O pior cego é aquele que não quer ver (provérbio português) I
Agradecimentos Ao Professor Heitor Romana, pelo voto de confiança em mim depositado, disponibilidade e incentivo à escolha e elaboração da presente Tese. Aos meus pais que me concederam as ferramentas de uma vida e à minha esposa Maria do Carmo pelo auxílio e compreensão. Ao Hugo Silva, Rui Miranda e Santos Martins pela amizade e auxílio. Dedico este escrito à Helena e à Susana, cuja alegria me embala e a quem presto o meu amor eterno. II
Mestrando: António Pedro Nogueira David Mestrado em MPA Administração Publica Orientador: Professor Heitor Barras Romana Setembro de 2013 O Serviço de Informações e Segurança e o recurso à ingerência nas comunicações RESUMO O objetivo fundamental desta Tese centra-se na questão da necessidade de franquear o acesso ao mecanismo investigatório da ingerência nas comunicações ao Serviço de Informações e Segurança (SIS).. Para lograr esta avaliação procurou-se aquilatar de que forma este instrumento é suscetível de ser utilizado em Portugal e, como assim, o que impede a sua utilização pelo SIS, razão porque foi analisado o sistema normativo do SIS e da ingerência nas comunicações. Outrossim, porque importava saber qual a sua valia em termos de recolha de dados, foi analisado mecanismos de ingerência nas comunicações na perspetiva da informação que se poderá obter e da forma como a ferramenta se deve enquadrar num todo de mecanismos investigatórios. Esta Tese desenvolveu-se pois com recurso a pesquisas bibliográficas de vários autores, assim como através da pesquisa e análise de legislação nacional e documentação comunitária. Foram ainda realizadas pesquisas em sítios da internet. Socorreu-se igualmente da experiência do autor no campo da utilização prática do referido instrumento. No final, tentou-se advogar a ideia da efectiva necessidade da utilização deste instrumento pelo SIS, dentro da lógica das suas competências e enquadrado numa transparente e cuidada legislação, que igualmente defenda os direitos, liberdades e garantias dos visados. Palavras-chave: Informações; Interceções; Escutas, SIS; Secretas; Intelligence III
The Intelligence Services and the use of covert listening devices ABSTRACT The primary goal of this teses focus on the question of the need to provide access to the investigative mechanism of interference in communications to the Security and Information Service (SIS). To achieve this evaluation we studied how this instrument is capable of being used in Portugal and, as well, what prevents at present time its use by the SIS, reason why we analyzed the guidelines of SIS and the interference in communications system. Otherwise, because it was important to state what does this mechanism really worth in terms of data collection, we analyzed it from the perspective of the information you can get and how this tool should fit in an investigation. This teses was developed by searching suitable literature from various authors, and by the research and analysis of national and community legislation and regulation, also with the use of Internet. Furthermore it was expressed the author's experience in the field, by the applied use of this instrument. In the end, we tried to advocate the idea of the need for effective use of this instrument by SIS, within the logic of its powers and framed in a transparent and careful legislation, which also defends the rights, freedoms and guarantees of the targeted. Keywords: Information; wire; bugs ; Intelligence; SIS; Secret; IV
