RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE EMPRESA

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Transcrição:

RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE EMPRESA Ariane Fernandes de OLIVEIRA 1 Marcelo Chicovis de MEDEIROS 2 RESUMO: O Presente estudo visa analisar a importância da Recuperação Judicial, em superar a atual situação da crise financeira do devedor, para que permita a manutenção da fonte produtora, do labor dos trabalhadores e interesse dos credores, ocorrendo assim, a preservação da empresa, concomitantemente com sua função social, e estabelecendo a atividade econômica. PALAVRAS CHAVES: Empresa. Lei de falências. Recuperação Judicial. INTRODUÇÃO: A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da crise econômica e financeira do devedor com o intuito de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos funcionários e também do interesse dos credores, ocorrendo assim a preservação da empresa bem como a sua função social e o estímulo à atividade econômica. Como expressamente, prediz o art 1º, um dos objetos da nova lei é a regulamentação da recuperação judicial, para que ocorra disposições comuns a ela e a falência situada nos artigos 5º a 46. DEFINIÇÃO DA RECUPERAÇÂO JUDICIAL Tanto o empresário quanto a sociedade empresária, que preencham os requisitos previstos no artigo 48, podem pleitear, perante o juízo do local do seu principal estabelecimento, a recuperação judicial, com a exposição das causas da situação patrimonial e das razões da crise econômica e financeira. Para Santos (2007, p.6): A recuperação judicial propende a viabilizar a superação da situação de crise- econômica financeira do empresário 1 Docente das Faculdades Integradas Santa Cruz FARESC. Graduada em Direito pela Universidade Estadual de Londrina. Mestre em Direito Econômico e Social pela PUC-PR. Advogada. E-mail: arianefo@ig.com.br 2 Discente do Curso de Direito das Faculdades Integradas Santa Cruz FARESC. E-mail: Chicovis1@yahoo.com.br

ou sociedade empresária, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, desse modo, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica, tal qual estabelece o art.47 da lei 11.101/2005 De acordo com Simonato (2008, p.12): A implementação dos princípios constitucionais de desenvolvimento nacional e justiça social impõe a completa reforma do direito falimentar, partindo-se da distinção básica entre empresas de interesse social e de interesse particular. A nova lei em seu artigo 47, especifica a recuperação judicial que tem por objetivo viabilizar a situação da crise econômica financeira do devedor, e permitindo a sua fonte produtora. Conforme Almeida (2008, p.304): A recuperação judicial tem, a rigor, o mesmo objetivo da concordata, ou seja, recuperar, economicamente, o devedor, assegurando-lhe, outrossim, os meios indispensáveis à manutenção da empresa, considerando a função social desta. NATUREZA JURÍDICA: A lei n.11.101/2005, com a instituição da recuperação judicial, cria, inquestionavelmente, polêmica quanto à sua natureza jurídica. Para Almeida (2008, p.304): Sustentando-se na concordância de determinado percentual de credores (arts.56 e 58), deixa de ser um favor legal, concedido pelo juiz, independentemente da vontade destes. Com efeito reza o parágrafo 4º do artigo. 56 que: Rejeitado o plano de recuperação pela assembleia- geral dos credores, o juiz decretará a falência do devedor. O artigo 58, parágrafo 1º dispõe que: O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não obteve aprovação na forma do artigo 45 desta Lei, desde que, na mesma assembleia, tenha obtido, de forma cumulativa: l- o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes à assembleia, independentemente de classes;

ll- a aprovação de duas das classes de credores nos termos do artigo 45 desta Lei ou, caso haja somente duas classes com credores votantes, a aprovação de uma delas ; lll- na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de um terço dos credores, computados na forma dos parágrafos 1ºe 2º do artigo 45 desta Lei. O artigo 50, dentre outros, cita os seguintes meios de recuperação: a) concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas e vincendas; b) cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios; c) alteração do controle acionário; d) substituição total ou parcial dos administradores ou modificação dos seus órgãos administrativos; e) concessão aos credores o direito de eleição em separado de administradores e de poder de veto em relação a matérias especificadas no plano; f) aumento do capital social; g) trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos próprios empregados; h) redução salarial, compensação de horários e redução de jornada, mediante acordo ou convenção coletiva ;i) dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de garantia própria ou de terceiro; j) constituição de sociedade de credores; k) venda parcial de bens; l) equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica; m) usufruto da empresa ; n) administração compartilhada; o) emissão de valores imobiliários; p) constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos créditos, os ativos do devedor. Conforme Santos (2008, p.6): Ao deferir o juiz o processamento da recuperação judicial fica suspenso todas as ações e execuções em relação ao devedor. Nos termos do artigo 1º da lei n.11.101/2005(lei de Falências), a recuperação judicial e, da mesma forma, a extrajudicial aplicam-se ao empresário e à sociedade empresária. O empresário a que se refere o dispositivo legal transcrito, é aquele definido no Direito de Empresa (art.966 do CC). Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Para Almeida (2008, p.306):

