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: Mercado difícil impõe menor ritmo de vendas Revisamos os números para a com base nos resultados de 9M16 elevando o preço justo de R$ 19,30 para R$ 22,10, alterando a recomendação de Compra para Manutenção. Mesmo considerando ainda um potencial de valorização de 13,7% para a ação e os bons fundamentos da empresa, acreditamos que os problemas gerados pela recessão econômica no país e as dificuldades no mercado internacional continuarão penalizando os principais setores da economia e pressionando os números do setor calçadista. Mario Roberto Mariante, CNPI* mmariante@plannercorretora.com.br +55 11 2172-2561 Cristiano Barros Caris ccaris@plannercorretora.com.br Desempenho nos 9M16: A encerrou o 3T16 com lucro líquido de R$ 150,9 milhões, aumento de 10,7% sobre o 3T15 e de 6,8% no período de 9 meses, acumulando R$ 387,5 milhões no ano. A companhia segue registrando bons resultados trimestrais, que têm importante contribuição do ganho financeiro resultante da sua confortável posição de caixa de R$ 1,50 bilhão no final de setembro. A empresa apresenta um histórico de forte geração de caixa e baixa necessidade de investimentos (R$ 52,1 milhões nos 9M16), o que permite a distribuição de bons dividendos aos seus acionistas. Neste ano já foram distribuídos R$ 202,8 milhões, 22,9% acima do valor registrado nos 9M15 (R$ 165,0 milhões). Mesmo com a situação financeira confortável e a liderança de mercado, os números divulgados mostram redução de 5,1% no volume de pares de calçados vendidos no 3T16 e de 9,9% no acumulado de 9 meses, comparado aos mesmos períodos de 2015. A queda mais acentuada se deu no mercado interno, reflexo da recessão econômica - que segue penalizando principalmente o setor industrial - e a valorização do real frente ao dólar, com impacto sobre os negócios da empresa. É importante ressaltar que a mantém a liderança nas exportações de calçados brasileiros com 35,2% do volume realizado no 3T16 e por 33,1% sobre o acumulado em 9 meses. O fator câmbio teve forte influência nos resultados do 3T16: A empresa destacou que o efeito cambial vem do nível da cotação atual do dólar em relação ao ano passado, com impacto sobre o mix de vendas e a política comercial adotada. Segundo a, neste cenário o mix de produtos exportados foi de preços médios menores e as políticas de descontos comerciais mais agressivas. O volume de exportação que respondeu por 25,4% do total no ano, sofreu menos em razão da amplitude dos mercados alcançados pela empresa, mas o efeito preço médio em dólar pesou sobre a receita de exportações. Mesmo com a perda de receita a empresa conseguiu uma compensação no resultado, através de redução de custos pelo menor volume produzido e melhor negociação nos preços de algumas matérias primas, além de ganho de produtividade. A empresa considerou os resultados satisfatórios e mantém as metas de longo prazo (para o período de 2008 a 2018). Estas metas contemplam crescimento anual médio ponderado entre 8% a 12% para a receita bruta, 12% a 15% para o lucro líquido. Em razão do cenário difícil no médio prazo, adotamos premissas mais conservadoras em relação às expectativas da. Código Recomendação GRND3 Cotação atual (R$) R$/ação 19,44 Preço justo R$/ação 22,10 Potencial % 13,7 Var. 52 sem. (Min/Max) Dados da Ação R$/ação Total de ações milhões 300,7 Ações Ordinárias % 100,0 Free Float % 27,7 Vol. Méd, diário (1 mês) R$ milhões 7,3 Valor de Mercado R$ milhões 5.846 Desempenho da Ação Dia Ano 52 Sem. GRND3-1,3% 22,5% 17,4% Ibovespa 0,2% 48,0% 36,7% Cotação em 8/11/2016 Principais Múltiplos 2015 2016E 2017E P/L (x) 9,2 10,8 11,2 VE/EBITDA (x) 10,3 12,7 11,5 ROE (%) 20,6 18,5 15,2 Div. Liq./EBITDA (12m) (x) - - - Receita Líquida (R$ mm) 2.203 2.030 2.045 Lucro Líquido (R$ mm) 551 542 524 Margem Bruta (%) 48,5 47,9 48,0 Margem EBITDA (%) 20,5 20,3 22,3 Margem Líquida (%) 25,0 26,7 25,6 Payout (%) 48,6 25,0 25,0 Retorno Dividendo (%) 5,2 2,3 2,2 Cotação/VPA (x) 1,9 2,3 1,9 Fonte: Economatica Desempenho da ação em 12M 140 120 100 80 60 Disclosure e certificação do analista estão localizados na última página deste relatório. MANUTENÇÃO 13,76-20,54 Informação relevante: Em 20 de julho deste ano, a Assembleia Legislativa do Ceará aprovou o projeto de Lei nº 8.018/2016, transformado em lei nº 16.097 de 27 de julho de 2016, regulamentada pelo decreto nº 32.013 de 16 de agosto de 2016. 40 20 GRND3 Fonte: Economatica IBOV Página 1

A nova lei prevê o depósito de 10% dos incentivos estaduais, que tem como base o ICMS, no Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal (FEEF), conforme previsto no convênio Confaz nº 42 de 03/05/2016 e que deverá representar um ônus adicional no restante do ano. A Lei entrou em vigor em 01/09/2016 e terá vigência de 2 anos. Em contrapartida os prazos dos incentivos fiscais serão prorrogados pelo dobro do prazo em que se der esta contribuição. Na sua teleconferência de resultados a empresa sinalizou um 4º trimestre ainda difícil para o mercado calçadista, que poderá sofrer ainda mais com uma eventual valorização do real em relação ao dólar e ficando também na expectativa dos primeiros sinais de retomada da economia brasileira. Os principais fatores inibidores de consumo, (desemprego, elevadas taxa de juros e queda de poder aquisitivo), somente deverão mostrar algum efeito positivo em 2017, isto se a política econômica do governo for bem sucedida. Resultados Trimestrais de 2015 e 2016: As vendas trimestrais da mostram sazonalidade no volume comercializado e na receita total, o que pode ser observado nos gráficos abaixo, com destaque para o comportamento do mercado interno, que responde por 75,3% da receita bruta no ano. A empresa ressaltou que a diversidade dos países em que coloca seus produtos e o mix de vendas, tem um efeito importante sobre a formação da receita, seja pelo comportamento do câmbio, seja pelo preço médio dos produtos vendidos. 638 471 167 Evolução da Receita Bruta - 1T15-3T16 ( R$ mm) 796 734 654 557 567 531 462 499 519 341 381 395 266 121 177 186 104 134 Volume de Pares Vendidos (milhões) 54,9 46,8 47,0 40,2 34,3 31,8 36,8 34,9 33,6 23,1 23,7 26,2 12,4 14,8 8,6 10,1 11,2 7,4 44,6 34,3 10,2 1T15 2T15 3T15 4T15 1T16 2T16 3T16 Mercado Interno Exportações Total 1T15 2T15 3T15 4T15 1T16 2T16 3T16 Mercado Interno Exportações Total As vendas do setor mostram uma sazonalidade mais forte no segundo e quarto trimestre de cada ano. Desempenho Operacional: No 3T16 e 9M16, a redução no ritmo de vendas de calçados da pesou mais no mercado interno com queda de 6,8% e de 10,6% comparado com os mesmos períodos de 2015, enquanto que as exportações mostraram um crescimento no período. No total do 3T16 foram vendidos 44,6 milhões de pares (-5,1% sobre o 3T15) sendo 34,3 milhões no mercado interno e 10,1 milhões no exterior. O ano de 2016 deverá encerrar com uma redução próxima de dois dígitos no volume total de vendas. A possui atualmente capacidade instalada de 250 milhões de pares de calçados por ano, tendo produzido aproximadamente 180 milhões no passado. Considerando o volume de vendas realizado em 9 meses, o número deste ano deverá mostrar uma capacidade de utilizada bem abaixo de 2015. Com a capacidade instalada atual e as condições do mercado, não deverá haver necessidade de novos investimentos em novas capacidades, nos próximos 3 a 4 anos. Página 2

