Evolução dos Requisitos de Aeronavegabilidade Relacionados à Fadiga Estrutural em Aeronaves

Documentos relacionados
Evolução dos Requisitos de Aeronavegabilidade Relacionados à Fadiga Estrutural em Aeronaves

BEM-VINDO Anais do 7º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2014) - Direitos Reservados - Página 271 de

MODELAGEM DE UMA JUNTA AERONÁUTICA

Propagação de trincas por fadiga:

Impactos da Criminalização nos Processos de Investigação de Acidentes Aeronáuticos

MECÂNICA DA FRATURA INTRODUÇÃO E HISTÓRICO

Introdução à Mecânica da Fratura. Universidade de Brasília UnB Departamento de Engenharia Mecânica ENM Mecânica dos Materiais II

Introdução Conteúdo que vai ser abordado:

Desafios e Dificuldades Relacionados à Documentação Técnica de Manutenção no Âmbito da Força Aérea Brasileira

1 Introdução. Figura 1.1 Navio Liberty Ship com casco rompido ao meio devido a fraturamento.

FADIGA EM COMPONENTE DA ESTRUTURA DO TREM DE POUSO DE UMA AERONAVE MONOMOTOR

Inspeções e ensaios em CESTAS AÉREAS e CESTOS ACOPLADOS EXIGÊNCIAS DO ANEXO XII DA NR-12

Inspeções e ensaios em Cesta Aéreas e Guindastes com Cestos Acoplados. Exigências do ANEXO XII da NR-12

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

Como manter segura sua aeronave

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

Aplicações do Alumínio na Indústria Aeronáutica e Aerospacial

INSTITUTO DE PESQUISAS E ENSAIOS EM VOO

Seleção dos Materiais

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

Fadiga Um metal rompe-se por fadiga quando submetido a tensões cíclicas.

navios, automóveis, etc.

REGULAMENTO DE EXECUÇÃO (UE) 2019/133 DA COMISSÃO

Propriedades dos Materiais Fadiga INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA PROGRAMA DE CIÊNCIA DOS MATERIAIS FADIGA

Aula 6 Propriedades dos materiais

PRJ-22. Dimensionamento Estrutural. Prof. Dr. Adson Agrico de Paula Departamento de Projetos de Aeronaves Divisão de Engenharia Aeronáutica - ITA

Certificação de Qualidade em Aviação Executiva: Elevando os Padrões de Segurança Operacional

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

Aplicações de Alumínio na Indústria Aeronáutica

DURABILIDADE DE PAINÉIS AERONÁUTICOS REFORÇADOS DE MATERIAL COMPÓSITO SUJEITO A CARGAS DE COMPRESSÃO NO PLANO NO REGIME DE PÓS-FLAMBAGEM

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

Manutenção Corretiva: Manutenção Preventiva: Manutenção Preditiva: Manutenção Detectiva:

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

2 Fundamentos para a avaliação de integridade de dutos com perdas de espessura e reparados com materiais compósitos

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 28 Introdução ao Estudo de Cargas nas Aeronaves

1. estrutura porta palete: gem zena ma ar 2. mini porta palete 3. mezaninos

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

2 Fadiga dos materiais metálicos e concentradores de tensão

Sumário MATERIAIS DE AVIAÇÃO

Fatores que determinam a qualidade das Instruções de Aeronavegabilidade

Métodos de Seleção de Materiais

Estudo da Carga de Trabalho do Piloto Durante Procedimentos de Emergência em Operações Aéreas de Helicópteros

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

Pós-Graduação a distância Engenharia de Manutenção Aeronáutica

Introdução à Mecânica da Fratura Linear Elástica. Aplicações ao Projeto Mecânico.

