Nonada: Letras em Revista E-ISSN: Laureate International Universities Brasil

Documentos relacionados
VARIAÇÃO PRONOMINAL EM CONCÓRDIA SC. Lucelene T. FRANCESCHINI Universidade Federal do Paraná

ANÁLISE DA ELEVAÇÃO DAS VOGAIS MÉDIAS PRETÔNICAS SEM MOTIVAÇÃO APARENTE 1. INTRODUÇÃO

A CONCORDÂNCIA VERBAL DE TERCEIRA PESSOA DO PLURAL NO PORTUGUÊS POPULAR DA COMUNIDADE RURAL DE RIO DAS RÃS - BA

VARIAÇÃO NO USO DAS PREPOSIÇÕES EM E PARA/A COM VERBOS DE MOVIMENTO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO

A REALIZAÇÃO DO SUJEITO PRONOMINAL DE REFERÊNCIA ARBITRÁRIA NA COMUNIDADE LINGUÍSTICA DE VITÓRIA DA CONQUISTA *

Adriana Gibbon (Universidade Federal de Santa Catarina)

VARIAÇÃO DITONGO/HIATO

Influência das variáveis sociais sobre o uso das preposições no complemento locativo do verbo ir na fala catarinense

Realizações do sujeito expletivo em construções com o verbo ter existencial na fala alagoana

ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE ARTIGOS DEFINIDOS DIANTE DE POSSESSIVOS PRÉ-NOMINAIS E ANTROPÔNIMOS EM DADOS DE FALA* 1

LHEÍSMO NO PORTUGÛES BRASILEIRO: EXAMINANDO O PORTUGÛES FALADO EM FEIRA DE SANTANA Deyse Edberg 1 ; Norma Lucia Almeida 2

DOMÍNIOS DE Revista Eletrônica de Lingüística Ano 1, nº1 1º Semestre de 2007 ISSN

UMA ANÁLISE SOCIOFUNCIONALISTA DA DUPLA NEGAÇÃO NO SERTÃO DA RESSACA

Lua Nova ISSN: Centro de Estudos de Cultura Contemporânea Brasil

GRAMATICALIZAÇÃO DO PRONOME PESSOAL DE TERCEIRA PESSOA NA FUNÇÃO ACUSATIVA

A ELISÃO DA VOGAL /o/ EM FLORIANÓPOLIS-SC RESULTADOS PRELIMINARES

A atuação de fatores sociais na seleção das preposições de regência do verbo ir (movimento) na fala de Santa Catarina

A CONCORDÂNCIA VERBAL: A RELEVÂNCIA DAS VARIÁVEIS LINGÜÍSTICAS E NÃO LINGÜÍSTICAS

A VARIAÇÃO DO MODO SUBJUNTIVO: UMA RELAÇÃO COM O PROCESSO DE EXPRESSÃO DE MODALIDADES

Variação pronominal e escolaridade

CRIAÇÃO LEXICAL: O USO DE NEOLOGISMOS NO PORTUGUÊS FALADO EM DOURADOS

A atuação de fatores sociais na seleção das preposições de regência do verbo ir (movimento) na fala de Santa Catarina

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS CENTRO DE LETRAS E COMUNICAÇÃO BACHARELADO EM LETRAS REDAÇÃO E REVISÃO DE TEXTOS

Raquel Pereira Maciel PG/UFMS. Justificativa

ESTRUTURAS COM TER E HAVER EM TEXTOS JORNALÍSTICOS: DO SÉCULO XIX AO XX.

Língua portuguesa: ultrapassar fronteiras, juntar culturas

OS PRONOMES PESSOAIS-SUJEITO NO PORTUGUÊS DO BRASIL: NÓS E A GENTE SEGUNDO OS DADOS DO PROJETO ATLAS LINGÜÍSTICO DO BRASIL

O USO DOS PRONOMES PESSOAIS NÓS/ A GENTE EM CONCÓRDIA SC

TÍTULO DA PESQUISA: O ir e vir das preposições - um estudo diacrônico dos complementos dos verbos ir e vir no português mineiro de Uberaba.

Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos

A VARIAÇÃO/ESTRATIFICAÇÃO DO SUBJUNTIVO EM ORAÇÕES PARENTÉTICAS

VARIAÇÃO NÓS E A GENTE NA FALA CULTA DA CIDADE DE MACEIÓ/AL

O OBJETO DIRETO ANAFÓRICO E SUAS MÚLTIPLAS REALIZAÇÕES NO PORTUGUÊS BRASILEIRO

REFLEXÕES SOBRE O APAGAMENTO DO RÓTICO EM CODA SILÁBICA NA ESCRITA

O APAGAMENTO DO RÓTICO EM POSIÇÃO DE CODA SILÁBICA: INDICADORES LINGUÍSTICOS E SOCIAIS

UM ESTUDO SOBRE A VARIAÇÃO TER E HAVER EXISTENCIAIS NA

OS CLÍTICOS, PRONOMES LEXICAIS E OBJETOS NULOS NAS TRÊS CAPITAIS DO SUL.

