Os Batistas em Carolina-MA Nome dos autores: Cristiano Marinho Braga 1 ; Vasni de Almeida 2 RESUMO A religião é um tema muito interessante, um excelente campo de pesquisa. Falar sobre religião é levantar e causar muitas polêmicas. Em Carolina os batistas fundaram uma Igreja (Instituição Religiosa), um Colégio (Instituição Educacional), para formação cidadã e Seminário Batista, para instrução teológica e filosófica dos pregadores seus missionários, que atestaria a atuação sociocultural batista na sociedade carolinense. Segundo alguns escritores regionais vindos da própria cidade de Carolina, este município, viveram seus melhores anos, seu apogeu econômico, social, cultural e político nos anos de 1920 a 1940, possuindo o maior porto e rota comercial fluvial do antigo norte goiano, atual Tocantins, e sul maranhense. Na literatura seus conterrâneos, deste período em questão se destacavam. Nesse contexto, em 1928, no dia 30 de setembro deste mesmo ano, foi fundada a PIB de Carolina, por Zacarias Campelo, missionário filho, da cidade de Carolina, que tendo ido estudar em Recife - PE retorna à sua cidade na6tal com o intuito de evangelizar para Cristo, isto segundo relatos de seus próprios escritos e a revista Minha Pátria para Cristo publicada na mesma época. A presença batista em Carolina ainda é percebida, no Instituto Batista de Carolina colégio que a principio era utilizado também no trabalho missionário, na alfabetização dos fiéis. Na Primeira Igreja Batista de Carolina, que neste ano completou seus 83 anos de fundação, dentre outras pequenas congregações espalhadas pelos bairros da cidade. A presença batista está diretamente ligada ao desenvolvimento sociocultural da cidade desde sua inserção no cenário social municipal. Palavras-chave: Religião, Igreja, missionários, Batistas, Carolina-MA INTRODUÇÃO A religião é parte constitutiva da vida em sociedade e, em grande medida, influencia sua cultura. Neste trabalho pretendemos demonstrar como os evangélicos batistas se inseriram na cidade de Carolina, MA, nela organizando cultos, escolas
dominicais, escolas regulares, missões entre indígenas e demais atividades religiosas de interferência social. Segundo Lyndon de Araújo Santos, na obra As outras faces do Sagrado: Protestantismo e cultura na Primeira República Brasileira, os batistas iniciaram seu trabalho missionário em São Luís, no ano de 1908, mas somente a partir de 1911 é que foram se deslocando para interior do estado (2002, p. 37). Para Santos, a Igreja Católica estava passando por dificuldades em manter suas congregações religiosas no estado do Maranhão, então os batistas aproveitaram situação para fincar igrejas na capital e no interior. Para o autor, os batistas espalharia em seu novo campo de missão a tese weberiana de que as ações humanas deveriam estar a serviço da glória de Deus. A função dos batistas seria a de resgatar ou mostrar à população que os recebiam que estes eram ou seriam gloriosos apenas pela graça divina. (WEBER. 2004. p; 131). Foram várias as estratégias adotadas para atraírem um público identificado com os princípios religiosos batistas: os cultos domésticos, as escolas dominicais, a escola regular, a publicação de livros, a organização de um seminário teológico. O que impulsionava esses evangélicos a desenvolver tais atividades numa região de solidez católica? Inferimos inicialmente ser a crença de que detinham o correto caminho para a salvação de pessoas que estavam distante da proposta religiosa protestante. Para os missionários, somente no protestantismo residia a salvação. MATERIAL E MÉTODOS Para a realização desse estudo, a metodologia que utilizamos foi leitura e fichamentos de algumas obras importantes que versam sobre o protestantismo no Brasil. Também realizamos pesquisas no acervo documental da Primeira Igreja Batista de Carolina, MA. Transcrevemos atas atas, relatórios e cartas pastorais, observando a ação