INCIDÊNCIA DE Sclerotinia sclerotiorum EM CULTIVARES DE SOJA NO MUNICÍPIO DE MUITOS CAPÕES RS SAFRA 2014/15

Documentos relacionados
Avaliação de aspectos produtivos de diferentes cultivares de soja para região de Machado-MG RESUMO

REDUÇÃO DO RENDIMENTO DE GRÃOS CAUSADO POR PODRIDÕES RADICULARESEM LAVOURAS DE FEIJÃO NO MUNICÍPIO DE LAGES, SANTA CATARINA, SAFRA 2013/14

Eng. Agr. Ederson A. Civardi. Bonito MS 2014

Av. Ademar Diógenes, BR 135 Centro Empresarial Arine 2ºAndar Bom Jesus PI Brasil (89)

Avaliação da Severidade da Ferrugem Asiática em Diferentes Arranjos da População de Plantas de Soja

INFLUÊNCIA DA IDADE DA FOLHA NA SUSCETIBILIDADE DE PLANTAS DE SOJA À INFECÇÃO POR PHAKOPSORA PACHYRHIZI

Manejo da Ferrugem Asiática da Soja Por Número de Aplicação De Fungicidas, Safra 2012/2013

Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2010)

CONTROLE DE DOENÇAS POR MEIO DE VARIEDADES RESISTENTES E MANEJO CULTURAL. Nelson Dias Suassuna EMBRAPA - Algodão

MANEJO DA MANCHA DE RAMULÁRIA E MOFO BRANCO

problemas fitossanitários, entre eles as doenças, que impedem ou limitam o maior rendimento ou lucratividade (JULIATTI et al., 2004).

RESPOSTA DO MILHO SAFRINHA A DOSES E ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DE POTÁSSIO

INTERAÇÃO ENTRE NICOSULFURON E ATRAZINE NO CONTROLE DE SOJA TIGUERA EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIA

Manejo e controle do mofo branco da soja

DENSIDADE POPULACIONAL DE TRIPES EM CULTIVARES DE SOJA 1

COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DE SOJA PARA A REGIÃO SUL DE MG

Reação de genótipos de girassol para resistência a Sclerotinia sclerotiorum em condições de campo na safrinha 2015

05 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DOS PRINCIPAIS

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE SEMEADURA, NO MUNÍCIPIO DE SINOP-MT

Rendimento e caraterísticas agronômicas de soja em sistemas de produção com integração lavoura-pecuária e diferentes manejos de solo

CRESCIMENTO DE DIFERENTES CULTIVARES DE SOJA SUBMETIDAS A ÉPOCAS DE SEMEADURAS DISTINTAS NO SEMIÁRIDO PIAUIENSE

CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE MILHO PARA SILAGEM EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA NO SUL DE MG

06 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE FUNGICIDA COM

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS CULTIVARES DE FEIJÃO COM SEMENTES DISPONÍVEIS NO MERCADO

Doenças Fúngicas na Cultura da Soja:

BOLETIM TÉCNICO 2015/16

INTERFERÊNCIA DA INFESTAÇÃO DE PLANTAS VOLUNTÁRIAS NO SISTEMA DE PRODUÇÃO COM A SUCESSÃO SOJA E MILHO SAFRINHA

RELATÓRIO DE PESQUISA 11 17

EFICIÊNCIA DE APLICAÇÃO DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE MOFO- BRANCO NO ALGODOEIRO

CARACTERIZAÇÃO AGRONÔMICA DE CULTIVARES DE SOJA PARA O SUL DE MINAS GERAIS NO MUNICÍPIO DE INCONFIDENTES-MG 1

CULTIVARES DE SOJA NA REGIÃO NORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO

Efeito de fungicidas na inibição do crescimento micelial de Sclerotinia sclerotiorum isolado de soja

TRATAMENTO QUÍMICO E BIOLÓGICO DE SEMENTES DE SOJA PARA O CONTROLE DE

Resultados de Pesquisa dos Ensaios de Melhoramento de Soja Safra 2008/09

Efeitos dos Ramos Secundários Sobre Produção de Sementes em Diferentes Populações de Soja Submetida à Irrigação por Aspersão em Solos de Várzea