PARÂMETROS SOCIOLINGUÍSTICOS DO PORTUGUÊS DE NATAL. Palavras-chave: variação lingüística; sociedade; conectores coordenativos

A FLEXÃO PORTUGUESA: ELEMENTOS QUE DESMISTIFICAM O CONCEITO DE QUE FLEXÃO E CONCORDÂNCIA SÃO CATEGORIAS SINTÁTICAS DEPENDENTES 27

A ESCOLHA DO PRONOME POSSESSIVO DE TERCEIRA PESSOA DO SINGULAR NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA ESCRITA

REDUÇÃO DA NASALIDADE EM DITONGOS ÁTONOS FINAIS NO PORTUGUÊS DO SUL DO BRASIL

Variação pronominal tu/você em Concórdia-SC: o papel dos

APRESENTAÇÃO: ENCONTRO COMEMORATIVO DO PROJETO VARSUL: VARSUL 30 ANOS

A VARIAÇÃO NÓS E A GENTE NO PORTUGUÊS CULTO CARIOCA

DO ANTIGO AO NOVO: DA MUDANÇA DA TEORIA LINGUÍSTICA À MUDANÇA DA LÍNGUA

A variação de preposições com verbo ir de movimento em comunidades rurais do semiárido baiano

CONCORDÂNCIA VERBAL COM O PRONOME DE SEGUNDA PESSOA DO SINGULAR NA FALA DE MORADORES DE FLORIANÓPOLIS

ANÁLISE DESCRITIVA DOS ASPECTOS SEMÂNTICO-PRAGMÁTICOS QUE PREJUDICAM A INTERCOMPREENSÃO DOS ALUNOS TIMORENSES DA UNILAB

VARIAÇÃO ENTRE TU E VOCÊ NA CONVERSAÇÃO DE NATAL: UM CASO DE ESPECIALIZAÇÃO POR ESPECIFICAÇÃO?

A DISTRIBUIÇÃO DO PROCESSO DE APAGAMENTO DO RÓTICO NAS QUATRO ÚLTIMAS DÉCADAS: TRÊS CAPITAIS EM CONFRONTO

Evidências de novos fatores linguísticos na seleção de preposições de complemento locativo do verbo ir Marcos Luiz Wiedemer 1

Investigação. da preponderância de uma variável social na linguagem falada. Palavras-chave: sociolinguística; concordância nominal;

(2) A rápida publicação deste livro pela editora foi um bom negócio.

Mecanismos de análise sociolingiiística e sua aplicação ao estudo de um caso de gramaticalização

Revista FAMECOS: mídia, cultura e tecnologia ISSN: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

A VARIAÇÃO NÓS/ A GENTE NO PORTUGUÊS FALADO DE FEIRA DE SANTANA: COMPARAÇÃO ENTRE FALARES DO PB

FALA, VITÓRIA! - A VARIAÇÃO DO IMPERATIVO EM VITÓRIA/ES E SUA POSIÇÃO NO CENÁRIO NACIONAL

Um retrato sociolinguístico da realização das preposições de complementos de verbos de movimento no português falado no interior paulista

A DESCRIÇÃO DO SISTEMA POSSESSIVO DE SEGUNDA PESSOA NA FALA CATARINENSE

Revista FAMECOS: mídia, cultura e tecnologia ISSN: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

O USO CORRENTE DA VARIEDADE NÃO-PADRÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA: UM ESTUDO DE CASO DA COMUNIDADE DA DERRADEIRA MUNICÍPIO DE VALENÇA

ANÁLISE VARIACIONISTA DO PROCESSO DE MONOTONGAÇÃO NO BREJO DA PARAÍBA

Variação estilística e genericidade: a variação de pronomes possessivos de segunda e terceira pessoa do singular

O USO DO ARTIGO DEFINIDO DIANTE DE ANTROPÔNIMOS E PRONOMES POSSESSIVOS EM DUAS CIDADES DO SERTÃO PERNAMBUCANO

A VARIAÇÃO DA CONCORDÂNCIA NOMINAL NUM DIALETO RURAL

A INFLUÊNCIA DE FATORES EXTRALINGUÍSTICOS NA SUPRESSÃO DAS SEMIVOGAIS DOS DITONGOS EI E OU NA ESCRITA INFANTIL 1. INTRODUÇÃO

