2. Novas tecnologias aceleram processo de globalização, aproximam lugares e distanciam povos 22



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Transcrição:

2 GEOGRAFIA SUMÁRIO DO VOLUME 1. O contexto mundial do Pós Guerra Fria a emergência de novos polos de poder 5 1.1 As fronteiras geográfi cas da ordem bipolar 5 1.2 Alianças militares e planos econômicos dos tempos da Guerra Fria 7 1.3 A regionalização mundial na Ordem Bipolar da Guerra Fria 11 1.4 A Nova Ordem Mundial 12 1.5 As fronteiras geográfi cas da nova ordem mundial a Ordem Multipolar 15 1.6 Novos atores na ordem mundial multipolar, do Pós-Guerra Fria 17 2. Novas tecnologias aceleram processo de globalização, aproximam lugares e distanciam povos 22 3. A Organização das Nações Unidas e as necessidades de reformas no contexto da ordem do Pós- -Guerra Fria 32 4. Aceleração dos fluxos comerciais e a OMC como organização reguladora do comércio mundial 36 5. O Capital e a sociedade organizando fóruns: Fórum Econômico Mundial x Fórum Social Mundial um outro mundo é possível? 42 6. Globalização e regionalização os principais blocos econômicos regionais 49

SUMÁRIO COMPLETO 3 VOLUME 1 UNIDADE: A PRODUÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO GLOBAL 1. O contexto mundial do pós-guerra Fria a emergência de novos polos de poder 2. Novas tecnologias acelerando o processo de globalização, aproximando lugares e distanciando povos 3. A organização das Nações Unidas e a necessidade de reformas no contexto da ordem do pós-guerra Fria 4. Aceleração dos fl uxos comerciais e a OMC como organização reguladora do comércio mundial. 5. O capital e a sociedade organizando fóruns: Fórum Econômico Mundial x Fórum Social Mundial um outro mundo é possível? 6. Globalização e regionalização os principais blocos econômicos regionais. VOLUME 2 UNIDADE: ESPAÇOS MUNDIAIS DAS REDES DE CONSUMO E DAS REDES DA ILEGALIDADE 1. Sociedade e consumo o mercado na atualidade e o papel do crédito, da moda, do marketing favorecendo o consumo e o consumismo. 2. Espaços e paisagens do consumo e consequências socioeconômicas e socioambientais do consumo e do consumismo 3. As novas tecnologias do meio técnico-científi co-informacional e as redes da ilegalidade no mundo VOLUME 3 UNIDADE: A POPULAÇÃO MUNDIAL FRENTE AOS NOVOS DESAFIOS DO AVANÇO TECNOLÓGICO 1. Novas tecnologias nos sistemas produtivos e a questão do desemprego 2. A transformação do mundo rural e a redução da PEA nas atividades produtivas 3. Migrações populacionais em busca de novas oportunidades de sobrevivência UNIDADE: AS GRANDES CIVILIZAÇÕES NO MUNDO E SUAS HERANÇAS RELIGIOSAS 1. Situando as grandes civilizações no espaço geográfi co 2. Civilizações e cultura o espaço das grandes religiões no mundo UNIDADE: CENÁRIOS GEOPOLÍTICOS NO MUNDO CONTEMPORÂNEO 1. O papel dos EUA na geopolítica mundial após o evento de 11/09/2001 2. Eclosão de novos confl itos geopolíticos na África 3. Eclosão de novos confl itos geopolíticos na Ásia

