X Legislatura Número: 02 III Sessão Legislativa (2013/2014) Quarta-feira, 16 de outubro de 2013. Suplemento

Documentos relacionados
Etapas do Manual de Operações de Segurança

Proposta de Lei n.º 189/XII

CENTRO ESCOLAR DE POMARES

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES SUBCOMISSÃO DE POLÍTICA GERAL

Presente à reunião proposta do Vereador José Maria Magalhães do seguinte teor:

PLANO DE PREVENÇÃO DE RISCOS DE GESTÃO, INCLUINDO OS DE CORRUPÇÃO E INFRACÇÕES CONEXAS

PROJETO DE REGULAMENTO DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO NOTA JUSTIFICATIVA

REGULAMENTO DO BANCO LOCAL DE VOLUNTARIADO DE MIRANDELA. Preâmbulo

Perguntas Frequentes sobre a Rede de Apoio ao Consumidor Endividado

Plano e Orçamento para Políticas de Promoção de Emprego e Empregabilidade

PRESIDÊNCIA DO GOVERNO Resolução do Conselho do Governo n.º 138/2015 de 15 de Setembro de 2015

REGULAMENTO DAS VISITAS DE ESTUDO

ELABORAÇÃO DE MEDIDAS DE AUTOPROTEÇÃO

Regulamento do inventa rio. Junta de freguesia da Carapinheira

Decreto-Lei n.º 167-E/2013, de 31 de dezembro

PROPOSTA DE LEI N.º 233/XII

PLANO DE EMERGÊNCIA EM CASO DE INCÊNDIO PROFESSORES

REGULAMENTO NOSSA SENHORA DO MANTO

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES COMISSÃO DE POLÍTICA GERAL INTRODUÇÃO

M U N I C Í P I O D E V A L E N Ç A C ÂM ARA MUNIC I PAL

JORNAL OFICIAL. Sumário REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA. Quarta-feira, 2 de julho de Série. Número 99

Regulamento. Espaço Solidário de Ourique

MUNICÍPIO DE MACHICO REGULAMENTO DO LICENCIAMENTO ZERO 1

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar

JORNAL OFICIAL. Sumário REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA. Quarta-feira, 14 de outubro de Série. Número 158

Regulamento de Inventário e Cadastro dos Bens da Junta de Freguesia

REGULAMENTO DO PROGRAMA DE APOIO À FAMÍLIA DA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR DE S. JOÃO DA MADEIRA

Grupo de Trabalho para as Questões da Pessoa Idosa, Dependente ou Deficiente de Grândola REGULAMENTO INTERNO

Ministério da Educação e Ciência

Este documento constitui um instrumento de documentação e não vincula as instituições

JUSTIFICAÇÃO PARA A NÃO SUJEIÇÃO DO PLANO DE PORMENOR DE REABILITAÇÃO URBANA DE SANTA CATARINA A AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA

Regulamento do Conselho Municipal de Juventude. de S. João da Madeira. Artigo 1º. Definição. Artigo 2º. Objecto. Artigo 3º.

REGULAMENTO DE FUNCIONAMENTO DO BANCO LOCAL DE VOLUNTARIADO DE ESTARREJA

CONTRATO INTERADMINISTRATIVO DE DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIAS NA FREGUESIA DE EM MATÉRIA DE

CURSOS VOCACIONAIS PRÁTICA SIMULADA REGULAMENTO ESPECÍFICO

REGULAMENTO MUNICIPAL PARA EMPRÉSTIMO OU COMPARTICIPAÇÃO NA AQUISIÇÃO DE MANUAIS ESCOLARES NOTA JUSTIFICATIVA:

Ministério da Educação e Ciência. Despacho n.º

A SECRETARIA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais, e

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT

REGULAMENTO DOS CURSOS TÉCNICOS SUPERIORES PROFISSIONAIS DA ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DE PAULA FRASSINETTI

RECOMENDAÇÃO N.º 1/2013 INFORMAÇÃO DO IMPOSTO ESPECIAL DE CONSUMO NA FATURA DE GÁS NATURAL

REGULAMENTO FORMAÇÃO EM CONTEXTO TRABALHO

MUNICÍPIO DE PORTEL CÂMARA MUNICIPAL

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988

REGULAMENTO DO PREÂMBULO

Financiamento de Planos de Benefícios de Saúde através de Fundos de Pensões

O Portal da Construção Segurança e Higiene do Trabalho

DIREÇÃO REGIONAL DE JUVENTUDE E DESPORTO DESTACAMENTO DE DOCENTES PARA O MOVIMENTO ASSOCIATIVO DESPORTIVO ANO LETIVO 2014/2015