A MARCAÇÃO DE NÚMERO NO SINTAGMA NOMINAL NOS FALANTES BREVENSES: UM EXERCÍCIO VARIACIONISTA

ESTARÁ O PORTUGUÊS BRASILEIRO DEIXANDO DE SER LÍNGUA DE SUJEITO-PREDICADO? *

UM CASO DE ESTABILIDADE FONOLÓGICA COMPROVADO EM TEMPO APARENTE E EM TEMPO REAL

CATEGORIAS LEXICAIS EM LIBRAS

Os aspectos da marcação de concordância verbal na língua falada em Serra Talhada - PE

lingüístico-perceptual, em que a criança torna-se sensível às propriedades dos determinantes.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM LINGUÍSTICA

UM ESTUDO VARIACIONISTA SOBRE O PREENCHIMENTO DA POSIÇÃO DO SUJEITO EM DADOS DE FALA

V SEMINÁRIO DE PESQUISA E ESTUDOS LINGUÍSTICOS

Estudo variacionista sobre a palatalização de S em coda silábica na fala fluminense

REGÊNCIA VERBAL EM PRODUÇÕES TEXTUAIS ESCOLARES: VARIAÇÃO, NORMA E ENSINO

1 Introdução. 1 Tal denominação da variante da Língua Portuguesa foi retirada da dissertação de Mestrado

FALAR POPULAR DE FORTALEZA: UMA ABORDAGEM VARIACIONISTA

VARIAÇÃO PRONOMINAL NÓS/A GENTE EM CONCÓRDIA - SC: O PAPEL DOS FATORES LINGUÍSTICOS E SOCIAIS

APAGAMENTO DA OCLUSIVA DENTAL NO DIALETO DO BREJO PARAIBANO: UMA REGRA VARIÁVEL Rubens Marques de Lucena 1 Dennise Cunha de Vasconcelos 2

SOBRE SALVADOR: RESULTADOS DE TRÊS ESTUDOS VARIACIONISTAS

Formas variantes LOIRA ~ LOURA ~ LORA no português falado em Belo Horizonte

A PERDA DO TRAÇO LOCATIVO DO PRONOME RELATIVO ONDE NO PORTUGUÊS BRASILEIRO

VARIAÇÃO ESTÁVEL OU MUDANÇA EM PROGRESSO? A EXPRESSÃO DO MODO SUBJUNTIVO EM TRÊS VARIEDADES DO PORTUGUÊS BRASILEIRO

Variação nós e a gente na posição de sujeito na escrita escolar Variation nós and a gente at subject position in the scholar written

A REPRESENTAÇÃO DO SUJEITO PRONOMINAL NA FALA DE NATAL: evidências de um processo de mudança?

Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos

Variação linguística e ensino de Língua Portuguesa: aspectos inovadores na escrita escolar

Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos

Classes de palavras: o pronome e o determinante. Porto Editora

No quadro (1) abaixo, buscou-se uma representação das definições de Guy (2000, 2001):

A CATEGORIA VERBAL DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS- LIBRAS

Reitor Prof. Antonio Joaquim da Silva Bastos. Vice-reitora Profª. Adélia Maria Carvalho de Melo Pinheiro

NÓS E A GENTE SOB UM NOVO OLHAR: ESTRATÉGIAS DE CONCORDÂNCIA DE GÊNERO E NÚMERO

Concordância verbal, variação e ensino

A indeterminação do sujeito no português rural de Bananal e Barra dos Negros BA

AS CONSTRUÇÕES DE OBJETO DUPLO NO PORTUGUÊS AFRO-BRASILEIRO

O (DES)USO DO VERBO HAVER EXISTENCIAL

USO VARIÁVEL DE NÓS E A GENTE NA FALA E ESCRITA DE PESSOAS DO DISTRITO FEDERAL

Transcrição:

Nonada: Letras em Revista E-ISSN: 2176-9893 nonada@uniritter.edu.br Laureate International Universities Brasil Blaskovski Vieira, Maria José A influência dos fatores sociais na regência do verbo ir Nonada: Letras em Revista, vol. 2, núm. 15, octubre, 2010, pp. 145-158 Laureate International Universities Porto Alegre, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=512451677011 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe, Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto

A influência dos fatores sociais na regência do verbo ir The influence of social factors in conducting the word go Maria José Blaskovski Vieira RESUMO Neste trabalho, são apresentados resultados de análise quantitativa, envolvendo amostras de fala retiradas do Banco de Dados VARX/Pelotas-RS. Submetidos os dados à análise computacional, foram selecionadas as variáveis idade, grau de definitude e ocupação como variáveis que condicionam a escolha da preposição no complemento locativo do verbo ir. Quanto aos fatores sociais selecionados idade e ocupação -, os resultados obtidos apontam que os indivíduos com mais de 50 anos preservam mais a preposição a/para do que os mais jovens e que os indivíduos que desempenham atividade técnica e intelectual preservam mais a preposição a/para do que os indivíduos que exercem atividade manual. PALAVRAS-CHAVE Verbos de movimento; variação; regência verbal. ABSTRACT In this paper, we present results of quantitative analysis involving speech samples taken from the Database VARX/Pelotas-RS. Submitted data to the computational analysis, it were selected the variables age, degree of definitness and occupation as variables that influence the choice of the locative preposition in the complement of the verb go. In relation of social factors - age and occupation - the results indicate that people with more than 50 years tend to preserve the preposition a/para more than younger people and that people who perform technical and intellectual activity tend to preserve the preposition a/ para more than the people who perform manual activity. KEY WORDS Verbs of movement; variation; verbal regency.

