BIO CURSOS FAIPE - INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR PÓS GRADUAÇÃO EM ESTÉTICA E COSMÉTICA CAROLINE MARTINS DA SILVA GOMES

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Transcrição:

BIO CURSOS FAIPE - INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR PÓS GRADUAÇÃO EM ESTÉTICA E COSMÉTICA CAROLINE MARTINS DA SILVA GOMES FUNDAMENTAÇÃO DO USO DA IONTOFORESE EM ASSOCIAÇÃO COM A CENTELLA ASIÁTICA E SILÍCIO NO TRATAMENTO DE CELULITE Manaus AM 2015

CAROLINE MARTINS DA SILVA GOMES FUNDAMENTAÇÃO DO USO DA IONTOFORESE EM ASSOCIAÇÃO COM A CENTELLA ASIÁTICA E SILÍCIO NO TRATAMENTO DE CELULITE Trabalho apresentado à disciplina Elaboração do Artigo Científico, para obtenção do título de Especialista em Estética e Cosmética, sob a orientação da professora Msc. Dayana Priscilla Maia Mejia. Manaus AM 2015

3 Fundamentação do uso da iontoforese em associação com a centella asiática e silício no tratamento de celulite Caroline Martins da Silva Gomes 1 carolinem1245@gmail.com Dayana Priscilla Maia Mejia 2 Pós-graduação em Estética e Cosmética / BIO CURSOS FAIPE Resumo Este artigo trata de uma análise da iontoforese, técnica não invasiva, em que agentes ionizados, centella asiática e silício orgânico, são administrados na pele com o uso de uma corrente elétrica para aumentar a absorção desses componentes. A obtenção de dados ocorreu por meio de revisões literárias e artigos referentes à permeação cutânea dos principais ativos, como a centella asiática e o silício no tratamento da celulite. O presente estudo teve como objetivo apresentar uma perspectiva fundamentada que estimule o tecnólogo em estética a investigar cientificamente a utilização da iontoforese no tratamento da celulite. Ciente disso mostrou-se a necessidade de novos estudos para uma comprovação eficaz e cientifica de métodos associados à iontoforese como tratamento indolor no tratamento da afecção que mais incomoda a qualidade de vida das mulheres nos dias atuais. Palavras-chave: Iontoforese; Celulite; Centella asiática e Silício. 1. Introdução O termo celulite foi utilizado inicialmente por um grupo de médicos franceses que acreditavam ser uma forma específica de gordura que se acumulava principalmente no corpo das mulheres, nas regiões das coxas, glúteos, abdômen e braços. Hoje, se entende por ser um processo inflamatório que ocorre na camada inferior da pele, conhecida como derme, que em sua estrutura é possível encontrar o tecido conjuntivo, em sua maioria, formada por diversos tipos celulares imersos em uma substância chamada matriz amorfa hidratada, na qual se encontram terminações nervosas, vasos sanguíneos e linfáticos, fibras protéicas que dão à derme resistência à tração (fibras colágenas) e à elasticidade (fibras elásticas). Na tela subcutânea (hipoderme) existe um tecido adiposo que tem como função básica a modelagem do corpo, amortecimento de impactos e isolamento térmico. Esses tecidos, formados por células adipócitas, estão envolvidos no armazenamento de lipídeos e hormônios. 1 Pós Graduando em Estética e Cosmética 2 Orientadora Graduada em Fisioterapia. Especialista em Metodologia do Ensino Superior. Mestre em Bioética e Direito da Saúde. Doutorando em Saúde Pública.

