NOÇÕES BÁSICAS SOBRE MADEIRA
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- Branca Flor Olívia Antunes Pinheiro
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1 NOÇÕES BÁSICAS SOBRE MADEIRA GONZALO A. C. LOPEZ IPT CENTRO DE TECNOLOGIA DE RECURSOS FLORESTAIS Laboratório de Preservação de Madeiras e Biodeterioração de Materiais - LPB TEMPLO DA ARTE CARACTERÍSTICAS GERAIS A ÁRVORE 1. casca, 2. floema, 3. câmbio, 4. alburno e 5. cerne
2 CARACTERÍSTICAS GERAIS Gimnospermas (coníferas) Angiospermas (folhosas) IDENTIFICAÇÃO DE MADEIRAS Objetivos: orientar a comercialização, evitando enganos e substituição de espécies. Recuperar características originais de obras e edificações. Base segura para estudos tecnológicos Dificuldade pela enorme variedade de espécies Xiloteca Calvino Mainieri : amostras de madeiras, 3000 espécies, 600 gêneros e 100 famílias
3 IDENTIFICAÇÃO DA MADEIRA Planos de observação: Superfície transversal Superfície tangencial Superfície radial Processos de Identificação Macroscópico: observação a olho nu de características sensoriais (cor, cheiro e sabor). Exame mais preciso: lupa de 10 vezes de aumento, navalha para polimento, conhecimento na comparação entre as madeiras. Microscópico: realizado em laboratórios especializados Características Anatômicas
4 Características Anatômicas - Raios Raios Visibilidade a olho nu: indistinto/distinto Altura: < ou > que 1mm, > que 10mm Camadas de crescimento Demarcação: distintas/indistintas Tipo de demarcação: zona fibrosa, anéis, parênquima axial marginal, coloração Características Anatômicas - Vasos Visibilidade dos vasos: visíveis a olho nu/visíveis sob lente (10x)/indistintos sob lente; Freqüência e diâmetro dos vasos Porosidade: difusa, anel semiporoso, anel poroso; Arranjo: radial, tangencial, diagonal, dendrítico; Obstrução dos vasos: tilos, gomas, óleo/resina, substância branca/amarelada; Agrupamento dos vasos: solitários, múltiplos, cadeias radiais (4 ou mais), cachos.
5 Características Anatômicas Estratificação Estruturas estratificadas: presentes, ausentes, irregular, raio, vasos, parênquima axial Caracteres especiais canais celulares e intercelulares células oleiferas, mucilagenosas cristais e sílica outros Variações cambiais Floema incluso: concêntrico, difuso Máculas, canais traumáticos Estruturas secretoras: canais axiais, canais radiais Outras Características Sensoriais Cor (esbranquiçada, amarelada, avermelhada, acastanhada, empretecida, arroxeada), Cheiro *(agradável, desagradável) Sabor (doce, amargo) Brilho: capacidade de reflexão da luz incidente Outras Textura (grosseira, média, fina) Grã (direita, irregular: espiral, entrecruzada, ondulada, inclinada) Figura (desenhos decorrentes de plano de corte e anormalidades: grã, galhos, nós, crescimento excêntrico)
6 RECOMENDAÇÕES ESCOLHER A MADEIRA PARA O USO PRETENDIDO quais as propriedades e os seus respectivos níveis requeridos para o uso pretendido USAR NOME POPULAR ASSOCIADO AO NOME CIENTÍFICO E ESPECIFICAR NO CONTRATO EM CASO DE DÚVIDAS COLETAR AMOSTRAS E REMETER AO IPT PARA A IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA
7 Fatores a observar na escolha da madeira para determinada finalidade Propriedades Físicas: umidade, densidade, retratibilidade Propriedades Mecânicas: compressão paralela às fibras flexão estática flexão dinâmica tração normal às fibras fendilhamento dureza cisalhamento Características principais exigidas para grupamento por requisitos técnicos Móveis e Afins de Alta Qualidade resistência à flexão (MR e ME), à compressão e dureza: > média retratibilidade: média a baixa fixação mecânica e colagem: boas trabalhabilidade e acabamento: bons Móveis e Afins de Utilidade Geral resistência à compressão: alta e muito alta dureza: não inferior a baixa retratibilidade: média a muito baixa Fixação e Colagem: boas trabalhabilidade: regular a muito boa acabamento: regular a bom Secagem ao ar: moderadamente difícil a fácil
