Apoios de Caráter Eventual no âmbito da Ação Social Populações Afetadas pelos Incêndios

Documentos relacionados
Diploma. Regulamenta as condições de organização e de funcionamento do Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social

INSTITUTO DA SEGURANÇA SOCIAL, I.P

Ação Social NORMAS DE FUNCIONAMENTO DA LOJA SOLIDÁRIA MUNICÍPIO DE SOBRAL DE MONTE AGRAÇO

FINANÇAS, TRABALHO, SOLIDARIEDADE E SEGURANÇA SOCIAL E AGRICULTURA, FLORESTAS E DESENVOLVIMENTO RURAL

PROJETO DE LEI N.º 572/XIII/2.ª. Exposição de motivos

Regulamento de implementação e funcionamento da Loja Social de Alenquer

NEGÓCIOS ESTRANGEIROS FINANÇAS, TRABALHO, SOLIDARIEDADE E SEGURANÇA SOCIAL E AGRICULTURA, FLORESTAS E DESENVOLVIMENTO RURAL

RLIS. Rede Local de Intervenção Social. Santa Casa Da Misericórdia de Grândola

Associação Concelhia para o Desenvolvimento Integrado REGULAMENTO INTERNO. Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social

Regulamento do Fundo Municipal de Emergência Social Nota Justificativa

REGULAMENTO MUNICIPAL DO PLANO DE EMERGÊNCIA SOCIAL DO CONCELHO DE VILA FLOR

APPDA-Setúbal. Segurança Social. Subsídios

DECRETO N.º 118/XIII

Regulamento do Apoio Social Extraordinário do Instituto Politécnico de Castelo Branco

PROCEDIMENTO OPERATIVO Ação social

GUIA PRÁTICO INCAPACIDADE TEMPORÁRIA POR DOENÇA PROFISSIONAL

Fundo de Apoio às Populações e à Revitalização das Áreas Afetadas pelos Incêndios

NORMAS DE AÇÃO SOCIAL ESCOLAR DO 1º CICLO DO ENSINO BÁSICO E EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR

NORMAS DE APOIO ÀS FAMÍLIAS PARA FREQUÊNCIA DOS CENTROS DE ATIVIDADES DE TEMPOS LIVRES, NO ÂMBITO DA AÇÃO SOCIAL

RSI - Lei 13/2003 de 21 de Maio e republicação de 29 de Maio

NOTA EXPLICATIVA Situação de Seca Agrícola 2012

REGULAMENTO MUNICIPAL REGULAMENTO DA LOJA SOCIAL DE MONDIM DE BASTO

REGULAMENTO INTERNO CANTINA SOCIAL

Santa Casa da Misericórdia de Armamar. Regulamento Interno do Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social (SAAS) de Armamar

REDE LOCAL DE INTERVENÇÃO SOCIAL (RLIS) Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social (SAAS)

ASSOCIATIVISMO DE SOLIDARIEDADE SOCIAL F3

PLANO MUNICIPAL DE EMERGÊNCIA REGULAMENTO

FINANÇAS, TRABALHO, SOLIDARIEDADE E SEGURANÇA SOCIAL E AGRICULTURA, FLORESTAS E DESENVOLVIMENTO RURAL

GUIA PRÁTICO PROGRAMA CONFORTO HABITACIONAL PARA PESSOAS IDOSAS

Santa Casa da Misericórdia de MONTALEGRE. Regulamento Interno

6865d514ebcb4a2ea04fececdc8187e1

GUIA PRÁTICO FUNDO ESPECIAL DE SEGURANÇA SOCIAL DO PESSOAL DA INDÚSTRIA DE LANIFÍCIOS

Regulamento Municipal de Apoio a Estratos Desfavorecidos

1º Relatório trimestral

JUNTA DE FREGUESIA DE FAFE REGULAMENTO PARA ATRIBUIÇÃO DE APOIOS DE EMERGÊNCIA A AGREGADOS FAMILIARES FUNDO DE EMERGÊNCIA SOCIAL

GUIA PRÁTICO CONDIÇÃO DE RECURSOS NOTA: EM VIGOR A PARTIR DE 01 DE AGOSTO DE 2010 INSTITUTO DA SEGURANÇA SOCIAL, I.P. Manual de

