ICTR 2004 CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM RESÍDUOS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Costão do Santinho Florianópolis Santa Catarina

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Transcrição:

ICTR 2004 CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM RESÍDUOS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Costão do Santinho Florianópolis Santa Catarina UTILIZAÇÃO DO ENTULHO GERADO NA CONSTRUÇÃO CIVIL Rosiléa Garcia França Taciane Caon PRÓXIMA Realização: ICTR Instituto de Ciência e Tecnologia em Resíduos e Desenvolvimento Sustentável NISAM - USP Núcleo de Informações em Saúde Ambiental da USP

UTILIZAÇÃO DO ENTULHO GERADO NA CONSTRUÇÃO CIVIL Objetivo O trabalho tem por objetivo reutilizar e reaproveitar os resíduos gerados na construção civil na forma de agregados para produção de argamassa e concreto. Além do mais traçou-se alguns objetivos específicos, como coletar o entulho gerado em uma obra realizada em Chapecó, efetuar a caracterização granulométrica do mesmo, confeccionar corpos-de-prova de argamassa e de concreto utilizando agregados reciclados, comparando a resistência à compressão obtida, à argamassa e concreto utilizando agregados naturais. Metodologia Neste trabalho foram adotados traços definidos para produção de argamassa. Para o concreto efetuou-se a dosagem do mesmo, utilizando diferentes teores de substituição do agregado e reciclado. O entulho foi obtido em obras realizadas no campus da Unochapecó e moído manualmente. A produção da argamassa e do concreto caracterizou-se na mistura dos materiais na betoneira conforme procedimento usado para agregados naturais. Em seguida tanto argamassa como o concreto foram adensados e moldados em corpos-de-prova. Nas primeiras 24 horas passaram por um processo de cura ao ar, depois foram desmoldados e curados por imersão em água, até as idades referências de 7 e 28 dias, para verificar a resistência à compressão. Resultados alcançados Para agregado miúdo obteve-se duas granulometrias classificadas na zona 4 (grossa) e zona 3 (média) e para agregado graúdo foi obtido granulometria entre graduação 0 e 1 e uma na graduação 1. Para os agregados convencionais utilizouse areia grossa e média e brita n 1. Analisando a resistência à compressão observou-se que para argamassa de cimento (chapisco e contrapiso) os valores de resistência foram em média 30% menores para os agregados reciclados em relação aos agregados naturais. Para argamassa mista (assentamento e emboço) obteve-se resistências bem semelhantes. Para concretos utilizando diferentes frações de agregado reciclado a redução média na resistência foi de 45%, em relação aos agregados convencionais. 5179

UTILIZAÇÃO DO ENTULHO GERADO NA CONSTRUÇÃO CIVIL Rosiléa Garcia França² Taciane Caon¹ Resumo Com o esgotamento e escassez das áreas de deposição e os próprios inconvenientes ambientais surge, neste contexto o reaproveitamento e reutilização do entulho gerado na construção civil, representando assim a introdução de um novo material a ser utilizado na indústria da construção, com baixo custo relativo, de grande potencialidade, ao mesmo tempo minimizando os impactos ambientais e proporcionando melhor qualidade de vida as pessoas. Assim, esta pesquisa visa algumas alternativas possíveis para reutilizar este material, em especial na forma de agregado para produção de argamassa, adotando traços já definidos e também de concreto com diferentes teores de substituição de agregados naturais por reciclados, verificando a resistência à compressão obtidas para argamassa e concreto, comparando os resultados obtidos a argamassas e concretos com agregados naturais. O entulho utilizado foi coletado em obras e moído manualmente, para posterior caracterização em agregado miúdo e graúdo. Foram confeccionados corpos-de-prova com argamassa e com concreto, verificando a resistência nas idades referência. Os resultados obtidos para resistência à compressão em argamassas de cimento foram menores para amostras com entulho e para argamassas mistas utilizando entulho a diferença entre as resistências foi bem menor em relação a anterior. Para o concreto as amostras com agregado reciclado também atingiram resistências inferiores ao concreto com agregados convencionais. Estes resultados encontrados são devidos ao tipo de material, granulometria e menor densidade apresentada pelo entulho, exercendo maior influência na resistência à compressão. PALAVRAS-CHAVE: entulho-reutilização-argamassa-concreto ²Professora/orientadora UNOCHAPECÓ).Dra.em Engenharia Civil (UNICAMP). E-mail: rosileaf@unochapeco.rct-sc.br ¹Acadêmica/ bolsista de Engenharia Civil (UNOCHAPECÓ). E-mail: taci@unochapeco.edu.br 5180

