidade disponível para fins comerciais... 5 ANEXO... 7 I. Determinação da Capacidade na RNTGN... 7 A. Recolha de Dados de Consumo e Aprovisionamento de Gás Natural... 7 B. Distribuição de Consumos Pelos Pontos de Saída... 7 C. Definição das Condições de Fronteira... 8 D. Cálculo da Capacidade... 8 i

1 DISPOSIÇÕES E PRINCÍPIOS GERAIS 1.1 OBJECTIVO E ÂMBITO O presente documento tem como objectivo apresentar a metodologia dos estudos para a determinação da capacidade na Rede Nacional de Transporte de Gás Natural (RNTGN), conforme disposto no Regulamento de Acesso às Redes, às Infra-estruturas e às Interligações do Sector do Gás Natural (RARII). 1.2 ENQUADRAMENTO O operador da RNTGN deve efectuar os estudos que considere necessários para a determinação da capacidade da sua infra-estrutura, tendo em conta os diferentes cenários que o operador prevê que possam vir a ocorrer, quer avaliando o regime de consumos expectável para o período em estudo, quer em termos de disponibilidade de entrada de gás natural nos diversos pontos da RNTGN, considerando diferentes regimes sazonais. 1.3 SIGLAS E DEFINIÇÕES Na presente metodologia são utilizadas as seguintes siglas: a) GNL Gás natural liquefeito. b) RNTGN Rede Nacional de Transporte de Gás Natural. c) RNTIAT Rede Nacional de Transporte, Infra-estruturas de Armazenamento e Terminais de GNL. d) RNDGN Rede Nacional de Distribuição de Gás Natural. e) RPGN Rede Pública de Gás Natural. f) SNGN Sistema Nacional de Gás Natural. Para efeitos da presente metodologia entende-se por: a) Capacidade caudal de gás natural, expresso em termos de energia por unidade de tempo. b) Interligação conduta de transporte que transpõe uma fronteira entre estados membros vizinhos com a finalidade de interligar as respectivas redes de transporte. c) Operador da rede de transporte entidade concessionária da RNTGN, responsável pela exploração, manutenção e desenvolvimento da rede de transporte em condições de segurança, fiabilidade e qualidade de serviço, bem como das suas interligações com outras redes, quando aplicável, 1

devendo assegurar a capacidade da rede a longo prazo para atender pedidos razoáveis de transporte de gás natural. 1.4 CONSIDERAÇÕES GERAIS Consideram-se pontos relevantes da RPGN, para os quais se determina a sua capacidade neste documento, os seguintes: a) As interligações internacionais, designadamente Campo Maior e Valença do Minho. b) A ligação ao terminal de GNL. c) A ligação entre a RNTGN e as instalações de armazenamento subterrâneo de gás natural. d) As ligações entre a RNTGN e a RNDGN. e) As ligações entre a RNTGN e as instalações consumidoras de clientes abastecidos em alta pressão. No presente documento é descrita a metodologia dos estudos referidos anteriormente, e que devem evidenciar, para os pontos relevantes da RPGN, os seguintes valores: 1. Capacidade técnica máxima. 2. Capacidade máxima efectiva considerando as restrições técnicas. 3. Capacidade disponível para fins comerciais. A capacidade prevista na RNTGN e no terminal de GNL, no âmbito dos contratos de aprovisionamento de gás natural de longo prazo e em regime de take or pay, celebrados em data anterior à publicação da Directiva n.º 23/55/CE, do Parlamento e do Concelho, de 26 de Junho, será divulgada pelo operador da RNTGN, na sua actividade de Gestão Técnica Global do SNGN, nos termos do Mecanismo da Atribuição de Capacidade na RNTGN, com base nas programações anuais enviadas pelos agentes de mercado nos termos do mesmo mecanismo. 2

