Caracterização Anatômica Macroscópica de Madeiras Folhosas Comercializadas no Estado do Espírito Santo

Documentos relacionados
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL REJANE COSTA ALVES

J. Bioen. Food Sci, 02 (1): 18-24, Journal homepage:

POTENCIALIDADE DA MADEIRA DE Eucalyptus tereticornis PARA PRODUÇÃO DE CELULOSE E PAPEL

DESCRIÇÃO ANATÔMICA DAS ESPÉCIES Gossypium hirsutu, Couratari spp e Clarisia racemosa Ruiz et Pavon.

V Semana Acadêmica da UEPA Campus de Marabá As problemáticas socioambientais na Amazônia Oriental 22 a 24 de Outubro de 2014

Características gerais da Madeira Prof. Dr. Umberto Klock.

PROGRAMA ANALÍTICO DISCIPLINA NOME: ANATOMIA DA MADEIRA CÓDIGO: IF 301 CRÉDITOS: 04 (T-02 P-02) DEPARTAMENTO DE PRODUTOS FLORESTAIS

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

DIFERENCIAÇÃO ANATÔMICA DO MOGNO, ANDIROBA E CEDRO POR MEIO DAS CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS

CARACTERÍ STI CAS DA MADEIRA

Macroscopia da madeira de Eucalyptus como ferramenta para identificação a campo

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

Características anatômicas de 20 espécies do mato grosso

Anatomia Comparada de Três Espécies do Gênero Vochysia

II Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia da Madeira Belo Horizonte - 20 a 22 set 2015

Contribuição ao estudo anatômico da madeira de Anonáceas da Amazônia

MANUAL DE CLASSIFICAÇÃO VISUAL

MOGNO AFRICANO TECNOLOGIA E COMPARATIVO DE MADEIRA DAS ESPÉCIES Khaya senegalensis E Khaya ivorensis A. Chev.

ANATOMIA DO LENHO CARBONIZADO DE ESPÉCIES MADEIREIRAS COMERCIALIZADAS NA AMAZÔNIA

Profª. M.Sc.: Josiane Silva Araújo

CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA MACROSCÓPICA DAS MADEIRAS Rhizophora mangle L. E Laguncularia racemosa (L.) C. F. Gaertn

NOÇÕES BÁSICAS SOBRE MADEIRA

Madeiras do Município de Aripuanã, Estado de Mato Grosso

DEFINIÇÕES DE TERMOS USADOS NA CLASSIFICAÇÃO ESTRUTURAL

ANATÔMIA DA MADEIRA DE Cordia alliodora C. (R & P.) Oken e Cordia goeldiana Huber, COMERCIALIZADAS COMO FREIJÓ NA REGIÃO AMAZÔNICA

ESTRUTURAS DE MADEIRA

Madeira aula 03 Propriedades, Classes, Tipos e Principais aplicações das espécies.

ELABORAÇÃO DE UMA CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS MADEIRAS COMERCIALIZADAS NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

ANATOMIA MACROSCÓPICA DE ESPÉCIES COMERCIALIZADAS EM SERRARIAS NO MUNICÍPIO DE TOMÉ-AÇU, PA, BRASIL

Capacitação em Indicação e Uso de Madeiras Menos Conhecidas para a Construção Civil

ESTRUTURAS DE MADEIRA

II Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia da Madeira Belo Horizonte - 20 a 22 set 2015

INTRODUÇÃO - MADEIRA. Mestranda Daniele Potulski Disciplina Química da madeira I

Variação do diâmetro tangencial de poros no lenho de tensão e oposto em Hevea brasiliensis (Willd. ex A. Juss.) Müll. Arg.

Recebido em: 30/09/2014 Aprovado em: 15/11/2014 Publicado em: 01/12/2014

Química da Madeira. MADEIRA - Material heterogêneo

II Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia da Madeira Belo Horizonte - 20 a 22 set 2015

ESTRUTURAS DE MADEIRA

DESCRIÇÃO ANATÔMICA E FÍSICA DAS MADEIRAS UTILIZADAS NA PRODUÇÃO DE EMBARCAÇÕES, NA CIDADE DE MARABÁ-PA


Caracterização de clones e híbridos de eucaliptos com base na norma ABNT NBR 7190: 1997

Revista de Ciências Agroambientais

ESTRUTURAS DE MADEIRA

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

CARACTERIZAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E COMPARAÇÃO DA MADEIRA DE Pinus patula, P. elliottii E P. taeda ATRAVÉS DE SUAS PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS.

FUPEF 2. COLETA DE DADOS

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE FLORESTAS NÚCLEO DE PESQUISA EM QUALIDADE DA MADEIRA

Dois grupos de árvores

Água de adesão = faixa de umidade que vai de 0% a aproximadamente 30%.