4 São relatadas várias características anátomo-histológicas de um tecido com celulite, como: aumento em número e volume de células adiposas; lipoedema e dissociação de lóbulos adiposos; espessamento e proliferação das fibras colágenas interadipocitárias e interlobulares que provocam ingurgitamento tecidual; vasos linfáticos e capilares ectásicos; rede de esclerose fibrilar; lipodistrofia e liponecrose; rompimento das fibras elásticas e má oxigenação, desorganização e nenhuma elasticidade. 1 As causas da celulite ainda não estão bem estabelecidas e são fontes de teoria e controvérsias entre diferentes autores. Existem fatores aceitos como determinantes para o surgimento da celulite, entre eles, os anatômicos e ligados ao sexo, os genéticos, os dietéticos, os hormonais e aqueles relacionados à microcirculação. 2 As alterações características da celulite costumam se manifestar mais em algumas regiões femininas, coincidentemente nas áreas de depósitos de gordura subcutânea. Assim, esta gordura é mais desenvolvida na adolescência e mais espessa em mulheres que nos homens, sendo explicado pela influência do estrogênio (hormônio feminino), causando dessa forma frustração na maioria das mulheres, em relação ao seu corpo. Mas, a busca pela beleza, é algo comum no universo feminino, e sabe-se que nos dias atuais existem inúmeros métodos para tal vaidade. Contudo, no mercado, existem inúmeros tratamentos utilizados para tratamento de celulite, como: a drenagem linfática, a termoterapia, a crioterapia, massagens modeladoras, a eletroterapia, entre outras técnicas. Dentro da eletroterapia, existem vários métodos de tratamento, como o ultra-som, a corrente galvânica e as correntes diadinâmicas. Sabe-se que a polaridade fixa nas correntes pode trazer inúmeros benefícios como a hidratação, um aumento do aporte circulatório no pólo negativo e uma vasoconstrição e analgesia no pólo positivo. No caso da iontoforese são aproveitadas as correntes polarizadas para a penetração de cosméticos que possuem substâncias polares. Ela aumenta a penetração da droga por difusão passiva juntamente com os mecanismos de eletropulsão, eletroosmose e aumento da permeabilidade da pele, o que exacerba seus efeitos. 3 A corrente elétrica é fornecida por uma fonte de energia ou bateria e distribuída com o auxílio de um eletrodo positivo (ânodo) e um eletrodo negativo (cátodo) através de uma solução eletrolítica que segue para a pele e vai para o sistema circulatório. Quando a corrente é aplicada, os cátions presentes na solução em contato com o ânodo se movem em direção ao cátodo, enquanto os ânions presentes no cátodo se movem na direção oposta. A presença de cada tipo de íon (cátions e ânions) ou moléculas carregadas no sistema conduz uma fração de corrente elétrica denominada número de transporte. A razão máxima do transporte de um

5 dado íon ocorre quando o número de transporte para o íon é igual a 1, isto é, quando o íon sozinho é capaz de conduzir 100% da corrente através da membrana. Para otimizar o transporte iontoforético desses íons é necessário adequar dispositivos iontoforéticos e formulações compatíveis com eles, isto porque o transporte de íons é dependente de vários fatores relacionados ao dispositivo iontoforético e à formulação utilizada. Sendo assim, o fluxo iontoforético de um princípio ativo pode ser aumentado através da alteração de fatores elétricos, como a densidade e a natureza da corrente e o tipo de eletrodo utilizado. Na formulação podem ser modificados a concentração do ativo, a concentração de outros íons, o ph e a força iônica. 4 A iontoforese utiliza produtos sob a forma de géis e ampolas contendo preparações especialmente concebidas para tratar a celulite. Estas preparações contêm íons carregados de substâncias benéficas, que são repelidas através da pele por um campo elétrico que ao gerar uma força permite ultrapassar a barreira criada pela epiderme. 3-4 Os ingredientes das preparações variam consoante o objetivo do tratamento. No caso da celulite, facilita a penetração de agentes farmacêuticos e cosméticos como: centella asiática, com o ácido asiático e o silício para estimular a formação de colágeno e ativar o tecido conectivo. A centella asiática tem ação nos fibroblastos, acelerando a integração e o metabolismo da lisina e da prolina, aminoácidos essenciais para a estrutura do colágeno, contém ainda flavanóides que tem efeito na microcirculação, com redução do edema. Já o silício é um elemento estrutural do tecido conjuntivo, ou seja, entra na composição de diversas macromoléculas que participam na sua formação, com efeito na regulação e normalização do metabolismo e da divisão celular. No tratamento da celulite seu principal papel é induzir e regular a proliferação fibroblástica, favorecendo a regeneração das fibras elásticas e colágenas, restabelecendo a elasticidade e auxiliando na regressão dos fenômenos fibramatosos. Entre outros efeitos, o silício estimula a drenagem dos tecidos, com ação também na lipólise, estimulando a adenilciclase. 3-5 Dessa forma, este trabalho visou apresentar fundamentos de modo a estimular a pesquisa da utilização da iontoforese associada à centella asiática e o silício, por ser uma técnica que aumenta a permeabilidade de substâncias na pele, de forma não invasiva, auxiliando no tratamento da celulite.