A influência dos fatores sociais na regência do verbo ir 1 INTRODUÇÃO Estudos variacionistas sobre a regência do verbo ir têm mostrado que, além de condicionantes lingüísticos, fatores sociais tais como a idade, escolaridade e o sexo são importantes na análise da preposição escolhida pelo falante. Entre esses fatores, dois merecem uma análise mais cuidadosa a idade e a escolaridade. O primeiro, ao ser selecionado nas análises computacionais, parece apontar para uma possível mudança na regência dos verbos de movimento. Já o segundo revela o papel desempenhado pela escola no sentido de preservar formas e estruturas linguísticas consideradas de prestígio. No entanto, para que se possam extrair conclusões confiáveis do papel efetivo desses fatores sociais, é necessário ter clara a interação entre eles. Neste artigo, são apresentados resultados de análise quantitativa por meio da qual identificam-se os fatores lingüísticos e extralinguísticos condicionadores da preposição que acompanha o verbo ir, objetivandose, mais especificamente, verificar a interação entre os fatores sociais idade e ocupação, controlados na pesquisa aqui descrita. 2 Verbo ir Pesquisas sociolinguísticas De acordo com a tradição gramatical, o verbo ir deve ser empregado com a preposição a ou para (consideradas padrão), uma vez que essas preposições carregam sentido de direção, sendo que a escolha de uma ou outra implica uma diferença sutil de sentido. No entanto, na língua falada, além dessas preposições, também é comum o uso de em (considerada não-padrão) acompanhando esses verbos. Há autores que interpretam essa alternância como uma variação 1 linguística, condicionada por fatores linguísticos e extralinguísticos. Mollica, (1996), por exemplo, realizou estudo em que analisa amostras de fala de 64 informantes da Amostra Censo/UFRJ, buscando identificar 1 Com base nos pressupostos da Teoria Gerativa, Farias (2006, p.216) afirma que a alternância no uso das preposições a, para e em com verbos de movimento não pode ser tratada como um caso de variação linguística nos moldes labovianos, isso porque a mudança de uma preposição por outra não representa simplesmente formas diferentes de se dizer a mesma coisa, mas constitui uma variação léxico-sintática. 146 Nonada 15 2010

Maria José Blaskovski Vieira fatores que condicionam a escolha de uma ou outra dessas preposições empregadas com o verbo ir. O estudo de Mollica mostra que o tipo de locativo (se ele tem como referente um lugar fechado ou aberto) e o grau de definitude desse locativo (se o referente é conhecido ou facilmente identificável pelo falante ou ouvinte e se é acompanhado ou não de um determinante) influenciam a escolha da preposição. Locativos que se referem a um espaço fechado tendem a selecionar a preposição em; enquanto locativos que se referem a um lugar aberto tendem a selecionar a preposição a/para. Em relação ao grau de definitude do locativo, o estudo mostrou que referente conhecido e acompanhado de determinante favorece a escolha da preposição em. Quanto aos fatores sociais, a pesquisa revela que a escolarização tem um papel importante na definição da escolha da preposição que acompanha o verbo ir: quanto maior a escolaridade maior a tendência de uso da forma padrão a/para em detrimento da preposição em. Vallo (2005), a partir da análise de amostras de fala do corpus VALPB, verifica que o percentual de uso da preposição em entre os falantes de João Pessoa é menor que o percentual de uso dessa preposição na fala carioca. O estudo revela ainda que, a exemplo dos resultados encontrados por Mollica, locativos que têm referente conhecido e são acompanhados de determinante tendem a ser introduzidos pela preposição em. No entanto, diferentemente da de Mollica, a pesquisa de Vallo indica que locativo que tem como referente um lugar [+fechado] favorece o uso da preposição a/ para. Em relação aos fatores sociais, o trabalho de Vallo também constata o papel da escolarização na escolha da preposição: falantes com mais de 11 anos de escolaridade tendem a preferir a preposição a/para, enquanto aqueles com menor escolaridade tendem a escolher a preposição em. Ribeiro (2008), testando os mesmos fatores que Mollica (1996), analisa amostras de fala retiradas do corpus do Projeto NURC da cidade do Rio de Janeiro. Os resultados obtidos confirmam as tendências encontradas por Mollica quanto aos fatores lingüísticos: locativo com características semânticas [-aberto, +definido, +determinante] favorece a presença Nonada 15 2010 147