1. Introdução A geração de resíduos está presente na maioria das etapas da construção, como na exploração e utilização dos recursos naturais, na falta de mão-de-obra especializada, na falta de tecnologia adequada na execução de alguns serviços, no gerenciamento de obras, entre outros. Os aterros, bota-foras clandestinos, lixões, eram as soluções normalmente empregadas para deposição do entulho sem perspectiva de reutilização desse material, porém tornaram-se um problema devido ao esgotamento dessas áreas e pela própria degradação provocada ao meio ambiente. Neste sentido, uma das alternativas mais eficazes em termos ambientais e econômicos caracteriza-se como a redução dos resíduos gerados, no entanto, podese destacar que nem sempre é a solução mais viável, assim surge à reutilização como um bom recurso e conseqüentemente a reciclagem. A apresentação do trabalho está dividida em etapas. Iniciando com uma breve introdução acerca do assunto, os objetivos propostos. Posteriormente na 2ª etapa, encontra-se a metodologia aplicada, os materiais empregados na produção de argamassa e concreto, bem como os procedimentos utilizados para realização dos ensaios. A 3ª etapa apresenta os resultados obtidos a partir dos ensaios realizados em relação às propriedades dos agregados para produção concreto, resistência à compressão. Na última etapa foram discutidos os resultados, apresentando as conclusões finais. O objetivo geral do trabalho é reutilizar e reaproveitar os resíduos gerados na construção civil na forma de agregados para produção de argamassa e concreto. Nesse sentido, foram traçados alguns objetivos específicos, como coletar o entulho gerado em uma obra realizada em Chapecó, efetuar a caracterização granulométrica do mesmo (em agregado graúdo e miúdo), determinar algumas propriedades para agregado reciclado utilizado em concreto, confeccionar corpos-de-prova de argamassa com agregado reciclado e convencional através de traços definidos na literatura encontrada e produzir concreto com diferentes teores de substituição de agregados naturais por reciclados e utilizando somente agregados naturais, e ainda, moldar corpos-de-prova comparando as resistências obtidas para argamassas e concretos com agregados reciclados e com agregados naturais. 2. Materiais e métodos O entulho utilizado nesta pesquisa foi obtido em algumas obras realizadas no campus da Unochapecó, sendo que o mesmo não passou por nenhum processo de beneficiamento, ou seja, foi apenas moído manualmente. E posteriormente passou pelo processo de peneiramento, obtendo duas frações, agregado miúdo e agregado graúdo, semelhante aos agregados naturais (areia e brita). Em relação à composição do entulho coletado é formada basicamente por restos de argamassa e tijolos. 2.1. Argamassa Como agregado miúdo utilizou-se agregados reciclados, usando duas frações de granulometrias diferentes, uma com grãos passantes na peneira de 5181

