PARECER N 001/2017-SIND-UEA INTERESSADO:

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Transcrição:

Ao Ilmo. Professor Dr. Roberto Sanches Mubarac Sobrinho Sindicato dos Docentes da Universidade do Estado do Amazonas SS/SIND-UEA Av. Tancredo Neves, 282, sala 10 Centro Comercial Vila Mariana Parque 10 de Novembro, Manaus, Amazonas. CEP n 69.054-700 PARECER N 001/2017-SIND-UEA INTERESSADO: Sindicato dos Docentes da Universidade do Estado do Amazonas SS/SIND-UEA ASSUNTO: Suspensão do pagamento da Gratificação de Produtividade Acadêmica no mês de janeiro (período de férias oficiais). EMENTA: I - GRATIFICAÇÃO DE PRODUTIVIDADE ACADÊMICA - GPA. LEI N 3.656/2011. DECRETO N 34.260/2013. APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DA LEI N 1.762/86. SUSPENSÃO DO PAGAMENTO DURANTE AS FÉRIAS OFICIAIS. MANUAL DA GPA. ILEGALIDADE. MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO CABÍVEL. II - A ADMINISTRAÇÃO NÃO PODE INOVAR ONDE A LEI ASSIM NÃO AUTORIZA. SOMENTE É PERMITIDO E DEVIDO AQUILO EXPRESSAMENTE PREVISTO EM LEI. TRATA-SE DA ESTRITA LEGALIDADE, ACEPÇÃO PELA QUAL SE REVESTE O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE NO RAMO DO DIREITO ADMINISTRATIVO. III - A LEI N. 1.762/86 PREVÊ, ENTRE OUTROS, AS FÉRIAS COMO HIPÓTESE DE AFASTAMENTO. NO ENTANTO, FRISA QUE SERÁ CONSIDERADO COMO DE EFETIVO EXERCÍCIO O AFASTAMENTO DO FUNCIONÁRIO EM VIRTUDE DE FÉRIAS, SENDO CERTO QUE, DURANTE ESSE PERÍODO, TERÁ DIREITO A TODAS AS VANTAGENS DO CARGO, COMO SE EM EFETIVO EXERCÍCIO ESTIVESSE. IV - DEVERIA O LEGISLADOR DA LEI N 3.656/2011 PREVER EXPLICITAMENTE AS FÉRIAS OFICIAIS COMO CAUSA DE SUSPENSÃO DO PAGAMENTO DA GPA. NÃO HAVENDO TAL PREVISÃO, NÃO PODE A ADMINISTRAÇÃO DA UEA ASSUMIR O PAPEL DO LEGISLATIVO. V - CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO INDIVIDUAL SE MOSTRA COMO MEDIDA PROCESSUAL ADEQUADA. 1. RELATÓRIO Trata-se de consulta formulada pelo Prof. Dr. Roberto Sanches Mubarac Sobrinho do Sindicato dos Docentes da Universidade do Estado do Amazonas SS/SIND-UEA, cujo escopo é dirimir as dúvidas acerca da suspensão do pagamento 1

da Gratificação de Produtividade Acadêmica (GPA) no mês de janeiro (período de férias oficiais), conforme conversa realizada no dia 18/08/2017. O docente destaca que desde o ano de 2014, quando da implementação da produtividade, o pagamento era feito nos 24 meses de duração do projeto não havendo qualquer interrupção, que somente agora em 2017 passou a "vigorar", mas sem nenhum documento oficial, apenas o item 1.24 do manual. Encaminhou para esta assessoria jurídica, via e-mail, os seguintes documentos: Manual de GPA, destacando o item 1.24 e a Lei n 3.656/2011, que institui o Plano de cargos, carreiras e remuneração do magistério público superior e dos servidores técnicos e administrativos da Universidade do Estado do Amazonas e dá outras providências. É o relatório, Passo a opinar. 2. DO PARECER De início, dada à hipótese versada, cumpre-nos delimitar a análise deste parecer, levando em consideração os atos normativos que regem a GPA. Destacamse: o inciso III do art. 32 da Lei n 3.656 de 01 de setembro de 2011, o Decreto Regulamentar n 34.260 de 09 de dezembro de 2013 e o Manual sobre Produtividade Acadêmica/2017. Assim sendo, conforme o inciso III do art. 32 da Lei n 3.656/2011, a GPA trata-se de Gratificação que poderá ser concedida mediante requerimento, ao docente do quadro efetivo da UEA, pelo compromisso de desenvolver projeto institucional de Ensino e/ou Extensão e/ou Pesquisa e/ou Inovação, de acordo com disciplina específica a ser prevista em resolução do Conselho Universitário. Os parágrafos do citado artigo destacam que a GPA corresponderá a 40% (quarenta por cento) do vencimento básico previsto para o nível em que se encontre o docente em sua respectiva classe, somente sendo concedida aos professores do quadro efetivo da UEA, isto é, àquele investido na forma do art. 37, inciso II, da Constituição Federal 1, devendo ser integrante do regime de 40 (quarenta) horas semanais e estar no pleno exercício de suas atividades. 1 Constituição Federal - Art. 37. [...] II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998); 2