Centro Bem Estar Social Padre Tobias. Cantina Social Padre Tobias Regulamento Interno

REGULAMENTO NORMATIVO DE APOIOS SOCIAIS. Proposta REGULAMENTO NORMATIVO DE APOIOS SOCIAIS

PROJETO DE LEI Nº 564/XIII/2ª

REGULAMENTO DO FUNDO DE MANEIO

CANTINA SOCIAL. Regulamento Interno de Funcionamento CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

Formulário de Candidatura ao Fundo Social de Emergência (FSE) do ano letivo /

GUIA PRÁTICO DOENÇA PROFISSIONAL - CERTIFICAÇÃO

NORMAS DE FUNCIONAMENTO DOS APOIOS ALIMENTARES NO CONCELHO DA GOLEGÃ

Normas para concessão de auxílios económicos no 1.º ciclo do ensino básico

NORMAS E CRITÉRIOS DE CONCESSÃO DE AUXILIOS ECONÓMICOS ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR DO 1º CICLO DO ENSINO BÁSICO

NORMA TÉCNICA DEPARTAMENTO DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS ÍNDICE EMISSOR. NÚMERO 006/2018/Versão n.º 001 DATA: 29/11/2018 ASSUNTO

GUIA PRÁTICO APOIOS SOCIAIS AMAS

Artigo 1.º. Objeto e âmbito

SERVIÇOS DE APOIO À FAMÍLIA

Publicado em h:38m N.º Regulamento (este documento substitui o nº 461) PREÂMBULO

Normas para concessão de auxílios económicos no 1.º ciclo do ensino básico

1. OBJETIVOS VISADOS E TIPOLOGIA DAS AÇÕES O APOIAR

REGULAMENTO DO FUNDO DE MANEIO

FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO

MUNICÍPIO DA NAZARÉ. Proposta. Serviços de Apoio à Família Orientações de funcionamento Ano letivo 2018/2019 NOTA INTRODUTÓRIA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR

Atendimento /Acompanhamento Social. Atendimento/Acompanhamento Social Plano de Atividades Plano de Atividades 2018

REGULAMENTO PROJECTO FAMÍLIAS MAIS. Preâmbulo

Regulamento Programa de Apoio económico a famílias em situação de maior vulnerabilidade Município de Almeirim

CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO. Regulamento da Aplicação das Medidas de Ação Social Escolar da responsabilidade do Município de Valongo.

REGULAMENTO DOS APOIOS ECÓNOMICOS DO MUNICÍPIO DE MIRANDELA

MUNICÍPIO DE ANGRA DO HEROÍSMO Regulamento n.º 7/2017 de 2 de Março de 2017

FIN ESTÁGIO EMPREGO MEDIDA ESTÁGIO EMPREGO Ficha de informação normalizada

INSTITUTO DA SEGURANÇA SOCIAL, I.P

DEPARTAMENTO DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS

FUNDO FLORESTAL PERMANENTE - DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS E AGENTES BIÓTICOS ANÚNCIO DE ABERTURA DE PROCEDIMENTO CONCURSAL N.

Centro Bem Estar Social Padre Tobias. Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social. Regulamento Interno

PLANO DE EMERGÊNCIA SOCIAL CAMINHA SOLIDÁRIA

Moção/Recomendação Pelas pessoas acompanhadas pelos Serviços de Atendimento e Acompanhamento Social

COMPARTICIPAÇÃO EM MEDICAMENTOS

REGULAMENTO MUNICIPAL PLANO DE EMERGÊNCIA SOCIAL CAMINHA SOLIDÁRIA

PROJETO REGULAMENTO MUNICIPAL DO PROGRAMA DE COMPARTICIPAÇÃO DE MEDICAMENTOS AOS IDOSOS CARENCIADOS

FUNDOS PERMANENTES DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

JORNAL OFICIAL. Suplemento. Sumário REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA. Quarta-feira, 28 de outubro de Série. Número 166