A influência dos fatores sociais na regência do verbo ir da preposição em; locativo com características semânticas [+aberto, -definido, -determinante] favorece a presença da preposição a-para. Em relação às variáveis sociais, os resultados obtidos por Ribeiro apontam que homens mais jovens preferem a preposição em, enquanto os mais velhos a preposição apara. Já as mulheres de faixas etárias extremas preferem a preposição em, enquanto as de faixa etária intermediária, a preposição apara. Para o autor, esses resultados indicam que o comportamento conservador das mulheres pode ser conseqüência de sua maior sensibilidade às pressões exercidas pelo mercado de trabalho. Wiedemer (2008), diferentemente dos trabalhos anteriores, analisa separadamente as preposições a/para/em no complemento locativo do verbo ir, buscando verificar os fatores que determinam a escolha da preposição que irá se manifestar junto ao locativo. Para tanto, seleciona uma amostra de 72 entrevistas de falantes de Santa Catarina, retiradas do Banco de Dados VARSUL e verifica que as variáveis demarcação do espaço (fator [+fechado] condiciona o uso de em e o fator [-fechado] favorece para) e destino (fator [+direção] condiciona fortemente a escolha de a e o fator [-direção], a de para) têm papel relevante na escolha da preposição. Em relação aos fatores sociais, a localização, a idade e a escolaridade desempenham papel importante. Em Blumenau, os mais velhos privilegiam a e os mais jovens para; os mais escolarizados favorecem a em Florianópolis e, em Chapecó, os menos escolarizados tendem ao uso de em nessa última cidade. Vieira (2009) realiza análise de 39 entrevistas das cidades de Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba, retiradas do Banco de Dados VARSUL, buscando identificar fatores que condicionam a variação na regência dos verbos ir, vir, chegar e levar, num primeiro momento, e os fatores que condicionam a regência do verbo ir, num segundo momento. Resultados gerais para os verbos de movimento apontam o tipo de verbo, o traço [permanência], a configuração do espaço, o grau de definitude e a variável geográfica como condicionadores da preservação da preposição a/para. Dentre os verbos analisados, levar e vir apresentam 148 Nonada 15 2010

Maria José Blaskovski Vieira valores altos de uso da preposição a/para, enquanto chegar apresenta valores significativos de uso de em. O verbo ir, diferentemente dos outros verbos, apresenta variação considerável. Os resultados apontam que a indeterminação do locativo e o fato de ter como referente um local aberto favorecem a emergência da preposição a/para, já a determinação e definição do locativo e o fato de ter como referente um local fechado condicionam o uso de preposição em. Em relação aos fatores sociais, o único que se mostrou relevante foi a variável geográfica que indicou Porto Alegre como a cidade, cujos falantes têm um comportamento mais inovador, preferindo a preposição em, e Curitiba como a cidade, cujos falantes têm uma atitude mais conservadora. 3 Aspectos metodológicos Para realização deste estudo, a partir das variáveis sociais sexo, idade e ocupação, foram selecionadas, do Banco de Dados VARX, que contém amostras de fala da cidade de Pelotas/RS, 58 entrevistas que foram submetidas à análise estatística, utilizando-se o programa Goldvarb para ambiente Windows. Considera-se como variável dependente o uso da preposição em no complemento locativo do verbo ir. As variáveis independentes, controladas nesta pesquisa, dividem-se em variáveis lingüísticas e extralingüísticas. São variáveis lingüísticas a configuração do espaço, o grau de definitude e de determinação do locativo, o traço semântico [±permanência], a existência de elemento interveniente entre o verbo e a preposição e variáveis extralingüísticas o sexo, a idade e a ocupação. De acordo com o que Mollica chamou configuração de espaço, referindo-se ao nome que ocupa posição de núcleo no SPres ligado ao verbo, foram controlados os traços semânticos do locativo [±aberto]. O locativo que possui o traço [-aberto] tem como característica o fato de ser um lugar cercado, com uma entrada definida, com ou sem cobertura. Aquele Nonada 15 2010 149

