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Transcrição:

Investigação da sucessão ecológica em substratos artificiais na marina de Oeiras IV Congresso A Ponte entre a Escola e a Ciência Azul 31/05/2017 Catarina Taveira, Clara Casanova, Laura Ferreira, Maria Nogueira, Mariana Oliveira, Mariana Silva

Resumo 1. Introdução 2. Perguntas orientadoras 3. Objetivos 4. Metodologia 5. Resultados 6. Discussão 7. Conclusão 8. Agradecimentos Palavras-chave: - Biodiversidade - Comunidade marinha - Sucessão ecológica - Substrato artificial - Marina de Oeiras

Introdução - Conceito de sucessão ecológica - Tipos de sucessões ecológicas Primária Secundária Destrutiva - Etapas da colonização dos substratos por espécies marinhas: Fase 1 Espécies pioneiras/ oportunistas Organismos mais simples Maior amplitude ecológica Fase 5 Comunidade estável e de maior biodiversidade

Perguntas Orientadoras a) Que grupos de organismos marinhos irão colonizar substratos artificiais? Porquê? b) Quais os fatores físico-químicos que poderão influenciar a abundância e a biodiversidade?

Objetivos 1) Construir plataformas como substrato para a instalação de seres marinhos. 2) Identificar grupos de organismos presentes e estado de desenvolvimento da sucessão ecológica. 3) Compreender os fatores ambientais que influenciam a evolução das comunidades bióticas. 4) Inferir as possíveis necessidades ambientais de grupos específicos.

1ª fase Construção das plataformas Metodologia Numeração Cabo Tubo de PVC Anilha CDs Peso

2ª fase Colocação das plataformas na Marina de Oeiras e primeiras medições com o CTD. Metodologia 70 dias depois

Metodologia 3ª fase a) Recolha das plataformas e realização da segunda medição com o CTD.

Metodologia 3ª fase b) Análise das plataformas em laboratório.

Perfis obtidos pelo CastAway-CTD 20/01. A temperatura e a salinidade têm tendência a aumentar com a profundidade. Existiram algumas diferenças entre plataformas. Resultados

Resultados Variação temporal da temperatura e da salinidade (valores médios para os primeiros 2m). As variações de salinidade e de temperatura estarão relacionadas com a variação das marés. Plataformas 5 e 4: extremos de salinidade.

Resultados Situações extremas em termos de colonização: Plataforma 1 Plataforma 5

Resultados Área de cobertura dos diferentes CDs (%) A maior parte dos CDs superiores apresentaram uma área de colonização 50%. Situação contrária no caso dos CDs inferiores. Em 11 dos 18 pares, a densidade de colonização foi maior no CD superior. Em termos de biodiversidade, existiram 251 identificações, correspondendo a nove filos do Reino Animal e três filos de algas.

Resultados N.º total de filos identificados em cada plataforma e CD. Plataformas CDs inferiores 1, com 2 e 5: maior maior biodiversidade: 12 dos no 18 último CDs. conjunto de CDs. Plataforma 6: maior biodiversidade e homogeneidade.

Discussão Dados CTD: As condições de temperatura e de salinidade são variáveis. As espécies terão de apresentar alguma tolerância à variação destas condições ambientais. Condições que promoveram uma maior densidade de colonização: Maior exposição solar - CDs superiores (generalidade) e plataforma 5 Maior desenvolvimento das algas. Maior exposição a correntes marinhas plataforma 5 Maior probabilidade de chegada de estruturas reprodutoras.

Condições que promoveram uma maior biodiversidade: Menor exposição solar CDs inferiores Menor desenvolvimento de algas Menor competição Menor agitação Maior deposição de lodo Discussão Grau de desenvolvimento da sucessão ecológica: Todas as plataformas encontravam-se na fase 4, com exceção das plataformas 4 e 6, onde foram identificados cirrípedes fase 5.

Discussão Grupos de seres vivos mais frequentes: Filo Arthropoda Ordem Amphipoda Filo Cnidaria Classe Hidrozoa Filo Rhodophyta Ordem Ceramiales Ordem Amphipoda Grupos associados a determinadas condições ambientais: Filo Nematoda Filo Bryozoa Preferência por menor exposição solar Filo Annelida (poliquetas) Filo Chordata (tunicados)

Discussão Ulva compressa Filo Chlorophyta Filo Ochrophyta Preferência por maior exposição solar Ordem Ectocarpales Foram identificadas espécies não indígenas: Filo Bryozoa: Bugula neritina e Watersipora subtorquata Filo Rhodophyta: Antithamnionella spirographidis, Antithamnionella ternifolia e Antithamnion densum Bugula neritina

Discussão Trabalho de investigação da equipa da Escola Luís Freitas Branco: - Instalação de plataformas igualmente nos mesmo locais; - Recolha efetuada 21 depois da nossa recolha. Maior número de identificações e plataformas na etapa 5 da sucessão. Possíveis Causas: - Mais tempo para o desenvolvimento das comunidades; - Temperatura em abril anormalmente mais elevada; - Análise das espécies de forma direta, em tabuleiro, em vez de as remover dos CDs por raspagem.

Conclusão Estes dados serão um importante ponto de partida para desenvolver novas pesquisas. Para a equipa, este estudo foi útil na aquisição de conhecimentos e desenvolvimento de competências.

Agradecimentos - Investigadora Mónica Albuquerque - Investigadora Hilda de Pablo - Professora Ana Isabel Rebelo - Diretora de Turma Paula Cruz - EMEPC