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE FEIJOEIRO COMUM NO ESTADO DE GOIÁS

PP = 788,5 mm. Aplicação em R3 Aplicação em R5.1. Aplicação em Vn

COMPETIÇÃO DE CULTIVARES TRANSGÊNICAS DE SOJA EM CULTIVO DE SAFRINHA PARA O SUL DE MINAS GERAIS

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

Impacto de diferentes níveis de injúrias sobre a produtividade de cultivares de soja de hábito de crescimento determinado e indeterminado

Avaliação dos Fungicidas no Controle da Ferrugem Asiática da Soja, Safra 2012/2013

Lançamento Soja marca Pioneer no Sul do Brasil. Ricardo B. Zottis Ger. Produto RS/SC

NUTRIÇÃO DA SOJA E SUA INFLUÊNCIA NA INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA PARA INFECÇÃO E SEVERIDADE DOS SINTOMAS DA FERRUGEM ASIÁTICA

Comunicado Técnico. Odo Primavesi 1 Rodolfo Godoy 1 Francisco H. Dübbern de Souza 1. ISSN X São Carlos, SP. Foto capa: Odo Primavesi

TÍTULO: METODOLOGIA E ANÁLISE DE CARACTERÍSTICAS FENOTÍPICAS DA CULTURA DA SOJA EM RELAÇÃO A RESISTÊNCIA AO EXTRESSE ABIÓTICO DE CHUVA NA COLHEITA

DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO DE BAIXO CUSTO DE SEMENTES NA SAFRINHA 2016

16 EFEITO DA APLICAÇÃO DO FERTILIZANTE FARTURE

Dano de geada nos estádios vegetativos do trigo em Guarapuava, invernos 2010 e 2011

EFICIÊNCIA AGRONÔMICA E VIABILIDADE TÉCNICA DO PROGRAMA FOLIAR KIMBERLIT EM SOJA

DESEMPENHO DE CULTIVARES DE SOJA NA REGIÃO DO SUL DE MINAS GERAIS NO MUNICÍPIO DE LAVRAS-MG

Controle químico de doenças fúngicas do milho

02/03/2017. Doenças da Soja: etiologia, sintomatologia, epidemiologia e controle Fitopatologia Aplicada. 1. Ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi)

CONTROLE QUíMICO DE OíDIO, Microsphaera diffusa, EM TRÊS CUL TIVARES DE SOJA NA SAFRA 1998/1999

EFICIÊNCIA DE ORTHENE 750 BR (ACEFATO) NO CONTROLE DE Euschistus heros) (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) NA CULTURA DA SOJA 1

INTERFERÊNCIA DA VELOCIDADE E DOSES DE POTÁSSIO NA LINHA DE SEMEADURA NA CULTURA DO MILHO

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

DENSIDADE DE SEMEADURA E POPULAÇÃO INICIAL DE PLANTAS PARA CULTIVARES DE TRIGO EM AMBIENTES DISTINTOS DO PARANÁ

Cultivo do Milho

INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DE PLANTIO NA PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO/MG

Epidemias Severas da Ferrugem Polissora do Milho na Região Sul do Brasil na. safra 2009/2010

VIABILIDADE DO TRIGO CULTIVADO NO VERÃO DO BRASIL CENTRAL

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FISIOLOGICA DAS SEMENTES NA PRODUTIVIDADE DA CULTURA DA SOJA. Material e Métodos. Sementes (Brasil, 2009.

Utilização de microrganismos como agentes de controle biológico e promotores de crescimento em plantas

XXI Reunião Nacional de Pesquisa de Girassol IX Simpósio Nacional sobre a Cultura do Girassol PRINCIPAIS DOENÇAS E ESTRATÉGIAS DE MANEJO

ESTRATÉGIAS DE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS COM PERDA DE SENSIBILIDADE AO GLYPHOSATE NA CULTURA DO MILHO RR

ÍNDICE DE ESPIGAS DE DOIS HÍBRIDOS DE MILHO EM QUATRO POPULAÇÕES DE PLANTAS E TRÊS ÉPOCAS DE SEMEADURA NA SAFRINHA

INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE SEMEADURA NA CULTURA DO FEIJÃO

INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE FUNGICIDAS NA OCORRÊNCIA DE GRÃOS ARDIDOS EM HÍBRIDOS DE MILHO SAFRINHA EM MATO GROSSO DO SUL

RESISTÊNCIA DE CULTIVARES DE MILHO SAFRINHA TRANSGÊNICO A MANCHAS FOLIARES NO ESTADO DE SÃO PAULO

EFEITOS DA FERTILIZAÇÃO COM NITROGÊNIO E POTÁSSIO FOLIAR NO DESENVOLVIMENTO DO FEIJOEIRO NO MUNICÍPIO DE INCONFIDENTES- MG.

SILAGEM DE CEREAIS FORRAGEIROS

BOLETIM TÉCNICO 2015/16

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DE SOJA PARA REGIÃO SUL DE MINAS GERAIS*

RESULTADOS DE CULTIVARES DE SOJA. Julho, 2018

DIFERENTES ESTRATÉGIAS DE SUCESSÃO TRIGO-SOJA PARA MANUTENÇÃO DA VIABILIDADE DAS CULTURAS NO SUL DO BRASIL

Comportamento de genótipos de trigo, oriundos do Paraná, quanto à severidade de oídio, na safra 2008

Picinini, E.C. 1; Fernandes, J.M.C. 1

PERFORMANCE DE NOVE GENÓTIPOS DE SOJA CULTIVADOS EM DIFERENTES ÉPOCAS DE SEMEADURA NA EMBRAPA CERRADOS

DOSES E FONTES DE NITROGÊNIO EM COBERTURA NO MILHO SAFRINHA

Controle da Mancha-em-Rede (Drechslera teres) em Cevada, Cultivar Embrapa 129, com os Novos Fungicidas Taspa e Artea, no Ano de 1998

GRÃOS ARDIDOS E PODRIDÕES DE COLMO NO MILHO EM FUNÇÃO DA ÉPOCA DE SEMEADURA E DO ESTÁDIO DE APLICAÇÃO DO NITROGÊNIO EM COBERTURA

DENSIDADE DE SEMEADURA E DOSES DE NITROGÊNIO EM COBERTURA NO TRIGO DE SEQUEIRO CULTIVADO EM PLANALTINA-DF

AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE MILHO SAFRINHA SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO MAIS FÓSFORO APLICADOS NO PLANTIO

TÍTULO: AVALIAÇÃO REGIONAL DE CULTIVARES DE FEIJÃO NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

REAÇÃO À BRUSONE DE GENÓTIPOS DE TRIGO NO ESTÁDIO DE PLÂNTULA

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

ADENSAMENTO DE SEMEADURA EM TRIGO NO SUL DO BRASIL

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

15 AVALIAÇÃO DOS PRODUTOS SEED E CROP+ EM

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

CARACTERIZAÇÃO DA FENOLOGIA DE CULTIVARES DE SOJA EM AMBIENTE SUBTROPICAL

PRODUTIVIDADE DE MILHO SAFRINHA EM AMBIENTES E POPULAÇÕES DE BRAQUIÁRIAS

Resposta de Cultivares de Milho a Variação de Espaçamento Entrelinhas.

18 PRODUTIVIDADE DA SOJA EM FUNÇÃO DA

ANÁLISE ECONÔMICA DE SISTEMAS DE MANEJO DE SOLO E DE ROTA CÃO COM CULTURAS ,(, PRODUTORAS DE GRAOS NO INVERNO E NO VERÃO

Ferrugem de soja: avaliação de resistência de linhagens, safra 2015/2016

Dinâmica e manejo de doenças. Carlos A. Forcelini

ANÁLISE CONJUNTA DO ENSAIO BRASILEIRO DE LINHAGENS DE AVEIA BRANCA CONDUZIDO EM 2011

Transcrição:

INCIDÊNCIA DE Sclerotinia sclerotiorum EM CULTIVARES DE SOJA NO MUNICÍPIO DE MUITOS CAPÕES RS SAFRA 2014/15 Juliana Borba Valente 1*, Rômulo Luís Zancan 2, Otávio Fiorentin 1, Maiquiel Diego Fingstag 1, Fernando Sartori Pereira 1, Ricardo Trezzi Casa 3, Jose de Alencar Lemos Vieira Junior 1. 1 Curso de Mestrado do Programa de Pós Graduação em Produção Vegetal CAV/UDESC, Bolsista CAPES, Lages, SC. julianabvalente@hotmail.com 2 Cooperativa Regional Agropecuária de Campos Novos, Otacílio Costa SC. romulo@copercampos.com.br 3 Professor CAV/UDESC, Bolsista Produtividade em Pesquisa - CNPq. ricardo.casa@udesc.br RESUMO -O mofo branco é doença frequente na soja na Região dos Campos de Cima da Serra, RS. O objetivo deste trabalho foi avaliar a incidência de mofo branco em cultivares de soja no município de Muitos Capões/RS, na safra 2014/15 em área de plantio direto e monocultura. A incidência foi expressa pelo percentual de plantas com presença visual de estruturas do fungo, como micélio e escleródios. A primeira avaliação foi realizada em 12 de janeiro de 2015, quando as cultivares atingiram o estádio de R2 (florescimento pleno) onde foi observada inexistência da doença. As avaliações subsequentes foram realizadas nos dias 02 e 19 de fevereiro. As cultivares apresentaram comportamento variado quanto à incidência a S. sclerotiorum. As cultivares BMX Ativa RR, BMX Apolo RR e BMX Alvo RR obtiveram aumento de incidência da primeira para a segunda avaliação. Já as cultivares, NA5909 RG, M 5947 IPR e AS3570 IPRO mantiveram-se com baixa incidência em ambas as avaliações e, portanto, foram as cultivares menos suscetíveis a doença. Palavras-chave: Glycine max L., mofo branco, incidência. INTRODUÇÃO No Brasil a soja (Glycine max L.) é a principal espécie cultivada, com um produtividade média de 2.870 kg.ha -1 em uma área de 33,2 milhões de hectares na safra de 2015/16 (CONAB 2016), conferindo ao país o segundo lugar na produção mundial. As doenças limitam o rendimento, a lucratividade e o sucesso de produção desta leguminosa. O mofo branco, causado por Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary é importante na Região Sul, onde as condições climáticas amenas, como alta umidade relativa do ar e temperaturas baixas entre 10 e 21 C na safra de verão em áreas de altitude acima de 800 m ou mesmo, em anos de ocorrência de chuvas acima da média (EMBRAPA 2010), favorecem o desenvolvimento do patógeno. Aliado com o cultivo em monocultura, ou em rotação com a cultura do feijoeiro e em sucessão com a canola, ervilha, ervilhaca e nabo forrageiro juntamente

com o uso de sementes infectadas, produzidas pelos próprios agricultores (JULIATTI & JULIATTI, 2010) (REIS et al., 2012). A principal forma de disseminação do patógeno á longas distâncias são os escleródios acompanhando sementes de nabo forrageiro (BRUSTOLIN et al., 2012), os escleródios também são fonte de inóculo em lavouras com histórico da doença, podendo manter a viabilidade no solo por um período de 13 meses quando na superfície do solo ou até 35 meses quando enterrados (REIS et al., 2005). Os sintomas surgem geralmente na parte inferior das hastes, na forma de micélio branco cotonoso, podendo ser encontrado nos tecidos infectados, que pode evoluir para uma massa micelial formando os escleródios (BRUSTOLIN et al., 2012). Plantas infectadas apresentam as folhas com aspecto de encharcamento, e provocam danos significativas nos componentes de produtividade (reduzem número de vagens, grãos e peso de grãos) podendo atingir redução de até 70% no rendimento (MEYER et al., 2014). O controle da doença é agravado pela dificuldade de obtenção de cultivares resistentes, sobrevivência do fungo pelo escleródio no solo por longo período, ampla gama de hospedeiros podendo infectar mais de 650 espécies (BRUSTOLIN et al., 2012), grande número de ascósporos 10.000 a 30.000 produzidos por apotécios (STEADMAN 1983), sua disseminação pelo vento, transportando solo ou restos culturais infestados com escleródio (ZUCCHI, 2010) e sobrevivência em sementes na forma de micélio dormente ou escleródios (GARCIA, 2012). O objetivo deste estudo foi avaliar a reação de genótipos de soja ao patógeno S. sclerotiorum em inoculação natural em áreas de plantio direto e monocultura. No município de Muitos Capões/RS na safra de 2014/15. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado em uma área de cultivo comercial na propriedade do Engenheiro Agrônomo Fábio Rizzi, localizada em 28º 17 35 S de latitude, 51º 06 14 W de longitude a 985 metros de altitude, no município de Muitos Capões estado do Rio Grande do Sul. Em solo do tipo Latossolo Vermelho Distrófico, cultivado em plantio direto, monocultura e com histórico de doença. Para o estudo foram utilizadas dezesseis cultivares (tecnologia RR: BMX Ativa, BMX Turbo, BMX Apolo, BMX Alvo, BMX Veloz, SYN 1257, SYN 1157, NA 5909 RG, P 95R51, P 95Y72;