2 METODOLOGIA DOS ESTUDOS 2.1 CRITÉRIOS PARA A DEFINIÇÃO DE CAPACIDADE 2.1.1 CAPACIDADE TÉCNICA MÁXIMA A capacidade técnica máxima é determinada da seguinte forma para os diferentes pontos relevantes da RNTGN: a) Pontos de entrada na RNTGN A menor das capacidades entre a capacidade nominal das infra-estruturas a montante destes pontos, que determinam a capacidade máxima de entrega de gás natural nestes pontos, e a capacidade das estações de medição localizadas nos mesmos. A capacidade técnica máxima no ponto de entrada de interligação será disponibilizada pelo operador da rede interligada. No ponto de ligação ao terminal de GNL será disponibilizada pelo operador desta infra-estrutura. b) Ponto de ligação ao armazenamento subterrâneo As capacidades no ponto de ligação entre a RNTGN e o armazenamento subterrâneo de gás natural devem distinguir dois processos. O processo de entrega de gás natural a partir da RNTGN para injecção nas cavernas e o processo de recepção de gás natural na RNTGN extraído das cavernas. Para a saída de gás natural da RNTGN para o armazenamento subterrâneo considera-se a menor das capacidades entre a capacidade nominal das infra-estruturas de injecção do armazenamento e a capacidade da estação de medição localizada nesse ponto. Para a entrada de gás natural na RNTGN a partir do armazenamento subterrâneo considera-se a menor das capacidades entre a capacidade nominal das infra-estruturas de extracção do armazenamento e a capacidade da estação de medição localizada nesse ponto. c) Restantes pontos de ligação A capacidade nominal das estações localizadas em cada um desses pontos. 2.1.2 CAPACIDADE MÁXIMA EFECTIVA CONSIDERANDO AS RESTRIÇÕES TÉCNICAS As capacidades máximas efectivas considerando as restrições técnicas dos pontos relevantes da RPGN serão as resultantes das respectivas capacidades técnicas máximas, definidas no ponto 2.1.1, tendo em conta as restrições técnicas existentes durante o período a que se refere a determinação da capacidade. Consideram-se restrições técnicas as resultantes da: 1. Indisponibilidade das infraestruturas da RNTIAT previstas no plano anual de manutenção. 2. Indisponibilidade pontual e não prevista nas infraestruturas da RNTIAT. 3. Necessidade de garantir a interoperabilidade entre a RNTGN e as infra-estruturas interligadas. 3

4. Necessidade de garantir o cumprimento de pressões mínimas de entrega. Nos casos dos pontos de entrada na RNTGN e do ponto de saída de interligação, as respectivas capacidades máximas efectivas considerando as restrições técnicas deverão ser previamente validadas através de processos de simulação conforme definidos no ponto 2.2. 2.1.3 CAPACIDADE DISPONÍVEL PARA FINS COMERCIAIS As capacidades disponíveis para fins comerciais dos pontos relevantes da RPGN, referenciados no ponto 1.4, serão as resultantes das respectivas capacidades máximas efectivas considerando as restrições técnicas, determinadas no ponto anterior, afectadas das quantidades necessárias para garantir: 1. A operação das infra-estruturas da RNTIAT com segurança e fiabilidade. 2. A absorção do perfil intra-diário de consumos na RNTGN. 3. A utilização eficaz das reservas operacionais, constituídas pelos agentes de mercado nas infra-estruturas da RNTIAT, por parte do operador da RNTGN. Nos casos dos pontos de entrada na RNTGN e do ponto de saída de interligação, as respectivas capacidades disponíveis para fins comerciais deverão ser previamente validadas através de processos de simulação conforme definidos no ponto seguinte (2.2). No caso do ponto de ligação ao armazenamento subterrâneo, a capacidade disponível para fins comerciais será igual à capacidade máxima efectiva considerando as restrições técnicas determinada no ponto 2.1.2, quer para o modo de injecção quer para o modo de extracção, em função das existências previstas na infra-estrutura do armazenamento subterrâneo. Nos casos dos restantes pontos de ligação, as respectivas capacidades disponíveis para fins comerciais serão iguais às correspondentes capacidades máximas efectivas determinadas no ponto 2.1.2. 2.2 SIMULAÇÃO DE CENÁRIOS NA RNTGN A capacidade física de transporte da RNTGN poderá limitar a capacidade máxima efectiva considerando as restrições técnicas em alguns dos pontos relevantes da RNTGN, devendo essa capacidade ser validada através de simulações. Para tal, é utilizado um conjunto de fórmulas de cálculo que descrevem o escoamento de um fluido compressível em gasodutos de transporte em alta pressão, conseguido através de um conjunto de parâmetros, nomeadamente as características da tubagem (diâmetro, comprimento, etc.), as condições de pressão e temperatura, assim como os caudais de escoamento. 4