A influência dos fatores sociais na regência do verbo ir que possui o traço [+aberto] caracteriza-se por não apresentar essas características ou por se referir a um lugar indefinido ou abstrato. Por meio da variável grau de definitude e de determinação do locativo, controlaram-se dois tipos de informações, o fato de os locativos terem referentes conhecidos ou facilmente identificáveis por parte do falante/ouvinte e o fato de serem precedidos por artigo definido ou pronome possessivo ou demonstrativo. Essas informações desdobraram-se em dois traços: [± definido] e [±determinante]. Assim, se o locativo tivesse como referente um nome conhecido do falante/ouvinte e fosse precedido de artigo definido, receberia os traços [+definido, +determinante]; se fosse precedido de artigo indefinido ou pronome indefinido e fosse desconhecido de um dos interlocutores, receberia os traços [-definido, +determinante]; se os nomes não fossem precedidos de um determinante e o referente fosse conhecido, receberia os traços [+definido, -determinante]; e se os nomes não fossem precedidos de determinantes e os referentes fossem vagos, desconhecidos do falante/ ouvinte, receberiam os traços [-definido, -determinante]. Por meio da variável [±permanência] controlou-se, através da análise do contexto linguístico, a presença/ausência da idéia de permanência no local de destino. Quando não havia, no contexto, indicações claras da idéia de permanência, o fator utilizado deveria ser [-permanência]. A quarta variável lingüística controlada teve como motivação a suposição de que a existência ou não de elemento interveniente entre o verbo e a preposição poderia condicionar a escolha dessa preposição. Assim partiu-se da hipótese de que a ausência de elemento interveniente favoreceria o uso da preposição a/para, enquanto a presença de elementos intervenientes (um, dois, três ou mais), favoreceria o uso da preposição em. Entre as variáveis sociais, foram controlados nessa pesquisa o sexo, a idade (de acordo com a estratificação feita no VARX, foram consideradas três faixas etárias 16 a 25, 26 a 49 e mais de 50 anos) e a ocupação (de acordo com a estratificação feita no VARX, foram consideradas as ocupações que envolviam atividades de natureza manual, técnica e intelectual). 150 Nonada 15 2010

Maria José Blaskovski Vieira 4 Apresentação e discussão dos resultados Das oito variáveis controladas, foram selecionadas pelo programa computacional uma variável linguística e duas extralinguísticas, com uma frequência geral de aplicação de 28%. Para se chegar a esses resultados foram realizadas várias rodadas, sendo feitas algumas amalgamações naqueles fatores cujos resultados apresentavam valores muito próximos entre os subfatores. Após as amalgamações, foram considerados relevantes para a emergência da variante com a preposição em o grau de definitude e de determinação do locativo, a ocupação e a idade. Os resultados que passam a ser apresentados referem-se à variável grau de definitude e de determinação do locativo, a primeira a ser selecionada pelo programa. Tabela 1 Grau de defin. e determ. do locativo valor de aplicação: prep. em Aplic/total % Peso relativo [±def./+det.] 107/221 48 0.67 [±def./-det.] 36/222 16 0.33 Total 143/443 32 Significância: 0.008 Input: 0.282 Observa-se na tabela acima que o fato de o locativo referir-se a um lugar determinado - seja essa determinação feita por um artigo seja por um pronome - contribui para a emergência da variante em. É o que indica o peso relativo 0,67. Opostamente, o que menos favorece a emergência da preposição em é a indeterminação do locativo, isto é, o fato de o locativo não ser acompanhado de artigo ou pronome. É o que se verifica a partir do peso relativo 0,33. Originalmente, por meio desse fator analisava-se não somente a presença ou não de um determinante, mas também o fato de o locativo ter Nonada 15 2010 151

A influência dos fatores sociais na regência do verbo ir como referente um lugar que podia fazer parte ou não do universo de conhecimento do falante. Tendo em vista, no entanto, que por meio dessa categorização havia resultados estatísticos muito próximos, decidiu-se pela amalgamação da qual resultaram os valores apresentados na Tabela 1. Tais resultados assemelham-se àqueles encontrados por Mollica (1996), Vallo (2005) e Ribeiro (2008) e apontam para o fato de que a maior ou menor integração entre preposição e locativo é dependente de características semânticas do locativo. Do ponto de vista semântico, é possível perceber partilhamento de sentido entre a preposição em e locativos que apresentarem os traços semânticos de definitude e de determinação. Nesse sentido, conforme Borba (1971), quando o falante usa a preposição em com os verbos de movimento, ele não está interessado em representar a direção do movimento em si, mas apenas a sua inclusão no ponto de chegada, como em ir no restaurante, voltar no banco e esse ponto de chegada há de ser conhecido e determinado. Além disso, um locativo determinado e conhecido, introduzido pela preposição em, reforça a idéia de lugar onde além do movimento dado pelo verbo ir (Mollica, 1996, pág. 158). A segunda variável selecionada pelo programa foi a variável ocupação, cujos resultados são apresentados na Tabela 2 a seguir. Tabela 2 Ocupação valor de aplicação: preposição em Aplic/total % Peso relativo Manual 66/148 45 0.65 Técnica 47/135 35 0.49 Intelectual 30/160 19 0.37 Total 143/443 32 Significância: 0.008 Input: 0.282 Observa-se na tabela acima que indivíduos que exercem uma atividade de natureza manual tendem a preferir a preposição em, conforme 152 Nonada 15 2010