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

Resistência dos Materiais

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

A UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE SIMULAÇÃO NUMÉRICA NA OTIMIZAÇÃO DE PROJETOS DE MECANISMOS DE VÁLVULA GAVETA*

6 AÇÕES MITIGADORAS PARA FALHAS POR CORROSÃO

Realização. Apoio. Patrocínio

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

Ensaios de materiais I - Ensaio de fadiga / Ensaio de impacto

DOUGLAS DE JESUS PINTO ESTUDO DO EFEITO DA CLASSE DE FURAÇÃO NA RESISTÊNCIA À FADIGA EM JUNTA ALUMÍNIO - FIBRA DE CARBONO

Fundamentos da mecânica de fratura e suas potenciais. Falhas

Comportamento Elastoplástico

A FAB presente em 22 milhões de km²

Palavras-chave: Estruturas aeronáuticas, Método de elementos finitos, Propagação de trincas, Simulação computacional, Tolerância ao dano.

4 ENSAIO DE FLEXÃO. Ensaios Mecânicos Prof. Carlos Baptista EEL

Capítulo IV FRATURA FRÁGIL

LUCAS GIOVANETTI ANÁLISE DO COEFICIENTE GEOMÉTRICO DE INTENSIDADE DE TENSÕES UTILIZANDO O MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS

ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DISTRIBUIÇÃO

COMPÓSITOS PARA USO INDUSTRIAL

Pós-Graduação. Engenharia de Manutenção Aeronáutica

Objetivo. Identificar os princípios que orientam a Filosofia do Sistema Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos.

Por fim, deve-se mencionar o problema da geometria 2D complexa. Segundo a MFLE, as taxas de propagação das trincas por fadiga dependem

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 35 Configurações e Projeto do Trem de Pouso

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS RELATÓRIO FINAL I - Nº 062/CENIPA/2010

Módulo 8 Estrutura da norma ISO Sistemas de Gestão da Qualidade Requisitos Requisitos 8.4 e 8.5

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

MATERIALS LIFE: UMA FERRAMENTA PARA A ANÁLISE METALÚRGICA DE FALHAS. Annelise Zeemann

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

PROCEDIMENTO DE DESCARREGAMENTO, ARMAZENAGEM, INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃODE TANQUES VERTICAIS EM PRFV

7. Conclusões e sugestões para trabalhos futuros

DURABILIDADE DOS COMPÓSITOS

Ensaio de medição da Radiação Ionizante em Voo

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

1. estrutura porta palete: gem zena ma ar 2. mini porta palete 3. mezaninos

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

Sumiço como do voo MH370 pode acontecer no Brasil

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

Introdução. Elementos de fixação

PEDIDO DE CERTIFICAÇÃO OPERACIONAL DE AERÓDROMO

5. Ações e Segurança em Projetos de Estruturas de Madeira Generalidades

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

Motores Convencionais e Práticas Inseguras de Manutenção

MERCADORIAS PERIGOSAS ARTIGOS RESTRITOS

COMANDO DA AERONÁUTICA CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS

INFLUÊNCIA DA SOLDA NA VIDA EM FADIGA DO AÇO SAE 1020

Transcrição:

Evolução dos Requisitos de Aeronavegabilidade Relacionados à Fadiga Estrutural em Aeronaves Jessica Bello Naressi Faculdade de Tecnologia Professor Jessen Vidal FATEC SJC - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 609 de 868 - - - -

Visão Geral da Apresentação O objetivo desta apresentação é fornecer uma perspectiva sobre a evolução dos requisitos de fadiga em aeronaves da categoria transporte, incluindo: - Definição de dano por fadiga; - Principais acontecimentos históricos; e - Alterações nos requisitos. - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 610 de 868 - - - -

O que é Dano Por Fadiga? É um dano progressivo, se inicia com o surgimento de pequenas trincas que crescem sob a ação de cargas repetidas e podem resultar na fratura do elemento estrutural. Ocorrem em locais específicos ou de modo generalizado, em toda a fuselagem. Principais causas: Falha de projeto ou de manufatura, material com defeito, erros na montagem e manutenção inadequada. - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 611 de 868 - - - -

Evolução dos Requisitos de Fadiga Comet F-111 Aloha 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 CAR 4b.316 CAR 4b.270 Amdt 25-45 Amdt 25-96 WFD Rule Safe-life (SBR) Opção do requerente Fail-safe (SBD) Sim Inspeção impraticável? Não Damage-tolerance (SBI) WFD LOV - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 612 de 868 - - - -