evangelizadora dos batistas em solo carolinense. E num segundo momento produção escrita do trabalho em si, partindo das reflexões obtidas com a pesquisa previamente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO Em 1928, foi fundada a primeira Igreja Batista na cidade, em continuidade às ações missionárias de pastores ingleses que atuavam junto aos indígenas da região. Os missionários que prestavam serviços religiosos aos novos convertidos eram mantidos pelas juntas missionárias do sul dos estados unidos, da cidade de Richmond, no estado da Virginia, já estabelecidas no Brasil através da JMN, (Junta de Missões Nacionais) da CBB, (Confederação dos Batistas do Brasil). Além de fundarem uma igreja, os batistas organizaram um colégio e um seminário para formação de clérigos protestantes. Essas instituições tinham por meta converter e educar aqueles que estavam dispostos a aderirem a nova denominação instalada na cidade. Em Prática educativa e sociedade, Jether Pereira Ramalho aborda a presença de vários missionários protestantes no Brasil a partir da segunda metade do século XIX, enfatizando a importância dos chamados, protestantes históricos, na segunda metade do século XIX, chegam ao Brasil as chamadas denominações históricas; metodistas, congregacionais, presbiterianos e batistas. Segundo ele, os colégios organizados por protestantes no Brasil objetivavam não apenas instruir indivíduos nas modernas pedagogias, mas serem estratégias de aceitação desses evangélicos pelas sociedades que os acolhiam. Nos colégios, batistas, metodistas e presbiterianos pretendiam se identificar como religiosos abertos ao progresso e à modernidade. (RAMALHO. 1976. p; 67) Em Carolina Ma, a forma de fundamentação da fé batista, se deu primeiro, pela educação, com salas de aula nos fundos dos templos religiosos, um primeiro passo, ensinar as pessoas a ler, e depois, para num segundo momento, tendo suas Bíblias em mãos, doadas pelos batistas, compreenderem o texto bíblico e terem sua própria revelação divina, através do despertar da luz interior (WEBER. 2007, p. 133). Segundo José Nemésio Machado em sua obra Educação Batista no Brasil: uma análise complexa, ao falar das escolas batistas no Brasil, o papel das escolas batistas, referindo-se aos missionários que trabalhavam com educação como, batistas
escolares, o seguinte; sem os colégios os batistas perderiam a força e não conseguiriam abrir as portas do povo e da sociedade (MACHADO,1999. p; 26). Ao sul do Maranhão isso não foi diferente, não bastava educar os filhos de protestantes e de católicos das camadas médias de Carolina que confiavam na educação que os batistas ofereciam. Era necessário conquistar membros, fossem esses da área urbana ou rural. Os indígenas também deveriam ser convertidos, pois os batistas os consideravam pessoas que, se continuassem no paganismo em que se encontravam, não teriam salvação. Cada membro conquistado seria o sinal de instauração de um novo tempo. Assim, adotaram todas as estratégias possíveis para que outra sociedade fosse constituída, a sociedade dos irmãos batistas. AGRADECIMENTOS Agradecer a todos que estiveram direta ou indiretamente envolvidos neste projeto, em especial ao meu orientador que muito me incentivou a estar nesta pesquisa histórica, a minha família, meu alicerce nas horas mais difíceis, a aos colegas de curso que são verdadeiros parceiros nas horas de desanimo e insegurança, enfim, abrigado a todos. LITERATURA CIDADA MACHADO, José Nemésio. Educação Batista no Brasil, uma análise complexa. São Paulo SP; Ed. Colégio Batista CBB, 1999. RAMALHO, Jether Pereira. Prática educativa e sociedade. Rio de Janeiro RJ; Zahar editores, 1976. SANTOS, Lyndon de Araújo. As outras faces do Sagrado: Protestantismo e cultura na Primeira República Brasileira. São Luís - MA; Edufma, 2006. WEBER, Marx. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo SP;Companhia das letras, 2004.