- Principais Indicadores Operacionais e Resultados 3T15 3T16 Var. % 9M15 9M16 Var. % Volume Vendido 1000 Pares 46.953 44.558 (5,1) 125.489 113.063 (9,9) Mercado Interno " 36.846 34.338 (6,8) 94.318 84.310 (10,6) Exportação " 10.107 10.220 1,1 31.171 28.753 (7,8) M. Int/Total % e Var. p.p 78,5 77,1 (1,4) pp 75,2 74,6 (0,6) pp Export./Total " 21,5 22,9 1,4 pp 24,8 25,4 0,6 pp Receita Bruta R$ milhões 733,9 654,0 (10,9) 1.833,8 1.719,8 (6,2) Mercado Interno " 556,5 519,5 (6,7) 1.368,6 1.295,1 (5,4) Exportação " 177,4 134,5 (24,2) 465,1 424,7 (8,7) Exportação US$ milhões 50,0 41,4 (17,2) 147,1 119,4 (18,8) M. Int/Total % e Var. p.p 75,8 79,4 3,6 pp 74,6 75,3 0,7 pp Export./Total " 24,2 20,6 (3,6) pp 25,4 24,7 (0,7) pp Preço Médio (R$/par) 15,63 14,67 (6,1) 14,61 15,21 4,1 Mercado Interno " 15,10 15,13 0,2 14,51 15,36 5,9 Exportação " 17,55 13,15 (25,1) 14,92 14,77 (1,0) Exportação (US$/par) 4,95 4,05 (18,2) 4,72 4,15 (12,1) R$ milhões 3T15 3T16 Var. % 9M15 9M16 Var. % Receita Líquida 614,7 536,4 (12,7) 1.526,2 1.419,2 (7,0) Custo dos Prods. Vendidos -305,3-272,0 (10,9) -810,1-747,0 (7,8) Lucro Bruto 309,4 264,4 (14,5) 716,1 672,2 (6,1) EBIT 129,3 107,5 (16,9) 283,6 244,4 (13,8) EBITDA 142,8 121,6 (14,8) 323,7 287,6 (11,2) Resultado Financ. Líquido 20,6 63,0 205,8 117,2 194,7 66,1 Lucro Líquido 136,3 150,9 10,7 362,7 387,5 6,8 Lucro por Ação 0,45 0,50 10,7 1,21 1,29 6,8 Posição de Caixa Liquido 1.005,0 1.501,3 49,4 1.005,0 1.501,3 49,4 Margem Bruta 50,3% 49,3% (1,0) pp 46,9% 47,4% 0,4 pp Margem EBIT 21,0% 17,5% (3,5) pp 46,1% 39,8% (6,4) pp Margem EBITDA 23,2% 19,8% (3,4) pp 52,7% 46,8% (5,9) pp Margem Líquida 22,2% 28,1% 6,0 pp 23,8% 27,3% 3,5 pp Fonte: Na tabela acima, a receita bruta com exportações caiu de R$ 177,4 milhões no 3T15 para R$ 134,5 milhões no 3T16 (-24,2%), enquanto o volume vendido no último trimestre foi ligeiramente superior ao 3T15. A queda no faturamento se deve ao impacto do preço médio de venda e do mix de produtos. Segundo a empresa este fato é decorrente da sua atuação em diversos países, com diferentes perfis de consumidor. - Preço de Exportação (em US$/par) 4,69 4,55 4,95 4,68 4,26 4,04 4,05 1T15 2T15 3T15 4T15 1T16 2T16 3T16 Fonte: Conforme dados da MDIC/SECEX/ABICALÇADOS, as exportações brasileiras de calçados nos 9M16 vs. 9M15, apresentaram crescimento de 1,1% na receita em dólar, 0,6% no preço médio por par exportado e 0,5% no volume de pares vendidos. Comparativamente na caiu a receita em dólar 18,8%, o preço médio em dólar 12,1% e o volume 7,8%. Nos 9M16 a participação da nas Exportações Brasileiras de calçados ficou em 33,1% mantendo a liderança no setor de calçados. Página 3

Um ponto positivo para a empresa é o fato de os preços das principais matérias primas (óleos plastificantes e a resina de PVC), terem mostrado comportamento bastante equilibrado nos últimos dois anos. Isto sustenta boas margens uma vez que a empresa vem conseguindo aumentos de preço para seus produtos. Geração de caixa: Nos 9M16, o caixa gerado nas atividades operacionais totalizou R$ 539,6 milhões com a seguinte destinação: R$ 88,1 milhões para o pagamento de empréstimos; R$ 52,1 milhões para investimentos em imobilizados e intangíveis; R$ 174,9 milhões para aplicações financeiras; R$ 222,6 milhões para o pagamento de JCP e dividendos; R$ 3,3 milhões para cobrir o resultado líquido negativo na venda de ações em tesouraria para atender ao exercício dos detentores de opções de compra outorgadas pela empresa; R$ 600 mil pelo aumento de participação