MADEIRAS. Prof. Roberto Monteiro de Barros Filho. jul. 2014

Variação das características das árvores de Eucalyptus saligna Smith em função da altura do tronco

COMPARAÇÃO ANATÔMICA E DESCRIÇÃO DA DENSIDADE E MACROSCOPICIDADE DA ESPÉCIE DIPTERYX ODORATA (Aubl.) WILLD (CUMARU)

Entre as características físicas da madeira, cujo conhecimento é importante para sua utilização como material de construção, destacam-se:

VII Semana Acadêmica da UEPA Marabá Ambiente, Saúde e Sustentabilidade na Amazônia Oriental: desafios e perspectivas. 28 a 30 de Setembro/2016

V Semana Acadêmica da UEPA Campus de Marabá As problemáticas socioambientais na Amazônia Oriental 22 a 24 de Outubro de 2014

INFORMATIVO CEPEA - SETOR FLORESTAL

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II

ANATOMIA DA MADEIRA DE DUAS LEGUMINOSAS CESALPINIOÍDEAS DA FLORESTA ESTACIONAL DE MISIONES - ARGENTINA

o USO DA MADEIRA NAS REDUÇÕES JESUÍTICO-GUARANI DO RIO GRANDE DO SUL VII - VIGA DO CORO DA IGREJA DA IGREJA DE SÃO MIGUEL ARCANJO)

Figura 12 Procedimentos realizados para a determinação da espessura e proporção de casca, teor de umidade e peso específico da madeira.

INFLUÊNCIA DE CERNE E ALBURNO NA DENSIDADE BÁSICA. parahyba var. amazonicum (PARICÁ)

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II

INFORMATIVO. Setor Florestal. nº 191 NOVEMBRO. Exportações brasileiras de produtos florestais em novembro foram 1,5% menores do que no mês anterior

DIFERENCIAÇÃO ANATÔMICA DA MADEIRA DE 4. ESPÉCIES DO GÊNERO Caryocar.

ANATOMIA DE MADEIRAS SERRADAS ENCONTRADAS EM RESÍDUOS DE CONSTRUÇÕES PREDIAIS DE BELÉM-PA

VARIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DAS ÁRVORES DE Eucalyptus Saligna SMITH EM FUNÇÃO DA ALTURA DO TRONCO

Sistema Vascular. Xilema. Atividade do Procâmbio ou Câmbio Vascular

JOSÉ NEWTON CARDOSO MARCHIORP MARIA CRISTINA SCHULZE-HOFER3

CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DO XILEMA SECUNDÁRIO DE NOVE ESPÉCIES DA FAMÍLIA LEGUMINOSAE

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

II Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia da Madeira Belo Horizonte - 20 a 22 set 2015

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

VARIAÇÃO DA UMIDADE E DENSIDADE BÁSICA EM Eucalyptus sp EM DUERÉ - TO

UFPR DETF Química da Madeira. MADEIRA - Material heterogêneo Prof. Dr. Umberto Klock

Anatomia das plantas com sementes

CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DA MADEIRA DE MANDIOQUEIRA (QUALEA AUBL.) COMERCIALIZADA NO MERCADO MADEIREIRO DO ESTADO DO PARÁ

Estruturas de Aço e Madeira Aula 11 Introdução à Madeira

VARIAÇÃO RADIAL DA DENSIDADE BÁSICA EM ESTRUTURA ANATÔMICA DA MADEIRA DO Eucalyptus globulus, E. pellita E E.acmenioides

Qualidade da Madeira de Eucalyptus. Jose Lívio Gomide

TECIDOS VASCULARES. XILEMA ou LENHO. O principal tecido condutor de água, está também envolvido no transporte de nutrientes.

MASSA ESPECÍFICA BÁSICA TEORES DE CASCA, CERNE E ALBURNO DE SETE ESPÉCIES DE EUCALIPTO

Análise De Contração, Inchamento e Retratibilidade Linear De Espécies de Interesse Florestal

Potencialidade da microtomografia de raios X (microct) para a caracterização anatômica da madeira de folhosas tropicais

CORRELAÇÃO ENTRE A DENSIDADE BÁSICA DA MADEIRA E A DENSIDADE APARENTE DO CARVÃO VEGETAL EM HÍBRIDOS DE EUCALYPTUS

OBJETIVO. Objetivos específicos

Anatomia do lenho de seis espécies do gênero Cecropia Loefl. (Urticaceae) Wood anatomy of six species of the genus Cecropia Loefl.

DESCRIÇÃO ANATÔMICA MICROSCÓPICA DA MADEIRA DE Swietenia macrophylla King.

