HISTÓRIA Professor Orlando Stiebler MÓDULO 19 Nova República I
FRANCISCO DORNELLES (MARÇO/AGOSTO 1985) POLÍTICA DE AUSTERIDADE (ORTODOXIA) TENTATIVA DE CONTROLAR A INFLAÇÃO CORTE DE 10% DO ORÇAMENTO DA UNIÃO CONGELAMENTO DE CONTRATOS E EMPRÉSTIMOS
Plano Cruzado (1986) congelamento de preços de bens e serviços nos níveis do dia 27 de fevereiro de 1986; reforma monetária, com alteração da unidade do sistema monetário, que passou a denominar-se cruzado (Cz$), cujo valor correspondia a mil unidades de cruzeiro; Suspensão da correção monetária generalizada. A correção monetária provocava uma indexação quase completa da economia e realimentava a expectativa inflacionária
PLANO HETERODOXO Reajuste do salário mínimo pelo valor médio dos últimos 6 meses Criação do gatilho salarial sempre que a inflação chegasse a 20% Entusiasmo da população (Fiscais do Sarney)
O aparente sucesso do Plano Cruzado resultou em uma vitória quase unânime do PMDB que fez vinte e dois governadores em vinte e três possíveis e fez a maioria dentre os 49 senadores eleitos, 487 deputados federais e o maior número dos 953 deputados estaduais. ANTÔNIO CARLOS VALADARES PFL/SERGIPE
Fatores do fracasso do PLANO CRUZADO Desabastecimento de bens e o surgimento de ágio para compra de produtos escassos, principalmente os que se encontravam na entressafra (carne e leite) e de mercados oligopolizados (automóveis). Ausência de controle de gastos do governo (falta de medidas econômicas por parte do governo para controlar os gastos públicos) O Plano Cruzado também teve como resultado uma deterioração na balança de pagamentos do país com a consequente queda nas reservas internacionais.
Foi até cunhada, por isso tudo, a expressão "Estelionato Eleitoral". Seja como for, o plano naufragou de vez logo após as eleições. A população se revoltou com quebra-quebra de ônibus e invasão de supermercados. A hiperinflação se instalou, sem controle.
PLANO CRUZADO II Liberação dos preços dos produtos e serviços Reajuste dos aluguéis a ser negociado entre proprietários e inquilinos Alteração do cálculo da inflação, que passaria a ter como base os gastos das famílias com renda de até cinco salários mínimos Aumento de impostos sobre bebidas, cigarros, combustíveis, energia, telefonia Aumento das tarifas de serviços públicos Aumento da carga fiscal
A população teve que enfrentar vários aumentos de preços, num só dia: 60% no preço da gasolina; 120% dos telefones e energia; 100% das bebidas; 80% dos automóveis; 45% a 100% dos cigarros.
Em 1987, durante o governo Sarney (1985-1990), na gestão do ministro Dílson Funaro na Fazenda, o Brasil chegou a decretar a moratória no pagamento da dívida externa, o que afastou os investidores estrangeiros do país.
Plano Bresser instituiu o congelamento dos preços, dos aluguéis, dos salários e a URP (Unidade de Referência de Preços) como referência monetária para o reajuste de preços e salários. Bresser Pereira 1987
Maílson da Nóbrega 1988-1990
O pacote econômico conhecido como "Plano Verão" foi o quarto e último do governo Sarney, e tinha como objetivo principal controlar a escalada inflacionária num ano eleitoral. Como os seus antecessores, o Plano Verão revelou-se um quase completo fracasso.
"Brasileiros e brasileiras..." Em discurso de 35 minutos, pronunciado em rede nacional de televisão, o presidente José Sarney baixou um novo congelamento de preços - o terceiro de seu governo-, anunciou a criação de uma nova moeda - a segunda de sua administração, o cruzado novo.
Em novembro de 1985, José Sarney e o presidente argentino Raul Alfonsín assinaram a Declaração do Iguaçu. Do ponto de vista histórico, esse documento de cooperação foi de suma importância para que acordos com outras nações sulamericanas dessem origem ao Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), criado em 1991.
No ano de 1986, Sarney reatou as relações diplomáticas junto ao governo cubano. Do ponto de vista externo, isso representava o fim de um antigo discurso que rejeitava os partidos e nações que se mostravam favoráveis ao pensamento comunista e socialista.