SAFE-LIFE Safety By Retirement - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 613 de 868 - - - -

Comet F-111 Aloha 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 CAR 4b.316 CAR 4b.270 Amdt 25-45 Amdt 25-96 WFD Rule Safe-life (SBR) Opção do requerente Fail-safe (SBD) Sim Inspeção impraticável? Não * 1937 - CAR - Civil Aviation Requirements (Regulamentos de Aviação Civil) Damage-tolerance (SBI) WFD LOV - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 614 de 868 - - - -

Projeto Safe-Life (SBR) CAR (Civil Aviation Requirements) 4b.316 (20 de Julho de 1950) contou com a abordagem vida segura (segurança-por-aposentadoria) para tratar fadiga de duas formas: Projetar a estrutura com o objetivo de não desenvolver trincas durante um período determinado (vida segura). Esta vida segura é confirmada com ensaios de fadiga, aplicando-se coeficientes de segurança adequados. Aposentar a estrutura ou componente antes que a vida limite seja atingida. - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 615 de 868 - - - -

Comet O DeHavilland Comet entrou em operação em 1952. Primeiro jato comercial de transporte. Tecnologia Avançada. Integridade estrutural elevada. Dois acidentes em 1954. - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 616 de 868 - - - -

Comet Causas Identificadas Falha por fadiga estrutural, devida a propagação instável de uma trinca na fuselagem. Início da falha em furos de rebites localizados junto ao canto das janelas. Pouca preocupação com o conceito de fadiga dos materiais levando ao erro de projeto da aeronave. - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 617 de 868 - - - -

Comet Impacto Aeronaves passaram a adotar janelas com cantos arredondados, para assim reduzir a concentração de tensão. Alteração no CAR adição do 4b.270 em 1956, que incluiu a estratégia Fail- Safe como uma opção para Safe-Life. - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 618 de 868 - - - -

Comet F-111 Aloha 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 * CAR 4b.316 CAR 4b.270 Amdt 25-45 Amdt 25-96 WFD Rule Safe-life (SBR) Opção do requerente Fail-safe (SBD) * 1964 - CAR renomeado para CFR (Code of Federal Regulations) Sim Inspeção impraticável? Não Damage-tolerance (SBI) WFD LOV - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 619 de 868 - - - -

FAIL-SAFE Safety By Design - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 620 de 868 - - - -

Fail-Safe (SBD) A estrutura deve ser capaz de resistir ao carregamento esperado em serviço, mesmo que ocorra falha em um de seus componentes; Visa à detecção de falhas óbvias em tempos predeterminados; Projetos redundantes a fim de se evitar falhas; Considerado superior ao Safe-Life e mais fácil de implementar (Sem a necessidade de testes de fadiga em larga escala); Aviões certificados à prova de falhas teve vida indefinida. Porém... - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 621 de 868 - - - -

F-111 Força Aérea dos Estados Unidos; Geometria inovadora, asas móveis; Aços de alta resistência; Dezembro de 1969, com apenas 107 horas de voo, um F-111 perdeu a semi-asa esquerda. Treinamento de baixo nível, com menos da metade da carga limite permitida no projeto. - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 622 de 868 - - - -

F-111 Causas identificadas Falha, desenvolvida durante a fabricação, na estrutura inferior da semi-asa esquerda. Não era uma falha obvia. - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 623 de 868 - - - -

F-111 Impacto Preocupação em inspecionar a estrutura da aeronave; Alteração no CFR - Emenda 25-45 no Part 25. Obs.: USAF (Força Aérea dos EUA) determina o início dos estudos sobre estruturas para determinar um método que garantisse a integridade estrutural; Publicada a norma MIL-A-83444, definindo a filosofia DTA (Damage Tolerance Analysis); - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 624 de 868 - - - -

Comet F-111 Aloha 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 CAR 4b.316 CAR 4b.270 Amdt 25-45 Amdt 25-96 WFD Rule Safe-life (SBR) Opção do requerente Fail-safe (SBD) Sim Inspeção impraticável? Não Damage-tolerance (SBI) WFD LOV - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 625 de 868 - - - -