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

Gradiente de Umidade e Tensões

ESTRUTURA DA MADEIRA

AULA 6 CAPÍTULO 6 FLOEMA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO

Madeiras de Espécies Florestais do Estado do Maranhão: II - Caracterização Anatômica 1

Recebido em: 30/09/2014 Aprovado em: 15/11/2014 Publicado em: 01/12/2014

Programa Analítico de Disciplina ENF355 Tecnologia da Madeira

Estudo anatômico das espécies de Leguminosae comercializadas no estado do Pará como angelim 1.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS E DA MADEIRA

AULA 2: MATERIAIS A SEREM USINADOS (ASU)

Transcrição:

Floresta e Ambiente 2012 jul./set.; 19(3):352-361 http://dx.doi.org/10.4322/floram.2012.042 ISSN 1415-0980 (impresso) ISSN 2179-8087 (online) Artigo de Pesquisa Caracterização Anatômica Macroscópica de Madeiras Folhosas Comercializadas no Estado do Espírito Santo Rejane Costa Alves 1, José Tarcísio da Silva Oliveira 2, Javan Pereira Motta 3, Juarez Benigno Paes 2 1 Departamento de Engenharia de Estruturas, Universidade Federal de Minas Gerais UFMG 2 Departamento de Engenharia Florestal DEF, Universidade Federal do Espírito Santo UFES 3 Departamento de Ciências Florestais DCF, Universidade Federal de Lavras UFLA RESUMO Para melhor identificação da madeira, é necessário fazer um estudo criterioso de sua estrutura anatômica, já que cada espécie possui estrutura anatômica única e diferente. O estudo anatômico da madeira leva a um método seguro e prático para identificação das madeiras e se baseia na descrição dos tipos e frequências das células e dos tecidos do xilema secundário das espécies lenhosas. No reconhecimento das madeiras, as características gerais, como massa específica aparente, aspectos estéticos e propriedades organolépticas são também de fundamental importância. Portanto, este estudo teve como objetivo determinar as características anatômicas macroscópicas das madeiras de folhosas comercializadas no Estado do Espírito Santo, em face da carência de ferramentas disponíveis para a identificação de madeiras comerciais. Este estudo foi realizado por meio de ferramentas simples, como uma faca para alisamento da superfície da amostra e uma lupa com aumento de até 10, seguindo especificações da Comissão Panamericana de Normas Técnicas COPANT. Neste trabalho, foram abordadas características sensoriais, como cor, brilho, cheiro, textura, densidade básica, resistência ao corte, figura ou desenho, e distinção entre cerne e alburno, além de se verificarem características anatômicas, como grã, camadas de crescimento, raio, parênquima e poros. Palavras-chave: comércio madeireiro, características organolépticas, macroscopia. Macroscopic Anatomical Characterization of the Hardwood Marketed in the State of Espirito Santo, Brazil ABSTRACT In order to better identify the timber, a careful study of its anatomical structure must be made, since each species has unique and different anatomical structures. The study of wood anatomy is a safe and practical method based on cellular description and aesthetic and organoleptic aspects of timber. To this end, this study was intended to determine the gross anatomical features of the hardwood marketed in the State of Espirito Santo, given the lack of tools available for the identification of commercial timbers. This study was developed through the use of simple tools, such as a knife for smoothing the sample surface and a magnifying glass (10 ), according to the specifications of the Pan-American Commission of Technical Standards COPANT. This research addressed sensory characteristics such as color, brightness, smell, texture, density, shear strength, figure or drawing distinction between heartwood and sapwood, and anatomic features like grain, growth layers, ray, parenchyma and pores. Keywords: timber trade, organoleptic characteristics, macroscopic.