Maria José Blaskovski Vieira depreende-se do peso relativo 0,65. Já os indivíduos que desempenham atividades de natureza intelectual tendem a usar mais a preposição a/ para. É o que indica o peso relativo 0,37. Em relação aos indivíduos que desempenham uma função de natureza técnica, o peso relativo 0.49 indica que eles não têm qualquer papel na definição da preposição que irá se manifestar com o verbo ir. Considerando-se que, em geral, atividades de natureza manual demandam menor escolaridade e que atividades de natureza intelectual exigem um grau maior de escolaridade, os resultados permitem concluir que quanto mais escolarizado for o falante, maior a possibilidade de ele utilizar a regência padrão do verbo ir. O terceiro fator selecionado pelo programa foi a variável idade, indicando que falantes mais jovens tendem a usar mais a variante em, não-padrão, do que os mais velhos, que preferem a variante a/para. É o se pode ver na Tabela 2 a seguir. Tabela 3 Idade valor de aplicação: preposição em Aplic/total % Peso relativo 16 a 25 anos 26 a 49 anos 75/184 41 0.59 39/97 40 0.54 + 50 anos 29/162 18 0,37 Total 143/443 32 Significância: 0.008 Input: 0.282 Conforme se pode observar nos resultados apresentados na tabela acima, o peso relativo 0,59 indica que os falantes mais jovens usam mais a preposição em do que os mais velhos (0,37). Em termos absolutos, a preferência dos falantes mais velhos pela preposição a/para é mais Nonada 15 2010 153

A influência dos fatores sociais na regência do verbo ir clara: em 162 contextos com o verbo ir acompanhado de locativo, houve apenas 29 em que esse locativo foi introduzido pela preposição em. Em pesquisas anteriores (MOLLICA, 1996 e RIBEIRO, 2008), a variável idade se mostrou relevante, estando, em geral, associada ao sexo. Em Wiedemer (2008), a idade também tem influência na escolha da preposição a ou para, analisadas separadamente, mas não na escolha de em: quanto maior a idade menor o uso da preposição a e, ao contrário, quanto menor a idade maior o uso da preposição para. Independentemente da estratificação feita nessas pesquisas, o que se verifica é que há uma tendência de os falantes de mais idade preferirem a forma padrão a/para em detrimento da forma não-padrão em. Já entre os falantes mais jovens a preposição mais utilizada é a não-padrão. Poderiam esses resultados estar apontando para uma mudança em progresso? Labov (1994) parte da ideia de que é possível captar mudanças em progresso através da análise distribucional-quantitativa de variáveis em diferentes faixas etárias. Isso representa o que se convencionou chamar análise em tempo aparente. Através desse método, é possível comparar, em uma comunidade concreta, a fala de pessoas mais velhas com a de pessoas mais jovens. A partir dos dados coletados, qualquer diferença entre essas falas poderia ser interpretada como resultado de uma mudança em curso. A partir, então, dos resultados obtidos no estudo da regência do verbo ir na fala de Pelotas, poder-se-ia supor a existência de um processo de mudança. No entanto, o próprio Labov sustenta que a distribuição de variantes por faixas etárias pode não representar mudança lingüística na comunidade, mas um padrão característico de uma determinada faixa etária. De acordo com o autor, somente a observação em tempo real poderia confirmar a ocorrência de uma mudança em progresso. De acordo com Guy e Zilles (2007, p. 221), fatores como sexo, idade e classe social, muitas vezes, não se comportam independentemente uns dos outros. Dessa forma, decidiu-se verificar o cruzamento das variáveis idade e ocupação, cujo resultado é apresentado na Tabela 4 abaixo. 154 Nonada 15 2010

Maria José Blaskovski Vieira Tabela 4 Idade x Ocupação valor de aplicação: preposição em Manual Técnico Intelectual Aplic/ total % Aplic/ total % Aplic/ total 16 a 25 anos 29/47 7/15 9/31 29 26 a 49 anos 23/51 34/75 12/62 19 + 50 anos 14/50 4/29 11/83 13 Total 66/148 45/119 32/176 19 % Conforme se pode ver na tabela acima, há uma estreita relação entre idade e ocupação. Apesar de indivíduos mais jovens usarem mais a preposição em do que os mais velhos, o que se percebe é que esse uso diminui em função da ocupação exercida pelo indivíduo. Indivíduos da faixa etária mais jovem que exercem uma função manual usam mais a preposição em (62%) do que indivíduos dessa mesma faixa etária que exercem uma função intelectual (29%). Da mesma forma, em indivíduos da faixa etária mais velha, a natureza da atividade também determina o maior ou menor uso da preposição em: os que exercem ocupação manual usam mais a preposição em (28%) do que os de ocupação intelectual (13%). Comparando-se o uso da preposição em por ocupação, verifica-se uma significativa diferença entre os mais jovens e os mais velhos que desempenham uma função de natureza manual: os mais jovens usam a preposição não-padrão em 62% dos contextos com o verbo acompanhado de locativo, já os mais velhos usam a preposição não-padrão em 28% dos contextos. A diferença, no entanto, é bem menor entre os indivíduos que exercem uma função de natureza intelectual: os mais jovens usam a preposição não-padrão em 19% dos contextos e os mais velhos em 13% dos contextos. Nonada 15 2010 155