PROJETO DE LEI N.º 630/XII/3.ª TRANSPARÊNCIA DA PROPRIEDADE DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS. Proposta de Lei n.º 127/XII. Exposição de Motivos

Regulamento de Atribuição de Subsídios e Apoios às Coletividades e Associações sem fins lucrativos da Freguesia de Vendas Novas

DA GESTÃO DE RISCOS DE CORRUPÇÃO E INFRACÇÕES CONEXAS RELATÓRIO

REGULAMENTO INTERNO DOS CAMPOS DE FÉRIAS DA LIPOR

CAPÍTULO I Disposições gerais

Portaria n.º 827/2005, de 14 de Setembro Estabelece as condições de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM)

REU IÃO I FORMAL DOS CHEFES DE ESTADO E DE GOVER O DE 7 DE OVEMBRO VERSÃO APROVADA

ESTABELECIMENTOS DE APOIO SOCIAL A PESSOAS IDOSAS

A Declaração recomenda prudência na gestão de todas as espécies e recursos naturais e apela a uma nova ética de conservação e salvaguarda.

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES SUBCOMISSÃO DE POLÍTICA GERAL INTRODUÇÃO CAPÍTULO I ENQUADRAMENTO JURÍDICO

DECRETO LEGISLATIVO REGIONAL Nº 42/2006 CRIA O PROGRAMA JOVENS AO CENTRO

ANEXO ÚNICO RESOLUÇÃO CRM-SC N 166, DE 16/8/2015 DESCRIÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES E REQUISITOS PARA A OCUPAÇÃO DO CARGO DE CONTADOR

COMENTÁRIOS DA UGT AO DOCUMENTO PACTO PARA O EMPREGO GRUPO DE TRABALHO PARA A QUALIFICAÇÃO E O EMPREGO

X Legislatura Número: 24 III Sessão Legislativa (2013/2014) Quarta-feira, 05 de fevereiro de Suplemento

Câmara Municipal de Cuba

MUNICÍPIO DE LAGOA AÇORES REGULAMENTO DO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE PREÂMBULO

REGULAMENTO INTERNO FÉRIAS DESPORTIVAS DO ESTÁDIO UNIVERSITÁRIO DE LISBOA

Regulamento de Atribuição do Título de Especialista Escola Superior de Educação João de Deus. na ESE João de Deus

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar

- REGULAMENTO - PROGRAMA VOLUNTARIADO JUVENIL

ANO LETIVO 2013/2014 CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO

- Reforma do Tesouro Público

Lei n.º 11/2014, de 6 de março. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:

Instalações Eléctricas de Serviço Particular

ÂMBITO Aplica-se à instalação e ao funcionamento dos recintos com diversões aquáticas.

Fundo de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Concelho de Serpa

disponibiliza a LEI DO VOLUNTARIADO

Grupo Parlamentar SAÚDE PELOS UTENTES DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE. Exposição de motivos

Câmara Municipal de Resende REGIMENTO DO CONSELHO MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO

PROCEDIMENTOS DE EVACUAÇÃO PLANO DE EMERGÊNCIA INTERNO

DECRETO N.º 418/XII. Cria o Inventário Nacional dos Profissionais de Saúde

SUBSÍDIO DE DESEMPREGO

Restituição de cauções aos consumidores de electricidade e de gás natural Outubro de 2007

Perguntas e respostas frequentes. Extinção das Tarifas Reguladas Eletricidade e Gás Natural

Normas de registo e controlo da pontualidade e assiduidade dos trabalhadores da Câmara Municipal de Espinho

PROJECTO DE LEI N.º 351/XI

PROJECTO DE LEI N.º 329/VIII

JORNAL OFICIAL. Sumário REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA. Segunda-feira, 21 de julho de Série. Número 132

Regulamento de acesso de viaturas aos arruamentos geridos através de pilaretes retráteis automáticos no Município do Funchal Enquadramento

PROJETO DE LEI Nº., DE DE DE 2012.