ÍNDICE Agradecimentos Resumo Introdução Capítulo 1 O conceito de Informações. Informação vs Informações Capítulo 2 Da relação entre os Serviços de Informações e a Investigação Criminal Capítulo 3 O sistema normativo da ingerência nas telecomunicações e nos demais meios de comunicação. Capítulo 4 O sistema normativo do Sistema de Informação e Segurança. Da impossibilidade legal do recurso à ingerência nas telecomunicações e nos demais meios de comunicação Capítulo 5 A ingerência nas comunicações - o instrumento das interceções telefónicas: uma perspectiva operacional Capítulo 6 Da premência de alteração do sistema legal vigente com vista à otimização e eficiência de atuação do SIS Capítulo 7 Conclusão Anexo I Siglas utilizadas Anexo II Índice de imagens Anexo III Letra da Lei Anexo IV - Bibliografia Anexo V - Lista de sítios consultados na internet V
SUMÁRIO Introdução 1 1. Escolha e fundamentação do tema. A Ciência da Administração Publica 1 2. Políticas publicas e a tomada de decisão. A importância da Inteligence na tomada de decisão 9 2.1. O processo de tomada de decisão 15 2.2. Os modelos de decisão 17 3. Súmula, metodologia e estrutura da Tese 19 Capítulo I O conceito de Informações. Informação vs Informações 27 1. Informação vs. Informações: conceitos 27 2. A Investigação Criminal 34 Capítulo II Da relação entre os Serviços de Informações e a Investigação Criminal 36 1. Os Serviços de Informações 36 2. A Investigação Criminal 38 3. As forças e os serviços de segurança no exercício de funções de Segurança Interna 41 4. Da produção de Informações à atividade investigatória 46 5. O Segredo de Justiça e o Segredo de Estado 50 Capítulo III O sistema normativo da ingerência nas telecomunicações e nos demais meios de comunicação 55 1. As interceções telefónicas 55 2. Pressupostos materiais de admissibilidade artigo 187.º do CPP 61 3. Pressupostos formais de admissibilidade 67 4. Formalidades artigo 188 do CPP 69 5. Os conhecimentos fortuitos e os conhecimentos de investigação 77 6. Extensão artigo 189 do CPP 81 7. Nulidades artigo 190 do CPP 85 8. Outros meios de obtenção de prova 86 9. Localização celular como medida cautelar e de polícia VI
Artigo 252-A do CPP 88 Capítulo IV O sistema normativo do Sistema de Informação e Segurança. Da impossibilidade legal do recurso à ingerência nas telecomunicações e nos demais meios de comunicação 91 1. O SIRP da revolução à evolução recente 91 2. O Sistema de Informações da República Portuguesa análise orgânica 94 3. O Sistema de Informações da República Portuguesa actuais desafios 103 4. O Sistema de Informações e Segurança breve análise orgânica 106 5. O Sistema de Informações e Segurança os limites à atividade operacional 107 6. O recurso à figura do agente encoberto 109 7. O recurso e controlo de informadores 110 8. O recurso a seguimentos e vigilâncias 111 9. A impossibilidade do recurso à ingerência nas comunicações 112 Capítulo V A ingerência nas comunicações - o instrumento das interceções telefónicas: uma perspectiva operacional 117 1. Abordagem do alcance prático das intercessões telefónicas: dados suscetíveis de serem obtidos e sua importância operacional 118 2. A localização de aparelhos móveis 122 3. A análise de comunicações telefónicas 124 4. A ingerência nas comunicações e sua complementaridade com o recurso a ações encobertas, vigilâncias e utilização de tecnologia de localização 129 5. A questão dos dados encriptados 132 6. Os dados na Nuvem 133 7. A importância do instrumento das interceções (SIGINT) para confronto/complemento com os dados recolhidos por via das fontes humanas de informação. 134 VII
Capítulo VI Da premência de alteração do sistema legal vigente com vista à otimização e eficiência de atuação do SIS 136 1. A segurança interna vista como uma necessidade primária 136 2. A produção de informações de segurança no contexto europeu com recurso a ingerência nas comunicações: o sistema espanhol e o sistema alemão 139 3. A possibilidade legal da utilização da ferramenta da ingerência nas comunicações por parte do SIS: um modelo 146 Capítulo VII Conclusão 154 1. Verificação das hipóteses apresentadas 154 2. Limitações do estudo 155 3. Recomendações para pesquisas futuras 156 Anexo I Glossário Anexo II Índice de Imagens Anexo III Letra da Lei Anexo IV - Bibliografia Anexo V - Lista de sítios consultados na internet VIII