Os detalhes relativos ao cálculo da capacidade na RNTGN, designadamente a obtenção e tratamento de dados necessários à realização deste tipo de estudos, encontram-se em anexo. 2.2.1 SIMULAÇÕES PARA A DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE MÁXIMA EFECTIVA CONSIDERANDO AS RESTRIÇÕES TÉCNICAS Para os pontos de entrada na RNTGN (interligação e terminal de GNL) e para o ponto de saída da interligação de Valença do Minho, a capacidade máxima efectiva considerando as restrições técnicas determinada no ponto 2.1.2 deverá ser validada através de simulações, tomando como base: 1. Pontos de entrada na RNTGN A maior capacidade que a RNTGN poderá transportar em cada um dos pontos de entrada (interligação e terminal de GNL), obtida por simulação e desde que não ultrapasse a capacidade técnica máxima determinada no ponto 2.1.1, considerando: As actuais infra-estruturas da RNTIAT. A capacidade máxima efectiva considerando as restrições técnicas, dos pontos de saída da RNTGN. O cenário de consumos nos pontos de saída na RNTGN que maximize a capacidade determinada para os pontos de entrada. 2. Ponto de interligação de saída A maior capacidade que a RNTGN poderá transportar nesta interligação, obtida por simulação e desde que não ultrapasse a capacidade técnica máxima determinada no ponto 2.1.1, considerando: As actuais infra-estruturas da RNTIAT. A capacidade máxima efectiva considerando as restrições técnicas dos pontos de saída da RNTGN. O cenário de consumos nos pontos de saída da RNTGN que maximize a capacidade determinada para esta interligação, garantindo a interoperabilidade com a rede interligada. 2.2.2 SIMULAÇÕES PARA A DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE DISPONÍVEL PARA FINS COMERCIAIS Com base nos requisitos necessários ao funcionamento da RNTGN, o operador desta infra-estrutura procederá à simulação das novas condições de operação da rede, determinando a capacidade disponível para fins comerciais nos seguintes pontos relevantes da RPGN, tomando como base: 1. Pontos de entrada na RNTGN A maior capacidade que a RNTGN poderá transportar em cada um dos pontos de entrada (Interligação e terminal de GNL), obtida por simulação e desde que não 5

ultrapasse a capacidade máxima efectiva considerando as restrições técnicas determinada no ponto 2.1.2 e validada no ponto 2.2.1, considerando: As actuais infra-estruturas da RNTIAT. A capacidade máxima efectiva considerando as restrições técnicas dos pontos de saída da RNTGN. O cenário de maiores consumos nos pontos de saída na RNTGN previsto para cada período temporal em estudo. O cenário de maiores consumos possíveis nos pontos de saída do mercado electroprodutor. A capacidade máxima efectiva considerando as restrições técnicas no ponto de ligação ao armazenamento subterrâneo no modo de injecção. A capacidade na interligação de Valença do Minho que maximize a capacidade nos pontos de entrada, garantindo a interoperabilidade com a rede interligada. 2. Ponto de interligação de saída de interligação A capacidade que a RNTGN poderá transportar nesta interligação, obtida por simulação e desde que não ultrapasse a capacidade máxima efectiva considerando as restrições técnicas determinada no ponto 2.1.2 e validada no ponto 2.2.1, considerando: As actuais infra-estruturas da RNTIAT. A capacidade máxima efectiva considerando as restrições técnicas dos pontos de saída da RNTGN. O cenário de maiores consumos nos pontos de saída na RNTGN previsto para cada período temporal em estudo. O cenário de maiores consumos possíveis nos pontos de saída do mercado electroprodutor. A capacidade máxima efectiva considerando as restrições técnicas no conjunto dos dois pontos de entrada, na interligação e no terminal de GNL, garantindo a interoperabilidade, respectivamente, com a rede e a infra-estrutura interligada. 6