Deverá ocorrer, no entanto, a suspensão do respectivo pagamento durante os afastamentos legais, exceto para capacitação docente, deferido no curso da execução do projeto institucional, desde que não haja prejuízo ao alcance de seu resultado. Tem-se ainda, que a GPA ficará limitada ao período de duração do projeto institucional, observado o máximo de 02 (dois) anos, salvo na hipótese de aprovação de nova proposta que poderá ser a renovação ou novo projeto, conforme disciplina a ser prevista pelo Conselho Universitário, observados os requisitos necessários à concessão inicial. Neste contexto, a problemática, cinge-se ao item 1.24 do Manual de GPA, guia prático criado pela Administração da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), para orientar os docentes e a comunidade em geral acerca da GPA. O citado item afirma: 1.24 Considerando a natureza da GPA, os docentes contemplados possuem o direito de percepção durante o período de férias oficiais (janeiro)? Não. Sendo a GPA de natureza pro labore faciendo, o pagamento da mesma será suspenso durante o período de férias oficiais, que corresponde ao mês de janeiro, exceto para os docentes que comprovarem a execução do projeto, por meio do Relatório de Atividades (ANEXO IV) e dos documentos comprobatórios. Relatório de Atividades refere-se ao modelo constante no ANEXO IV, que tem por finalidade comprovar a execução do Projeto durante as férias oficiais (janeiro), de modo a fazer jus à percepção da GPA do referido período. Ora, consideram-se férias oficiais o contexto trazido pela o art. 33 da Lei n 3.656/2011, que preconiza que ao docente em efetivo exercício, serão concedidos 45 (quarenta e cinco) dias de férias anuais, que deverão ser gozadas durante o recesso do calendário acadêmico. Pois bem. Percebe-se que a Administração da UEA considera a GPA como gratificação pro labore faciendo, isto é, aquela atrelada à consecução de atividades específicas, que por sua natureza, somente deverão ser pagas pela Administração àqueles servidores que efetivamente trabalharem sob as condições especiais que ensejaram a sua criação. Ocorre, no entanto, que a Administração não pode inovar onde a Lei assim não autoriza. Trata-se, na verdade, do princípio da legalidade que, no Direito 3

