Memória, cultura e literatura o prazer de ler e recriar o mundo
Apoio Pedagógico Memória, cultura e literatura: o prazer de ler e recriar o mundo, Elias José
Memória, cultura e literatura o prazer de ler e recriar o mundo Elias José
Direção editorial: Zolferino Tonon Coordenação editorial: Antonio Iraildo Alves de Brito Assistente editorial: Jacqueline Mendes Fontes Revisão: Cesar Augusto Faustino Jr. Cícera Gabriela Sousa Bezerra Ilustrações: Mateus Rios Capa e diagramação: Marcelo Campanhã Impressão e acabamento: PAULUS Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) José, Elias, 1936-2008. Memória, cultura e literatura: o prazer de ler e recriar o mundo/elias José. São Paulo: Paulus, 2012. (Coleção apoio pedagógico) ISBN 978-85-349-3373-5 1. Criação (Literária, artística, etc.) 2. Cultura 3. Leitura 4. Literatura 5. Memória I. Título. II. Série. 12-10616 CDD-801.92 Índices para catálogo sistemático: 1. Literatura, memória, cultura e criação literária: 801.92 1ª edição, 2012 PAULUS 2012 Rua Francisco Cruz, 229 04117-091 São Paulo (Brasil) Fax (11) 5579-3627 Tel. (11) 5087-3700 www.paulus.com.br editorial@paulus.com.br ISBN 978-85-349-3373-5
Apresentação De tudo fica um pouco A relevância da memória, das experiências vividas, da formação cultural e suas relações com a mediação da leitura foram o tema de uma conferência proferida pelo autor em maio de 2008, em seminário do programa Prazer em ler do Instituto C&A, no Rio de Janeiro, que resultou neste livro. Para Elias, essa conferência foi uma grande alegria, que ele compartilhou comigo nos muitos e-mails que trocávamos e em alguns encontros pessoais. Ele se preparou para essa conferência com muita generosidade e empenho, e percebi o quanto o tema lhe envolvia e fazia vibrar, bem como o público ao qual a palestra seria direcionada: educadores, contadores de histórias e mediadores da leitura em geral. Como ele diz no livro, em todo escrito e mesmo na ficção literária há um pouco de autobiográfico, elementos ou inspirações surgidas de experiências da própria vida. Neste ensaio, ao falar de literatura, memória, cultura e criação, há muito de biográfico. O autor partilha um pouco do que o levava a criar, escrever e viver. O que vimos, vivemos, ouvimos e lemos marca a nossa vida, alimenta o espírito e o imaginário e isso está ligado tanto
O Prazer DE ler e recriar o mundo à leitura e à criação literária como às outras artes. Mas tudo isso alimenta não só o trabalho dos artistas, alimenta também todo agir e pensar criativo sobre o mundo. Conforme o autor: Nossa forma de pensar, de agir, de planejar e de realizar o futuro depende estritamente daquilo que sabemos, ou seja, daquilo que lembramos. Somos aquilo que pensamos, amamos, realizamos. A memória vai constantemente guardando e filtrando o que para cada um é interessante e importante e a inteligência relaciona os fatos presentes com os do passado. Assim se constrói a cultura e se cria. Pelo que conheci do Elias José, posso dizer que o conteúdo deste livro é uma síntese do que ele essencializou ao longo de sua vida sobre leitura, literatura, cultura e criação. O autor parte da reflexão sobre a memória, como ela se constitui e nos constitui, relaciona-a com a criação artística e toda forma de criação, para chegar ao envolvimento das memórias vividas com o cultivo do prazer de ler e criar na escola. Para ele, o mundo está todo aí para ser lido, criado e recriado. Essa recriação depende de que, nas famílias e nas escolas, alimente-se o lúdico, a alegria, as lembranças próprias e da comunidade, a valorização das riquezas do Brasil profundo; que haja espaço para a música, o teatro, o cinema, a dança, as crenças, usos e costumes de nossa gente. Sem isso, a escola tende a apenas forçar as crianças com coisas fora de seu interesse e voltadas a formar adultos consumidores e produtores massificados, repetindo danças, cantos e muitas inutilidades que os meios de comunicação de massa trazem. Tudo isso que o autor partilha não se trata apenas de teoria desligada da realidade, mas são experiências vividas 6
Memória, Cultura e Literatura intensamente por ele em família, nas comunidades onde viveu, como professor, diretor de escola e autor andarilho que andava adquirindo e divulgando cultura por todo o Brasil. Sou uma das muitas testemunhas de tudo isso. O tempo, os espaços, as pessoas, as experiências vividas, os livros lidos, as músicas escutadas... não passam sem deixar rastros, como bem poetizou Drummond: De tudo fica um pouco. Nosso amigo Elias deixou muitos rastros, seja nos seus diversos livros, seja nos contatos afetuosos que tinha com seu público. Poucos meses depois de escrever este texto ele partiu para outra dimensão da vida, mas nos deixou esses muitos rastros de sua memória, que continua bem viva! Jakson Ferreira de Alencar Vice-diretor editorial Paulus 7