ANEXO I. DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE NA RNTGN De modo a garantir a operação segura e eficiente da RNTGN, assim como das infra-estruturas a ela interligadas, o operador da RNTGN efectua simulações periódicas que visam a determinação da capacidade disponível para fins comerciais. As simulações devem ser realizadas tendo como base as previsões de consumo efectuadas pelo operador da RNTGN ou as avançadas pelos agentes de mercado, as quais caracterizam num período temporal as saídas da rede, sendo possível determinar a capacidade disponível ao longo da RNTGN e nos pontos relevantes da RPGN. A determinação da capacidade na RNTGN segue uma metodologia de estudo composta pelas seguintes etapas: 1. Recolha de dados de consumo e aprovisionamento de gás. 2. Distribuição de consumos pelos pontos de saída. 3. Definição das condições fronteira. 4. Execução da simulação. A. RECOLHA DE DADOS DE CONSUMO E APROVISIONAMENTO DE GÁS NATURAL O operador da RNTGN efectua a recolha e selecção de dados de consumo e de aprovisionamento de gás que têm como origem a informação disponibilizada pelos agentes de mercado no âmbito do processo de programação e acesso às infra-estruturas da RNTIAT ou, na inexistência desta, recorrendo às suas previsões de consumos no SNGN, efectuadas com base no histórico registado e em factores de crescimento expectáveis. Após efectuada esta recolha e selecção, é efectuada uma modelação dos dados de consumo ao longo do tempo de modo a caracterizar os consumos agregados para o período em estudo. Esta modelação é concretizada com base no histórico de consumos e traduz um padrão de comportamento cíclico que, por esse facto, se poderá assumir também para o futuro. B. DISTRIBUIÇÃO DE CONSUMOS PELOS PONTOS DE SAÍDA Para uma caracterização tão fiel quanto possível da realidade, é igualmente analisada a distribuição de consumos para cada ponto de saída. Esta análise é efectuada com base nas programações enviadas pelos agentes de mercado ou, na inexistência destas, recorrendo ao histórico de consumos verificados na RNTGN. Desta forma é possível distribuir geograficamente os consumos ao longo da rede, caracterizando de uma forma tão correcta quanto possível, o escoamento de gás ao longo da mesma. 7

C. DEFINIÇÃO DAS CONDIÇÕES DE FRONTEIRA Os estudos efectuados para a determinação da capacidade da RNTGN devem ter em consideração as limitações operacionais existentes, nomeadamente as condições de pressão, temperatura e capacidades mínimas e máximas de operação. D. CÁLCULO DA CAPACIDADE Para o cálculo da capacidade física da RNTGN é utilizado um software de simulação, que recorre a um conjunto de fórmulas de cálculo que descrevem o escoamento de um fluido compressível em gasodutos de transporte em alta pressão. Apresenta-se a fórmula de Darcy/Weisbach, que inclui um determinado número de parâmetros, como por exemplo as características da tubagem (diâmetro, comprimento, etc.), as condições de pressão e temperatura, assim como os caudais de escoamento, e que permite determinar a capacidade num troço de gasoduto: p 2 1 p 2 2 16 ρ P = λ 2 π T T d 5 I K q 2 (SI) Em que: p, p 1 2 pressão absoluta nos pontos de entrada e saída da RNTGN; λ rugosidade da tubagem; ρ densidade do fluido às condições normais; p pressão normal (1,1325 bar); T temperatura normal (273,15 K); T d l temperatura de transporte; diâmetro interno da tubagem; comprimento da tubagem; K ( Z Z ) coeficiente de compressibilidade; q velocidade de escoamento às condições normais. 8

A fórmula acima indicada é baseada num modelo de escoamento de gases em estado estacionário, e constitui uma aproximação bastante razoável para cálculos de determinação de capacidade. 9