Município de Vieira do Minho

Regulamento Interno do NPISAA

MEDIDA ESTIMULO 2012 Regulamento do Instituto do Emprego e Formação Profissional

REGULAMENTO ESPECÍFICO DA PRÁTICA SIMULADA DOS CURSOS VOCACIONAIS (9º ANO)

GUIA PRÁTICO CONDIÇÃO DE RECURSOS NOTA: EM VIGOR A PARTIR DE 01 DE AGOSTO DE 2010 INSTITUTO DA SEGURANÇA SOCIAL, I.P. Manual de

Pessoas com Deficiência

REGULAMENTO DO FUNDO MANEIO

Formulário de Candidatura ao Fundo Social de Emergência (FSE) do ano letivo /

GUIA PRÁTICO APOIOS SOCIAIS PESSOAS COM VIH/SIDA E SUAS FAMÍLIAS

REGULAMENTO FINANCIAMENTO E APOIO PARA O COMBATE À EXCLUSÃO SOCIAL (FACES)

Programa de Apoio à Reconstrução de Habitação Permanente Decreto-Lei n.º 142/2017, de 14 de novembro Portaria n.º 366/2017, de 07 de dezembro

Município de Chamusca AV I S O

UNIÃO DAS FREGUESIAS DE SÃO JOÃO DAS LAMPAS E TERRUGEM REGULAMENTO DE APOIOS SOCIAIS

Convite Público. Convite nº Centro-SAU Eixo Prioritário 2 Valorização do espaço regional. Regulamento Específico Saúde

Capítulo I. Disposições Gerais

GUIA PRÁTICO SERVIÇO DE VERIFICAÇÃO DE INCAPACIDADE TEMPORÁRIA

REGULAMENTO DA LOJA SOCIAL DA FREGUESIA DE PARANHOS. Nota Justificativa

f164db183a6a483c8e91371e2e57edd7

REGULAMENTO INTERNO. Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem Abrigo de Setúbal. Capítulo I. Disposições Gerais. Artigo 1º. Objecto

GUIA PRÁTICO SUBSÍDIO POR ASSISTÊNCIA DE TERCEIRA PESSOA

Programa de Promoção de Artes e Ofícios

CLDS-3G RLIS. Instituto da Segurança Social, I.P. 3 de julho de 2015 Faro

Transcrição:

Apoios de Caráter Eventual no âmbito da Ação Social Populações Afetadas pelos Incêndios Procedimentos para a implementação da Resolução do Conselho de Ministros (RCM) n.º 101-A/2017, de 12 de julho Portaria n.º 254/2017, de 11 de agosto

FICHA TÉCNICA TÍTULO Apoios de Caráter Eventual no âmbito da Ação Social - Populações Afetadas pelos Incêndios V1.0 PROPRIEDADE Instituto da Segurança Social, I.P. AUTOR Instituto da Segurança Social, I.P. Departamento de desenvolvimento Social CONTACTOS Site: www.seg-social.pt, consulte a Segurança Social Direta. DATA DE PUBLICAÇÃO 11 de agosto de 2017 ISS, I.P. Pág. 1/13

Conteúdo Enquadramento... 3 I. Os Serviços Locais de Ação Social e os Apoios Eventuais... 4 1.1. Objetivos... 4 1.2. Princípios orientadores... 4 II. Pressupostos de Intervenção Social e Âmbito de Aplicação... 6 2.1. Pressupostos e ambito de aplicação... 6 2.2. Valor e duração dos subsídios eventuais... 7 2.3. Procedimentos e instrução do processo... 7 2.4. Pagamento do subsídio... 8 III. Competências das Equipas de Ação Social... 9 IV. Procedimentos no Âmbito dos Apoios Sociais... 10 4.1. Fundo Fixo... 10 4.2. Processamento de Apoios... 11 V. Procedimentos no Âmbito das Prestações Sociais... 12 VI. Monitorização e Avaliação... 13 ISS, I.P. Pág. 2/13

