RECOMENDAÇÃO N.º 03/2015

Documentos relacionados
Conselho das Escolas quer "férias de Outono" para os alunos - PÚBLICO

7 de julho de 2016 Número 118

GABINETE DA MINISTRA DESPACHO

DESPACHO. Calendário Escolar. 1. Educação Pré-Escolar

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA Gabinete do Ministro. Despacho n.º..

Educação Gabinetes da Secretária de Estado Adjunta e da Educação e do Secretário de Estado da Educação Despacho O presente calendário procura

ESCOLA SECUNDÁRIA COM 3º CICLO DE INÊS DE CASTRO

Nota Justificativa. Considerando que:

I - Regulamento para a constituição, funcionamento e avaliação de turmas com Percursos Curriculares Alternativos (PCA) para o ano letivo de 2015/2016

ESCOLA SECUNDÁRIA DA RAMADA CRITÉRIOS GERAIS PARA A DISTRIBUIÇÃO DE SERVIÇO E ELABORAÇÃO DE HORÁRIOS

Calendário escolar 2018/2019

ANO LETIVO anos de escola CONVOCATÓRIA Nº1

ANO LETIVO

PARECER N.º 01/2016 PARECER

JORNAL OFICIAL. Suplemento. Sumário REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA. Sexta-feira, 13 de maio de Série. Número 88

RECOMENDAÇÃO N.º 03/2014

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 1.º CICLO

Critérios de Avaliação. 1.º Ciclo

COMPONENTE DE APOIO À FAMILIA NO 1.º CICLO DE ENSINO BÁSICO

É premente no momento atual assegurar que todos os cidadãos até aos 18 anos possam receber uma educação e uma formação de qualidade.

DESPACHO. Ensino Básico

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ADELAIDE CABETTE, ODIVELAS

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DR. VIEIRA DE CARVALHO, MAIA

ORIENTAÇÕES referentes à organização do ano letivo

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE EUGÉNIO DE CASTRO. Critérios Gerais de Avaliação 1.º Ciclo 2017/2018

C R I T É R I O S G E R A I S DE A V A L I A Ç Ã O

Objeto e finalidades A avaliação visa:

DESPACHO NORMATIVO Nº 24/2000

Despacho N.º 26/2015

ANO LETIVO

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE EUGÉNIO DE CASTRO. Critérios Gerais de Avaliação 1.º Ciclo

Agrupamento de Escolas da Moita Sede Escola Secundária da Moita E S C O L A S E C U N D Á R I A D A M O I TA REGULAMENTO

Avaliação de Desempenho Docente I INTRODUÇÃO

Adoção de Manuais Escolares. Manual de Orientações de utilização do Sistema de Informação de Manuais Escolares DSDC/DMDDE

2- A matriz curricular de referência dos cursos vocacionais do ensino básico de 3º ciclo é a seguinte:

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO 1º CICLO

Decreto Regulamentar n.º 26/2012, de 21 de fevereiro

D E S P A C H O Nº 17/2013

PARECER N.º 01/2017 PERFIL DOS ALUNOS À SAÍDA DA ESCOLARIDADE OBRIGATÓRIA

Datas das Provas Finais e da afixação das pautas (adaptado do anexo V do Despacho n.º 8248/2013):

Plano de Ação Estratégica

1. Avaliação dos alunos Legislação em vigor Português Língua Não Materna Esclarecimento Português Língua Não Materna Esclarecimento...

DOCUMENTO do ALUNO ENSINO SECUNDÁRIO 2015 / 2016

GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO DO INGLÊS NO 1.º e 2.º CICLOS DO ENSINO BÁSICO

VIGILÂNCIA NOS REFEITÓRIOS ESCOLARES - ORIENTAÇÕES

Ano Lectivo 2009/2010

CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO ENSINO BÁSICO

Agrupamento de Escolas Gil Eanes Escola Secundária Gil Eanes

AVALIAÇÃO DOS ALUNOS - LEGISLAÇÃO EM VIGOR

Objeto e finalidades A avaliação visa:

Artigo 1.º Objeto e âmbito

A sua apresentação não dispensa a leitura completa do documento sobre as Provas de Aferição do Júri Nacional de Exames

REGULAMENTO DOS QUADROS DE VALOR E EXCELÊNCIA

ANO LETIVO DE

CALENDÁRIO LETIVO 2018/2019 MESTRADO EM EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR 1.º ANO

DOCUMENTO ORIENTADOR DE AVALIAÇÃO

Regulamento de Quadros de Excelência e de Valor; Prémios de Mérito; Dia do Diploma Ensino Secundário

DOCUMENTO ORIENTADOR DE AVALIAÇÃO

GUIÃO DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DOCENTE SECÇÃO DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DOCENTE

PARECER N.º 01/2018. O Senhor Ministro da Educação (ME) apresentou ao Conselho das Escolas um projeto de decreto-lei, relativo:

C R I T É R I O S G E R A I S DE A V A L I A Ç Ã O

ESCOLA SECUNDÁRIA DE INÊS DE CASTRO

Câmara Municipal das Caldas da Rainha REGULAMENTO AEC 2011/201

PROGRAMA ACOMPANHAMENTO. ACOMPANHAMENTO DA AÇÃO EDUCATIVA Relatório. Agrupamento de Escolas de Resende

REGULAMENTO DE FREQUÊNCIA E AVALIAÇÃO DOS CURSOS DE 2º CICLO

DISTRIBUIÇÃO DE SERVIÇO DOCENTE

AO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA

REGULAMENTO PROVAS ESPECIALMENTE ADEQUADAS DESTINADAS A AVALIAR A CAPACIDADE PARA A FREQUÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR DE MAIORES DE 23 ANOS

PROGRAMA ACOMPANHAMENTO. ACOMPANHAMENTO DA AÇÃO EDUCATIVA Relatório. Agrupamento de Escolas de Dr. Ramiro Salgado TORRE DE MONCORVO

Regulamento Geral dos Cursos de 1.º Ciclo de Estudos, conducentes ao grau de

ESCOLA SECUNDÁRIA DE SEBASTIÃO DA GAMA REUNIÃO DO CONSELHO GERAL. ATA RESUMO 24 de julho de Presidência do Conselho Geral

AVALIAÇÃO 6º Ano e 9º ANO

Escola Portuguesa de Luanda RELATÓRIO DE ACOMPANHAMENTO ANO LETIVO / 2015

PARECER N.º 05/2016 PARECER

RELATÓRIO DE ACOMPANHAMENTO ESCOLA PORTUGUESA DE LUANDA ANO LETIVO / 2016

Despacho n.º /2015. Regulamento de Avaliação e Frequência dos Cursos Técnicos Superiores Profissionais do Instituto Politécnico de Leiria

Adoção de Manuais Escolares

Projeto de alteração ao Regulamento de Avaliação e Frequência dos Cursos Técnicos Superiores Profissionais do Instituto Politécnico de Leiria

REDUÇÃO DO NÚMERO DE ALUNOS POR TURMA

PORTUGUÊS CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE ALUNOS. ENSINO BÁSICO (2.º e 3.º CICLOS) ENSINO SECUNDÁRIO

COLÉGIO DE ALBERGARIA REGULAMENTO INTERNO MODELO DE AVALIAÇÃO DOS ALUNOS

Regulamento Interno. Centro de Estudos e Atividades

PROJETO REGULAMENTO DA UNIDADE CURRICULAR SIMULAÇÃO EMPRESARIAL DA LICENCIATURA EM CONTABILIDADE DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE MARTIM DE FREITAS

ANO LETIVO

CIRCULAR. Para: 1. Adoção de manuais escolares em 2018, com efeitos no ano letivo de 2018/2019

CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO ENSINO SECUNDÁRIO

Estatuto do Aluno e Ética Escolar (EAEE)

Regulamento do Programa de Tutorias

PARECER N.º 04/2016 ORGANIZAÇÃO DO ANO LETIVO

Critérios gerais de avaliação

Critérios Gerais de Avaliação

Faltas e sua natureza. 2. Decorrendo as aulas em tempos consecutivos, há tantas faltas quantos os tempos de ausência do aluno.