tecnologia IPRO: M 5947, M 5917, DM 5958, NS 5959, AS 3570 e a cultivar pré-comercial de código B TARG 090834). A cultivar BMX Ativa possui como característica hábito de crescimento determinado, a cultivar AS 3570 apresenta hábito de crescimento semideterminado e as demais cultivares apresentam hábito de crescimento indeterminado. Todas as cultivares foram semeadas no dia 30 de outubro de 2014, espaçadas em 0,45 m entre linhas e com uma densidade de semeadura de 200.000 a 370.000 plantas por hectare, conforme a recomendação de cada cultivar. Cada tratamento constou de nove linhas por 100 metros de comprimento. Em cada parcela foram realizadas três repetições de dez metros. Os tratos culturais foram feitos de acordo com os procedimentos técnicos necessários a fim de manter livre da interferência de plantas daninhas, insetos e ferrugem. A primeira avaliação foi realizada em 12 de janeiro, quando as cultivares atingiram o estádio de R2 (florescimento pleno) (RITCHIE et al., 1982) onde foi observada inexistência da doença. Para tal, utilizou-se do total de dez metros lineares de plantas para cada cultivar, avaliando-se a incidência da doença, expressa pelo percentual de plantas com presença visual de estruturas do fungo, como micélio e escleródio. As avaliações subsequentes foram realizadas nos dias 02 e 19 de fevereiro. Os dados obtidos foram analisados pelo sistema de análise estatístico SAS, versão 9.1, com transformação dos dados de porcentagem em box-cox, e as médias comparadas pelo teste de Scheffe a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados mostraram que houve diferenças significativas entre as incidências de mofo branco nos genótipos e nas épocas de avaliação (Tabela 1 e 2). As cultivares BMX Ativa RR, BMX Apolo RR e BMX Alvo RR foram as que mais obtiveram aumento de incidência da primeira para a segunda avaliação sendo as cultivares mais suscetíveis a doença. Dentre as cultivares, a NA5909 RG, M 5947 IPR e AS3570 IPRO mantiveram-se com baixa incidência em ambas as avaliações e, portanto, foram as cultivares menos suscetíveis a doença. AS 3570 IPRO foi a única cultivar que não houve acréscimo significativo na incidência da primeira para a segunda avaliação, em todos as outras houveram acréscimo na incidência de mofo branco.

Tabela 1- Médias de incidência de mofo branco em cultivares de soja, 1 época de avaliação. 1 Letras maiúsculas iguais não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Schefee ao nível de 5% de probabilidade. Tabela 2- Médias de incidência de mofo branco em cultivares de soja, 2 época de avaliação. 1 Letras maiúsculas iguais não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Schefee ao nível de 5% de probabilidade.