REGULAMENTO DE CONSTITUIÇÃO E REGULARIZAÇÃO DE FUNDOS DE MANEIO

EIXO PRIORITÁRIO VI ASSISTÊNCIA TÉCNICA. Convite Público à Apresentação de Candidatura no Domínio da Assistência Técnica aos Órgãos de Gestão

PROTEÇÃO DOS BENS AMBIENTAIS: PELA CRIAÇÃO DE UMA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE (OME). Brasília, 20/04/2012 Sandra Cureau

Curso Técnico de Apoio à Gestão Desportiva

REGULAMENTO DE CREDITAÇÃO DE FORMAÇÃO ACADÉMICA, OUTRA FORMAÇÃO E DE EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

INSTITUTO PORTUGUÊS DE ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING DE LISBOA. Regulamento de provas de avaliação da capacidade para a frequência dos maiores de 23 anos

Secção II 1* Fundos e sociedades de investimento imobiliário para arrendamento habitacional

Transcrição:

Região Autónoma da Madeira Assembleia Legislativa X Legislatura Número: 02 III Sessão Legislativa (2013/2014) Quarta-feira, 16 de outubro de 2013 Suplemento Sumário Projetos de Decreto Legislativo Regional: - Planos de prevenção e emergência para as escolas da Região Autónoma da Madeira (PCP); - Determina a alienação da participação no capital social que a Região Autónoma da Madeira detém na empresa do Jornal da Madeira (PS); - Cabaz de bens essenciais (PCP).

Projeto de Decreto Legislativo Regional Planos de prevenção e emergência para as escolas da Região Autónoma da Madeira Preâmbulo O conhecimento teórico dos riscos que corremos já não é suficiente e, todos os dias, assistimos a uma procura de informação sobre o que fazer face à possibilidade de ocorrência desses riscos. É então notória a preocupação de incrementar os níveis de conhecimento, pois acredita-se que uma população esclarecida é uma população esclarecida é uma população mais protegida, fortalecida e interventiva. A preocupação atrás referida traduz-se no desenvolvimento de esforços de prevenção e planeamento, considerando ser já insuficiente o simples conhecimento de medidas de socorro adequadas. A população escolar é uma população particularmente vulnerável dada a franja etária que abrange, motivo pelo qual terão de ser os adultos (docentes e auxiliares) a zelar pela sua proteção e salvaguarda no que concerne ao plano da segurança. Os Planos de Prevenção e Emergência para as escolas da Região Autónoma da Madeira são um instrumento valioso para o alcance desse objetivo. Com esta atitude é reforçada a aposta na salvaguarda de pessoas e bens, criando um espírito de intervenção cada vez mais exigente sob o ponto de vista social, e, sob o aspeto económico, minimizando os danos e as perdas que possam resultar de eventuais sinistros. A nível nacional, existe legislação neste sentido, nomeadamente o Decreto-Lei n.º 220/2008, de 12 de novembro, que Estabelece o regime jurídico da segurança contra incêndios em edifícios, e que veio revogar o Decreto-Lei n.º 414/98, de 31 de dezembro, que Aprova o regulamento de segurança contra incêndio em edifícios escolares, e a Portaria n.º 1444/2002, de 07 de novembro, que Aprova as normas de segurança contra incêndio a observar na exploração de estabelecimentos escolares. Igualmente no âmbito deste assunto, o Ministério da Educação editou um Manuel de Utilização, Manutenção e Segurança nas Escolas. Aliás, de acordo com informação veiculada pelo Governo da República, os dados relativos a 2002 mostram que cerca de 80% das escolas estavam já a cumprir integralmente as orientações definidas, e que o Ministério da Educação esperava que as mesmas pudessem, durante o ano de 2003, ser asseguradas em 95% dos estabelecimentos de ensino. E, na verdade, registaram-se avanços muito significativos nas escolas do Continente no que concerne à prevenção e emergência. No caso específico da Região Autónoma da Madeira, o Secretário Regional com a tutela da Educação adiantou, em 2002, que o Governo Regional pretendia que no ano letivo seguinte (2003), todas as escolas da Região tivessem já o seu próprio Plano de Evacuação ou de Emergência. No entanto, volvidos que são já cerca de 10 anos sobre tal indicação, bem pouco se fez naquele sentido. É praticamente ainda residual o número de estabelecimentos de ensino na Região com planos de prevenção e de emergência para fazer face a situações de risco e de catástrofe. É, pois, mediante esta situação, que surge o presente diploma para colmatar esta grave lacuna em termos de segurança da população escolar. Até porque a devida preparação para uma situação de emergência, ou seja, saber agir face a uma situação de acidente, é um trabalho de enorme importância, tanto mais quando há crianças e jovens sob a nossa responsabilidade. Assim, nos termos do disposto nos artigos 227.º, n.º 1 alínea a) e 232.º, n.º 1 da Constituição da República Portuguesa, e dos artigos 37.º, n.º 1 alínea c), 40.º alínea m) e 41.º, n.º 1 da Lei n.º 130/99, de 21 de agosto, a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira decreta o seguinte: Artigo 1.º Objeto O presente diploma visa instituir Planos de Prevenção e Emergência para as escolas da Região Autónoma da Madeira, adiante designados por PPEERAM, com o objetivo de fornecer um conjunto de diretrizes e informações visando a adoção de procedimentos lógicos, técnicos e administrativos, estruturados de forma a propiciar uma resposta rápida e eficiente em situações de emergência. Artigo 2.º Âmbito Aplica-se a todos os estabelecimentos escolares e em todos os níveis de ensino, públicos e privados, a obrigação de elaborar o Plano de Prevenção e Emergência, nos termos consagrados no presente diploma. Artigo 3.º Objetivos São objetivos do PPEERAM: a) Dotar a escola de medidas preventivas e medidas de intervenção eficazes em caso de incêndio; b) Educar e sensibilizar para mecanismos de autoproteção e gestão de segurança contra incêndios; c) Corresponsabilizar a população escolar para o cumprimento de normas de segurança; d) Prever, preparar e organizar meios materiais e humanos para situações de emergência; e) Criar o Plano de Segurança Interno, constituído por um Plano de Prevenção, um Plano de Emergência Interno e pelos Registos de Segurança. Artigo 4.º Elaboração O processo de elaboração dos PPEERAM obedece às seguintes fases: Pág. 2