Administrativo, assume feição distinta da que possui nos demais ramos do direito. Com efeito, enquanto que em acepção usual entende-se que tudo o que não é proibido pela lei é permitido que se faça, no Direito Administrativo ocorre o inverso: somente é permitido e devido aquilo que lei expressamente autoriza. Trata-se da estrita legalidade, acepção pela qual se reveste o princípio da legalidade nesse ramo do direito. Neste sentido, a Lei que cria a GPA é clara e objetiva, prevendo sistematicamente as hipóteses de aplicação da suspensão do pagamento e da incidência da natureza jurídica da GPA. Veja-se: Lei n 3.656/2011. Art. 32. Aos docentes integrantes do quadro de pessoal da Universidade do Estado do Amazonas serão devidas as seguintes Gratificações, por ato do Reitor, na forma a seguir especificada: {...] III - Gratificação de Produtividade Acadêmica: poderá ser concedida, mediante requerimento, ao docente do quadro efetivo da UEA, pelo compromisso de desenvolver projeto institucional de Ensino e/ou Extensão e/ou Pesquisa e/ou Inovação, de acordo com disciplina específica a ser prevista em resolução do Conselho Universitário. [...] 2.º A Gratificação de Produtividade Acadêmica somente será concedida aos docentes do quadro efetivo da UEA, integrantes do regime de 40 (quarenta) horas semanais, que estiverem no pleno exercício de suas atividades, com suspensão do respectivo pagamento durante os afastamentos legais, exceto para capacitação docente, deferido no curso da execução do projeto institucional, desde que não haja prejuízo ao alcance de seu resultado. (grifamos) [...] 4.º A Gratificação de Produtividade Acadêmica, por possuir natureza pro labore faciendo, não se incorporará à remuneração ou aos proventos do servidor para nenhum efeito, não constituindo base de cálculo da contribuição previdenciária. (grifamos) Logo, extrai-se do artigo legal citado que as hipóteses de suspensão, consubstanciam-se nos afastamentos legais, sendo estes na forma do art. 34 da Lei 3.656/11, exceto para capacitação docente: (II) colaboração com outra instituição pública de ensino superior ou de pesquisa, mediante acordo formalmente celebrado pela UEA, por tempo determinado; (III) frequência em congressos, simpósios, encontros ou reuniões relacionadas com atividades acadêmicas, administrativas na UEA ou sindicais; (IV) participação em atividades desenvolvidas por entidades científicas ou representativas de classe, categoria profissional ou sindical. 4

Aplica-se ainda ao contexto do artigo, as hipóteses de afastamentos contidas na Lei 1.762/1986 que dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Amazonas e aplicável aos docentes da Universidade do Estado Amazonas, por força da parte final art. 1º da Lei n 3.656/11: Art. 1.º Fica instituído, na forma do disposto nesta Lei e seus Anexos, o PLANO DE CARGOS, CARREIRAS E REMUNERAÇÃO DO MAGISTÉRIO PÚBLICO SUPERIOR E DOS SERVIDORES TÉCNICOS E ADMINISTRATIVOS DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS, cujos integrantes são regidos pelo disposto nesta Lei e, subsidiariamente, pelo Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado do Amazonas (Lei nº. 1.762, de 14 de novembro de 1986). Neste sentido, o estatuto prevê, entre outros, as férias como hipótese de afastamento. No entanto, frisa que será considerado como de efetivo exercício o afastamento do funcionário em virtude deste afastamento, sendo certo que, durante esse período, o terá direito a todas as vantagens do cargo, como se em efetivo exercício estivesse. Veja-se: Lei 1.762/86 Art. 56 - Será considerado como de efetivo exercício o afastamento do funcionário em virtude de: I - Férias; [...] Art. 64 - Durante as férias o funcionário terá direito a todas as vantagens do cargo, como se em efetivo exercício estivesse. Desta forma, deveria o legislador da Lei n 3.656/2011 prever explicitamente as férias oficiais como causa de suspensão do pagamento da GPA. Não havendo tal previsão, não pode a Administração da UEA assumir o papel do legislativo. Não foi atrelado de maneira direta às férias oficiais, como hipótese de suspensão e muito menos a submissão da natureza jurídica pro labore faciendo da GPA, como condição de interrupção do seu pagamento, sendo desta forma, proibido a Administração da UEA agir (ou inovar) onde a lei assim não dispôs. Assim, em análise preliminar, esta assessoria considera a suspensão do pagamento da GPA, ato ilegal da Administração da UEA, vislumbrando, em caso de ocorrência, a possibilidade de provocar o Poder Judiciário através das medidas judiciais cabíveis. 5

In casu, o cabimento do Mandado de Segurança Preventivo individual, mostra-se medida processual adequada, na medida em que se vislumbra a existência de ato ilegal/injusto por parte de autoridade pública (reitor da UEA), que ameaça a direito líquido e certo dos docentes a percepção da GPA no período de férias oficiais, o que certamente, caso efetivada a suspensão, trará prejuízos. É o parecer. S.M.J. Manaus/AM, 15 de setembro de 2017. Ma. Auxiliadora Bicharra da Silva Santana A D V O G A D A OAB/AM 3.004 Assessoria Jurídica do Sindicato dos Docentes da Universidade do Estado do Amazonas SS/SIND-UEA Wagner Lima da Costa A D V O G A D O OAB/AM 9.985 Assessoria Jurídica do Sindicato dos Docentes da Universidade do Estado do Amazonas SS/SIND-UEA 6