PROGRAMA ACOMPANHAMENTO. ACOMPANHAMENTO DA AÇÃO EDUCATIVA Relatório

O Decreto Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro, regulamentou o Estatuto da Carreira Docente no que se refere ao sistema de avaliação de

Manual de procedimentos. Período de

ATIVIDADES DE ANIMAÇÃO E APOIO À FAMÍLIA ATIVIDADES DE ENRIQUECIMENTO CURRICULAR COMPONENTE DE APOIO À FAMÍLIA

Carta de solicitação ao Instituto de Avaliação Educativa, I.P., n.º 1/2018. Provas e exames para aplicação nos anos letivos de e

Projeto de Apoio Educativo

Transcrição:

RECOMENDAÇÃO N.º 03/2015 CALENDÁRIO ESCOLAR 2015/2016 O Conselho das Escolas partilha o entendimento de que o calendário escolar se configura como um dos elementos indispensáveis à planificação das atividades a desenvolver por cada um dos agrupamentos de escolas/escolas, doravante designadas por Escolas, tendo em vista a execução do seu projeto educativo e do seu plano anual de atividades. Por outro lado, considera que o calendário escolar deve procurar conciliar as atividades escolares e as necessidades educativas dos alunos com os interesses das famílias e da própria Escola, na relação que estabelece com a comunidade escolar. Assim sendo, o Conselho das Escolas, procedendo a uma análise do diploma que estabeleceu o Calendário Escolar 2014/15 Despacho n.º 8651/2014, de 3 de julho deliberou, nos termos legais e regulamentares e em tempo que considera oportuno, recomendar ao Ministério da Educação e Ciência (MEC) que sejam consideradas as seguintes propostas na definição do calendário escolar do próximo ano letivo: 1

I. INTERRUPÇÃO DAS ATIVIDADES LETIVAS O atual diploma legal que fixa o calendário escolar prevê três interrupções obrigatórias e gerais das atividades letivas, ao longo de todo o ano escolar: uma por altura do Natal, outra pelo Carnaval e uma outra pela Páscoa. O primeiro período letivo é, por norma, o mais extenso do ano, correspondendo também e frequentemente, a cerca de três meses completos de atividades letivas, mais de sessenta dias úteis de aulas. Ao contrário do que acontece em muitos dos países europeus que, frequentemente, nos são apresentados como referência na Educação e nos quais se verifica uma curta interrupção pelo outono, as designadas férias de outono, em Portugal não existe qualquer interrupção das atividades letivas no decurso do primeiro período. O Conselho das Escolas defende que será útil estabelecer uma interrupção letiva de curta duração, sensivelmente em meados do primeiro período, de forma a que as Escolas possam proceder a uma reflexão sobre o percurso educativo dos alunos e, sendo o caso, estabelecer medidas educativas de superação de dificuldades detetadas. Nesse sentido, RECOMENDA que o calendário escolar do ano letivo 2015/16 preveja uma interrupção de dois dias úteis consecutivos, durante o primeiro período. Mais RECOMENDA que essa interrupção ocorra entre os dias 29 de outubro e 3 de novembro, p.f., de acordo com decisão dos órgãos de gestão e administração das Escolas, tomada com base nos respetivos projetos educativos. II. TERMO DO ANO LETIVO O calendário escolar 2014/2015, para os ensinos básico e secundário, fixa o termo do ano letivo no dia 5 de junho de 2015 para os alunos dos 9.º, 11.º e 12.º anos; entre 5 e 12 de junho de 2015, inclusive, para os alunos do 6.º ano; e 12 de junho de 2015 para os alunos dos 1.º, 2.º, 3.º, 4.º, 5.º, 7.º, 8.º e 10.º anos. 2