a) A caraterização do espaço, nomeadamente a sua localização geográfica, edifícios envolventes, instalações da escola, fontes de energia e extintores; b) A identificação dos riscos internos (preenchimento de fichas de segurança) e externos (riscos naturais e tecnológicos); c) O levantamento de meios e recursos existentes na escola e que possam permitir às equipas internas intervir em situações de emergência; d) A organização da segurança que deverá visar a preparação interna par atuação em caso de emergência, por forma a garantir que se tomem as medidas necessárias à preservação da vida e dos bens. Artigo 5.º Meios e recursos O processo de levantamento dos meios e recursos deverá visar os seguintes aspetos: a) Equipamentos de primeira intervenção, nomeadamente os extintores, rede de incêndio armada e equipamento de primeiros socorros; b) Sistema de iluminação de emergência e sinalização de segurança, nomeadamente os percursos de evacuação e saída com sinalética própria para o efeito; c) Meios de alarme e alerta, nomeadamente campainha ou sirene e telefones; d) Meios automáticos de deteção e extinção, que compreendem um sistema automático de deteção de incêndios e um sistema automático de extinção dos mesmos. A organização da segurança inclui: a) O Plano de Segurança Interno; b) O Plano de Prevenção; c) O Plano de Emergência Interno; d) Os Registos de Segurança. Artigo 6.º Organização da segurança Artigo 7.º Equipas 1 - As equipas dos PPEERAM são compostas pelos seguintes elementos: a) O chefe de segurança, que avalia eventuais situações de emergência e coordena as ações; b) O coordenador de piso, que coordena e orienta a ação das equipas de intervenção; c) A equipa de alarme, que aciona o alarme acústico e denuncia a ocorrência; d) A equipa de alerta, que avisa os bombeiros; e) A equipa de 1.ª intervenção, que manuseia os extintores ou a rede de incêndio armada e socorre as vítimas; f) A equipa do corte de energia, que procede à interrupção do fornecimento de água, energia elétrica e gás; g) A equipa de informação e vigilância, que dá as informações necessárias relativas aos meios de socorro externos e regula a circulação das pessoas; h) A equipa de concentração e controlo, que reúne os alunos no ponto de encontro e procede à sua contagem. 2 - Sem prejuízo do número anterior, as escolas da RAM poderão adaptar o número de equipas consoante as suas caraterísticas e o seu número de quadros. Artigo 8.º Instruções de segurança As instruções de segurança devem ser simples e claras e compreendem o seguinte: a) As instruções gerais, que são afixadas em locais estratégicos, junto às plantas de emergência; b) As instruções particulares, para locais que apresentem riscos específicos, como por exemplo, os laboratórios, cozinhas, caldeiras, etc.; c) As instruções especiais, respeitantes ao pessoal encarregado de acionar e pôr em prática o plano de emergência até à chegada de socorros exteriores. Artigo 9.º Simulacros Os simulacros deverão ser testados semestralmente e têm os seguintes objetivos: a) Testar e verificar a operacionalidade do PPEERAM; b) Proceder à rotina dos procedimentos; c) Detetar lacunas. Artigo 10.º Recomendações gerais As recomendações gerais do presente diploma são as seguintes: a) A escola deve nomear um responsável pelas questões de segurança; b) O responsável deverá verificar a operacionalidade dos meios de 1.ª intervenção, dos equipamentos, dos meios de alarme e alerta, o estado de conservação da sinalização; c) Os PPEERAM devem ser amplamente divulgados por toda a população escolar; d) Todos os professores e funcionários intervenientes no processo devem receber formação que garanta a eficácia das suas funções; Pág. 3