societária de controlada, o que resultou na redução de R$ 2,0 milhões do valor mantido em conta corrente e aplicações financeiras de curtíssimo prazo. Posição de caixa: A mantém sólida situação financeira, com saldo de R$ 1,5 bilhão no final de setembro/16, o que representou uma variação de 40,4% em relação à posição de R$ 1,1 bilhão no final de/15. A proporção da receita líquida acumulada em 12 meses mantida em caixa e equivalentes de caixa e aplicações financeiras subiu de 53,2% considerando a situação em 30/09/2015 para 76,9% em 30/09/2016. Resultado financeiro: O resultado financeiro da reflete os juros recebidos e os pagamentos de financiamentos e também as variações cambiais e operações com derivativos. Nos 9M16 estas operações geraram um saldo positivo líquido de R$ 63,0 milhões no 3T16 e de R$ 194,7 milhões no acumulado de 9 meses, com evolução de 66,1% em relação ao resultado dos 9M15. Dividendos: No 3T16, a antecipou dividendos no valor de R$ 76,1 milhões, valor 41,5% superior ao dividendo distribuído no 3T15 (R$ 53,8 milhões). Nos 9 meses, os proventos pagos somam R$ 202,8 milhões, 22,9% maior que nos 9M15 (R$165,0 milhões). Perspectivas para o final de 2016 e inicio de 2017: A empresa já enxerga uma diminuição na deterioração da economia brasileira, mas não espera melhoras significativas no cenário econômico neste final de ano e começo de 2017. A primeira redução da taxa Selic de 14,25% para 14,00% ao ano, depois de um longo período sem alteração, já é uma boa sinalização, mas precisa ser acompanhada de outras iniciativas para resgatar a confiança dos empresários e consumidores. A acredita ser possível ainda aumentar sua participação no mercado de calçados. No que se refere a margens, o comportamento irá depender da variação cambial no período sobre as exportações. A política da empresa é de preservação das margens e eventualmente, buscar alguma melhora, via redução de custos e despesas e também pela influência do câmbio. As metas de longo prazo traçadas pela empresa estão mantidas, mas diante do cenário atual, poderão ficar no limite inferior, mesmo assim, ainda poderá ser considerado um desempenho satisfatório diante das atuais dificuldades do mercado. O consumidor vem sofrendo com o desemprego, taxas de juros e perda do poder aquisitivo. Os resultados de longo prazo (entre os Página 4

9M08 e 9M16) mostram uma taxa média composta de crescimento de 6,0% na receita bruta e de 12,0% no lucro líquido. No mesmo período as despesas com publicidade propaganda cresceram apenas 2,1%. Segundo a companhia, no 4º trimestre aumentam as vendas para a Europa, mas ressalta que naquela região as economias também estão fracas. Além da necessidade de incremento nos volumes o fator câmbio tem peso importante sobre as receitas da empresa. As metas para o período de 2008 a 2018 são as seguintes: Receita bruta: expectativa de crescimento entre 8 e 12%; Lucro líquido: crescimento entre 12% e 15%; Outras despesas: A tem como meta manter as despesas de propaganda e publicidade em média entre 8% e 10% da receita líquida. Incentivos fiscais: Outro ponto destacado na apresentação dos resultados do 3T16 foi possibilidade de o governo aumentar impostos e reduzir incentivos, para aumentar a arrecadação. Como a atuação da é na região Nordeste, é menos provável que aconteça uma retirada de incentivos para aquela região, em razão da geração de empregos por parte das empresas. Alguns incentivos tem prazo determinado para expirar, mas no longo prazo. Todo o mercado calçadista tem incentivos semelhantes, portanto se acontecer, o reflexo é geral no setor. - Resumo da Projeção de Resultados