Paralelamente, esse mesmo governo tomou várias medidas, interessadas em reforçar os laços entre o Brasil e os países africanos que falavam a língua portuguesa.
A fim de mostrar seu interesse na redemocratização do país, Sarney convocou no início de 1987 uma Assembleia Constituinte, para elaborar uma nova Constituição. A Assembleia Constituinte foi composta por Deputados e membros do Senado.
Depois de 20 meses de trabalhos, discussões, no dia 05 de outubro de 1988 foi promulgada a Constituição do Brasil, a mesma que está em vigor atualmente. Ficou conhecida como Constituição Cidadã, tendo como garantias e deveres: - Eleições diretas para os cargos executivos e legislativos e sistema de presidencialismo; - Possibilidade de criação das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs); - Igualdade e direitos para cidadãos: liberdade para trabalhar, para expressar o pensamento, liberdade de religião, acesso à saúde, educação, etc; - Direitos trabalhistas foram reafirmados: jornada de trabalho de 44 horas semanais, FGTS, entre outros.
O mandato de José Sarney terminaria em 1990. Em 1989 foram realizadas as eleições. Após 20 anos, o povo pode ir às urnas para eleger seu candidato à Presidência. Sarney não se opôs à campanha eleitoral, em nenhum momento. Mesmo porque este direito estava garantido na Constituição, promulgada em 1988.
Após quase trinta anos sem eleições diretas para Presidente da República, os brasileiros puderam votar e escolher um, entre os 22 candidatos que faziam oposição ao atual presidente José Sarney. Era novembro de 1989.
Após uma campanha agitada, com trocas de acusações e muitas promessas, Fernando Collor de Mello venceu seu principal adversário, Luís Inácio Lula da Silva.
Ao tomar posse no dia 15 de março de 1990, foi anunciar seu pacote de modernização administrativa e vitalização da economia, através do plano Collor I, que previa, entre outras coisas: - Volta do Cruzeiro como moeda; - Congelamento de preços e salários; - Bloqueio de contas correntes e poupanças no prazo de 18 meses; - Demissão de funcionários e diminuição de órgãos públicos.
Plano Collor confiscou a poupança, e Brasil mergulhou na hiperinflação. Após feriado bancário, população enfrentou filas nas agências e comércio ficou paralisado. Em 90, PIB caiu 4,3%, a maior recessão no pós-guerra, e índice de preços chegou a 1.620%.
Oriundo de um estado politicamente pouco influente e filiado a uma legenda de pouca tradição política, Fernando Collor de Mello, o novo presidente, sentiu a necessidade de compor uma base de sustentação capaz de permitir a implementação de seu programa de governo.
Em meados de 1991, denúncias de irregularidades começaram a surgir na imprensa, envolvendo pessoas do círculo próximo de Fernando Collor, como ministros, amigos do presidente e mesmo a primeiradama Rosane Collor. Em entrevista à Revista Veja em maio de 1992, Pedro Collor de Mello, irmão do presidente, revelou o esquema de corrupção que envolvia o ex-tesoureiro da campanha Paulo César Farias.
Em meio à forte comoção popular, é instalada uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar a responsabilidade do presidente sobre os fatos divulgados. Em 2 de outubro é aberto o processo de impeachment na Câmara dos Deputados, impulsionado pela maciça presença do povo nas ruas, como o movimento dos Caras-pintadas.
Em 29 de setembro, por 441 a 38 votos, a Câmara autoriza a abertura de processo de impedimento do presidente, o que implica em seu afastamento temporário até decisão final do processo pelo Senado Federal. Collor renuncia antes de ser condenado. A presidência é assumida pelo então vice-presidente, Itamar Franco.
O novo presidente se concentrou em arrumar o cenário que encontrara. Itamar procurou realizar uma gestão transparente, algo tão almejado pela sociedade brasileira. Para fazer uma gestão tranquila, sem turbulências, procurou o apoio de partidos mais à esquerda.
O povo decidiu manter tudo como estava: escolheu a República (66% contra 10% da Monarquia) e o Presidencialismo (55% contra 25% do Parlamentarismo).
No governo de Itamar Franco foi elaborado o mais bem-sucedido plano de controle inflacionário da Nova República: o Plano Real.
Montado pelo seu Ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, o plano visava criar uma unidade real de valor (URV) para todos os produtos, desvinculada da moeda vigente, o Cruzeiro Real. Desta forma, cada URV correspondia a US$ 1.