As cultivares BMX Turbo e NS 5959 IP obtiveram as maiores incidências de mofo branco na primeira época de avaliação (27% e 21,5%), porém na segunda época de avaliação obtiveram um pequeno incremento na incidência de mofo branco de 1 a 1,5% passando para 28% e 23% respectivamente. Os resultados obtidos com as cultivares M5917IPR e BTARG090 foram iguais em ambas as épocas de avaliações, na primeira época de avaliação não apresentavam incidência de mofo branco, no entanto, na segunda época de avaliação atingiram uma incidência de 10,6%. (BERUSKI, et. al., 2012) verificam altos índices de incidência e severidade de mofo branco na cultivar BMX Apolo RR, no município de Arapoti PR, em área naturalmente infectada. As cultivares apresentaram comportamento variado quanto à reação a S. sclerotiorum, concordando com (RICCELY & JULIATTI, 2012) que avaliaram cultivares recomendadas para a região central do país e observaram comportamentos diferentes entre as cultivares, obtendo cultivares resistentes, moderadamente resistente, moderadamente suscetíveis e suscetíveis. A utilização de cultivares de soja com resistência a S. sclerotiorum pode ser medida eficaz e econômica em locais onde a doença vem se destacando, como no Sudeste, Centro e Sul do Brasil. CONCLUSÃO Há diferenças entre cultivares de soja quanto à suscetibilidade a mofo branco. A incidência de mofo branco é influenciada pelo material genético adotado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERUSKI, G.C., PEREIRA, A.B., JACCOUD-FILHO, D. S.,SARTORI, F.F., MAINARDES, M.Z. Incidência e severidade de mofo branco Sclerotinia sclerotiorum em função do regime de temperatura e umidade relativa do ar uma análise preliminar. Encontro Interacional de Mofo Branco. Londrina, 2012. p. 82. BRUSTOLIN, R.; DE ROSSI, R.L.; REIS, E.M. Mofo Branco. In: REIS, E.M.; CASA, R.T. (Orgs.) Doenças da soja. Passo Fundo: Berthier, 2012. p. 217-232. EMBRAPA SOJA. Tecnologias de Produção de Soja: região central do Brasil 2011. Londrina, 2010 Disponível em: <https://www.embrapa.br/soja/busca-de-publicacoes/-

/publicacao/864927/tecnologias-de-producao-de-soja---regiao-central-do-brasil-2011> em: 20 de novembro. 2016. Acesso CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra brasileira de grãos, safra 2015/2016. Disponível em: < http://www.conab.gov.br>. Acesso em: 2 de novembro de 2016. GARCIA, R.A. Caracterização biológica e fisiológica de populações de Sclerotinia sclerotiorum e avaliação da resistência genética em cultivares de soja. 2012.106 f. Tese (Doutorado em Agronomia e Engenheira de Alimentos, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2012. JULIATTI F.C, JULIATTI F.C.A. Podridão branca da haste da soja: Manejo e uso de fungicidas em busca da sustentabilidade nos sistemas de produção. Uberlândia MG. Composer 2010. MEYER, M.C.; CAMPOS, H.D.; GODOY, C.V.; UTIAMADA, C.M. Ensaios cooperativos de controle químico de mofo branco na cultura da soja. Londrina: EMBRAPA, 2014. 100 p. REIS, E.M., CASA, R.T., Doenças da soja. 1.ed. Passo Fundo: Berthier, 2012 REIS, E. M.; TOMAZINI, S. L. Viabilidade de escleródios de Sclerotinia sclerotiorum, no campo, em duas profundidades do solo. Summa Phytopathologica, v. 31, n. 1, p. 97-99, 2005. RICCELY A. G., JULIATTI C. F. Avaliação da resistência da soja a Sclerotinia sclerotiorum em diferentes estádios fenológicos e períodos de exposição ao inóculo. Tropical Plant Pathology, vol. 37(3):196-203, 2012 RITCHIE, S.; HANWAY, J. J.; THOMPSON, H. E. How a soybean plant develops. Ames, Yowa: Yowa State University of Science and Technology, Cooperative Extension, 1982. 20 p. (Special Report, n. 53). STEADMAN, J.R. White mold a serious yield-limiting disease of bean. Plant Disease, Iowa, v.67, n.1. p.346-350, 1983. ZUCCHI, F. Trichoderma spp em áreas cultivadas do cerrado. In: ITO, M.F.; PARISI, J.J.D. Mofo branco: doença que exige muita atenção, principalmente no período de outono-inverno. Ribeirão Preto: JV Biotecnologia, 2010. p.09-14.