DAMAGE TOLERANCE Safety By Inspection - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 626 de 868 - - - -

Damage Tolerance Amdt 25-45 - Exigia ao requerente avaliar toda a estrutura nas áreas possíveis de se propagarem falhas por fadiga. A estrutura deve manter sua resistência residual durante um período de uso mesmo após danos; As inspeções ou outros procedimentos são necessários para detectar possíveis falhas antes de ocorrer uma falha catastrófica. Porém... - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 627 de 868 - - - -

Aloha Airlines Boeing 737-200; Ilhas havaianas voos curtos / ambiente corrosivo; Projeto 75.000 ciclos - 89.680 ciclos acumulados; A fuselagem era dividida em quatro seções (cavernas e longarinas) e eram cobertas por painéis de alumínio rebitados a estrutura; Esses painéis eram sobrepostos e unidos por uma emenda feita com resina epóxi e cravada com três fileiras de rebites escareados. - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 628 de 868 - - - -

Aloha Causas identificadas Devido ao ambiente corrosivo a resina epóxi se descolou; Rebites ficaram sobrecarregados e trincas surgiram nos furos (vários locais); Ruptura da parte superior da fuselagem durante vôo 35m²; Piloto consegue pousar com segurança; Apenas uma vítima fatal. - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 629 de 868 - - - -

Aloha Impacto Alteração no CFR 14 Part. 25 - Amdt. 25-96 Widespread Fatigue Damage (WFD) - danos generalizados por fadiga. - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 630 de 868 - - - -

Comet F-111 Aloha 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 CAR 4b.316 CAR 4b.270 Amdt 25-45 Amdt 25-96 WFD Rule Safe-life (SBR) Opção do requerente Fail-safe (SBD) Sim Inspeção impraticável? Não Damage-tolerance (SBI) WFD LOV - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 631 de 868 - - - -

WIDESPREAD FATIGUE DAMAGE (WFD) - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 632 de 868 - - - -

WFD (1998) 25.571 alterado (Alteração 25-96) - Introduziu o termo WFD ; Abordava a ideia de que a presença simultânea de trincas de fadiga poderiam ocorrer na em vários locais da estrutura; Prevenir o WFD inclui: Ensaios; Posterior avaliação dos resultados dos testes em escala real; Avaliação das possibilidades de inspeção; Ações obrigatórias de manutenção. - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 633 de 868 - - - -

Comet F-111 Aloha 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 CAR 4b.316 CAR 4b.270 Amdt 25-45 Amdt 25-96 WFD Rule Safe-life (SBR) Opção do requerente Fail-safe (SBD) Sim Inspeção impraticável? Não Damage-tolerance (SBI) WFD LOV - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 634 de 868 - - - -

LIMIT OF VALIDITY (LOV) - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 635 de 868 - - - -

LOV O LOV engloba conhecimentos do Damage Tolerance e WFD, requer: Ensaios, Análises de áreas sensíveis à propagação de trincas, Experiências em serviço, Entre outros estudos, para que com isso se estabeleça uma vida limite da estrutura, em que seja demonstrado que o WFD não ocorrerá. Importância de se estabelecer uma vida limite à estrutura e seus componentes (conceito safe-life). - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 636 de 868 - - - -

Conclusão A evolução ocorreu de modo positivo para a segurança de voo, pois após o acidente da Aloha Airlines não foram registrados outros acidentes de fadiga estrutural de grande impacto. Houveram incidentes que reforçaram a necessidade do estudo do WFD, mas sem vitimas, pois o dano foi detectado antes da falha generalizada. Recentemente (2015) foi realizada a 1ª reunião de um ARAC (grupo criado com autoridades, operadores, e fabricantes) que visa revisar o 25.571 e material associado, pois hoje tem algumas dificuldade de interpretação, falta de material guia, entre outros. Esse ARAC discute metálico e composto, e deve durar 2 anos. Assim, nos próximos 5 anos deve sair nova emenda do requisito. - - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 637 de 868 - - - -

- - - - Anais do 8º Simpósio de Segurança de Voo (SSV 2015) - Direitos Reservados - Página 638 de 868 - - - -