Floresta e Ambiente 2012; 19(3):352-361 Caracterização Anatômica Macroscópica de Madeiras Folhosas... 353 1. INTRODUÇÃO O Estado do Espírito Santo possui uma grande vocação florestal, com as áreas de produção de florestas plantadas, apresenta grande potencial representativo, quando comparado à área total de florestas plantadas no país. Tais florestas são em boa parte pertencentes a empresas produtoras de celulose, mas também estão em pequenas propriedades por meio de programas de fomento. Em 2008, com a crise mundial, assim como todos os setores da economia, o setor florestal passou por déficit quanto ao consumo interno e às exportações de madeira, formando um cenário totalmente prejudicial ao setor. No entanto, em 2009, a economia mundial se manteve em recuperação e respondeu como mais um ano promissor para o setor florestal. Com o aumento da comercialização da madeira, acentuou-se ainda mais a necessidade de sua correta identificação, para que tais madeiras sejam utilizadas de forma adequada, uma vez que o primeiro passo no uso de determinado bem é sua correta identificação. Visto que, no processo de transformação da árvore em madeira serrada, várias de suas características, como folhas, frutos e flores, serão eliminadas, as características do lenho se tornam a base de identificação da espécie florestal. De acordo com Nahuz (2004), o mercado mundial de madeira variou de 19 a 22 milhões de metros cúbicos, havendo assim uma crescente comercialização de madeira serrada ao longo dos anos, em 2009, de acordo com a Food and Agriculture Organization FAO, a produção de madeira serrada foi de aproximadamente 25 milhões de metros cúbicos (Centro de Inteligência em Florestas, 2011). O material madeira ocupa lugar de destaque no segmento industrial não apenas nos países subdesenvolvidos, mas também nos desenvolvidos. De acordo com Zenid (2007), a Associação Europeia de Indústrias da Madeira afirmou que, em 2010, a madeira se tornaria o material líder no Continente Europeu, visto que sua base florestal emprega 2,7 milhões de pessoas e gera cerca de 165 bilhões de euros por ano. A Agência Pará (2010) afirmou que a Secretaria de Estado de Meio Ambiente liberou 1.839.489,621 m³ de matéria-prima florestal, em toras e resíduos, para setores produtores de madeira no período de janeiro a abril de 2010. Para produção de madeiras, se destacam os grupos das coníferas e folhosas. Segundo Chimelo (1992), as coníferas, do ponto de vista da anatomia da madeira, apresentam estrutura homogênea, o que justifica a dificuldade de sua identificação. Estas se caracterizam, de uma forma geral, por ausência de poros ou vasos, presença de raios estreitos ou finos, fibras longas, densidade baixa e baixa resistência ao corte. No entanto, percebe-se que o autor generalizou as características de densidade baixa e dureza do corte para todas as espécies do grupo, o que não é aconselhável, visto que nem sempre a afirmativa é verdadeira, como, por exemplo, na madeira de teixo (Taxus baccata), gimnosperma que possui madeira resistente ao corte manual. Quanto às folhosas, percebe-se que o autor novamente generalizou as madeiras pertencentes ao grupo, quando menciona possuir estrutura mais heterogênea, presença de vasos ou poros, fibras curtas e estreitas, duras ao corte, densidade média a alta e com cernes de cores bastante variáveis. Note-se que, em relação à densidade e resistência ao corte, devese tomar cuidado com qualquer generalização, uma vez que dentro do grupo das folhosas ocorre grande variação dessas características, seja a densidade variando de baixa a alta, ou mesmo possuir baixa resistência ao corte. Para reforçar a afirmativa, observa-se a diferença entre duas madeiras do grupo, balsa e aroeira-do-sertão: a primeira espécie é uma das mais leves e macias, e a segunda é uma das madeiras mais densas e de elevada dureza. O conhecimento da estrutura anatômica é, sem dúvida, uma importante ferramenta para a identificação da madeira, sendo também de fácil aplicação para a sua correta nomenclatura. No entanto, essa correta identificação depende de treinamento, conhecimento e habilidade do responsável por esse estudo. Vale destacar também que, em uma prática de identificação de madeira, deve-se buscar colocar o nome científico correspondente a um determinado nome popular, uma vez que, comercialmente, uma madeira possui vários nomes populares (Zenid, 2007). A identificação botânica da madeira permite o acesso às suas propriedades, geralmente disponíveis em bancos de dados, como em atlas de identificação, visto que estes servem de base para identificações e uso correto da madeira a ser utilizada (Zenid & Ceccantini, 2007).