Um dos requisitos fundamentais para requerer a recuperação judicial é o exercício regular de suas atividades há mais de 2 anos, princípio, aliás, vigente na antiga concordata preventiva (art.48). De acordo com Simionato (2008, p.122): A reforma do Decreto Lei 7.661/45 e dos seus processos concordatários nasceu da situação jurídica que afligem os processos falimentares e da perspectiva da atividade empresarial como instituição. O Decreto-Lei 7.661/45, pela sua origem e data histórica, foi elaborado para o comerciante, e não para a empresa, nos moldes atuais. Para Simionato (2008, p.123): Os objetivos do legislador são colocados na possibilidade de sanear a situação financeira da empresa e ao mesmo tempo viabilizar o pagamento dos credores. Conforme Almeida (2008, p.311): O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a 1(um) ano para pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho decorrentes de acidentes de trabalho vencidos até a data do pedido de recuperação judicial. Parágrafo único: O plano não poderá, ainda, prever prazo superior a trinta dias para o pagamento, até o limite de cinco salários mínimos por trabalhador, dos créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos três meses anteriores ao pedido de recuperação judicial. Créditos: nos termos do art.49: estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. Conforme Simionato (2008, p.129): A empresa mantém suas obrigações, acessa crédito com facilidade, mas, pelo profissionalismo econômico e administrativo de diretores e sócios, sabe melhor que ninguém que a renegociação de passivo se faz inadiável, sob, pena de, no futuro próximo, se ver tropeçando e caindo na impontualidade, em pedidos de falência, abalando o crédito, e, neste momento, pode ao delírio da concorrência ser inviável sua manutenção, deixando assim o mundo empresarial, e adentrando no mundo dos fantasmas, dos falidos.

De acordo com Simionato (2008, p.206): Aduz o artigo 72 da Lei 11.101/2005, parágrafo único, que o juiz também julgará improcedente o pedido de recuperação judicial e decretará a falência do devedor se houver objeções, nos termos do artigo 55 desta Lei, de credores titulares de mais de metade dos créditos descritos no inciso l do art. 71 da Lei. JURISPRUDÊNCIA: TRT-1 - Recurso Ordinário RO 00104000820075010024 RJ (TRT-1) Data de publicação: 09/06/2014 Ementa: RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE EMPRESA. Embora o artigo 60, parágrafo único, da Lei nº 11.101 /2005 não mencione expressamente a ausência de sucessão do arrematante nas obrigações trabalhistas - ao contrário do que ocorre no artigo 141 da mesma lei em relação à falência -, essa falta de precisão legislativa não é suficiente para afastar a sucessão nos débitos decorrentes dos contratos de trabalho. Entendimento diverso resultaria em inobservância ao espírito da lei, tornando inócuas as regras relativas à recuperação judicial e comprometendo a sua finalidade (artigo 47 da Lei nº 11.101 /2005). PROCESSO: 0072500-69.2008.5.01.0054 - RTOrd EMENTA: RECUPERAÇÃO JUDICIAL. SUCESSÃO TRABALHISTA. INEXISTÊNCIA. DECISÃO DO STF. Julgada improcedente pelo Supremo Tribunal Federal a Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 3.934-2, proposta pelo Partido Democrático Trabalhista, na qual foi arguida a Inconstitucionalidade dos arts. 60, 83, I e IV, e 141 da Lei nº11.101/2005, fica afastada a responsabilidade do arrematante da unidade produtiva, que não responde, na condição de sucessor, pelas obrigações oriundas da legislação do trabalho, devendo a execução do crédito ser promovida no juízo da recuperação judicial, nos termos do art. 6º, 2º, da Lei nº 11.101/05. REFERÊNCIA SIMIONATO, M.A.Frederico. Tratado de Direito Falimentar. Rio de Janeiro- Editora Forense, 2008. ALMEIDA,P.de amador. Curso de Falência e Recuperação de Empresa. 24 edição.rev.atual-são Paulo Editora: Saraiva:2008. SANTOS, P.Paulo. A Nova Lei de Falências e de Recuperação de Empresas- Lei nº 11.101/05.Rio de Janeiro: editora forense :2007. www.jusbrasil.com.br: acesso em :29/04/2015. (Jurisprudência).