CUIDADOS NO DOMICÍLIO: RELATOS DE CUIDADORES INFORMAIS DE IDOSOS Daniella Félix Rolim. Faculdade Santa Eliane de

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Transcrição:

CUIDADOS NO DOMICÍLIO: RELATOS DE CUIDADORES INFORMAIS DE IDOSOS Daniella Félix Rolim. Faculdade Santa Maria/FSM.Daniella.felix12@hotmail Eliane de Sousa Leite. Universidade Federal de Campina Grande/UFCG. elianeleitesousa@yahoo.com.br Milena Silva Costa. Universidade Federal de Campina Grande/UFCG. milenascosta2011@hotmail.com Saskia Carolino de Abreu Andrade Moreira. Faculdade Santa Maria/FSM. Email: saskiacorolino@hotmail.com Milena Nunes Alves de Sousa. Faculdade Santa Maria/FSM. Email: minualsa@hotmail.com INTRODUÇÃO Diante da realidade do envelhecimento populacional no Brasil cresceram os problemas sociais e de manutenção da saúde da população idosa e a preservação de sua permanência junto à família. Esse fato elucidou a importância da identificação das necessidades do cuidador familiar para a oferta de cuidados ao idoso fragilizado, em seu próprio domicílio, de forma integral. O cuidado domiciliar representa uma nova forma de cuidar dessas pessoas, sem ter que tirá-las do seu convívio social e familiar, e geralmente, é prestado pela família e pela comunidade, sendo o domicílio o espaço sociocultural natural. No que se refere à família, o cuidado normalmente incide em um de seus membros, o qual é denominado cuidador principal por ser o responsável pelos cuidados do idoso. Outros membros da família podem auxiliar em atividades complementares, daí serem chamados de cuidadores secundários (STACKFLETH, 2012). O domicílio é visto como um espaço em que pessoas idosas ou não, portadoras de doenças crônicas e outras afecções podem viver com qualidade de vida e manter a estabilidade da doença. Assim, a experiência de cuidar de doente em casa tem se tornado cada vez mais frequente no cotidiano das famílias. Neste contexto, a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNPI) orienta que a assistência a essa população tenha como preocupação básica a permanência do

idoso na comunidade, no seu domicílio, de forma autônoma, pelo maior tempo possível (BRASIL, 2006). Apesar dessa orientação, pressupõe-se que os cuidadores familiares, em maioria, não têm preparo técnico-científico para o desenvolvimento dos cuidados no domicílio e, muitas vezes, exercem de forma solitária e, em vista disso, sobrecarregam-se e apresentam sinais e sintomas de estresse, complicando sua saúde e a do idoso. Diante dessas considerações, surgiram os questionamentos: Como é desempenhado o cuidado ao idoso no domicílio e como os cuidadores informais percebem a prática desse cuidar? Quais dificuldades enfrentadas pelo cuidador informal no ato de cuidar? Pelo exposto, a realização desta pesquisa apresenta relevância cientifica e social, uma vez que é necessário investigar como estão acontecendo as formas de cuidar ao idoso pelos seus respectivos cuidadores. Diante do contexto, a presquisa foi norteada pelo objetivo: analisar o cuidado prestado ao idoso no domicílio, relatando as dificuldades dos cuidadores informais. METODOLOGIA Estudo exploratório com abordagem qualitativa, desenvolvido em duas Unidades Básicas de Saúde da cidade de Cajazeiras, Paraíba, Brasil, com 31 cuidadores informais de idosos dependente com enfermidade crônica, cuja doença gerou dependência, parcial ou total, e que estavam sendo cuidados em seus domicílios. Os dados foram coletados no mês de maio de 2013, mediante entrevista, utilizando-se um roteiro semiestruturado, contendo questões referentes aos dados pessoais dos cuidadores principais e outras pertinentes aos saberes e práticas do cuidado ao idoso no domicílio. Os dados foram analisados mediante a técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin (2011), a qual é uma técnica composta pelas seguintes fases: a pré-análise que tem o objetivo de sistematização, para que o pesquisador possa conduzir as operações sucessivas da análise; a exploração do material e por fim o tratamento dos resultados: a interferência e a interpretação dos achados.