8 Trabalhabilidade comportamento da madeira ao ser processada em equipamentos grã revessa: maior consumo de força pelo corte oblíquo dos elementos fibrosos; acabamento é prejudicado, no entanto, apresenta aspecto decorativo madeiras muito leves: difícil trabalhabilidade (superfícies lanosas a serem aplainadas) madeiras pesadas: desgaste nas ferramentas A TRANSFORMAÇÃO DA MADEIRA Serrarias transformação da tora em peças para os mais diversos usos rendimento Principais Operações desdobro retirada de costaneiraas esquadrejamento destopo beneficiamento: plainamento, molduramento e torneamento
9 A TRANSFORMAÇÃO DA MADEIRA Secagem (processo indispensável) reduz a movimentação dimensional da madeira melhora a atuação de vernizes e tintas reduz o ataque de fungos apodrecedores e manchadores proporciona melhor qualidade de juntas de colagem propicia melhor impregnação da madeira com produtos químicos preservantes melhora as propriedades de resistência mecânica da madeira aumenta a resistência elétrica da madeira A TRANSFORMAÇÃO DA MADEIRA Quando a madeira está seca? Teor de umidade é igual ou inferior à umidade de equilíbrio da madeira (função da temperatura e da umidade relativa do ar) Madeira: material higroscópico Ganha ou perde umidade até atingir o estado de equilíbrio com as condições sob as quais é estocada ou usada. Umidade ótima é função da umidade relativa e da temperatura do ar na qual será utilizada
10 A TRANSFORMAÇÃO DA MADEIRA Como secar a madeira? Secagem ao ar livre Secagem artificial alta temperatura convencional *** ventilação forçada condensação ou desumidificação à baixa temperatura fervura em líquidos oleosos a vapor a vácuo alta freqüência Formas para eliminar os problemas comuns ao processar a madeira No mínimo, 75% dos problemas enfrentados na manufatura de produtos de madeira estão relacionados com a umidade. Este é um dos motivos, porque se inicia e termina a eliminação dos problemas de processamento da madeira através do controle e monitoramento do seu teor de umidade. O teor de umidade da madeira é definido como sendo a razão entre a massa da água contida na madeira e a massa da própria madeira, expresso em porcentagem
11 Métodos Práticos de Determinação do Teor de Umidade da Madeira estufa de secagem a 100 o C; medidor elétrico portátil; sistema de medição na linha de produção. MÓVEIS Problemas comuns que aparecem no uso gavetas que funcionam bem no perído de inverno seco e prendem no período de verão úmido gavetas ou partes pregadas onde os pregos se soltam (fundo principalmente) fibras soltas (grã arrepiada) nas laterais e nos fundos de gavetas (puxam fios/estragam roupas) em quase todos jogos de cadeiras, uma delas apresenta ligações soltas trincas ou pequenos fendilhados que aparecem na superfície dos móveis empenamento de portas envergamento de peças longas quebra de pés de sofás e cadeiras prateleiras seladas
12 MÓVEIS Problemas atribuídos a produtos pouco engenheirados baixa resistência baixa rigidez embalagem imprópria gavetas apertadas ou soltas guias de gavetas soltas ou quebradas gavetas não alinhadas rachamentos e trincas empenamentos juntas abertas ou soltas partes não ajustadas prateleiras seladas apoios de cama soltos EXEMPLOS DO QUE NÃO SE DEVE FAZER Projetos de peças planas de grandes dimensões, encabeçamento das laterais, com ligações tipo macho-fêmea => altas tensões Construção sólida de quadro com juntas de esquadria nos quatro cantos (mesas de vidro), qualquer movimentação => provoca movimentos nas juntas Escolher cortes radiais
13 BIÓLOGO GONZALO LOPEZ Laboratório de Preservação de Madeiras e Biodeterioração de Materiais CT-FLORESTA / IPT telefone: / telefax: endereço eletrônico: gonzalo@ipt.br
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