D2: Potencial Nacional de Investigação e Desenvolvimento em Novas Tecnologias Energéticas

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Transcrição:

análise das novas tecnologias energéticas nacionais e cenarização do seu impacto no sistema energético nacional D2: Potencial Nacional de Investigação e Desenvolvimento em Novas Tecnologias Energéticas Júlia Seixas www.evalue.pt E.VALUE Estudos e Projectos em Ambiente e Economia S.A.

ID&D: Investimento público Investimento público em I&D na área da Energia, expresso como % do PIB. Government budget appropriations or outlays on R&D (GBAORD), NABS07 (Energy) 2

Objectivos, âmbito e método Objectivo Sistematizar os agentes nacionais de I&DD nas novas tecnologias energéticas, privilegiando as que se suportam nos recursos endógenos nacionais Identificar nichos e tendências de desenvolvimento nacionais Âmbito I&DD com recurso a financiamento nacional > 2000 I&DD com recurso a financiamento Europeu > 2000 não inclui projectos de investimento privado (fontes não sistematizadas) 3

Objectivos, âmbito e método A. CARACTERIZAÇÃO DE PROJECTOS DE ID&D IDENTIFICAÇÃO DAS ENTIDADES NACIONAIS PÚBLICAS E PRIVADAS PARTICIPANTES NACIONAIS Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT MCTES): projectos de I&D aprovados no domínio da energia, incluindo os projectos de Investigação Científica e de Desenvolvimento Tecnológico financiados no âmbito do Programa MIT Portugal 2008. Fundo de Apoio à Inovação (FAI): projectos de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico aprovados pelo FAI no domínio das energias renováveis e da eficiência energética. Agência de Inovação (ADI): projectos apoiados no domínio das fontes de energia renováveis e tecnologias energéticas emergentes. Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN): apoios concedidos pelo sistema de incentivos QREN e pelos sistemas de apoio do Programa Operacional Factores de Competitividade (COMPETE) a projectos que incluem energias renováveis, à data de 31 de Dezembro de 2009, abrangidos pelo Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico nas Empresas (I&DT), no âmbito das seguintes medidas: (i) I&DT Empresas/Projectos Individuais; (ii) I&DT Empresas/Projectos em Co promoção; (iii) I&DT Empresas/Vale I&DT INTERNACIONAIS 6º e 7º Quadros Comunitários de Apoio (FP6 e FP7) : base de dados de projectos na área da energia. Intelligent Energy Europe (IEE) 4

Objectivos, âmbito e método B. REUNIÕES COM ENTIDADES NACIONAIS como perspectivam a evolução do mercado em que se enquadram e quais as tecnologias mais promissoras? qual o seu posicionamento na cadeia de inovação da tecnologia? que barreiras ao desenvolvimento da tecnologia e como podem ser ultrapassadas? quais as áreas prioritárias em ID&D? validar informação técnico económica sobre tecnologias (custos de investimento, O&M, tempo de vida útil, eficiência da tecnologia) componente modelação 5

Projectos ID&D em Novas Tecnologias Energéticas FINANCIAMENTO NACIONAL (10 3 ) Tendência crescente muito importante da actividade de ID&D em Portugal: +70% de projectos aprovados a partir de 2008 face aos existentes no período 2000-2008. Financiamento pós 2008 é 5 vezes superior ao concedido no período 2000-2008 6

Projectos ID&D em Novas Tecnologias Energéticas FINANCIAMENTO NACIONAL pós 2008: Σ = 49 M 7

Projectos ID&D em Novas Tecnologias Energéticas FINANCIAMENTO EUROPEU 2007-2013: Até Julho 2010: 8.5 M Fonte: Gabinete de Promoção do 7º Programa-Quadro (montantes contratados/aprovados até Julho 2010) 37 projectos na área da energia envolvendo 53 entidades Portuguesas 8

Projectos ID&D em Novas Tecnologias Energéticas 9

pós 2008 Eólica [16,6 M 27%] Solar [7,0 M 12%] Geral Onshore Offshore Geral Fotovoltaica Térmica Oceanos [11,3 M 19%] Geral Ondas Biocombustíveis 1ª Geração [4,8 M 8%] 2ª Geração Biomassa [4,1M 7%] Geotérmica Mobilidade Eléctrica [5,2 M 9%] Redes Eléctricas Inteligentes [7,8 M 13%] CCS [0,2 M 0,4%] Pilhas de Combustível [3,3 M 6%] Legenda: 1.cada símbolo representa um projecto 2.os valores apresentados são referentes a financiamento nacional. Financiamento Nacional Financiamento Europeu

Projectos ID&D em Novas Tecnologias Energéticas Tendências actuais de ID&D em Portugal: i)elevado dinamismo em todos os vectores energéticos; ii)fatia significativa de projectos com uma componente demonstração explícita na maioria dos vectores energéticos; iii)vários projectos de energia solar fotovoltaica, com recurso a financiamento exclusivamente nacional posicionam-se já numa fase de pré-comercialização; iv)elevado número de projectos no vector oceanos; v)os projectos de biocombustíveis de 2ª geração com preponderância de financiamento nacional; vi)as redes eléctricas inteligentes tem um número significativo de projectos; vii)as redes eléctricas inteligentes, o solar térmico, geotermia, e oceanos com forte componente de financiamento Europeu potencial nacional para contribuir para as iniciativas Smart Cities e Rede Eléctrica, Solar e Bioenergia 11