A influência dos fatores sociais na regência do verbo ir 5 Considerações finais A partir do estudo realizado é possível tecer algumas considerações a respeito da regência do verbo ir. Em primeiro lugar, a exemplo do que já haviam concluído Mollica, Vallo, Ribeiro e Vieira, pode-se dizer que o deslocamento da articulação verbo-preposição para verbo-locativo que vem ocorrendo no português brasileiro não representa uma variação livre, mas motivada por razões semânticas e, possivelmente, por razões pragmáticas. Portanto, há condicionamentos lingüísticos e extralingüísticos atuando na seleção da preposição que rege os verbos de movimento. Em segundo lugar, a escolha de uma ou outra preposição está relacionada tanto a traços semânticos do locativo e do verbo quanto da preposição. Especificamente em relação aos resultados encontrados, foi possível verificar que se mostraram relevantes na definição da preposição no complemento locativo do verbo ir a s variáveis grau de definitude e de determinação do locativo, a idade e a ocupação exercida pelo falante. Em relação ao primeiro fator, verificou-se que o fato de o locativo ser acompanhado de um determinante contribui para a emergência da variante em. Em sentido contrário, o que menos favorece a emergência da preposição em é a indeterminação do locativo, ou seja, o fato de não vir acompanhado de artigo ou pronome. Em relação às variáveis sociais, verificou-se que indivíduos mais jovens e que exercem uma atividade de natureza manual usam mais a preposição em do que indivíduos mais velhos que também têm esse tipo de atividade. O uso da preposição em, no entanto, diminui significativamente entre os indivíduos que exercem uma atividade de natureza intelectual, sejam eles jovens ou de mais idade. Isso significa que é necessário levar em conta a interação entre esses dois fatores na análise dos resultados. 156 Nonada 15 2010

Maria José Blaskovski Vieira REFERÊNCIAS FARIAS, Jair Gomes de. Variação entre a, para e em no português brasileiro e no português europeu: algumas notas. In: Letras de Hoje. Porto Alegre, v. 41, n. 1, p. 213-234, 2006. GUY, G. & ZILLES, A. Sociolinguística quantitativa: instrumental de análise. São Paulo: Parábola Ed., 2007. LABOV, W. Principles of Linguistic Change: internal factors. Cambridge: Blackwell, 1994. MOLLICA, M. C. A regência verbal do verbo ir em movimento. In : SIL- VA, G. M. O. (Org.) & SCHERE, M. M. (Org.). Padrões sociolingüísticos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, UFRJ, 1996. p. 85-119. RIBEIRO, Antonio J.C. Variação e funcionalidade no uso de preposições e a regência do verbo ir na fala carioca. In.: VOTRE, S. & RONCARATI, C. (Org.). Anthony Naro e a Lingüística no Brasil uma homenagem acadêmica. Rio de Janeiro: Letras, 2008. WIEDEMER, Marcos Luiz. A regência variável do verbo ir de movimento na fala de Santa Catarina. Dissertação de mestrado. Florianópolis, 2008. VALLO, M. A. G. do. A regência do verbo ir de movimento na perspectiva variacionista. In: HORA, D. da (org.) Estudos sociolingüísticos: perfil de uma comunidade. João Pessoa: Editora Pallotti, 2004. p. 207-217. VIEIRA, M.J.B. Variação das preposições em verbos de movimento. In: Signum: Estudos da linguagem, v. 12, n.1, Londrina, 2009. Maria José Blaskovski Vieira Doutorado em Linguística e Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Professor adjunto na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Pelotas, RS. E-mail: blaskovskivi@yahoo.com.br Recebido em 30/09/2010 Aceito em 30/11/2010 Nonada 15 2010 157

A influência dos fatores sociais na regência do verbo ir Vieira, Maria José Blaskovski. A influência dos fatores sociais na regência do verbo ir. Nonada Letras em Revista. Porto Alegre, ano 13, n. 15, p. 145-158, 2010. 158 Nonada 15 2010