4,8mm e retidos na peneira de 0,075mm e outra com grãos passantes na peneira de 2,4mm e retidos na peneira de 0,075mm. E para agregados naturais utilizou-se areia fina, média e grossa. Adotou-se cimento CP II F 32, ideal para chapiscos e CP II Z 32. Nas argamassas mistas utilizou-se cal hidratada, tipo CH I (especial), por ter maior finura, em relação à cal CH III (cal hidratada comum com carbonato), sendo possível utilizar a mesma em menores quantidades. Como o objetivo da pesquisa visa à produção de argamassa utilizando entulho, os traços ensaiados foram selecionados de acordo com a literatura pesquisada. O proporcionamento dos materiais para produção de argamassa tanto com agregado reciclado como foram efetuados em kg, em virtude da pequena quantidade de material utilizado em cada amostra. A maior porosidade apresentada pelo agregado miúdo reciclado indica a necessidade de pré-umidificação do material antes da mistura na betoneira, para que o agregado não absorva a água destinada a hidratação dos aglomerantes. Foi determinado um período de 10 minutos antes de misturar os materiais na betoneira, sendo este um tempo razoável de espera antes de efetuar a mistura e ainda a absorção não varia muito entre os 10 e 30 minutos, de acordo com exposto por Leite (2001, p. 138). Para argamassa foram produzidos cinco traços diferentes. Dentre eles destacam-se argamassas de cimento e argamassas mistas (cimento e cal). Para argamassa de cimento efetuou-se chapisco no traço 1:3 (cimento: agregado miúdo de granulometria grossa) de acordo com especificado por Thomaz (s/d. p. 01) e argamassa de contrapiso no traço 1:3 (cimento: agregado miúdo de granulometria média) como proposto por Borges, Montefusco e Leite (1996, p. 181), utilizando para os dois traços cimento CP II F-32. Em argamassas mistas foram produzidos dois traços para argamassa de assentamento, sendo um deles no traço 1:1:6 (cimento: cal hidratada: agregado miúdo com granulometria média) definido por Thomaz (s/d, p. 01), o outro traço definido por MILITO (s/d p. 20) na proporção de 1:2:8 (cimento: cal: agregado miúdo de granulometria média). E ainda foi produzido um traço para argamassa de emboço na proporção de 1:2:9 (cimento: cal: agregado miúdo de granulometria média), estabelecido por Fiorito (1994, p. 24). Utilizando como aglomerantes para argamassa mista cimento CP II Z-32 e cal hidratada tipo CH I (especial). Na produção da argamassa a ordem de mistura dos materiais seguiu a colocação dos agregados miúdos, parte da água, cimento, cal (quando argamassa produzida é mista) e o restante da água. Posteriormente foi verificada a trabalhabilidade da mistura utilizando uma colher de pedreiro observando se a argamassa ficava aderida na colher ou não, verificou-se também se a penetração da colher na argamassa, analisando a consistência da mistura e se a quantidade de água era suficiente. Depois de verificada a trabalhabilidade e consistência, foram moldados corpos-de-prova de forma cilíndrica de dimensões 5x10cm. O adensamento da mistura foi efetuado manualmente através de um soquete, em 2 camadas com 10 golpes cada uma. Durante as primeiras 24 horas a partir da moldagem, o processo utilizado foi de cura ao ar e após foram desmoldados e curados por imersão até a idade de 7 e aos 28 dias. Foram confeccionados para cada traço de argamassa seis corpos-deprova utilizando agregados reciclados e mais seis corpos-de-prova com agregado miúdo. Em cada idade referência os corpos-de-prova eram retirados da água 5182