Recurso Componentes Tecnologia e Aplicações Estudos Projectos ID&D em Novas Tecnologias Energéticas EÓLICA SOLAR HYTOWER COMPWIND WindMETER WINNER UP PhaseWIND OMNIDEA TURBAN WIND FLOAT 7,9 30,0 381,3 442,7 463,4 555,0 677,8 14.000,0 0 5.000 10.000 15.000 10 3 1.233 8% 15.295 92% SiPoSi PCS PO SOLARIS INCA SSTPRF CSO CPC SDS MFC SECMAD DYE SENSITIZED MSCPV HSUN SolarSel INAMOL CFC NanoSi PVCELLS EDIFICIO SOLAR XXI SOLARTILES 0,0 19,0 55,0 85,0 90,0 127,5 128,0 135,0 140,0 183,0 232,7 277,0 351,0 415,0 480,4 580,4 600,6 943,5 1.000,0 1.187,3 0 500 1.000 1.500 10 3 5.925 84% 1.016 15% OCEANOS BIOCOMBUSTÍVEIS CEODOURO 79,3 WAVE CONVERTERS 120,0 MOORWEC 125,0 ROADMAP 173,1 WEAM 180,0 MARTIFER 200,0 CAO 797,6 MODONDAS 1.246,4 OKEANÓS 1.250,0 FLOW 7.135,1 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10 3 10.629 94% BOTRYOFUEL NEWBIODIESEL APCFAME VEGOR ALGAFUEL FatDiesel MAPB REFINOLEA ALGANOL CAIMA BIORVOIL FleshDiesel PBA FatValue ALFAETíLICO IBERDIESEL BIIPP 51,9 62,9 81,4 82,8 85,0 169,9 199,6 260,2 271,6 282,6 308,0 321,1 327,0 377,2 476,3 511,6 959,8 0 200 400 600 800 1.000 1.200 10 3 1.534 32% 759 16% 81 1% 2.454 51%

Projectos ID&D em Novas Tecnologias Energéticas BIOMASSA MOBILIDADE ELÉCTRICA BIOCALDEIRA VENTIL PTE ECOCOMBUSTÍVEL 61,0 170,5 192,1 472,8 DPVEB EVSIM09 ADSIVE 19,0 192,2 341,6 1.547; 29% 192; 4% VERICA CEBIO 485,5 979,3 VEECO 1.186,2 3.502; 67% PT LYPTUS 1.744,7 IDT MOBI.e 3.501,8 0 500 1.000 1.500 2.000 10 3 0 1.000 2.000 3.000 4.000 10 3 REDES ELÉCTRICAS INTELIGENTES PILHAS DE COMBUSTÍVEL IEAREI MORE CARE 31,3 57,8 EFAPOWER H2 62,5 423; 13% NETPLAN OCR SensorWeb 79,5 109,0 H2 179,1 FIGURE 148,0 IENERGY EPIDE REIVE INOVGRID 181,3 193,8 3.352,8 3.649,3 7.803; 100% LUCIS EDEN 181,4 2.924,7 2925; 87% 0 1.000 2.000 3.000 4.000 10 3 0 1.000 2.000 3.000 4.000 10 3 Nota: Apenas um projecto na área da captura e armazenamento de CO 2, com um montante de financiamento de 246x103 [Ktejo] Recurso Componentes Tecnologia e Aplicações Estudos

Desenvolvimento da ID&D em Novas Tecnologias Energéticas Redes Eléctricas Inteligentes Contadores Inteligentes Mobilidade Eléctrica Solar Película Fina e Fotovoltaica de Concentração Eólica Offshore Ondas Solar Fotovoltaica Tecnologias Emergentes e Novos Conceitos Biocombustíveis 2ª Geração Geotermia 14

Desenvolvimento da ID&D em Novas Tecnologias Energéticas Nos últimos anos, Portugal viu crescer a actividade ID&D : +70% a partir de 2008 face ao período 2000-2008 60% destes projectos foram financiados por sistemas de incentivos/programas nacionais (sobretudo ADI e FAI) no montante de 57 M, o financiamento concedido após 2008 mais de 5 vezes superior ao período 2000-2008, empenho crescente da comunidade nacional e uma aposta clara dos instrumentos nacionais nas novas tecnologias de energia. A consolidação da ambição nacional em novas tecnologias energéticas exige: i)política clara de apoio à ID&D, cobrindo toda a cadeia de valor da tecnologia, e reforço do investimento, ii)desburocratização no acesso aos apoios, e concentração da submissão de candidaturas num único acesso (one stop shop); iii)promoção nas empresas de uma cultura e de instrumentos de investimento de risco; iv)desenvolvimento de um nível de competências de excelência (e.g. natureza laboratorial), que permita contratualizar actividades de demonstração, já que é reconhecido a ausência de escala e infraestruturas adequadas nas actuais unidades do SCTN; v)formação de nível superior de tecnólogos. Sem o reforço a curto prazo das actividades de ID&D nestes aspectos, entre outros, dificilmente Portugal terá um papel relevante em matéria de desenvolvimento de tecnologias energéticas emergentes, à escala Europeia e Mundial. 15

www.evalue.pt 16