e) As instalações escolares, especialmente as de maior risco, devem ser inspecionadas regularmente. Artigo 11.º Dúvidas resultantes do presente diploma As dúvidas resultantes da aplicação deste diploma serão esclarecidas por Portaria pelo Secretário Regional com a tutela da Educação. Artigo 12.º Regulamentação O Governo Regional regulamentará o presente diploma no prazo de 120 dias após a sua publicação. Artigo 13.º Entrada em vigor O presente Decreto Legislativo Regional entra em vigor após a publicação do Orçamento Regional posterior à aprovação deste diploma. Funchal, 16 de fevereiro de 2012 Pel A Representação Parlamentar do PCP na ALRAM O deputado único, Ass.: Edgar Silva.- ****** Projeto de Decreto Legislativo Regional Determina a alienação da participação no capital social que a Região Autónoma da Madeira detém na empresa do Jornal da Madeira, Lda. O «Jornal da Madeira» teve início em 22 de novembro de 1923, com aquele título, cujo diretor foi o Dr. Luís Vieira de Castro. Só a partir do dia 1 de maio de 1932 passou a ter um cariz nitidamente católico, sendo propriedade da Diocese do Funchal, mudando o título para «O Jornal». Mais tarde, mudou o título para o primitivo nome que ainda hoje mantém. O ano de 1991 foi propriamente o ano zero da marcha triunfal dos avultados subsídios, atribuídos ao JM pelo Governo Regional, no montante de 120 mil contos (10 mil contos por mês), contrariando o que antes acontecia, quando as fontes de financiamento provinham dos peditórios nas igrejas, dos assinantes e da publicidade. Foi a partir daquele ano que a Imprensa Regional da Madeira EP passou a ser detentora da quase totalidade do capital social do JM. Foi o fim do Jornal católico! A Imprensa Regional da Madeira, EP, tinha sido criada em 7 de junho de 1983, por decreto da Assembleia Regional, com um dos objetivos previstos nos seus estatutos que foi editar o periódico «Diário da Madeira» que tinha sido comprado pelo Governo Regional pela quantia de 30 mil contos. Foi, no entanto, pela Resolução n. 1035/97, de 31/07/1997, do Plenário do Governo Regional, que a quota pertencente à Imprensa Regional, EP, passou para a posse da Região Autónoma da Madeira, com o fundamento da necessidade de aumentar o capital social da Empresa Jornal da Madeira, Lda., por não fazer sentido que o referido aumento de capital seja suportado pela Imprensa Regional da Madeira, EP. Segundo se sabe, a permanência da estatização de 99,98% do capital social da Empresa Jornal da Madeira, Lda. É o único caso português existente na atualidade em matéria de comunicação social escrita. E serviu para o controlo absoluto pelo poder político do Jornal da Madeira, que nem a Diocese, nem os restantes sócios minoritários conseguem retomar a orientação do JM como jornal diocesano católico. A situação financeira por que passa a Região Autónoma da Madeira determinou a elaboração do «Plano de Ajustamento Financeiro da Madeira», onde consta um vasto conjunto de medidas a tomar, nomeadamente no sector empresarial público, propriedade da Região Autónoma. O Plano impõe a elaboração de um programa de privatizações, especificando alguns sectores em que, para o ano em curso, serão alienadas as participações de capital público em algumas empresas. No entanto, no elenco das empresas a privatizar não consta a Empresa Jornal da Madeira, Lda., que publica o «Jornal da Madeira» e é proprietária da «Rádio Jornal da Madeira» (RJM). O presente diploma visa, pois, autorizar o Governo Regional a alienar a quota que a Região detém na Empresa Jornal da Madeira, Lda., e o dever de a incluir no elenco das empresas a privatizar já em 2012, garantindo que a alienação da quota da Região não coloque em risco os postos de trabalho do JM e do RJM. Assim, A Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, ao abrigo da alínea a) do n.º 1 do artigo 227.º e do n.º 1 do artigo 228.º da Constituição da República Portuguesa, e da alínea c) do n.º 1 do artigo 37.º e alínea aa) do artigo 40.º do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma da Madeira, aprovado pela Lei n.º 13/91, de 5 de junho, na redação dada pela Lei n.º 130/99, de 21 de agosto, com alteração introduzida pela Lei n.º 12/2000, de 21 de junho, decreta o seguinte: Artigo 1.º Objeto 1 - Pelo presente diploma o Governo Regional fica autorizado a alienar a quota que a Região Autónoma detém na Empresa Jornal da Madeira, Lda. 2 - No ano de 2012, o Governo Regional deve promover a inclusão da quota referida no número anterior no programa das empresas a privatizar. Artigo 2.º Pág. 4