354 Alves RC, Oliveira JTS, Motta JP, Paes JB Floresta e Ambiente 2012; 19(3):352-361 Este trabalho justifica-se pela da falta de informações a respeito das espécies de madeira comercializadas atualmente no Estado do Espírito Santo e também por colaborar com a correta identificação dessas madeiras pelo próprio comércio de produtos florestais do Estado. Este trabalho teve, portanto, como objetivo descrever as principais madeiras comercializadas no Estado do Espírito Santo no que diz respeito às suas características gerais, organolépticas e anatômicas no nível macroscópico. 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1. Madeiras estudadas As madeiras estudadas foram selecionadas de acordo com a necessidade de conhecimento de identificação de madeiras comercializadas no Estado do Espírito Santo. As madeiras descritas neste estudo foram de Angelim-pedra (Hymenolobium petraeum), Cedro (Cedrela fissilis), Garapa (Apuleia leiocarpa), Ipê-preto (Zeyheria tuberculosa), Jatobá (Hymenaea courbaril), Paraju (Manilkara longifolia), Pau-amarelo (Euxylophora paraensis), Perobamica (Aspidosperma populifolium) e algumas madeiras de eucalipto, como Eucalipto cloeziana (Eucalyptus cloeziana), Eucalipto citriodora (Corymbia citriodora) e Eucalipto grandis (Eucalyptus spp.), todas comercializadas no Estado do Espírito Santo. 2.2. Preparo das amostras As amostras das madeiras foram disponibilizadas pelo Laboratório de Ciência da Madeira LCM, do Departamento de Engenharia Florestal DEF, do Centro de Ciências Agrárias CCA, da Universidade Federal do Espírito Santo UFES, no município de Jerônimo Monteiro-ES. Foram preparados corpos de prova, com dimensões de 2,0 2,0 3,0 cm, sendo a última no sentido das fibras; as peças passaram por cozimento para amolecimento e um posterior alisamento foi realizado em um micrótomo de deslize manual da marca Leica modelo SM 2000R. Em seguida, efetuouse o processo de lixamento das peças com lixa de grão abrasivo de óxido de alumínio e granulometria 1200, para conseguir perfeita superfície a ser utilizada para obtenção de fotomacrografias. Para a retirada do pó da lixa, as amostras foram sopradas com ar comprimido. 2.3. Macrofotografia das amostras As fotomacrografias das seções transversais das amostras das madeiras foram realizadas na sede da Polícia Federal do Espírito Santo, no município de Vila Velha, com o uso de câmera digital da marca NIKON, modelo D2X, 12.2 Mega pixels, acoplada à lente NIKON AF MICRO NIKKOR 60 mm f/2.8d, sendo utilizado o software Microsoft Office Picture Manager. Vale destacar que as fotomacrografias de seções transversais são responsáveis pela identificação das madeiras em campo. 2.4. Caracterização anatômica das madeiras Para os estudos anatômicos das madeiras, seguiram-se as recomendações dos procedimentos em estudos de anatomia de madeira da COPANT (1974). Para auxílio na correta identificação das madeiras, foi utilizada a chave de identificação anatômica do Instituto de Pesquisas Tecnológicas IPT (1983). 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A seguir, encontram-se as descrições das características gerais e macroscópicas, bem como apresentada a fotomacrografia da seção transversal das principais madeiras de folhosas comercializadas no Espírito Santo. Nome vulgar: Angelim-pedra Nome científico: Hymenolobium petraeum Ducke Família: Fabaceae distinto, com coloração castanho amarelado, brilho moderado, cheiro característico quando verde e gosto imperceptível. Possui massa específica aparente alta, com valor de 1,00 g.cm -3 a 15% de umidade, dura ao corte manual no plano transversal, grã direita e textura grossa. Apresenta figura ou desenho destacado por parênquima axial em faixas longitudinais e camadas de crescimento distintas. No plano transversal (Figura 1), os poros são visíveis a olho nu, com porosidade difusa, arranjo

Floresta e Ambiente 2012; 19(3):352-361 Caracterização Anatômica Macroscópica de Madeiras Folhosas... 355 radial, solitários e múltiplos, vazios na maioria das vezes, e obstruídos por substâncias esbranquiçadas. O parênquima axial é visível a olho nu, do tipo paratraqueal aliforme de extensão losangular, formando faixas confluentes. O parênquima radial é visível a olho nu. As camadas de crescimento são demarcadas por parênquima marginal. No plano longitudinal tangencial, os raios são visíveis somente sob lente de 10 e estratificados, com listrado de estratificação regular. As linhas vasculares são retilíneas. No plano longitudinal radial, o espelhado dos raios é pouco contrastado. Nome vulgar: Cedro Nome científico: Cedrela fissillis Vell. Família: Meliaceae distinto, com coloração castanho avermelhado, brilho acentuado, cheiro característico e gosto ligeiramente amargo. Possui massa específica aparente média, com valor de 0,53 g.cm -3 a 15% de umidade, macia ao corte manual no plano transversal, grã direita e textura média. Apresenta figura e desenho presente em função do espelhado dos raios e as camadas de crescimento são distintas. No plano transversal (Figura 2), os poros são visíveis a olho nu, porosidade em anéis semiporosos, arranjo tangencial, em sua maioria, solitários e vazios. O parênquima axial é visível sob lente de 10, do tipo paratraqueal vasicêntrico e faixas. O parênquima radial é visível sob lente de 10. As camadas de crescimento são individualizadas por parênquima marginal e por distribuição dos poros de grandes diâmetros no lenho inicial. radial possui visibilidade a olho nu, com listrado de estratificação irregular. As linhas vasculares são dos raios é contrastado. Nome vulgar: Eucalipto citriodora Nome científico: Corymbia citriodora (Hook.) K.D.Hill & L.A.S.Johnson Família: Myrtaceae distinto, com coloração amarelo pardacento escuro, brilho ausente, cheiro e gosto imperceptíveis. Possui massa específica aparente alta, com valor de 1,04 g. cm -3 a 15% de umidade, dura ao corte manual no plano transversal, grã ondulada e textura fina a média. Não apresenta figura ou desenho e as camadas de crescimento são pouco distintas. No plano transversal (Figura 3), os poros são visíveis a olho nu, porosidade difusa, arranjo radial e diagonal, solitários e múltiplos, e, na maioria das vezes, obstruídos por tiloses. O parênquima axial é pouco visível mesmo sob lente de 10, do tipo paratraqueal vasicêntrico a aliforme. O parênquima radial é visível sob lente de 10. As camadas de crescimento são individualizadas por zonas fibrosas tangenciais mais escuras e pela mudança na orientação dos poros. radial é pouco visível sob lente de 10, com listrado de estratificação irregular. As linhas vasculares são irregulares. No plano longitudinal radial, o espelhado dos raios é ausente. Nome vulgar: Eucalipto cloeziana Nome científico: Eucalyptus cloeziana F. Muell Família: Myrtaceae distinto, com coloração amarelo pardo claro, brilho moderado, cheiro e gosto imperceptíveis. Possui massa específica aparente alta, com valor de 0,86 g.cm -3 a 15% de umidade, dura ao corte manual no plano transversal, grã direita e textura fina. Não apresenta figura ou desenho e as camadas de crescimento são pouco distintas. No plano transversal (Figura 4), os poros são visíveis sob lente de 10, porosidade difusa, arranjo diagonal, maioria solitários e, na maioria das vezes, são obstruídos por tiloses. O parênquima axial é visível somente sob lente de 10. O parênquima radial é visível sob lente de 10. As camadas de crescimento são individualizadas por zonas fibrosas tangenciais mais escuras. radial é pouco visível sob lente de 10, com listrado de estratificação irregular. As linhas vasculares são