ENQUADRAMENTO Entre os dias 17 e 21 de junho, um incêndio de grandes dimensões deflagrou na zona centro do país, afetando os concelhos de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Pampilhosa da Serra, Pedrógão Grande, Penela e Sertã, com consequências trágicas e que originou danos materiais que colocaram famílias, indivíduos e empresas em situação vulnerável. O presente documento objetiva instituir procedimentos e compromissos a adotar nos Serviços Locais de Ação Social (SLAS) do ISS, IP, para efeitos de atribuição de subsídios eventuais para cidadãos/ãs e famílias afetadas pelos incêndios. Procede à organização de informação no que diz respeito aos pressupostos de intervenção, à aplicação dos apoios a conceder no âmbito da ação social, responsabilidades das equipas e procedimentos que assegurem a disponibilização célere de apoios e minimizar os impactos decorrentes dos incêndios e agilizar procedimentos de proteção social. Pela dimensão dos efeitos dos incêndios urge a necessidade de adoção de medidas adequadas e a atribuição de apoios sociais de natureza transitória e excecional em resposta à situação de emergência social a vítimas diretas e indiretas. O presente documento incorpora os procedimentos a ter no âmbito dos apoios eventuais de ação social previstos na Portaria n.º 254/2017, de 11 de agosto e das prestações a serem divulgados pelas diferentes áreas do ISS, IP: desenvolvimento social, prestações e contribuições, atendimento e gestão e controlo financeiro. ISS, I.P. Pág. 3/13

OS SERVIÇOS LOCAIS DE AÇÃO SOCIAL E OS APOIOS EVENTUAIS A Lei de Bases do Sistema da Segurança Social, criada pela Lei n.º 4/2007 de 16 de janeiro, republicada pela Lei n.º 83-A/2013 de 30 de dezembro prevê que todos têm direito à segurança social (n.º 1 do art.º 2º). Por forma a prevenir e reparar situações de carência e desigualdade socioeconómica, de dependência, de disfunção, exclusão ou vulnerabilidade sociais, bem como a integração e promoção comunitárias das pessoas e o desenvolvimento das respetivas capacidades (n.º 1 do art.º 29º), no âmbito do Subsistema de Ação Social, são implementadas uma diversidade de medidas que se concretizam em (art.º 30º): a) Prestações pecuniárias, de carácter eventual e em condições de excecionalidade; b) Prestações em espécie; c) Programas de combate à pobreza, disfunção, marginalização e exclusão sociais; d) Serviços e equipamentos sociais; Neste sentido, o ISS, IP dispõe de uma rede de serviços de atendimento de ação social, em todo o território nacional com largos anos de experiência de atendimento e apoio social a pessoas, famílias e grupos em situação de fragilidade social. 1.1. Objetivos Apoiar, prioritariamente, os indivíduos e as famílias em situação de vulnerabilidade e emergência sociais; Contribuir para a descoberta e desenvolvimento das potencialidades do indivíduo assegurando o acompanhamento social na definição e efetivação do seu projeto de qualidade de vida; Reforçar a autonomia e autoestima do indivíduo, apoiando na agilização das suas redes afetiva, familiar e social e outros recursos pessoais; Mobilizar os recursos da comunidade adequados à progressiva inserção social, e bemestar pessoal, social e profissional dos/as indivíduos/famílias. 1.2. Princípios orientadores Irrenunciabilidade do direito à segurança social e garantia do direito da pessoa, designadamente, à identidade e à privacidade, à informação e à participação, à igualdade e não-discriminação, à equidade social e diferenciação positiva e à inclusão social; Qualidade de vida e integração social dos indivíduos e das famílias; Contratualização, não só como fase que implica uma tomada de decisão conjunta sobre o «plano de inserção», mas também como instrumento mobilizador da coresponsabilização do individuo e dos serviços; Personalização, seletividade e flexibilidade dos apoios sociais; ISS, I.P. Pág. 4/13

Subsidiariedade, considerando-se prioritária a intervenção das entidades com maior relação de proximidade com as pessoas; Valorização das parcerias, privilegiando-se a rede social local para uma atuação integrada junto dos indivíduos e das famílias. Nesse sentido, na atualidade, os procedimentos definidos e harmonizados para atribuição de subsídios de caráter excecional são os previstos no Manual de Procedimentos para o Atendimento/Acompanhamento Social (MPAAS), de maio de 2011. Contudo, face ao contexto e dimensão da catástrofe e à necessidade de intervenção de emergência importa redimensionar os procedimentos a adotar e os apoios a conceder às populações vítimas, por forma a minimizar o impacto dos danos pessoais e patrimoniais. ISS, I.P. Pág. 5/13