duas horas antes para regularizar as imperfeições da superfície da base, para então efetuar o ensaio de resistência. A resistência à compressão foi verificada nas duas idades acima relacionadas. Comparando os resultados obtidos entre argamassa com agregados reciclados e com agregados naturais. 2.2. Concreto Como agregado miúdo utilizou-se agregados reciclados com grãos passantes na peneira de 4,8mm e retidos na peneira de 0,075mm e como agregado graúdo utilizou-se grãos passantes na peneira de 19 mm e retidos na peneira de 4,8 mm. E para agregados naturais utilizou-se areia média. Adotou-se cimento CP II Z 32 para amostra com 100% de entulho, sendo que para amostras com 50% de entulho e para amostra com 100% de agregados convencionais, utilizou-se cimento CP II F 32. As caracterizações granulométricas dos agregados naturais e recicladas foram realizadas de acordo com as especificações da NBR 7217/87 e NBR 7211/83. Através da determinação da massa específica é possível calcular o consumo de material utilizado na produção de concretos. Para os agregados miúdos e reciclado foram determinados de acordo com a NBR 9776/87, que prescreve o uso do frasco de Chapman. Para os agregados graúdos naturais utilizou-se a NBR 9937/87 com auxílio da balança hidrostática, o uso desta norma para os agregados graúdos reciclados foi constatado em várias pesquisas inviável, assim foi adotado o método determinado por NEVILLE (1995), utilizado por Leite (2001, p 133) em seu trabalho, na qual determina a massa específica usando um balão volumétrico cheio de água (deve-se pesar a massa deste conjunto-b), na seqüência é acrescentado uma amostra de agregado graúdo (deve-se pesar este conjunto-a), o cálculo foi efetuado com auxílio da equação descrita a seguir: γ = C (1) B A + C Onde: C massa da amostra A massa unitária foi determinada com o agregado no estado solto como prescreve a NBR 7251/82. Foram efetuadas a compensação das massas de agregado reciclado (frações miúda e graúda) em virtude deste material possuir massa específica inferior aos agregados naturais. Pois, se realizada somente a substituição do agregado pelo reciclado seria necessário maior quantidade de água e cimento para produzir misturas semelhantes. Através da equação proposta por Leite (2001, p. 123) é possível efetuar as compensações, como mostra a seguir: Mamr = Mamn x γ amr (2) γ amn Onde: Mamr = massa agregado miúdo reciclado (kg) Mamn = massa agregado miúdo (kg) γ amr = massa específica agregado miúdo reciclado (kg/dm³) 5183

γ amn = massa específica agregado miúdo (kg/dm³) Este procedimento foi realizado somente para a segunda amostra de concreto com agregado reciclado. A determinação das taxas de absorção para os agregados reciclados através das normas propostas para agregados naturais é inadequada, devido à alta porosidade do material. Neste sentido, adotou-se o método proposto por Leite (2001, p. 135) que consiste na utilização de uma peneira de malha de 0,044 mm com tampa, colocando uma amostra de material (de agregado graúdo ou agregado miúdo) e na seqüência submergir a peneira em água. Sendo que o ganho de massa é monitorado com auxílio de uma balança hidrostática, através de leituras por 2 horas consecutivas (o autor propõe que as leituras sejam efetuadas por 24 horas, mas com o ganho de massa é mais significativo dentro das duas primeiras horas, adaptou-se nesta pesquisa este período). A taxa de absorção foi determinada em relação à massa material seco e também submerso, descritas pelas equações a seguir: Aseca(%)=Msub-f - Msub-o (3) Mseca Asub(%)=Msub-f - Msub-o (4) Msub-o Onde: A seca (%) = taxa de absorção do material seco A sub (%) = taxa de absorção do material submerso Msub-f = massa material submerso no instante final (kg) Msub-o = massa material submerso no instante inicial (kg) Mseca = massa material seco em estufa Este procedimento foi efetuado somente para a segunda amostra de concreto utilizando agregados reciclados. Com o objetivo de obter uma resistência à compressão utilizando agregados reciclados semelhante aos concretos convencionais, adotou-se um fck de 20 MPa. Na primeira amostra com 100% de agregados reciclados utilizou-se fator água/ cimento de 0,56 e consumo de cimento de 375 kg/m³, com um traço em massa de 1:4,6. Posteriormente, para a segunda amostra com 50% de agregado reciclado e para o concreto referência utilizou-se fator água/cimento de 0,60, consumo de cimento de 368 kg/m³ e traço em massa de 1:5. A mistura dos materiais seguiu a mesma ordem comumente empregada, primeiro a brita ou o agregado graúdo reciclado, metade da água, cimento, restante da água e por último a areia ou ao agregado miúdo. Efetuou-se também a compensação da absorção de água do agregado reciclado. Foi determinado também que os agregados reciclados seriam préumidecidos por 10 minutos antes de iniciar a mistura dos materiais, por ser um pequeno tempo de espera antes da mistura, e pelo fato da absorção não ter variado muito entre o período de 10 e 30 minutos. De acordo com as prescrições da NBR 5738/94 os corpos-de-prova foram moldados e curados. Na primeira amostra de concreto foram usados corpos-deprova cilíndricos de 15x30 cm, adensados em 4 camadas de 30 golpes cada. Para a 5184