356 Alves RC, Oliveira JTS, Motta JP, Paes JB Floresta e Ambiente 2012; 19(3):352-361 dos raios é ausente. Nome vulgar: Eucalipto grandis Nome científico: Eucalyptus spp. Família: Myrtaceae distinto, com coloração rosada, brilho moderado e cheiro e gosto imperceptíveis. Possui massa específica aparente média com valor de 0,56 g.cm -3 a 15% de umidade, macia ao corte manual no plano transversal, grã direita e textura média. Não apresenta figura ou desenho e as camadas de crescimento são distintas. No plano transversal (Figura 5), os poros são visíveis a olho nu, porosidade difusa, arranjo diagonal, maioria solitários e, às vezes, obstruídos por tiloses. O parênquima axial é visível sob lente de 10, do tipo paratraqueal vasicêntrico. O parênquima radial é visível sob lente de 10. As camadas de crescimento são individualizadas por zonas fibrosas tangenciais mais escuras e mudança de orientação dos poros. No plano longitudinal tangencial, os raios são pouco visíveis sob lente de 10, com listrado de estratificação irregular. As linhas vasculares são retilíneas. No plano longitudinal radial, os espelhados dos raios são ausentes. Nome vulgar: Garapa Nome científico: Apuleia leiocarpa (Vog.) Macbr. Família: Leguminosae A madeira possui diferença entre cerne e alburno distinto, com coloração amarelo claro, brilho moderado, cheiro e gosto imperceptíveis. Possui massa específica aparente alta, com valor de 0,83 g.cm -3 a 15% de umidade, moderadamente dura ao corte manual no plano transversal, grã direita e textura fina. Não apresenta figura ou desenho e as camadas de crescimento são distintas. No plano transversal (Figura 6), os poros são visíveis sob lente de 10, com porosidade difusa, arranjo diagonal e radial, solitários e múltilplos, e vazios. O parênquima axial é visível sob lente de 10, do tipo paratraqueal aliforme e confluente formando faixas estreitas irregulares. O parênquima radial é visível sob lente de 10. As camadas de crescimento são individualizadas por zonas fibrosas tangenciais mais escuras. radial é visível sob lente de 10, com listrado de estratificação regular. As linhas vasculares são dos raios é ausente. Nome vulgar: Ipê-preto Nome científico: Zeyheria tuberculosa (Vell.) Bur. Família: Bignoniaceae A madeira possui diferença entre cerne e alburno distinto, com coloração castanho escuro, brilho moderado, cheiro e gosto imperceptíveis. Possui massa específica aparente alta, com valor de 0,96 g.cm -3 a 15% de umidade, dura ao corte manual no plano transversal, grã direita e textura fina. Não apresenta figura ou desenho e as camadas de crescimento são distintas. No plano transversal (Figura 7), os poros são visíveis a olho nu, porosidade difusa, arranjo radial, maioria solitários, às vezes obstruídos por tiloses. O parênquima axial é indistinto sob lente de 10. O parênquima radial pode ser visível sob lente de 10. As camadas de crescimento são individualizadas por zonas fibrosas tangenciais mais escuras e com menor frequência de poros. radial possui visibilidade sob lente de 10, estratificado, com listrado de estratificação regular. As linhas vasculares são retilíneas. No plano longitudinal radial, o espelhado dos raios é pouco contrastado. Nome vulgar: Jatobá Nome científico: Hymenaea courbaril Duke Família: Caesalpiniaceae distinto, com coloração castanho amarelado, brilho moderado, cheiro e gosto imperceptíveis. Possui massa específica aparente alta, com valor de 0,96 g.cm -3 a 15% de umidade, dura ao corte manual no plano transversal, grã direita e textura fina.