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5 1. O CONTEXTO MUNDIAL DO PÓS-GUERRA FRIA A EMERGÊNCIA DE NOVOS POLOS DE PODER Texto e contexto Para entender o contexto mundial no Pós-Guerra Fria, é preciso compreender o contexto mundial da Guerra Fria, ou seja, que potências econômicas detinham o poder e suas respectivas áreas de influência, que organizações foram criadas para a manutenção da ordem mundial do período, como era a regionalização do mundo, quais planos econômicos favoreciam o desenvolvimento dos diversos países, enfim, como era uma ordem bipolar. A Guerra Fria caracterizou-se como uma guerra indireta, na qual as duas potências que disputavam o poder mundial criaram uma ordem bipolar: de um lado os Estados Unidos da América, liderando o mundo capitalista e, do outro, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, liderando o mundo socialista. Foi um conflito ideológico, em que as duas potências disputavam espaços territoriais de países para ampliar suas respectivas áreas de influência. 1.1 As fronteiras geográficas da ordem bipolar E m dois de setembro de 1945, houve um significativo acontecimento histórico: o fim da Segunda Guerra Mundial. A partir daí delineou-se um novo conflito: a Guerra Fria, que colocou em oposição EUA e URSS. Os primeiros sinais dessa nova guerra, que evoluiu sem batalhas e sem detonação de bombas, apareceram na Conferência de Potsdam realizada de 17 de julho a 02 de agosto de 1945, no Castelo de Potsdam na Alemanha. Essa conferência teve como protagonista Harry Truman presidente dos Estados Unidos, Clement Attle primeiro-ministro britânico e Josef Stalin líder da União Soviética. As principais decisões da Conferência foram: Divisão da Alemanha em zonas de ocupação - a zona leste (oriental) de ocupação soviética, e a zona oeste (ocidental) de ocupação norte-americana, britânica e francesa. Desocupação do setor oeste de Berlim (capital da Alemanha), permitindo que a parte ocidental da cidade também fosse dividida e ocupada pelos Estados Unidos, pela Inglaterra e pela França. O setor oriental foi ocupado pela URSS. Constituição de um Conselho Interaliado para administrar a Alemanha, colocar fim ao Nazismo no País e organizar eleições livres. ALEMANHA E BERLIM Zonas de Ocupação Pós-Segunda Guerra Mundial As fronteiras da Alemanha após a Conferência de Potsdam A Europa dividida Cortina de Ferro A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) iniciou a expansão para adquirir mais áreas de influência, não respeitando os acordos estabelecidos nas conferências de que havia participado. Desse modo, a partir de 1945, expandiu sua influência em direção aos territórios da Polônia, da Tchecoslováquia, da Hungria, da Bulgária e em direção aos territórios dos países Bálticos: Estônia, Letônia e Lituânia. Todos esses países tornaram-se socialistas e, além deles, a Albânia e a Iugoslávia também adotaram o Socialismo como sistema político e econômico.

6 A EUROPA DA GUERRA FRIA Atento a esse contexto de expansão das Europa dividida áreas de influência da URSS e preocupado com os avanços do Socialismo pela Europa, Winston Churchill, ex-premier britânico, em março de 1946, criou a expressão cortina de ferro para se referir ao futuro de uma Europa dividida. O mapa ao lado apresenta a Europa dividida em áreas de influência do Socialismo, a leste, e em áreas de influência do Capitalismo, a oeste. A Alemanha transformou-se no centro da disputa entre capitalistas e socialistas. Em 1948, os soviéticos tentaram, sem sucesso, bloquear os setores de Berlim, que estavam sob a influência ocidental capitalista. Ao final desse bloqueio, denominado Bloqueio de Berlim, o mapa da Alemanha se modificou com a criação de dois países era o início da existência de uma Alemanha dividida: a Alemanha Ocidental ou República Federal da Alemanha (RFA), que adotou o modelo capitalista, e a Alemanha Oriental ou República Democrática da Alemanha (RDA), socialista. Berlim, a capital, também foi dividida em Berlim Ocidental, capitalista, e Berlim Oriental, socialista. ISLÂNDIA SUÊCIA FINLÂNDIA NORUEGA URSS MAR DO NORTE IRLANDA OCEANO ATLÂNTICO DINAMARCA GRÂ BRETANHA PAISES POLÔNIA BAIXOS RDA BELGICA LUXEMBURGO RFA TCHECOSLOVÂQUIA FRANÇA ÁUSTRIA SUIÇA HUNGRIA ROMÊNIA MAR NEGRO PORTUGAL ESPANHA IUGOSLÁVIA BULGÁRIA ITÁLIA ALBÁNIA TURQUIA MAR M ED 0 400 km MAR CÁSPIO GRÉCIA IT E RRÂ Paises capitalistas Paises socialistas NE O Cortina de ferro AS FRONTEIRAS DA ALEMANHA E DE BERLIM NOS TEMPOS DE GUERRA FRIA Berlim Oriental Berlim Ocidental Hamburgo HOLANDA ALEMANHA OCIDENTAL ALEMANHA ORIENTAL BÉLGICA POLÔNIA Dresden Bonn LUXEMBURGO Frankfurt TCHECOSLOVÁQUIA FRANÇA Munique ÁUSTRIA Acesse: http://vivaoconhecimento.blogspot.com.br/2011/06/bloqueio-de-berlim-junho1948maio1949.html - Leia sobre o Bloqueio de Berlim e suas consequências e, depois, responda às questões: 1 2 3 Quando ocorreu e o que foi o Bloqueio de Berlim? Por que Josef Stalin impôs o bloqueio de Berlim? Qual a consequência imediata desse bloqueio?