segunda e terceira amostra utilizou-se corpos-de-prova cilíndricos de 10x20 cm adensando em 2 camadas com 15 golpes cada. Ficando por 24 horas nos moldes e passado este período foram desmoldados e curados por imersão em água até as idades referências de 7 e 28 dias. Nas idades referências foram retirados da água e após 2 horas foram corrigidas as imperfeições das superfícies dos mesmos através do capeamento com enxofre, para determinar a resistência à compressão de acordo com as orientações descritas na NBR 5739/94. 3. Resultados 3.1. Argamassa Os resultados obtidos para resistência à compressão aos 7 e 28 dias, utilizando agregados reciclados e agregados convencionais, estão apresentados na Tabela 1. Tabela 1 Resultados de resistência à compressão para argamassas Argamassa Cimento Argamassa Mista (cimento e cal) Tipo argamassa Traço Chapisco 1:3 (cimento: agreg. miúdo granul. grossa) Contrapiso 1:3 (cimento: agreg. miúdo granul. média) Assentamento 1:1:6 (cimento: cal: agreg. miúdo granul. média) Assentamento 1:2:8 (cimento: cal: agreg. miúdo granul. Média) Emboço 1:2:9 (cimento: cal: agreg. miúdo granul. média) Tipo material Idade de cura (Média) utilizado 7 dias 28 dias Agregado 8,54 12,81 reciclado Agregado 15,45 21,08 Agregado 16,03 20,18 reciclado Agregado 23,90 28,09 Agregado 3,55 7,15 reciclado Agregado 3,99 5,88 Agregado 2,31 ------ reciclado Agregado 3,31 ------ Agregado 2,12 ----- reciclado Agregado 2,12 ----- OBS.: Para a argamassa de assentamento no traço 1:2:8 e para argamassa de emboço não foi possível obter os valores de resistência à compressão, em virtude da idade de 28 dias não ter sido atingida. 3.2.Concreto De acordo com os limites granulométricos a graduação obtida na primeira amostra para o agregado miúdo foi a zona 4 (grossa) e o agregado graúdo ficou entre a graduação 0 e 1. Na segunda amostra o agregado miúdo ficou classificado 5185

na zona 3 (média) e o agregado graúdo se encaixou na graduação 1, sendo que os agregados convencionais utilizados também obtiveram as mesmas classificações da segunda amostra. Os resultados dos ensaios de massa específica e unitária estão apresentados na Tabela 2. Amos tra 01 02 03 Tabela 2 Resultados de massa específica e massa unitária dos agregados Fração granulométria Tipo de material Massa específica (kg/dm³) Relação c/ (%) Massa unitária (kg/dm³) Relação c/ (%) Miúdo Reciclado 2,46 95 1,16 75 Graúdo Reciclado 2,70 92 0,99 62 Miúdo Reciclado 2,467 95 1,23 79 Graúdo Reciclado 2,45 83 0,98 61 Miúdo Natural 2,59-1,55 - Graúdo Natural 2,94-1,60 - A taxa de absorção da água foi determinada para os agregados reciclados miúdo e graúdo através das equações (3) e (4), na Tabela 3 estão apresentados os valores para as taxas de absorção média dos agregados. Tabela 3 Taxa de Absorção média dos agregados Agregados reciclados Miúdo Graúdo Seco Submerso Seco Submerso Absorção (%) 3,8 2,64 2,36 1,60 Absorção média (%) 3,22 2 Os resultados obtidos para resistência à compressão aos 7 e 28 dias, utilizando agregados reciclados e agregados convencionais, na produção de concreto, estão apresentados na Tabela 4. Tabela 4 Resultados de resistência à compressão para concreto Amostra Tipo Material Utilizado 1 Blocos c/ 100% entulho Relação Idade de Cura (média) a/c 7 dias 28 dias 0,56 9,25 17,76 2 Blocos c/ 50% entulho 0,60 12,90 18,40 3 Bloco c/ material convencional 0,60 25,19 33,22 5186