Floresta e Ambiente 2012; 19(3):352-361 Caracterização Anatômica Macroscópica de Madeiras Folhosas... 357 Não apresenta figura ou desenho e as camadas de crescimento são distintas. No plano transversal (Figura 8), os poros são visíveis a olho nu, porosidade difusa, arranjo radial a diagonal, solitários e múltiplos, vazios com pouca frequência de tiloses. O parênquima axial é visível a olho nu, do tipo paratraqueal aliforme, vasicêntrico e em faixas marginais. O parênquima radial é visível a olho nu. As camadas de crescimento são individualizadas por parênquima marginal. radial é visível sob lente de 10, com listrado de estratificação irregular. As linhas vasculares são dos raios é pouco contrastado. Nome vulgar: Paraju Nome científico: Manilkara longifolia (A. DC.) Dub. Família: Sapotaceae distinto, com coloração castanho avermelhado escuro, brilho moderado, cheiro e gosto imperceptíveis. Possui massa específica aparente alta, com valor de 1,00 g.cm -3 a 15% de umidade, dura ao corte manual no plano transversal, grã ligeiramente inclinada e textura fina. Não apresenta figura ou desenho e as camadas de crescimento são indistintas. No plano transversal (Figura 9), os poros são visíveis sob lente de 10, porosidade difusa, arranjo radial, solitários e múltiplos, parcialmente obstruídos por tiloses. O parênquima axial é visível sob lente de 10, do tipo em linhas finas e irregulares. O parênquima radial é visível sob lente de 10. As camadas de crescimento são indistintas. radial é invisível mesmo sob lente de 10. As linhas vasculares são irregulares. No plano longitudinal radial, o espelhado dos raios é ausente. Nome vulgar: Pau-amarelo Nome científico: Euxylophora paraensis Huber Família: Rutaceae distinto, com coloração amarela, brilho acentuado, cheiro e gosto imperceptíveis. Possui massa específica aparente alta, com valor de 0,84 g.cm -3 a 15% de umidade, moderadamente dura ao corte manual no plano transversal, grã direita e textura fina. Não apresenta figura ou desenho e as camadas de crescimento são indistintas. No plano transversal (Figura 10), os poros são visíveis somente sob lente de 10, porosidade difusa, arranjo radial, maioria múltiplos, parcialmente obstruídos por tiloses. O parênquima axial é invisível mesmo sob lente de 10. O parênquima radial é visível a olho nu. As camadas de crescimento são individualizadas por zonas fibrosas tangenciais mais escuras. radial é visível sob lente de 10, com listrado de estratificação irregular. As linhas vasculares são dos raios é pouco contrastado. Nome vulgar: Peroba-mica Nome científico: Aspidosperma populifolium A. DC. Família: Apocynaceae distinto, com coloração pardo amarelado, ausência de brilho, cheiro e gosto imperceptíveis. Possui massa específica aparente moderadamente alta, com valor de 0,73 g.cm -3 a 15% de umidade, dura ao corte manual no plano transversal, grã direita e textura fina. Não apresenta figura ou desenho e as camadas de crescimento são distintas. No plano transversal (Figura 11), os poros são visíveis sob lente de 10, porosidade difusa, arranjo diagonal, maioria solitários, algumas vezes obstruídos por tiloses. O parênquima axial é invisível mesmo sob lente de 10. O parênquima radial é visível sob lente de 10. As camadas de crescimento são individualizadas por zonas fibrosas tangenciais mais escuras. radial é invisível mesmo sob lente de 10, com listrado de estratificação irregular. As linhas vasculares são dos raios é ausente.

358 Alves RC, Oliveira JTS, Motta JP, Paes JB Floresta e Ambiente 2012; 19(3):352-361 Figura 1. Fotomacrografia da madeira de Hymenolobium petraeum plano transversal, 10. Figure 1. Photomacrograph of the Hymenolobium petraeum Figura 3. Fotomacrografia da madeira de Corymbia citriodora plano transversal, 10. Figure 3. Photomacrograph of the Corymbia citriodora Figura 2. Fotomacrografia da madeira de Cedrela fissillis plano transversal, 10. Figure 2. Photomacrograph of the Cedrela fissillis Figura 4. Fotomacrografia da madeira de Eucalyptus cloeziana plano transversal, 10. Figure 4. Photomacrograph of the Eucalyptus cloeziana