Princípios orientadores A atuação do Governo Regional em matéria da privatização da quota referida no artigo anterior pautar-se-á pela salvaguarda dos princípios da legalidade, transparência, isenção, rigor e consonância com os objetivos gerais a atingir em matéria de privatizações. Artigo 3.º Princípio da legalidade 1 - Para o cumprimento do princípio da legalidade, no processo de alienação da quota referida no artigo 1.º o Governo Regional terá em conta as determinações legais previstas no pacto social, no Código das Sociedades Comerciais e nas normas aplicáveis previstas na Lei-quadro das Privatizações. 2 - Caso a quota pertencente à Região Autónoma não seja alienada nos termos do pacto social da empresa, nomeadamente aos restantes sócios, conjunta ou separadamente, privilegiar-se-á a venda pública, nos termos a definir por resolução do Conselho do Governo Regional. Artigo 4.º Garantias aos trabalhadores No ato da alienação da quota, o Governo Regional deve garantir a salvaguarda dos postos de trabalho, em articulação com os restantes detentores do capital social da Empresa Jornal da Madeira, Lda. Artigo 5.º Norma regulamentar O Governo Regional regulamentará o presente diploma, no prazo de sessenta dias a contar da data da sua entrada em vigor. Artigo 6.º Entrada em vigor O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação. Funchal, 28 de fevereiro de 2012 A Direção do Grupo Parlamentar do Partido Socialista-Madeira Ass.: Carlos Pereira.- ****** Projeto de Decreto Legislativo Regional Cabaz de bens essenciais Preâmbulo Na Região Autónoma da Madeira fazem-se sentir, em consequência de diversos fatores e, em especial, dos custos da insularidade distante e dos efeitos da atual crise económica e financeira, impactos desfavoráveis quanto ao aumento de preços de bens e serviços essenciais à população. Na RAM, o brutal aumento do custo de vida constitui, a par da degradação dos salários e reformas, bem como dos cortes nos apoios sociais, um fator fortemente penalizador do poder de compra da esmagadora maioria dos madeirenses e porto-santenses. O agravamento dos preços dos bens alimentares, a escalada dos preços dos combustíveis, o disparo das taxas de juro cobradas sobre os empréstimos à habitação e o crescimento das despesas com a Saúde e a Educação, fruto da degradação do acesso aos serviços públicos respetivos, são responsáveis por um contexto de grave crise social. Num quadro em que se agravam as desigualdades sociais e em que as dificuldades dos trabalhadores, dos reformados e das suas famílias atingem níveis insuportáveis, importa lançar mão de medidas que produzam efeito concreto de contenção desta situação, ajudando a garantir níveis mínimos de subsistência e dignidade, níveis esses que não estão hoje já ao alcance da generalidade da população e que, a não haver intervenção de emergência, tendem a reduzir-se ainda mais. É por isso que, a par de outras medidas, importa criar um mecanismo excecional para responder a uma situação que é de exceção. De facto, o constante aumento dos preços de bens essenciais nos últimos tempos exige que se tomem medidas de contenção. Há que garantir que, em bens alimentares essenciais e em alguns artigos básicos de higiene, os preços não continuam a aumentar sem que se considerem os seus impactos negativos para uma necessária coesão social. Por isso, propõe-se que o Governo Regional, definindo o elenco desses bens, de acordo com critérios de importância na garantia da alimentação e higiene básica das famílias, estabeleça para eles um preço máximo a vigorar nesta Região Autónoma, sujeito a posterior ponderação, de forma a que o seu custo não ultrapasse determinados limites na venda ao público. Neste sentido, através do presente diploma, pretende-se instituir na Região um regime especial para os preços de venda ao público dos bens definidos como integrantes do Cabaz de Bens Essenciais, abrangendo produtos básicos de alimentação e higiene, estabelecendo para cada produto um preço máximo permitido para cada ano nesta Região Autónoma. Assim, nos termos do disposto nos artigos 227.º, n.º 1 alínea a) e 232.º, n.º 1 da Constituição da República Portuguesa, e dos artigos 37.º, n.º 1 alínea c), 40.º alínea m) e 41.º, n.º 1 da Lei n.º 130/99, de 21 de agosto, a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira decreta o seguinte: Artigo 1.º Regime de preços Pág. 5