I. PRESSUPOSTOS DE INTERVENÇÃO SOCIAL E ÂMBITO DE APLICAÇÃO De acordo com a alínea a) do artigo 1º da Portaria n.º 254/2017, de 11 de agosto, podem ser atribuídos Subsídios de caráter eventual, de concessão única ou de manutenção, de apoio aos indivíduos e às famílias que se encontrem em situação de carência ou perda de rendimento e que necessitem de proceder a despesas necessárias à sua subsistência ou à aquisição de bens imediatos e inadiáveis, designadamente despesas com rendas em situações de alojamento para habitação temporária. Estes subsídios assumem a forma de prestações pecuniárias de natureza excecional e transitória e são destinadas a colmatar situações de carência económica ou perda de rendimentos por motivo diretamente causado pelo incêndio ocorrido nos concelhos em apreço. Podem ainda solicitar a atribuição do subsídio de caráter eventual os agricultores afetados pelo incêndio, para aquisição de bens imediatos e inadiáveis ou para recuperação da economia de subsistência. 2.1. Pressupostos e âmbito de aplicação Para a prossecução de medidas e atribuição de apoios eventuais importa atender aos seguintes pressupostos: Devem ser abrangidas as pessoas e famílias que diretamente foram afetadas pelos incêndios; São consideradas situações de carência económica ou perda de rendimentos as situações de comprovada carência de recursos que dificultem ou impossibilitem a realização de despesas necessárias à subsistência ou a aquisição de bens imediatos e inadiáveis. Os subsídios de caráter eventual destinam-se a: a. Despesas com rendas em situações de alojamento para habitação temporária: pagamento de rendas de casa e cauções; b. Aquisição de bens e serviços de primeira necessidade nas áreas de alimentação, vestuário, habitação, saúde, educação e transportes: Pagamentos de água, luz ou gás, etc ; Medicação; Equipamento (mobiliário, eletrodomésticos, louças, entre outras) e têxteis domésticos; ISS, I.P. Pág. 6/13

c. Aquisição de instrumentos de trabalho; d. Aquisição de ajudas técnicas/produtos de apoio; e. Aquisição de outros bens e serviços ou realização de despesas considerados necessários após avaliação pelos serviços competentes da segurança social, nomeadamente: Complementar meios de subsistência / rendimentos de trabalho, sempre que se vislumbrar necessário e nas situações transitórias para fazer face a bens e produtos essenciais; Pagamento de despesas com amortização da habitação, até que sejam ativados os seguros obrigatórios inerentes ao crédito habitação. f. Apoio de atribuição única aos agricultores para aquisição de bens imediatos e inadiáveis ou para recuperação da economia de subsistência, até ao limite de 2,5 IAS: A instrução do processo para a concessão destes subsídios compete à Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro; Após a devida certificação, a DRAP Centro remete as declarações aos serviços competentes da Segurança Social para pagamento. 2.2. Valor e duração dos subsídios eventuais Os subsídios eventuais são de montante variável, a determinar casuisticamente em avaliação a efetuar pelos serviços competentes da Segurança Social; O montante do subsídio é aferido em função do rendimento do agregado familiar e das despesas ou aquisições de bens e serviços a realizar, até ao limite do valor do Indexante de Apoios Sociais (IAS) por cada elemento do agregado familiar; O limite supramencionado pode ser excecionado em situações devidamente comprovadas e autorizadas pelo dirigente máximo do serviço competente da segurança social, até ao limite máximo de 2 IAS por cada elemento do agregado familiar; O subsídio pode ser de atribuição única ou de manutenção até ao máximo de doze meses após a primeira concessão. 2.3. Procedimentos e instrução do processo Ao abrigo do art.º 5º, Portaria n.º 254/2017, de 11 de agosto, a concessão dos subsídios de caracter eventual depende do preenchimento de formulário de modelo próprio, disponível no portal da segurança social. O formulário deve ser preenchido pelo requerente e pelos serviços da segurança social, em situação de atendimento, no qual é efetuado o diagnóstico da situação do indivíduo ou da família. ISS, I.P. Pág. 7/13