4. Discussão Para argamassas de cimento (chapisco e contrapiso) utilizando agregados reciclados, a resistência obtida aos 28 dias foi em média 33% menor em relação ao agregados naturais. Enquanto para argamassas mistas de cimento e areia (assentamento e emboço) a redução foi de apenas 15% (ver Tabela 1). Comparando os resultados obtidos entre as relações com agregados reciclados pode-se observar que a relação para massa específica é maior que a relação para massa unitária, mesmo assim a massa específica dos agregados reciclados é inferior em relação aos naturais (ver Tabela 2). Através dos valores obtidos utilizou-se as taxas de absorção média como parâmetro, adicionando a água total do concreto 50% da taxa de absorção média do agregado miúdo e 50% da taxa média do agregado graúdo, este procedimento foi efetuado somente para a segunda amostra de concreto com agregados reciclados (ver Tabela 3). Comparando o aumento de resistência em relação à idade (ver Tabela 4), é possível denotar que ocorreu um aumento de resistência entre os 7 e 28 dias de 48%, obtendo aos primeiros 7 dias 52%. Já na 2ª amostra, observou-se que o acréscimo de resistência entre as idades de 7 e 28 dias foi de 35%, o que indica um maior aumento durante os primeiros 7 dias. Na 3ª amostra, nos primeiros 7 dias o concreto com material convencional obteve resistência de 76%, ainda o crescimento entre as duas idades ficou em 24% para concreto convencional. 5. Conclusão O processo de moagem e a granulometria influenciaram bastante nos resultados obtidos para resistência à compressão nas argamassas de cimento (chapisco e contrapiso). Pois foram utilizadas as mesmas granulometrias tanto para argamassas com agregados reciclados como convencional e obteve-se valores para resistência à compressão para agregados reciclados inferiores em relação à argamassa com agregados naturais, isto demonstra a tendência de granulometria mais grossa para os agregados reciclados.enquanto para as argamassas mistas a redução média na resistência foi bem menor, em relação à obtida para argamassa de cimento. Um ponto importante a destacar foi à obtenção da mesma resistência média aos 7 dias para argamassa de emboço, ocasionada em virtude de ter sido usada a composição granulométrica para agregados reciclados com grãos passantes na peneira de 2,4mm e retidos na peneira de 0,075mm e para agregados naturais utilizou-se uma composição com 80% de areia média e 20% de areia fina. De acordo com os resultados obtidos, seria ideal utilizar em argamassas de cimento para agregados reciclados granulometrias composta de grãos menores, com maior quantidade de finos, proporcionando melhor trabalhabilidade e resistência à compressão, como efetuado para argamassa de emboço. A maior massa específica obtida em a relação massa unitária nos agregados reciclados, é devida a absorção do material reciclado, ainda os resultados demonstram que o material reciclado tem menor densidade, como apontado na pesquisa de Leite (2001, p. 135). Analisando os efeitos do tipo de material empregado para produção de concreto através dos resultados obtidos concluiu-se que os agregados reciclados exercem maior influência na resistência à compressão do concreto, em relação aos 5187