Os preços de venda ao público do Cabaz de Bens Essenciais na Região Autónoma da Madeira ficam sujeitos ao regime de preços máximos de venda ao público criado com o presente diploma. Artigo 2.º Cabaz de Bens Essenciais 1 - Antecedendo o início de cada ano civil, o Governo Regional define e publica, através de Portaria, a listagem de cada um dos produtos básicos de alimentação e higiene que integram o Cabaz de Bens Essenciais. 2 - Através da correspondente Portaria anual, o Governo Regional estabelece para cada produto do Cabaz de Bens Essenciais o preço máximo de venda ao público. Artigo 3.º Fixação do limite dos preços máximos Os preços máximos de venda ao público dos produtos do Cabaz de Bens Essenciais são definidos pelo Governo Regional para entrada em vigor no dia 01 de janeiro de cada ano. Artigo 4.º Produtos básicos 1 - Os produtos do Cabaz de Bens Essenciais são definidos de acordo com critérios de importância na garantia da alimentação e higiene básicas das famílias. 2 - Na definição do elenco dos produtos do Cabaz de Bens Essenciais são considerados os bens encarados como representativos da estrutura de consumo da população residente na Região Autónoma da Madeira. Artigo 5.º Relatório Anual 1 - O Governo Regional elaborará, em cada ano civil, o relatório público acerca da concretização do Cabaz de Bens Essenciais e do regime instituído pelo presente diploma. 2 - O relatório público respeitará os seguintes objetivos: a) Apresentar a justificação devidamente fundamentada quanto aos produtos integrantes do Cabaz de Bens Essenciais ; b) Analisar todo o processo de acompanhamento da evolução dos preços; c) Avaliar os impactos económicos e sociais decorrentes da materialização do Cabaz de Bens Essenciais ; d) Perspetivar o desenvolvimento de todo o processo da aplicação do presente regime de preços máximos de venda ao público. Artigo 6.º Acompanhamento Parlamentar A Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira realizará uma reunião anual para a análise dos resultados alcançados pela entrada em vigor na RAM do regime de preços máximos de venda ao público e do Cabaz de Bens Essenciais. Artigo 7.º Regulamentação O Governo Regional procederá, no prazo de noventa dias, à regulamentação do presente diploma. Artigo 8.º Entrada em vigor O presente Decreto Legislativo Regional entra em vigor após a aprovação do Orçamento Regional posterior à publicação deste diploma. Funchal, 21 de março de 2012 Pel A Representação Parlamentar do PCP na ALRAM O deputado único, Ass.: Edgar Silva.- ****** Pág. 6