O CDist pode solicitar os meios de prova que considere adequados à comprovação da situação do indivíduo ou da família, designadamente, quanto: a. À situação de carência económica ou perda de rendimentos; b. À necessidade de realização das despesas ou aquisição de bens e serviços identificados no formulário; c. Outras situações identificadas. Previamente à concessão do subsídio, deve o CDist avaliar a possibilidade de enquadramento do pedido em outros instrumentos de apoio criados na sequência do incêndio ocorrido nos concelhos de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Pampilhosa da Serra, Pedrógão Grande, Penela e Sertã. O CDist deve proferir despacho decisório com base na informação constante do processo. 2.4. Pagamento do subsídio Ao abrigo do art.º 7 da referida Portaria, o pagamento do subsídio pode ser efetuado diretamente em numerário, por depósito em conta bancária ou por carta cheque e pode ser pago: a) Diretamente ao beneficiário; b) Ao requerente quando não seja o beneficiário direto e mediante autorização expressa deste ou do seu representante legal; c) Diretamente ao fornecedor do bem ou do serviço, mediante autorização expressa do beneficiário ou do seu representante legal. Os subsídios atribuídos no âmbito do presente capítulo devem ser reavaliados em função da sua acumulação com outros apoios, sempre que tal se revele necessário (art.º 11º). ISS, I.P. Pág. 8/13

II. COMPETÊNCIAS DAS EQUIPAS DE AÇÃO SOCIAL No âmbito do Plano Nacional de Emergência de Proteção Civil 1, na Fase de Reabilitação, compete ao ISS, IP: Assegurar e coordenar as ações de apoio social às populações, em articulação com os vários sectores intervenientes; Apoiar as ações de regresso das populações; Assegurar o apoio social de continuidade às vítimas; Manter um registo atualizado do número de vítimas assistidas e com necessidade de continuidade de acompanhamento; Participar nas ações de identificação dos aglomerados familiares carenciados e Propor a atribuição de prestações pecuniárias de carácter eventual. No âmbito de atuação e organização do ISS, IP, as equipas da ação social, têm, mais especificamente, como responsabilidade: a. Atendimento permanente, por marcação ou espontâneo; b. Monitorização/avaliação diagnóstica das situações através da utilização/registo da Ficha do Processo Familiar da Segurança Social; c. Acompanhamento social; d. Proceder a acompanhamento/contactos regulares, mesmo para as pessoas que mencionam não deter qualquer tipo de necessidade; e. Avaliar e disponibilizar os apoios previstos no âmbito da Portaria; f. Visitação domiciliária e articulação interinstitucional. A intervenção social junto das pessoas e famílias afetadas pressupõe o desenvolvimento de ações de acompanhamento social: a médio prazo: com contactos mensais durante os primeiros 4 meses e semestrais a partir do 4º mês; a longo prazo: 3 anos para as pessoas que, de acordo com a avaliação social, requeiram um acompanhamento social mais sistemático e prolongado. 1 Disponível em http://www.prociv.pt/bk/riscosprev//documents/componentes_p%c3%bablicas.pdf ISS, I.P. Pág. 9/13