Floresta e Ambiente 2012; 19(3):352-361 Caracterização Anatômica Macroscópica de Madeiras Folhosas... 359 Figura 5. Fotomacrografia da madeira de Eucalyptus spp. plano transversal, 10. Figure 5. Photomacrograph of the Eucalyptus spp. Figura 7. Fotomacrografia da madeira de Zeyheria tuberculosa plano transversal, 10. Figure 7. Photomacrograph of the Zeyheria tuberculosa transverse plane, 10. Figura 6. Fotomacrografia da madeira de Apuleia leiocarpa plano transversal, 10. Figure 6. Photomacrograph of the Apuleia leiocarpa Figura 8. Fotomacrografia da madeira de Hymenaea courbaril plano transversal, 10. Figure 8. Photomacrograph of the Hymenaea courbaril

360 Alves RC, Oliveira JTS, Motta JP, Paes JB Figura 9. Fotomacrografia da madeira de Manilkara longifolia plano transversal, 10. Figure 9. Photomacrograph of the Manilkara longifolia transverse plane, 10. Floresta e Ambiente 2012; 19(3):352-361 Figura 11. Fotomacrografia da madeira de Aspidosperma populifolium plano transversal, 10. Figure 11. Photomacrograph of the Aspidosperma populifolium 4. CONCLUSÕES As descrições das características gerais das 11 madeiras mais comercializadas no Estado do Espírito Santo mostram o quanto é complexa a estrutura dessas madeiras, uma vez que, para praticamente todas as espécies, existe uma riqueza de detalhes anatômicos que são extremamente úteis para o seu correto conhecimento. Tais descrições abordadas são de grande auxílio no reconhecimento dessas madeiras em nível de nomenclatura científica e poderão, sem nenhuma dúvida, contribuir para a comercialização mais racional destas pelo mercado madeireiro local e mesmo nacional. Figura 10. Fotomacrografia da madeira de Euxylophora paraensis plano transversal, 10. Figure 10. Photomacrograph of the Euxylophora paraensis As informações relativas às características gerais e anatômicas no nível macroscópico dessas madeiras, sem dúvida, poderão contribuir para garantir a lisura na comercialização, evitando fraudes e maior garantia na qualidade das madeiras utilizadas no Estado do Espírito Santo.

Floresta e Ambiente 2012; 19(3):352-361 Caracterização Anatômica Macroscópica de Madeiras Folhosas... 361 STATUS DA SUBMISSÃO Recebido: 30/01/2012 Aceito: 28/05/2012 Publicado: 30/09/2012 AUTOR (ES) PARA CORRESPONDÊNCIA Rejane Costa Alves Departamento de Engenharia de Estruturas, Escola de Engenharia, Universidade Federal de Minas Gerais UFMG, Av. Antônio Carlos, 6.627, Campus Pampulha, CEP 31270-901, Belo Horizonte, MG, Brasil e-mail: recosta_88@hotmail.com REFERÊNCIAS Agência Pará. Economia: Sema libera 1,8 milhão de m³ de madeira para setor produtivo. Portal Remade; 2010. [cited 2010 maio 11]. Available from: http://www.remade. com.br/br/noticia.php?num=7340&title=sema%20 libera%201,8%20milh%e3o%20de%20m3%20de%20 madeira%20para%20setor%20produtivo. Centro de Inteligência em Florestas - CI Florestas. Produção Nacional - Produtos Madeireiros Madeira Serrada Total. [cited 2011 jan. 07]. Available from: http://www.ciflorestas.com.br/dado. php?id=83&n=producao_nacional_produtos_ madeireiros_madeira_serrada_-_total. Comissão Panamericana de Normas Técnicas COPANT. Descrição das características gerais e macroscópicas das madeiras de angiospermas dicotiledôneas. La paz: COPANT; 1974. Chimelo JP. Identificação de madeiras. São Paulo: ESALQ/USP; 1992. p. 107-124. Apostila do Curso de Pós Graduação em Ciências e Tecnologia de Madeiras. Instituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT. Manual de identificação das principais madeiras comerciais brasileiras. São Paulo; 1983. Nahuz M. Mercado internacional sinaliza evolução. Revista da Madeira 2004; ed. 80. [cited 2010 abr. 19]. Available from: http:// www.remade.com.br/br/revistadamadeira_ materia.php?num=549&subject=valor%20 Agregado&title=Mercado%20internacional%20 sinaliza%20evolu%c3%a7%c3%a3o. Zenid GJ. Madeiras e suas características. In: Oliveira JTS, Fiedler NC, Nogueira M, editores. Tecnologias aplicadas ao setor madeireiro. Jerônimo Monteiro: Suprema; 2007. Zenid GJ, Ceccantini GCT. Identificação botânica de madeiras. São Paulo: Laboratório de Anatomia e Identificação de Madeiras do Instituto de Pesquisa Tecnológica do Estado de São Paulo; 2007.