6 2. Metodologia O presente estudo visou à modalidade revisão bibliográfica em livros e artigos científicos, referente a fundamentos da pele, iontoforese, centella asiática e silício, para confrontar as informações de forma crítica e dissertar sob uma perspectiva fundamentada em diversos autores, que conforme o resultado estimule o tecnólogo em estética a utilizar a iontoforese associada a esses princípios ativos como mais uma alternativa de tratamento para a celulite em suas clientes nas clínicas de estética. Os critérios de inclusão foram obras de no máximo dez anos atrás, onde os conteúdos foram relacionados ao tema e autores. Os de exclusão foram artigos que não tiveram identificação de seus autores e que não estavam relacionados à pesquisa. As buscas dessas informações encontram-se fundamentadas nas áreas de anatomia, fisiologia, fisioterapia, metodologia, farmacologia, psicologia e eletroterapia. 3. Resultados e discussão A pele do ser humano corresponde aproximadamente a 15% do seu próprio peso corporal, sendo um órgão que reveste e delimita o organismo. Pela sua resistência e flexibilidade, determina a sua plasticidade. Apresenta alterações constantes, sendo dotada de grande capacidade renovadora e de reparação e de certo grau de impermeabilidade. 6 A pele é constituída de três camadas interdependentes: a epiderme, mais externa, a derme, intermediária e a hipoderme, mais profunda, conforme Figura 1. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/pele Figura 1 Pele e suas divisões

7 A camada mais externa, epiderme, é composta por várias camadas finas em diferentes estágios de maturação. Ela protege o tecido subjacente contra a perda de água, lesão mecânica e química, impedindo a entrada de microorganismos causadores de doenças, na camada mais interna da epiderme novas células são geradas e migram na direção da superfície cutânea onde se desprendem continuamente. A derme, a segunda camada, é mais espessa, contem feixes de colágeno e fibras de elastina que sustentam a epiderme, é uma camada elástica e durável, além de conter uma rede complexa de terminações nervosas, glândulas sudoríparas e sebáceas, folículos pilosos e vasos sanguíneos. Abaixo e em continuidade com a derme está a hipoderme, que embora tenha a mesma origem da derme, não faz parte da pele. Esse tecido subcutâneo funciona como uma reserva de gordura, com propriedades isolantes e protetoras, não possui um papel na penetração cutânea de fármacos porque se situa abaixo do sistema vascular. Mas, é na derme que começa a fisiologia da celulite, quando as irregularidades superficiais já são vistas sem apertar a pele. Com a manutenção e piora progressiva do inchaço, aumento da fibrose e retenção de líquido pela gordura há a formação de depressões da pele devido à falta de elasticidade da fibrose devido ao aumento de volume da gordura, gerando desnivelamento da pele, com depressões e abaulamentos, sendo vistos na figura 2. Disponível em: clinicabergmann.com.br Figura 2 Imagens de pele com e sem celulite As mulheres tem mais tendência a acumular células de gordura, são mais predispostas à celulite que os homens e aproximadamente 90% da população feminina sofre com o problema. 2

8 Foi partindo desta informação que essa pesquisa teve como base, o tratamento da iontoforese, como forma indolor e eficaz de uma eletroterapia associada aos princípios ativos da centella asiática e silício. A iontoforese usa um aparelho que produz uma baixa corrente elétrica unidirecional para passar essas substâncias através da pele. A facilidade com que essa técnica permite ao organismo absorver uma substância abre imensa possibilidade quer na estética ou na medicina. 7 Quando a corrente atravessa a pele e a substância em forma de íon é utilizada, ele é inserido na pele por dois mecanismos: Eletrorrepulsão: o processo forma um campo elétrico, que faz com que as moléculas da substância que será absorvida pela pele sejam repelidas, criando uma força a mais para que elas ultrapassem a barreira da epiderme. 8 Eletrosmose: como há uma concentração maior dos íons fora das células do que dentro, o corpo tende a absorver melhor esses íons, para que haja um equilíbrio em sua quantidade. 8 Disponível em: www.flickr.com Figura 3 Ação da eletrorrepulsão e eletrosmose