7 BLOQUEIO DE BERLIM POLÔNIA PAÍSES BAIXOS BERLIM ALEMANHA BÉLGICA LUXEMBURGO ÁUSTRIA FRANÇA Rotas de transporte de suprimentos Zona sob controle soviético Zona sob controle dos EUA, Reino Unido e França 1.2 Alianças militares e planos econômicos dos tempos da Guerra Fria Em 1949, os Estados Unidos e aliados criaram a Organização do Tratado do Atlântico Norte OTAN ou NATO, uma aliança militar ocidental com o objetivo principal de combater o avanço do Socialismo. À época, o presidente dos EUA, Harry Truman, na cerimônia de assinatura da Aliança Militar, ressaltou tratar-se do primeiro passo para garantir a paz e a segurança na comunidade das nações, já que a aliança previa a ajuda mútua no caso de uma agressão por terceiros a agressão contra qualquer membro da OTAN seria entendida como uma violência a todos os demais membros que dela faziam parte. O primeiro objetivo da Aliança Militar OTAN - PAÍSES MEMBROS DE 1949 A 1982 era o de fazer uma defesa coletiva de todos os países membros em caso de expansão socialista e, nessa circunstâcia, a agressão jamais se tornaria um assunto nacional, mas sim uma questão de interesse regional. Todavia a OTAN não se restringiu a assuntos bélicos, ela previa a cooperação na área econômica e cultural com objetivos amplos de garantia da paz. Os primeiros países que integraram a OTAN no ano de sua criação (1949) foram: Estados Unidos, França, GrãBretanha, Canadá, Bélgica, Dinamarca, Islândia, Itália, Luxemburgo, Holanda, 1949 1952 Noruega e Portugal. Em 1952, entraram a 1982 1955 Grécia e a Turquia. Em 1955, a Alemanha e, em 1982, a Espanha. Islândia Noruega Dinamarca Reino Unido Holanda Alemanha Bélgica França Italia Portugal Espanha Turquia Grécia

8 GPS Leitura cartográfica 4 Observe o mapa da OTAN, localize o Mar Negro, os Estreitos de Bósforo e Dardanelos, o Mar Mediterrâneo e avalie a importância da Turquia como Membro da Aliança Militar na vigilância da movimentação da URSS. O Plano Marshall A situação econômica da Europa Ocidental, após a Segunda Guerra Mundial, era crítica, pois praticamente toda a infraestrutura produtiva estava destruída, como, por exemplo: centrais de geração de eletricidade, centrais de comunicação, ferrovias, hidrovias, estradas, pontes etc. A população, em decorrência desse caos econômico provocado pela guerra, estava desempregada e empobrecida. Tais condições favoreciam a ascensão dos partidos socialistas e a expansão da URSS. Diante desse cenário e dentro do pressuposto da Doutrina Truman (idealizada pelo presidente dos EUA Harry Truman e que tinha como objetivo conter os avanços do Socialismo), o secretário de Estado norte-americano George C. Marshall idealizou um plano de ajuda econômica, conhecido como Plano Marshall, para acelerar a recuperação da economia dos países da Europa Ocidental. PAÍSES DA EUROPA OCIDENTAL E INVESTIMENTOS DO PLANO MARSHALL GPS Leitura cartográfica O Plano Marshall realizou a concessão de uma série de empréstimos a baixos juros e investimentos públicos para facilitar o fim da crise na Europa Ocidental e para repelir a ameaça do Socialismo. 5 Observe o mapa ao lado e liste os três países que mais receberam investimentos do Plano Marshall. Explique a razão dos altos investimentos nesses países. O Plano Marshall foi idealizado em 1947 e, de 1948 a 1952, canalizou 13,3 bilhões de dólares em investimentos para os países da Europa Ocidental. Para administrar e distribuir os fundos do Plano Marshall, foi criada a Organização Europeia de Cooperação econômica a OECE, que se transformou, em 1961, em Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico OCDE, pois, além de participarem dela outros países não europeus, como EUA, Canadá e Austrália (entre os outros 27 membros atuais), seus objetivos são mais amplos: incentivo ao crescimento econômico; geração de empregos; expansão do comércio; e estabilidade financeira dos paísesmembros. Países membros da OCDE