O estudo foi realizado respeitando os aspectos éticos da pesquisa com seres humanos, normatizados pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), pela resolução N 196, de 10 de outubro de 1996, para tanto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Santa Maria, CAAE 16436913.0.0000.5180. RESULTADOS E DISCUSSÃO Caracterização dos Cuidadores Os resultados evidenciaram que os 31 cuidadores estavam na faixa etária entre 18 e 72 anos, sendo que 9,69% eram idosos. Portanto, percebe se que a idade pode ser considerada um fator agravante na sobrecarga dos cuidadores informais, já que essa prática pode acarretar sobre a saúde dos mesmos. Em relação ao gênero dos cuidadores, a maioria constituiu - se de mulheres; 41,94% tinham salário abaixo de R$ 840,00, e sobre o nível de escolaridade, aproximadamente 55% possuía Ensino Fundamental incompleto. Logo, em relação a essa variável algumas pressuposições pode ser feitas, como a de que com pouca escolaridade a pessoa prejudica o cuidado por não ter um maior discernimento, naquilo que é recomendado pelos profissionais de saúde. O estado civil prevaleceu os solteiros (64,52%), aspecto interessante para quem se dedica a cuidar de pessoas, devido à disponibilidade, considerando-se que quem não tem obrigações matrimoniais pode reprogramar sua vida e se adequar às necessidades do idoso que está aos seus cuidados. Dentre as profissões dos cuidadores, 58,06% eram agricultores e 12,9% eram donas de casa. Quanto ao tempo de cuidar do idoso teve como tamanho do intervalo da distribuição em cinco anos, percebendo-se que o maior intervalo de tempo de cuidar dos idosos tem de um a 16 (90,32%). Para melhor visualização dos achados deste estudo optou-se por constituir duas categorias de discussão a seguir. Dedicação aos Cuidados do Idoso Os cuidadores demonstraram que em relação ao cuidado direto ao idoso dependente funcional há a importância de dedicar-se muito mais tempo do que se espera; logo, esse fato traz consigo a necessidade de que abandone grande parte

das suas atividades cotidianas em virtude da adaptação da rotina de cuidados e a exigência que os idosos dependentes precisam. Portanto, a mudança de vida é algo apontado nas falas dos entrevistados como fator de relevante impacto. Inocenti, Rodrigues e Miasso (2009) destacam que a rotina do cuidado com o idoso é exaustiva, em virtude da execução de atividades como preparar refeições diferenciadas, lavagem de roupas, mudança de decúbito, higiene corporal, limpeza da casa; além do fazer compras, realizando assim tarefas que o individuo não pode mais desenvolver. Desse modo, a sobrecarga do cuidado traz consequências significantes e diretas à saúde do cuidador como preocupações, insegurança e isolamento, além de colocar o cuidador diante da morte e da falta de apoio emocional. A responsabilidade do cuidado recaía sobre os filhos ou membros que não trabalhavam, principalmente, cônjuges e noras, por entenderem que eles dispõem de tempo ocioso para desempenhar aquela função. As falas ainda destacaram que o cuidado se dá por não ter outra pessoa para desempenhar essa atividade. Cuidados Totais ao Idoso Compreende-se por cuidados totais tudo aquilo que o cuidador faz, realiza durante o dia a dia de assistência ao idoso. Em relação a esse estudo percebe-se que os cuidadores conseguem diferenciar as atividades instrumentalizadas da vida diária quanto das atividades básicas de vida. A dependência de cuidados totais leva a um desgaste constante na vida à medida que a doença evolui e a necessidade de cuidados aumenta, contribuindo assim para aumentar a sobrecarga dos cuidadores e consequentemente o aumento do grau das dificuldades percebidas por eles (FREITAS et al., 2008). Outro aspecto importante nos cuidados prestados ao idoso é o de fazê-lo com orientação de um profissional, pois a forma de cuidar muitas vezes exige certa especialidade que somente um profissional de saúde pode executar, no entanto, quando o cuidador pode realizar o mesmo deve ser orientado. Como exemplo nas falas, a orientação dada pelo médico tornou-se uma regra para o cuidador. Houve cuidadores que não perceberam o cuidar do idoso como uma dificuldade, mas sim como uma coisa que faz parte da vida deles.

CONCLUSÃO O estudo realizado com os cuidadores informais de idosos dependentes da capacidade funcional permitiu alcançar o objetivo proposto. Diante dos resultados, considera-se que as condições dos cuidadores de idosos dependentes precisam ser revistas para que se possa melhorar a qualidade de vida dos mesmos, bem como da assistência ao idoso. REFERÊNCIAS BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa, Portugal; Edições 70, LDA, 2011. BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria do Gabinete do Ministro de Estado da Saúde de n o 2.528 de 19 de outubro, que aprova a Política Nacional de Saúde da pessoa Idosa e dá outras providências. Brasília: 2006. FREITAS, I. C. C. et al. Convivendo com o portador de Alzheimer: perspectivas do familiar cuidador. Rev Bras Enferm. v.61, n.4, p. 508-13, jul-ago, 2008. INOCENTI, A.; RODRIGUES, I. G.; MIASSO, A. I. Vivências e sentimentos do cuidador familiar do paciente oncológico em cuidados paliativos. Rev. Eletr. Enf. v. 11, n.4, p.858-65, 2009. STACKFLETH, R. et al. Sobrecarga de trabalho em cuidadores de idosos fragilizados que vivem em domicilio. Acta Paul. Enferm. [online], v. 25, n. 5, p. 768-74, 2012.