9 A centella asiática e o silício tem como função no tratamento para a celulite na estimulação da formação de colágeno e ativação do tecido conectivo. 9 Em particular a centella asiática foi classificada como a droga normalizadora do tecido conjuntivo, na celulite age no meio intersticial estimulando a microcirculação, diminuindo a gordura localizada. Esses são alguns dos ativos administrados e estão presentes em muitos cremes usados para tratar a celulite. No entanto, os cremes nem sempre conseguem penetrar a pele o suficiente e atingir as camadas mais profundas onde se encontram os depósitos de gordura e o tecido conectivo. A corrente galvânica, iontoforese (Figura 4), é capaz de introduzir de forma eficaz os ingredientes desses cremes nas camadas mais profundas da pele facilitando a sua absorção. 9-10 Disponível em: www.negocioestetica.com.br Figura 4 Ação da iontoforese na pele A vantagem da iontoforese é que não provoca dor, os princípios ativos são aplicados diretamente na área que necessita de tratamento, é uma excelente alternativa da mesoterapia para pessoas que não gostam de injeções, apresenta um risco reduzido de infecção devido à sua natureza não invasiva, os tratamentos são concluídos em minutos. Por ser uma técnica usada num vasto número de tratamentos com diferentes objetivos, o número de sessões realizadas e o seu tempo de duração podem variar muito. De forma geral, a cliente precisa pelo menos de dez sessões para ver resultados positivos e uma sessão pode durar dez minutos por área a tratar. 4-13 O procedimento é contraindicado para quem tem próteses metálicas, marca-passo e aparelhos auditivos, pessoas com cardiopatias, infecção ativa, feridas e úlceras, epilepsia, alergia ao

10 princípio ativo administrado, alteração de sensibilidade na área de aplicação e problemas circulatórios. 11 Quando a técnica não é aplicada corretamente pode haver queimaduras na pele, bem como reações indesejáveis as substâncias aplicadas. A iontoforese como um tratamento isolado não é sinal de 100% de eficácia, precisa estar aliada a uma alimentação saudável (pessoas com peso ideal conseguem atingir melhores resultados estéticos com a iontoforese), atividade física, drenagem linfática (as manobras desta técnica ajudam na eliminação de líquidos que extravasam dos vasos e ficam acumulados nos tecidos), ultrassom estético e radiofreqüência. 12 4. Conclusão É importante lembrar que, embora esta técnica seja benéfica no tratamento da celulite junto à centella asiática e o silício, os resultados produzidos são temporários. Infelizmente ainda não existe uma cura definitiva para a celulite através da iontoforese. Assim que os ativos deixam de fazer efeito o tecido conectivo vai ceder novamente e sem um estilo de vida saudável a celulite volta a aparecer, por isso se não entrar em um programa de reeducação alimentar e também em um programa de exercícios e se não se mantiver neste programa para o resto da vida, não terá resultados eficazes. Acredita-se que o objetivo da técnica é o aumento da eficácia e frequência na utilização da iontoforese diante das sessões e comprometimento com uma vida saudável da cliente no dia a dia e a sua qualidade de vida física e mental. 5. Referências 1. LEONARDI, Gislaine Ricci; CHORILLI, Marlos. Celulite: prevenção e tratamento. 1. ed. São Paulo: Pharmabooks, 2010. 2. HEXSEL, Dóris.; colaboradores. Anticelulite. Porto Alegre: Ed. do Autor, 2012. 3. BORGES, Fábio dos Santos. et al. Tratamento de celulite (Paniculopatia Edemato Fibroesclerótica) utilizando fonoforese com substância acoplante à base de hera, centella asiática e castanha da índia. Fisioterapia Ser, vol 1, nº 1, 2006. 4. GUIRRO, Elaine Caldeira de O.; GUIRRO, Rinaldo Roberto de J. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos, patologias. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Manole, 2009. 5. KEDE, Maria Paulina Villarejo; SABATOVICH, Oleg. Dermatologia estética. São Paulo, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, Belo Horizonte: Atheneu, 2004.

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