9 Saiba mais Acesse o link: http://www.sain.fazenda.gov.br/sobre-a-sain-1/ocde ehttp://economiasemsegredos.com/ocdecooperacao-e-desenvolvimento/-, pesquise sobre a OCDE e responda: 6 Qual é a relação do Brasil com a OCDE? 7 Qual é o papel da OCDE no mundo? 8 Como são as economias dos países-membros da OCDE? Além do Plano Marshall, outros planos econômicos de ajuda financeira foram canalizados para outras regiões do mundo, como o Plano Colombo e o Ponto 4. O Plano Colombo foi criado com o objetivo de realizar investimentos no extremo Oriente a fim de recuperar as economias destruídas pela guerra, sobretudo a do Japão. O Ponto 4, por sua vez, foi uma ajuda financeira destinada à América Latina que visava a desenvolver pesquisas para a implantação de projetos minerais e agropecuários na região. A reação da URSS perante a OTAN e o Plano Marshall Após o advento da Aliança Militar Ocidental OTAN, a URSS reagiu com a criação do Pacto de Varsóvia, aliança militar do bloco socialista que pretendia minar as influências capitalistas na região de influência soviética. O Pacto de Varsóvia, também conhecido como Tratado de Varsóvia, foi um acordo de cooperação militar firmado em 17 de maio de 1955 pelos oito países que formavam o Bloco do Leste: União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, Bulgária, Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, República Democrática Alemã (Alemanha Oriental), Albânia e Romênia. PAÍSES-MEMBROS DO PACTO DE VARSÓVIA UNIÃO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS SOVIÉTICAS OCEANO ATLÂNTICO POLÔNIA RDA TCHECOSLOVÁQUIA HUNGRIA ROMÊNIA BULGÁRIA ALBÂNIA OCEANO PACÍFICO 0 1200 km Países-membros do Pacto de Varsóvia A reação da URSS perante o Plano Marshall foi a criação do COMECON (Conselho de Ajuda Econômica Mútua), que teve como membros iniciais União Soviética, Bulgária, Romênia, Tchecoslováquia, Hungria e Polônia. O objetivo principal era integrar os países de regime socialista a fim de que suas economias e seu potencial tecnológico fossem desenvolvidos. O COMECON objetivava também promover a integração planificada da economia dos paísesmembros por meio da divisão socialista do trabalho, ou seja, cada país do bloco deveria se especializar em uma produção econômica de acordo com as suas potencialidades naturais e tecnológicas.tal fato estimularia as trocas comerciais e as ajudas técnica e financeira entre os membros do Conselho. A entrada de novos Estados-membros começou em 1950, com a adesão da República Democrática Alemã; mais tarde, em 1962, a Mongólia; dez anos depois, Cuba; e, por fim, o Vietnam, em 1978.

10 PAÍSES-MEMBROS DO COMECON A construção do Muro de Berlim Em 1961, foi construído o muro de Berlim, sinalizando o auge do conflito leste-oeste. O muro isolava a parte capitalista da cidade Berlim Ocidental e evitava a migração de residentes da parte oriental (socialista) em direção à ocidental. A corrida armamentista e a corrida espacial A corrida armamentista teve início em 1945 com a detonação da bomba atômica sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, colocando o mundo em alerta para a letalidade dos novos artefatos bélicos usados pioneiramente pelos EUA. Tal episódio promoveu a reação soviética, que, em 1949, detonou sua primeira arma nuclear, equiparando-se aos EUA em termos bélicos. Essas duas potências construíram um volume tão grande de armamentos que poderiam acabar com a Terra dezenas de vezes em caso de eclosão de uma terceira guerra mundial. Por Disponível em: <www.ohistoriador.com.br>. Acesso em: 01 out. 2014. isso, a Guerra Fria foi um período marcado pela Construção do Muro de Berlim 1961 impossibilidade de uma guerra, mas, também, em função das diferenças ideológicas, pela impossibilidade da implantação de uma paz mundial duradoura. As duas potências se envolveram numa corrida espacial e, graças a isso, as tecnologias de comunicação foram criadas e sofreram grande evolução, favorecendo a velocidade das informações de que o mundo usufrui hoje. A corrida espacial se iniciou quando a URSS, em 1957, lançou o primeiro satélite artificial, o Sputinik. Em 1961, os soviéticos lançaram a nave espacial Vostok I, tripulada por Yuri Gagarin, o primeiro homem a fazer um voo orbital em torno da Terra. Tambem em 1961, os Estados Unidos enviaram à Lua a nave Apollo 11, fato que acabou consagrando Neil Armstrong como o primeiro homem a pisar na mesma o satélite natural da terra. A partir desses eventos, as tecnologias aeroespaciais evoluíram rapidamente de modo a favorecer as comunicações globais.