Demonstração do Resultados (R$ milhões) 2014 2015 2016E 2017E 2018E Receita Líquida 2.233 2.203 2.030 2.045 2.128 Lucro Bruto 1.026 1.068 973 982 1.022 Receitas e (Desps.) Operacionais -637-667 -617-621 -646 EBITDA 437 452 413 456 479 Depreciação e Amortização 47 51 56 95 103 EBIT 389 401 357 360 375 Resultado Financeiro Líquido 136 182 253 216 251 Lucro Antes dos Impostos 525 583 610 576 626 Impostos -40-44 -68-53 -115 Resultado Líquido 490 551 542 524 511 Fluxo de Caixa Descontado (R$ milhões) 2014 2015 2016E 2017E 2018E EBIT 389 401 357 360 375 (-) Impostos -40-44 -68-53 -115 (=) Lucro Operac. Líquido após o IR 350 357 289 308 260 Depreciação & Amortização 47 51 56 95 103 Investimentos -119-33 -63-72 -78 (-) Capital de Giro 16-14 163-26 -89 FCFF 294 361 446 306 197 Fluxo de caixa descontado 2.884 Perpetuidade 2.375 Valor da empresa 5.259 (+/-) Caixa (Dívida) Líquida 1.387 Valor presente líquido 6.647 - Multiplos Multiplos e Retorno 2014 2015 2016E 2017E 2018E P/L (x) 8,6 8,8 10,8 11,2 11,4 P/VPA (x) 1,8 1,9 2,0 1,7 1,5 Payout (%) - Real e Legal 46% 49% 25% 25% 25% Dividend Yield 4,8% 5,2% 2,3% 2,2% 2,2% Lucro por ação 1,63 1,83 1,80 1,74 1,70 VPA 7,74 8,70 9,74 11,48 13,18 Retorno s/ Patrimônio 21,1% 21,1% 18,5% 15,2% 12,9% Fonte: e Planner Corretora Página 5

Parâmetros do Rating da Ação Nossos parâmetros de rating levam em consideração o potencial de valorização da ação, do mercado, aqui refletido pelo Índice Bovespa, e um prêmio, adotado neste caso como a taxa de juro real no Brasil, e se necessário ponderação do analista. Dessa forma teremos: Compra: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for superior ao potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. Neutro: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for em linha com o potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. Venda: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for inferior ao potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. EQUIPE Mario Roberto Mariante, CNPI* mmariante@plannercorretora.com.br Luiz Francisco Caetano, CNPI lcaetano@plannercorretora.com.br Cristiano de Barros Caris ccaris@plannercorretora.com.br Ingrid Lima Pereira da Conceição ijesus@plannercorretora.com.br Victor Luiz de Figueiredo Martins, CNPI vmartins@plannercorretora.com.br Ricardo Tadeu Martins, CNPI rmartins@planner.com.br DISCLAIMER Este relatório foi preparado pela Planner Corretora e está sendo fornecido exclusivamente com o objetivo de informar. As informações, opiniões, estimativas e projeções referem-se à data presente e estão sujeitas às mudanças como resultado de alterações nas condições de mercado, sem aviso prévio. As informações utilizadas neste relatório foram obtidas das companhias analisadas e de fontes públicas, que acreditamos confiáveis e de boa fé. Contudo, não foram independentemente conferidas e nenhuma garantia, expressa ou implícita, é dada sobre sua exatidão. Nenhuma parte deste relatório pode ser copiada ou redistribuída sem prévio consentimento da Planner Corretora de Valores. (*) Conforme o artigo 16, parágrafo único, da ICVM 483, declaro ser inteiramente responsável pelas informações e afirmações contidas neste relatório de análise. Declaração do(s) analista(s) de valores mobiliários (de investimento), nos termos do art. 17 da ICVM 483 O(s) analista(s) de valores mobiliários (de investimento) envolvido(s) na elaboração deste relatório declara(m) que as recomendações contidas neste refletem exclusivamente sua(s) opinião (ões) pessoal(is) sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Planner Corretora e demais empresas do Grupo. Página 6