Desta disposição resulta que, numa mesma Escola e no mesmo ciclo de ensino, o termo das atividades letivas ocorre em momentos diferentes do ano, com todos os constrangimentos e disfuncionalidades que tal acarreta para a própria organização escolar e para o dia-a-dia das famílias. O Conselho entende que a fixação do dia de termo das atividades letivas deveria ser uma competência exclusiva de cada Escola, no âmbito da sua autonomia, respeitado que fosse o intervalo de dias fixado, para o efeito, pelo MEC, comum a todos os anos de escolaridade e a todas as Escolas. Neste sentido, RECOMENDA que no calendário escolar 2015/2016 seja fixado, tal como tem acontecido para o início do ano letivo, um intervalo de dias comum a todas as Escolas e anos de escolaridade, para que estas estabeleçam, por decisão sufragada pelo Conselho Geral, a data de termo do ano letivo. III. PROVAS FINAIS DOS 4.º E 6.º ANOS DE ESCOLARIDADE O Despacho n.º 8651/2014, de 3 de julho, estabelece o calendário de realização das provas finais do ensino básico, dos exames finais nacionais do ensino secundário e de afixação dos respetivos resultados, no ano de 2015. O referido despacho determinou que as provas finais dos 4.º e 6.º anos de escolaridade fossem realizadas no decurso do mês de maio, enquanto decorriam as aulas do 3.º período. Verificou-se que, no período em que decorreu a realização dessas provas finais, várias Escolas adotaram medidas organizativas, ajustadas, de modo a garantir o máximo de dias efetivos de atividades escolares e o cumprimento integral dos programas e das metas curriculares nas diferentes disciplinas. No entanto, muitas outras, por questões de logística específica, não puderam adotar tais medidas, o que interferiu com o normal funcionamento das atividades letivas e impediu muitos alunos de frequentarem as aulas e a Escola durante vários 3

dias, em claro prejuízo da organização da vida familiar e das legítimas expetativas de pais e alunos. A argumentação aduzida pela Administração Educativa, para a realização de tais provas no mês de maio, confina-se à tese de que os alunos não aprovados têm direito a um período de acompanhamento extraordinário, a decorrer na própria Escola, após a realização das reuniões de avaliação e já com o conhecimento e com a ponderação dos resultados da primeira fase das provas. À luz do que tem acontecido na maioria das Escolas, o Conselho considera de difícil demonstração que os ganhos pedagógicos e educativos decorrentes do período de acompanhamento extraordinário, enquanto segunda oportunidade para os alunos que revelam maiores fragilidades, sejam superiores à desmotivação e desinteresse provocados nos alunos que continuarão a ter aulas após a realização das provas finais, bem como à perturbação do normal funcionamento das Escolas e da vida familiar, provocados pela realização das mesmas durante o decurso das aulas. De facto, não se trata apenas da dificuldade de muitas Escolas conciliarem a realização das provas finais com o funcionamento das restantes atividades escolares. Trata-se também do prejuízo no cumprimento dos programas e das metas curriculares nas disciplinas sujeitas às provas finais, cuja programação tem de ser antecipada tendo em vista a data das provas. Acrescem, ainda, os prejuízos causados aos alunos por força da ausência dos seus professores, a quem, legitimamente, é concedida dispensa das atividades não letivas (nomeadamente apoios) e das letivas durante o processo de classificação das provas finais, no caso dos professores classificadores, e durante a sua participação em reuniões nos Agrupamentos de Exames. O Conselho entende que as provas finais dos 4.º e 6.º anos devem culminar o ano letivo e ser realizadas depois de terminadas as aulas do 3.º período, tal como acontece com o 9.º ano e o ensino secundário. Assim sendo, o Conselho das Escolas RECOMENDA que o calendário escolar para 2015/2016 fixe a realização das provas finais dos 4.º e 6.º anos em datas posteriores ao termo das atividades letivas. 4

O Conselho RECOMENDA ainda que, por força de razão, seja adotado o mesmo procedimento para a realização do Preliminary English Test (PET), ou de qualquer outro instrumento de avaliação similar, caso o MEC mantenha a decisão de o continuar a aplicar. Aprovada por unanimidade Centro de Caparide, S. Domingos de Rana, 11 de junho de 2015 O Presidente do Conselho das Escolas José Eduardo Lemos 5