agregados naturais, que possuem maior resistência e densidade, exercendo assim menor influência sobre a resistência à compressão. Outro aspecto relevante observado foi que as combinações de agregado miúdo e graúdo reciclado não fornecem boas resistências, pois o agregado graúdo é mais poroso e seu grão é mais frágil (menor resistência) em relação ao restante do sistema, assim a falha poderá ocorrer no agregado devido a maior dimensão, fatores estes que podem reduzir a resistência. Em contrapartida, o agregado miúdo reciclado possui maior quantidade de finos, auxiliando na diminuição da segregação e no efeito empacotamento, fatores considerados benéficos à resistência. Assim, para as amostras ensaiadas nesta pesquisa as combinações utilizando quantidades iguais tanto para agregado graúdo como miúdo, mesmo fator água/cimento chegaram a resistências menores comparando ao concreto de referência, este fato se deve a grande quantidade de agregado graúdo presente. 6. Agradecimento Ao PIBIC/FAPE, pela bolsa de pesquisa fornecida e a todos que de alguma maneira colaboraram para realização desta. 7. Referências bibliográficas LEITE, M. B. Avaliação de propriedades mecânicas de concretos produzidos com agregados reciclados de resíduos de construção e demolição. Tese (doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre:2001. THOMAZ, E. Como construir: alvenarias de vedação. Ficha Téchne 16, parte 2. (s/d). BORGES, A. de C., MONTEFUSCO, E., LEITE, J. L. Práticas da pequenas construções. São Paulo: Edgard Blücher, 1996. MILITO, J. A de. Técnicas de construção civil e construção de edifícios: notas de aula. Vol. 3. São Paulo, (s/d). FIORITO, A. J. S.I. Manual de argamassas e revestimentos: estudos e procedimentos de execução. São Paulo: Pini, 1994. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Agregados- determinação da composição granulométrica. NBR 7217. Rio de Janeiro, 1987. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Limites granulométricos dos agregados. NBR 7211. Rio de Janeiro, 1983. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Agregados- determinação da massa específica de agregados miúdos por meio do frasco de Chapman. NBR 9776. Rio de Janeiro, 1987. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Agregados-determinação da absorção e massa específica do agregado graúdo. NBR 9937. Rio de Janeiro,1987. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Agregado em estado soltodeterminação da massa unitária. NBR 7251. Rio de Janeiro, 1982. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Moldagem e cura dos corpos-de-prova cilíndricos ou prismáticos de concreto. NBR 5738. Rio de Janeiro, 1994. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Concreto-ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos. NBR 5739. Rio de Janeiro, 1994. 5188

8. Abstract USE OF THE DUMP GENERATED IN THE BUILDING SITE With the exhaustion and shortage of the deposition areas and the own environmental inconveniences it appears, in this context the use of the dump generated in the building site, representing like this the introduction of a new material to be used in the industry of the construction, with low relative cost, of great potentiality, at the same time minimizing the environmental impacts and providing better life quality the people. Like this, this research seeks some possible alternatives to reuse this material, especially in attaché's form for mortar production, adopting lines already defined and also in the concrete production with different tenors of substitution of attachés for having recycled, verifying the resistance to the compression obtained for mortar and concrete, comparing the results obtained to you cement and concretes with attachés. The used dump was collected in works and grind manually, for subsequent characterization in small and great attaché. They were made body-of-proof with mortar and with concrete, verifying the resistance in the ages reference. The results obtained for resistance to the compression in cement mortars went smaller for samples with dump and for mixed mortars using dump the difference among the resistances was very smaller in relation to previous. For the concrete the samples with attaché recycled also reached inferior resistances to the concrete with conventional attachés. These found results are due to the material type, granulation and smaller density presented by the dump, exercising larger influence in the resistance to the compression. KEY-WORDS: dump use mortar-concrete 5189