11 1.3 A regionalização mundial na Ordem Bipolar da Guerra Fria A regionalização mundial na Ordem Bipolar agrupou os países em blocos denominados Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo. As origens dessa regionalização encontram-se: nos estudos da CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe da Organização das Nações Unidas), criada em 1949. A Comissão adotou essa alcunha em seus e escritos. nas ideias, em 1952, do demógrafo francês Alfred Sauvy (1898-1990), que criou a expressão Terceiro Mundo para classificar as novas nações da Ásia e da África, as quais surgiam durante o processo de descolonização, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Ele comparava o mundo da época com as classes sociais que existiam antes da Revolução Francesa (1789-1799): Havia o primeiro estado, que correspondia ao clero, o segundo estado, representado pelos nobres, e o terceiro estado, formado pelos plebeus, que podiam ser artesãos, camponeses, burgueses dentre outras classes sociais, os quais sustentavam a vida luxuosa dos dois outros estados. Nas palavras de Sauvy, como os plebeus da França, o Terceiro Mundo é explorado pelos demais. na Conferência de Bandung realizada em 1955 pelo bloco dos países Não Alinhados, na cidade de Bandung, na Indonésia. Saiba mais Acesse o link: http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/3788/conteudo+opera.shtml, pesquise sobre a Conferência de Bandung e responda: 9 Que países participaram dessa Conferência e por que foram caracterizados como países não alinhados? REGIONALIZAÇÃO MUNDIAL EM TRÊS MUNDOS Primeiro Mundo - Países capitalistas desenvolvidos. Segundo Mundo - Países socialistas. Terceiro Mundo - Países subdesenvolvidos.

12 1.4 A Nova Ordem Mundial A Nova Ordem Mundial começa com o fim da Guerra Fria, que termina a partir de alguns fatos importantes, como: A queda do Muro de Berlim (1989); A unificação da Alemanha (1990); O fim da União Soviética (1991). A Queda do Muro de Berlim A construção do Muro de Berlim, em 1961 ocorreu porque a parte oriental perdia milhares de habitantes que emigravam em direção à parte ocidental da cidade, cujos crescimento econômico e oportunidades de emprego apresentavam ritmo acelerado. Antes do muro, portanto, a emigração da Alemanha Oriental em direção à Alemanha Ocidental era intensa, com prejuízo para os socialistas, que perdiam, ano a ano, milhares de trabalhadores. VEJA NESTA TABELA O FLUXO DO ÊXODO DE ALEMÃES ORIENTAIS Ano Número de emigrantes em milhares 1949 129 mil 1951 165 mil 1953 331 mil 1955 252 mil 1957 261 mil 1959 143 mil 1961 207 mil Disponível em:http://www.migrationpolicy.org. (Adaptado) Acesso em: 06 nov. 2014. Em 09 de novembro de 1989, ocorreu a queda do Muro de Berlim, ícone da Guerra Fria e um dos maiores símbolos ideológicos de controle sobre uma nação, o qual dividiu a cidade entre 1961 e 1989. Disponível em: <www.examiner.com>. Acesso em: 06 nov. 2014.

13 O MURO DE BERLIM EA QUEDA DO MURO DE BERLIM http://cnec.lk/00vc http://cnec.lk/00vd 10 Após observar a tabela sobre a emigração de alemães orientais e assistir aos dois vídeos sobre o Muro de Berlim, faça o que se pede: a) Relate um motivo para a construção desse muro, já que ele materializou a fronteira física da Guerra Fria. b) Os repórteres do segundo vídeo mostraram as diferenças do padrão de vida de uma família da parte oriental em relação à população da parte ocidental. Cite uma diferença entre os dois estilos de vida. c) No segundo vídeo, a reportagem mostrou a euforia da reunifi cação, cujo signifi cado foi muito importante, e como também a permanência do país dividido. Explique essas duas colocações. A Reunificação da Alemanha Após a queda do Muro de Berlim, o chanceler da Alemanha Ocidental, Helmut Kohl, propôs a reunificação das duas Alemanhas e, em 03 de outubro de 1990, verificou-se a reunificação entre a Alemanha Ocidental e a Alemanha Oriental, formando novamente um só país. GPS Leitura cartográfica Após a queda do Muro de Berlim e a reunificação da Alemanha, que completaram, respectivamente, 25 e 24 anos em 2014, a divisão ainda persiste no País, como se observa na imagem ao lado. Disponível em: <http://www.theguardian.com>. Acesso em: 07 nov. 2014. 11 Acesse o site: http://www.theguardian.com/world/ shortcuts/2013/apr/21/astronaut-chris-hadfieldberlin-divide# e, após traduzi-lo, explique a razão das diferenças da iluminação pública na parte ocidental e oriental de Berlim. Fotografia do coronel Chris Hadfield de Berlim à noite. A foto mostra uma divisão entre as luzes mais brancas da ex-berlim Ocidental e as luzes amarelas do leste (ex-berlim Oriental). Foto: Nasa