III. PROCEDIMENTOS NO ÂMBITO DOS APOIOS SOCIAIS 4.1. Fundo Fixo Dado o contexto atual e por forma a agilizar apoios e procedimentos, reativa-se a gestão do fundo fixo no âmbito da ação social, para pagamento de pequenas despesas urgentes e inadiáveis. Para a disponibilização e gestão destas verbas devem de ser utilizados documentos próprios que contextualizem a emergência da utilização da verba, com a respetiva proposta e parecer (ANEXO 1). Sem prejuízo de necessidade de atribuição imediata, o/a técnico/a responsável deve abrir / atualizar Processo Familiar em SISS-AS-RSI. Procedimentos Financeiros O Fundo Fixo tem como objetivo principal assegurar o pagamento imediato de despesas de pequeno montante para satisfazer as necessidades urgentes e inadiáveis dos serviços, por um valor a definir pelos órgãos dirigentes dos serviços e organismos. O Fundo Fixo obedece aos procedimentos instituídos pelo DGCF e divulgados às áreas financeiras dos CDist. Neste caso, em particular, destacam-se os seguintes procedimentos: 1. O CDist efetua o registo contabilístico de atribuição dos Fundos Fixos aos Serviços Locais e emite cheque à ordem dos respetivos Tesoureiros. 2. Os Tesoureiros procedem ao levantamento dos cheques e guardam o dinheiro em cofre para gestão dos apoios/despesas inerentes aos mesmos. 3. É da competência do responsável do Fundo Fixo (Tesoureiro) proceder à sua utilização e efetuar a respetiva prestação mensal de contas de acordo com as normas em vigor. 4. A prestação de contas de Fundo Fixo só pode conter despesas referentes ao mês anterior ao da respetiva prestação. 5. Todos os documentos de despesa de Fundo Fixo têm de estar devidamente autorizados e ser emitidos à ordem do Instituto da Segurança Social, IP, com o NIF 505305500 (com exceção dos subsídios eventuais). 6. As despesas elegíveis efetuadas ao longo do mês são registadas no modelo de classificação de receitas e despesas Mod.03.3.11.32 (Identifica todos as despesas que foram realizadas nesse período). 7. As despesas elegíveis no âmbito dos Fundos Fixos são contabilizadas em SIF (Sistema de Informação Financeira) pelo CDist no mês a que digam respeito. 8. Sempre que exista necessidade de alteração (aumento) do Fundo Fixo o mesmo deverá ser autorizado superiormente, sendo o seu plafond mensal atualizado para o montante aprovado. ISS, I.P. Pág. 10/13

O Anexo 1 deverá constar da prestação de contas de fundo fixo devidamente preenchido e assinado pelas partes, com a respetiva autorização da despesa. Deverá ser elaborada listagem de controlo de todos os valores atribuídos. 4.2. Processamento de Apoios Para despesas de maior dimensão, como por exemplo pagamentos de rendas de casa, caução ou outros, também no âmbito de apoios financeiros de emergência (Fundo DA113001 e RCE D.04.08.04.01.20 - Emerg. p/calamidades), importa acautelar os seguintes procedimentos: i. Processamento através da aplicação SISS-AS-RSI, utilizando para o efeito o benefício FINCD Emergência Incêndios; ii. Processamento urgente por proposta devidamente autorizada e remetida à área financeira do CDist para pagamento por TB ou Cheque pelo módulo financeiro FI (Fornecedor 8000000007). ISS, I.P. Pág. 11/13

IV. PROCEDIMENTOS NO ÂMBITO DAS PRESTAÇÕES SOCIAIS Tendo em vista o rápido tratamento dos processos e pagamento das respetivas prestações sociais, é crítico que se verifique uma estreita articulação entre os vários serviços que estão mais próximos das populações afetadas pelos incêndios. É assim muito importante o papel das áreas de ação social e de atendimento, seja no despiste e sinalização das situações, seja na ajuda no preenchimento dos respetivos requerimentos e célere encaminhamento par as áreas de backoffice. Assim: Devem ser identificadas as situações com eventual direito a prestações sociais pelas equipas de ação social no terreno e/ou nos serviços locais de atendimento do Instituto; Prestar informação sobre as várias prestações e, se necessário, ajuda no preenchimento dos vários requerimentos; Os requerimentos recebidos nos serviços são remetidos às áreas processadoras pela via mais célere com a indicação INCÊNDIOS/PRIORITÁRIO ; As áreas processadoras devem proceder ao tratamento imediato dos requerimentos de modo a garantir que os mesmos entram no processamento mais próximo em termos de calendário ISS, I.P. Pág. 12/13

V. MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO a. Os CDist devem remeter ao Departamento de Desenvolvimento Social grelha de monitorização mensal sobre os subsídios atribuídos e acompanhamento prestado às famílias, conforme modelo a disponibilizar em suporte digital; b. Para o efeito, a referida grelha de monitorização deverá ser remetida para o endereço ISS-DDS-ApoioIncendios2017@seg-social.pt ISS, I.P. Pág. 13/13