14 A desagregação da URSS A URSS apresentava um território imenso, porém multinacional, pois era composta por quinze Repúblicas, habitadas por povos de diferentes nacionalidades; e estes eram submetidos ao sistema socialista. Entre as repúblicas soviéticas, estavam: - as repúblicas eslavas Rússia, Ucrânia e Belarus; - as repúblicas caucasianas Geórgia, Armênia e Azerbaijão; - a república romena - Moldávia, atual Moldova; - as repúblicas bálticas Estônia, Letônia e Lituânia; - as repúblicas islâmicas da Ásia Central Cazaquistão, Uzbequistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Quirguistão. REPÚBLICAS QUE FORMAVAM A URSS ANTES DA DESAGREGAÇÃO EM 1991 RÚSSIA ESTÔNIA LETÔNIA LITUÂNIA BELARUS UCRÂNIA CAZAQUISTÃO MOLDÁVIA GÉOGIA ARMÉNIA AZERBAIJÃO UZBEQUISTÃO TURCOMENISTÃO QUIRGUISTÃO TADJIQUISTÃO A desagregação da URSS, em 1991, não ocorreu de um dia para o outro e, para entendê-la, é necessário observar as causas que, possivelmente, contribuíram para o fim desta gigantesca nação, como: o atraso da Rússia e das outras nacionalidades que integravam a URSS do ponto de vista material e técnico; os excessivos gastos com defesa, visando à manutenção do regime socialista; o regime ditatorial do sistema político que limitava as liberdades fundamentais, como, por exemplo, o direito de ir e vir, a liberdade de expressão, o direito de votar e ser votado, entre outros; a queda de produção industrial e agropecuária com crises de abastecimento em função das falhas nos planos quinquenais e o não reajuste desses planos ao longo dos cinco anos de vigência; a perda da corrida tecnológica; as transformações sociais, culturais e comportamentais ocorridas no mundo e também dentro da URSS, a revolução da informação e as mobilizações democráticas em todo o leste europeu; a Perestroika (reformas econômicas) e a Glasnost (reformas políticas).

15 Saiba mais Assista ao vídeo: Os últimos dias da URSS http://cnec.lk/00ve Acesse o site http://educaterra.terra.com.br/voltaire/atualidade/russia_hoje6.htm para resolver a questão 12. 12 Explique o signifi cado de Glasnost e de Perestroika. t JORNAL NACIONAL: O FIM DA URSS -1991 http://cnec.lk/00vf 13 Por que o repórter do Jornal Nacional disse que Gorbatchev foi o último governo da URSS? 1.5 As fronteiras geográficas da nova ordem mundial a Ordem Multipolar A queda do Socialismo capitaneado pelos soviéticos colocou um ponto-final na ordem da bipolaridade, marcada pelo conflito ideológico entre EUA (capitalista) x URSS (socialista). A desagregação da URSS provocou mudanças nas fronteiras geográficas, pois, no lugar de um único país a URSS apareceram quinze, delineando novas fronteiras que os separam. Surgiram os novos países independentes, Estônia, Letônia, Lituânia, Moldáva, Rússia, Ucrânia, Belarus, Geórgia, Armênia, Azerbaijão, Cazaquistão, Uzbequistão, Quirguistão, Turcomenistão e Tadjiquistão, já que todos integravam o território da URSS e, a partir da dissolução, passaram a delimitar os seus próprios territórios. As fronteiras econômicas também sofreram mudanças, pois o bloco soviético, incluindo as repúblicas que o integravam, mais todos os países que faziam parte da sua área de influência e que se situavam no leste europeu se transformaram em economias capitalistas, abrindo seus mercados e ampliando as fronteiras econômicas mundiais.

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